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- Suporte Nutricional e Analgesia no Trabalho de Parto: a Prática PortuguesaPublication . Gonçalves, Tânia Raquel Correia; Duarte, Paulo; Oliveira, José António Martinez Souto deIntrodução: É consensual que a insatisfação com o parto está intimamente relacionada com a dor e com o método utilizado para o seu alívio, como foi já demonstrado em tese anterior, no Centro Hospitalar da Cova da Beira. Não menosprezando também outros fatores, como o tipo de parto, o suporte emocional, a empatia entre a grávida e a equipa obstétrica entre outras variáveis individuais, sociais e situacionais. A dor do parto é uma realidade com base somática, aliada ao componente subjetivo e influenciada por fatores socioculturais. Para isso é de fundamental importância que as mulheres possam fazer uso de métodos farmacológicos e não farmacológicos no alívio da dor, assim como dispor de um suporte nutricional adequado e contar com a retoma de mecanismos auxiliares de desmedicalização do envolvimento do parto. Materiais e Métodos: Estudo de metodologia quantitativa, observacional descritivo transversal, aprovado pela Comissão de Ética da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, tendo, como instrumento de investigação, um questionário disponibilizado eletronicamente aos Serviços de Ginecologia e Obstetrícia dos diversos Centros Hospitalares Nacionais, após envio de pedido de autorização aos Conselhos de Administração. Todos os dados foram submetidos a uma análise estatística descritiva que envolveu a distribuição de frequências. A aplicação de software utilizada foi o Statistical Package for the Social Sciences. Resultados: Participaram 27 dos 34 (79,4%) centros hospitalares com partos em 2012. Destes, 37% (n=10) utilizam sempre escalas estandardizadas para a avaliação da dor durante o trabalho de parto (TP), enquanto 33% (n=9) não as empregam. A maioria disponibiliza sistematicamente a analgesia epidural (89%; n=24) e os restantes em mais de 50% dos casos (11%; n=3), praticando-a na maioria (59%; n=16) entre 76-95%. Apenas 15% (n=4) não utilizam métodos complementares à epidural, mas todos utilizam outros meios farmacológicos quando a analgesia epidural não é realizável. A maioria dos centros (88,9%;n=24) usa métodos não farmacológicos que são promovidos durante as aulas de preparação para o parto, sendo que os exercícios respiratórios (n=23), relaxamento muscular (n=15), musicoterapia (n=14) são os 3 mais praticados. A nutrição é assegurada excluindo a via oral, apenas endovenosa em 44% (n=12) dos casos e Per os mas apenas líquida em 41% (n=11) dos casos. A maioria (86%; n=23) dos hospitais em estudo permite a deambulação durante o TP. Conclusão: A analgesia epidural tem uma elevada prevalência nos hospitais em estudo. São praticados também outros métodos não farmacológicos de ajuda à parturiente e a maioria permite a deambulação durante o TP. Os critérios para a sua permissão não são consensuais enquanto se constata uma estratégia restritiva em relação à alimentação oral traduzindo a divergência de opiniões e a indefinição de um modelo ideal.
