Browsing by Author "Silva, Susana Isabel Ribeiro da"
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- Uso de probióticos na Gravidez O Estado de ArtePublication . Silva, Susana Isabel Ribeiro da; Moutinho, José Alberto FonsecaINTRODUÇÃO: Cada indivíduo abriga o seu próprio microbioma intestinal que é influenciado pelo genótipo do próprio, pelos hábitos alimentares e que varia dependendo da região geográfica em que se encontra. Durante a gravidez saudável, é normal que haja uma diminuição da diversidade alfa, e um aumento da diversidade beta, independentemente do estado de saúde. Neste período também é expectável que ocorram um conjunto de mudanças metabólicas necessárias para sustentar uma gravidez saudável, sendo fundamental para a capacidade de adaptação. É também durante este período que se inicia a colonização do trato gastrointestinal do feto, e por isso é importante que a hemóstase no ecossistema intestinal materno seja mantida. Nesta perspetiva, a manipulação alimentar pode representar uma estratégia para manter um microbioma intestinal saudável e contribuir para o bem-estar do hospedeiro. Os probióticos são microrganismos vivos que conferem benefício à saúde do hospedeiro quando administrados em quantidades adequadas, e que em alguns casos mostram melhorar o estado saúde da mãe e do feto. OBJETIVOS: Este trabalho pretende explorar as evidências atuais no que concerne aos benefícios descritos na literatura sobre o uso de probióticos nas grávidas em diversas situações patológicas. METODOLOGIA: A pesquisa de artigos selecionados para esta revisão foi feita nas bases de dados PubMed e Google Scholar no período temporal que decorreu entre maio de 2021 e novembro de 2021, com as palavras-chave “pregnancy”, “probiotics”, “intestinal microbiota”, “neonatal” e “therapeutic use”. RESULTADOS: Da pesquisa efetuada resultaram 13 ensaios clínicos randomizados, 2 estudos caso controlo, 16 revisões sistemáticas e meta-análise e 3 artigos de revisão. Relativamente à Diabetes Mellitus Gestacional, os probióticos mostraram ter um efeito positivo na redução da necessidade de recorrer a terapêutica medicamentosa. Relativamente à pré-eclâmpsia, os probióticos mostraram ter um papel bastante benéfico, especialmente nos casos mais severos. O uso de probióticos parece ter um papel na redução da taxa de colonização pelo Streptococcus agalactiae, no entanto não foi demonstrado qualquer benefício relativamente à prevenção de nascimentos prematuros. No que diz respeito ao uso de probióticos e o efeito no peso ao nascer, mostraram não afetar o peso do recém-nascido. Quanto à saúde mental no pós-parto, o uso de probióticos demonstrou ter algum papel no controlo dos mecanismos que potenciam o desenvolvimento de doenças mentais, no entanto a evidência ainda é bastante limitada. Relativamente ao uso de probióticos na prevenção de doenças alérgicas, algumas cepas de probióticos mostraram benefícios no controlo da dermatite atópica bem como na diminuição da sensibilização de antigénios alimentares. Relativamente aos distúrbios funcionais gastrointestinais maternos e do recém-nascido os probióticos consumidos durante a gestação e lactação parecem produzir mudanças favoráveis na composição do microbioma com a consequente redução dos sintomas gastrointestinais, no entanto ainda é necessário realizar mais estudos. CONCLUSÕES: O uso de probióticos na gravidez é uma área de interesse emergente, mas a evidência existente ainda não permite elaborar recomendações gerais relativamente às estirpes, à dose e à duração da administração de probióticos.