Browsing by Author "Silva, Sara Fernandes da"
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- Importância dos fatores de risco não clássicos na incidência do acidente vascular cerebralPublication . Silva, Sara Fernandes da; Álvarez Pérez, Francisco JoséO acidente vascular cerebral é definido como o surgimento abrupto de sinais e sintomas de disfunção cerebral, que permanecem vinte e quatro ou mais horas ou conduzem à morte, sem causa aparente que não seja a vascular. Esta definição inclui o acidente vascular cerebral isquémico, a hemorragia intracerebral e hemorragia subaracnoide. O acidente vascular cerebral ocorre quando o fornecimento de sangue ao tecido cerebral é interrompido de forma abrupta, provocando lesão do tecido. A interrupção do fornecimento sanguíneo pode ocorrer devido a hemorragia ou isquemia, dando origem a um acidente vascular cerebral hemorrágico ou isquémico, respetivamente. Estes dois tipos apresentam diferenças nos fatores de risco, incidência, prevalência e estratégias de tratamento, bem como no grau de morbilidade e mortalidade que, por sua vez, depende também da extensão das lesões. O acidente vascular cerebral isquémico representa cerca de 80-85% de todos os casos, enquanto o tipo hemorrágico representa cerca de 15 a 20%. O acidente vascular cerebral é a segunda principal causa de morte e a terceira causa major de incapacidade no mundo. Em Portugal, uma em cada dez mortes deve-se a acidente vascular cerebral, sendo um dos países da Europa Ocidental com maior taxa de mortalidade devido a esta patologia, principalmente para a população com mais de 65 anos. O paradigma da doença está a mudar, sendo que se assiste, por um lado, a uma diminuição na idade de incidência, sendo cada vez mais comum em jovens adultos, e por outro a um aumento da prevalência por diminuição da taxa de mortalidade. Esta realidade tem importantes implicações na saúde da população. As doenças cerebrovasculares, nas quais se inclui o acidente vascular cerebral são patologias heterogéneas e multifatoriais, sendo que diferentes fatores de risco, modificáveis ou não, podem atuar de forma sinérgica e com efeito cumulativo no surgimento da doença. De entre os fatores de risco não modificáveis destacam-se a idade, sexo e raça/etnia, enquanto hipertensão arterial, tabagismo, dieta e inatividade física se classificam como fatores de risco modificáveis. Estes fatores são responsáveis por cerca de 90% de todos os acidentes vasculares cerebrais. No entanto, uma significativa parte dos casos, cerca de 10%, é provocada por outros fatores de risco menos frequentes, considerados como fatores de risco não clássicos. Entre os fatores de risco não clássicos com influência na incidência do acidente vascular cerebral destacam-se a migraine, síndrome da apneia obstrutiva do sono, hiperuricemia, doença renal crónica, hiperhomocisteínemia, lipoproteína (a), estados pró-trombóticos, defeitos do fibrinogénio e síndrome do anticorpo antifosfolipídico. A presente monografia tem como objetivos a revisão da informação relativa aos fatores de risco não clássicos com influência na incidência do acidente vascular cerebral e, ainda, alertar para a importância destes mesmos fatores, principalmente perante casos de acidente vascular cerebral em pacientes aparentemente saudáveis e sem fatores de risco clássicos identificáveis.