- Clinical Characterization of Parkinson s Disease Patients Followed at CHCB Comparison with a control groupPublication . Santos, Patricia Valerio; Baltazar, Graça Maria Fernandes; Rosado, Maria Luiza ConstanteParkinson’s disease is the second most common neurodegenerative disease, characterized by four motor symptoms: rest tremor, bradykinesia, rigidity and postural instability. Diagnosis is made through strict clinical criteria, but clinical diagnosis is difficult in the early disease state and frequently does not allow a definitive diagnose. One hallmark of Parkinson’s disease is the death of the pigmented dopaminergic neurons of midbrain substantia nigra, with consequent loss of the neurotransmitter dopamine in the corpus striatum. The exact mechanisms underlying are still not understood and current theories include neuroinflammation and oxidative stress. Evidences suggest the presence of chronically activated microglia and several studies detected higher levels of their markers, namely cytokines and oxidative stress products. The main objectives of this study were to characterize CHCB’s Parkinson population, to evaluate inflammatory and oxidative markers and immunological status. Medical records were evaluated for patients (n=38) and healthy controls (n=32). Patient’s motor symptoms at onset and at evaluation were determined. The inflammatory markers measured were C reactive protein, erythrocyte sedimentation rate and serum cytokines (interleukins 1ß, 8, 6, 10, 12p70 and Tumor Necrosis Factor). Immunological status was accessed through leukogram. Urate was our oxidative marker. The cytokines measurement reveals values below the lower limits of detection for all. C reactive protein was higher in patients, but erythrocyte sedimentation rate was similar between both groups. In leukogram analysis, we detected higher values of neutrophils in patients. However, lymphocytes were the only that decrease throughout the temporal evolution of the disease and in patients using higher doses of L-DOPA. We attempted to clarify the real cause of lymphocytes decrease. Although there was a tendency to observe a lower number of lymphocytes for higher doses of L-DOPA in all phases of temporal evolution of the disease, the difference was not statistically significant. In relation to urate, we obtained lower values in patients and the decrease was marked in the higher stages of the disease and longer disease duration. Regarding inflammatory aspects of the disease, our study showed that cytokine pattern is not sensitive or specific to assess disease progression. On the other hand, the antioxidant urate presents us as a putative marker of disease severity.
- Abordagem clínica da falência reprodutiva precoce: a realidade portuguesaPublication . Saraiva, Carlota Fernandes de Lima; Oliveira, José António Martinez Souto de; Serrano, Maria de Fátima CarvalhoIntrodução: O Aborto Recorrente (AR) é uma entidade heterogénea e multifatorial, ocorrendo em 1 a 2% dos casais. No sentido de promover a qualidade dos cuidados prestados aos casais que sofrem de AR, protocolos têm sido desenvolvidos por sociedades científicas de diferentes países. Embora todas recomendem uma prática clínica baseada na evidência, a adesão a estas orientações clínicas é pequena e a prática médica é muito diversa. Portanto, há necessidade de conhecer a realidade portuguesa na abordagem clínica das situações de AR e definir linhas de orientação atualizadas. São objetivos deste trabalho conhecer a abordagem diagnóstica e terapêutica adotadas pelos Serviços de Ginecologia e Obstetrícia em Portugal e identificar eventuais diferenças e similitudes nas suas práticas clínicas. Materiais e Métodos: Estudo transversal e descritivo, baseado na aplicação de um questionário online, elaborado especificamente para o efeito, cujo o acesso foi enviado por correio eletrónico aos Diretores de Serviço de 36 serviços de Ginecologia e Obstetrícia do país. Para testar a associação entre variáveis categóricas foi utilizado o teste do Qui-quadrado (X2). A comparação entre variáveis contínuas foi efetuada através do teste de Mann-Whitney para amostras independentes. A análise estatística foi efetuada no Microsoft Office Excel 2010 e no programa Statistical Package for the Social Sciences versão 21. Resultados: Dos 36 Serviços abordados, 20 colaboraram no estudo. Metade integram hospitais de Apoio Perinatal (HAP) e 45% (n=9) hospitais de Apoio Perinatal Diferenciado (HAPD). Setenta por cento disponibiliza uma consulta especializada em situações de AR. A definição de AR tem sido sede de controvérsia e, com este estudo, verifica-se que em Portugal a definição também não é uniforme entre os Serviços. Os fatores médicos associados ao AR mais frequentemente diagnosticados são a Síndrome dos Anticorpos Antifosfolípidos e as anomalias cromossómicas embriofetais. A ecografia vaginal 2D, a pesquisa de anticorpos antifosfolípidos e o cariotipo de sangue periférico do casal, são os únicos exames realizados sistematicamente na investigação dos fatores associados ao AR. Conclusão: Globalmente, a prática clínica dos Serviços portugueses não difere muito do que está preconizado na literatura e nas orientações normativas desenvolvidas noutros países. Contudo, verificam-se diferenças quer na definição adotada de AR, quer na abordagem diagnóstica e terapêutica destas situações entre os Serviços. Este estudo reforça a importância de uniformizar a definição de AR, da existência de uma consulta dedicada ao estudo destas situações e enfatiza a necessidade da implementação de linhas de orientação atualizadas e a adesão às mesmas.
- Complicações do tratamento cirúrgico da incontinência urinária de esforço em mulheres (Sling e Mini-Sling)Publication . Lobo, Andreia Filipa Liberato; Gonçalves, António Humberto Sena; Oliveira, José António Martinez Souto deIntrodução: É definida a incontinência urinária de esforço como a perda involuntária de urina por esforço, exercício, espirro ou tosse. Como opções terapêuticas são consideradas alteração de estilos de vida, fisioterapia ou alternativas farmacológicas. Quando estas modalidades não proporcionam um alívio sintomático adequado, a cirurgia é frequentemente a única opção disponível para melhorar a qualidade de vida da doente. As próteses suburetrais têm-se tornando o procedimento cirúrgico preferencial para correção da incontinência urinária de esforço. Para além dos Slings tradicionais (TVT), foram desenvolvidos os Mini-Slings, com características e método de utilização diferentes (TVT Secur®, MiniArc®, Ophira® , Ajust®,Needleless®, Solyx®). Objectivos: Aferir quais as complicações pós-cirúrgicas, até um ano, em doentes tratadas com próteses suburetrais para correção de Incontinência urinária de esforço no Serviço de Obstetrícia e Ginecologia (SOG) do Centro Hospitalar cova da Beira, EPE (CHCB). Método: Estudo retrospectivo, baseado na recolha de dados dos processos clínicos das utentes que foram submetidas no SOG a tratamento cirúrgico da incontinência urinária de esforço, no período compreendido entre 1 de Janeiro de 2006 e 31 de Dezembro de 2011. Os dados foram codificados e analisados estatisticamente recorrendo ao programa SPSS – Statistical Package for Social Sciences (versão 17.0). Resultados: A amostra foi constituída por 168 mulheres, cuja moda de distribuição etária corresponde ao grupo 46-55 anos (40,1%). As taxas de cura relativamente à incontinência urinária com a utilização do Sling (n=132) e do Mini-Sling (n=36) atingiram 100% no período de internamento. As taxas de cura seis semanas após a cirurgia diminuíram para ambos os dispositivos, mais pronunciadamente para o Sling (71,2%), comparativamente ao Mini-Sling (91,6%). Seis meses após a cirurgia, a taxa de cura aumentou para o Sling (76,4%) e diminuiu para o Mini-Sling (85,5%). Um ano após a cirurgia as taxas de cura foram 85,5% e 88,9%,para o Sling e Mini-Sling respectivamente. As complicações reportadas foram lesão vesical e de outros órgãos (1,5%) para o Sling, e retenção urinária (2,8%) e recidiva de cistocelo (1,4%) para o Mini-Sling. As queixas mais comuns ao longo do estudo foram dor pélvica (3,8%), dispareunia (0,4%) e desconforto na virilha (varia entre 6,7% e 0,7% ao longo do estudo) para o Sling. Conclusão: As taxas de cura de incontinência urinária um ano após a cirurgia, tanto para o Sling, como para o Mini-Sling foram sobreponíveis às referidas na literatura, enquanto que foram menores as taxas de complicações e queixas relacionadas com as intervenções.
- Correlação entre a Vitamina D e o Sucesso ReprodutivoPublication . Gonçalves, Vanessa Alexandra Guerreiro; Oliveira, José António Martinez Souto de; Oliani, António HélioObjetivo: Vários estudos evidenciam uma elevada prevalência da deficiência de vitamina D, incluindo mulheres em idade fértil e grávidas. Podem, pois, existir, repercussões no sucesso reprodutivo, não só promovendo infertilidade, como aumentando as complicações na gravidez e condicionando a saúde do novo ser. Perspetivando um estudo prospetivo na Unidade de Medicina da Reprodução (UMR) do Centro Hospitalar Cova da Beira para avaliar a relação da reserva de vitamina D com os resultados da procriação medicamente assistida (PMA), promoveu-se uma revisão sistematizada da literatura sobre a relação entre o status daquela e a capacidade de se alcançar gravidez clínica, espontaneamente ou com auxílio médico. Métodos: Foi realizada pesquisa bibliográfica nas bases de dados B-on; BioMed Central; Cochrane; Medscape; Embase; Google Scholar; PubMed; Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal e SciELO – Scientific Electronic Library Online utilizando como equações de pesquisa as seguintes combinações: “vitamin D” AND “IVF”; AND “ART”; AND “uterine insemination”; AND “reproduction”; AND “fertility”. Definiram-se como avaliáveis apenas os estudos que analisavam a correlação entre os níveis séricos de vitamina D e/ou presença do recetor da vitamina D e a obtenção de gravidez clínica. Resultados e discussão: De 6139 artigos identificados, apenas dez eram avaliáveis, oito observacionais e dois interventivos. Apenas um deles foi realizado em animais. Dos oito estudos observacionais analisados, quatro encontraram uma correlação positiva significativa entre os níveis de vitamina D e o sucesso reprodutivo, um deles associou níveis elevados de vitamina D com resultados mais desfavoráveis e outros três não encontraram associação. Nos dois estudos que procederam à suplementação com vitamina D verificou-se existir um impacto positivo no sucesso reprodutivo, embora não tenha sido estatisticamente significativo. De uma maneira geral, nos estudos em que foram avaliados os níveis de vitamina D, maior parte das mulheres apresentava valores inferiores aos normais. Conclusão: A avaliação dos níveis séricos de vitamina D e a correção da sua deficiência devem ser considerados no contexto da infertilidade humana e da procriação medicamente assistida, pois podem melhorar a sua eficácia. A revisão efetuada não é conclusiva e justifica um projeto específico a realizar na Unidade de Medicina da Reprodução do Centro Hospitalar da Cova da Beira.
- Protocolos seguidos na Interrupção Voluntária da Gravidez por Opção da Mulher em PortugalPublication . Martins, Mariana Sofia dos Santos; Oliveira, José António Martinez Souto de; Duarte, PauloIntrodução: Apesar de estarem definidos os princípios gerais e existirem normas específicas, as condições técnicas e logísticas de realização do procedimento de IVG podem não ser uniformes, pelo que há necessidade de se conhecerem os protocolos que estão a ser seguidos e aplicados nos diferentes centros médicos do país. O objetivo deste estudo é conhecer como é abordada a IVG nas unidades autorizadas e analisar o seu enquadramento nas normas nacionais. Materiais e Métodos: Estudo observacional, descritivo, transversal e quantitativo, com base num questionário elaborado especificamente para o efeito de preenchimento anónimo pelos responsáveis do procedimento de IVG em cada um dos centros creditados para tal. Foram incluídos 45 centros públicos a nível nacional. Resultados: Responderam 25 dos 45 centros abordados. Na maioria (76%) dos centros a procura é da iniciativa própria da grávida. Em 2012, os tempos de espera para a marcação da primeira consulta foram superiores a 5 dias em 36% dos centros, sendo que na maioria (76%) a Consulta prévia é realizada sempre, independentemente de ter tido lugar ou não no Centro de Saúde. O Formulário de Consentimento Livre e Esclarecido é entregue às utentes na maioria (76%) dos centros no momento da primeira consulta. Todos os centros têm apoios psicológico e social disponíveis para as grávidas que os solicitem. Em 60% dos centros é utilizada preferencialmente a interrupção medicamentosa. O controlo pós-IVG é feito em 88% dos centros a todas as utentes, sendo em 96% deles utilizada ecografia para esse efeito. Em 68% dos centros é feita consulta de seguimento a todas as utentes, embora todos garantam que a mesma se faz, quer seja em Centro de Saúde ou em consulta de Planeamento Familiar. Após a IVG, 52,0% dos centros realizam controlo da cobertura anticoncecional em todas as utentes, sendo que os restantes reencaminham para o Centro de saúde da área da residência, contudo, quase a totalidade (92%) dos centros realiza aconselhamento anticoncecional aquando da consulta prévia. Conclusão: Apesar de existirem variantes de realização da Consulta Prévia a maioria dos procedimentos são uniformes em todos os centros, como a disponibilização de apoios psicológico e social, a existência de controlo pós-IVG, a consulta de seguimento e o aconselhamento anticoncecional, quer seja no próprio Serviço ou no Centro de Saúde. Subsistem, contudo, algumas diferenças, nomeadamente em relação a tempos de espera para as diferentes consultas, as quais não têm perfil uniforme em todos os centros.
- Episiotomia: da perceção da necessidade às consequênciasPublication . Rosa, Catarina Isabel Dias; Oliveira, José António Martinez Souto de; Panaro, Mariana Pais de RamosIntrodução: A episiotomia e uma incisão cirúrgica no períneo que promove o alargamento do orifício vaginal, durante a segunda fase do parto. O procedimento foi introduzido no seculo XVIII com o intuito de prevenir lacerações perineais. No seculo XX, começaram a surgir duvidas sobre a sua eficácia assim como evidencia dos riscos a ela associados, tais como dor, edema, infeção, hematoma e dispareunia. Atualmente, não existe consenso no que diz respeito aos fatores que deverão influenciar a tomada de decisão de efetuar ou não episiotomia. Métodos: Numa primeira fase foi realizado um estudo retrospetivo no qual foram incluídas todas as mulheres submetidas a parto vaginal no CHCB entre 1 de outubro de 2011 e 30 de setembro de 2012, com o objetivo de aferir os motivos que influenciaram os médicos e enfermeiros do Servi o de Obstetrícia e Ginecologia do CHCB a efetuar episiotomia, assim como correlacionar a sua realiza ao com as complica 6es na saúde da mulher a curto e longo prazo. Concluído o estudo retrospetivo, os resultados foram apresentados, iniciando-se assim o estudo prospetivo, tendo como objetivo averiguar se teria havido mudança de procedimento no que diz respeito a pratica da episiotomia, analisando a evolução da sua taxa de uso. Resultados: No estudo retrospetivo, a amostra final foi de 283 puérperas. A episiotomia foi efetuada em 68,2% das puérperas. No que diz respeito a perceção da necessidade da episiotomia, obtiveram-se resultados estatisticamente significativos que correlacionam a realização da episiotomia com a idade materna inferior a 34 anos (p=0,002), primiparidade (p<0,001) e parto dist6cico por via vaginal (p<0,001). No que diz respeito a complica 6es a curto-prazo, obtiveram-se resultados estatisticamente significativos que correlacionam a realização da episiotomia com aumento do risco de hematomas e equimoses (p<0,001) e com a diminuição do risco de laceração espontânea (p<0,001). No entanto, se considerarmos a episiotomia como uma laceração de 2° grau, obtemos relação estatisticamente significativa entre episiotomia e aumento do risco de laceração associada (p<0,001), não se justificando por isso a realização de episiotomia preventiva, mas apenas previa. Não foram demonstradas correlações estatisticamente significativas entre episiotomia e complica 6es a longo prazo. Quanto aos fatores de risco de laceração, obtiveram-se resultados estatisticamente significativos para idade materna superior a 34 anos (p=0,002), paridade superior a um filho (p<0,001) e realiza ao de episiotomia (p<0,001). Conclusão: No CHCB a episiotomia e efetuada, sobretudo, em mulheres com idade inferior a 34 anos, primíparas e com parto distócico por via vaginal. A episiotomia não demonstrou ser protetora da laceração, dado esta ser considerada uma lacera ao de 2° grau. Não foram encontradas diferenças significativamente estatísticas entre realização de episiotomia e o risco de complicações a longo prazo para a saúde da mulher. A intervenção realizada entre ambas as fases do estudo não alterou a pratica no Serviço.
- Determinantes da Tomada de Decisão do Tempo da AmamentaçãoPublication . Ferreira, Mafalda da Silva; Ferreira, António Manuel Rodrigues; Oliveira, José António Martinez Souto deO aleitamento materno, prática transmitida e perpetuada de geração em geração, tem vindo a ser substituída por outras práticas, como alternativa na impossibilidade de amamentação. Apesar de ser preconizado pela O.M.S., através da Declaração de Innocenti, que o aleitamento materno seja exclusivo até aos 6 meses de idade da criança e até aos 24 meses ou mais como alimentação complementar, tem-se verificado uma acentuada diminuição deste tempo de amamentação. Identificar os determinantes que têm conduzido a períodos de amamentação mais curtos é o objectivo primário desta investigação. Através de um estudo transversal de uma amostra de 33 mães identificámos os factores implicados neste processo de desmame. Assim, práticas hospitalares e de agentes de saúde inadequadas, marketing poderoso das indústrias de alimentos substitutos de leite materno e de acessórios que interferem com a amamentação, e ainda factores sócio-culturais são os três principais factores implicados na diminuição do tempo de amamentação. Relacionam-se de forma estatisticamente significativa com a diminuição do tempo de aleitamento materno: a não utilização da licença de amamentação; a introdução de suplementos lácteos ainda durante o tempo de internamento na maternidade; a utilização da chupeta; e o não ter tido experiência anterior de amamentar. Ficou também demonstrado que a paridade, a existência de problemas mamários e a informação/formação sobre aleitamento materno ministrada quer durante a gravidez, quer no pós-parto, têm influência directa no tempo de amamentação, embora sem significado estatístico.
- A Vitamina E na Doença de AlzheimerPublication . Santos, Ana Rita Pardal dos; Baltazar, Graça Maria FernandesAs doenças neurodegenerativas, de que são exemplos a doença de Alzheimer, a doença de Parkinson, a doença de Huntington e a Esclerose Lateral Amiotrófica, resultam da degeneração progressiva e/ou morte das células nervosas sendo incapacitantes e incuráveis Nas doenças demenciais, a doença de Alzheimer representa 60 a 70% dos casos a nível mundial. O quadro sintomático evolui desde um défice cognitivo ligeiro até doença de Alzheimer em cerca de cinco anos. O principal sintoma é a perda de memória episódica recente. A nível fisiopatológico ocorre deposição cerebral de placas neuríticas amilóides e tranças neurofibrilares. Estes são dois importantes biomarcadores que podem permitir o diagnóstico precoce da doença recorrendo a análises do sangue, líquido cefalorraquidiano e neuroimagem. A origem da patologia parece estar associada a factores quer ambientais quer genéticos. Os dados existentes sugerem que a exposição a elevados níveis de stress oxidativo favorece a degeneração neuronal associada à doença de Alzheimer. Neste âmbito a adopção de uma dieta rica em vitaminas antioxidantes tem sido proposta como uma estratégia protectora na doença de Alzheimer. Esta monografia foca-se na acção da vitamina E como antioxidante na doença de Alzheimer. Este composto existe sob a forma de oito congéneres: quatro tocoferóis e quatro tocotrienóis, ambas as classes são subdivididas em quatro subtipos a, ß, ? e d. O mais abundante na natureza e o mais estudado no contexto da doença de Alzheimer é o a-tocoferol. Neste trabalho avaliaram-se vários estudos observacionais e clínicos sobre a relação dos vários congéneres da vitamina E e a doença de Alzheimer. Os estudos apresentados mostraram que apesar de não haver reversão da doença, a progressão do declínio cognitivo foi retardada. Além disso, o a-tocoferol apesar de ser o mais estudado talvez não seja o mais eficaz para prevenção ou tratamento da doença de Alzheimer. A vitamina E presente na dieta parece ser mais importante do que a sua suplementação. Os possíveis efeitos secundários da vitamina E, sobretudo a suplementação em altas doses, continuam a ser alvo de estudo.