Browsing by Author "Soares, Pedro Henrique Roque"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Impacto Prognóstico dos Marcadores Inflamatórios em Doentes com Hipertensão ArterialPublication . Soares, Pedro Henrique Roque; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro de; Rodrigues, Manuel de CarvalhoIntrodução: A Hipertensão Arterial (HTA) apresenta uma elevada prevalência a nível mundial e é um dos principais fatores de risco para desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV). É, por isso, um importante e sério problema na saúde pública da atualidade. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, as DCV representavam 29,9% do total de óbitos a nível nacional em 2019, e segundo a Sociedade Portuguesa de Hipertensão estima-se que a nível da Europa 30 a 45% da população seja hipertensa. A progressão da HTA pode levar a desfechos como as lesões de órgãos alvo (LOA) e a morte. Por esta razão, encontrar novos métodos e relações que possam antever o desenvolvimento de LOA causadas pela HTA torna-se crucial. Daqui nasce o foco deste estudo: compreender o contexto epidemiológico da HTA, analisar a realidade prática da utilização de biomarcadores no seguimento de doentes hipertensos e, como objetivo principal, avaliar o valor prognóstico de dois marcadores inflamatórios comuns na prática clínica, Proteína C-Reativa (PCR) e Contagem de Leucócitos (CL), na progressão da HTA. Materiais e Métodos: Estudo observacional retrospetivo com recolha e análise de dados relativos a 247 doentes participantes na consulta da Hipertensão do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira, entre janeiro de 2017 e dezembro de 2021, por meio dos registos clínicos e conforme os critérios de inclusão e exclusão. Foi utilizado o valor médio de CL e PCR, os quais foram calculados através do valor registado em três momentos distintos. Resultados: Da amostra recolhida 51,8% são do sexo masculino e 48,2% do sexo feminino. A idade média foi de 66,17 anos. Um aumento da CL média e PCR média foi significativamente associado com o aumento na probabilidade de ocorrer morte ou desenvolver LOA. Na análise logística ajustada, para o evento morte, por cada 1 mg/dL de PCR média adicional a probabilidade de morte aumentou por 82,7% (p=0,041). Por cada unidade de PCR média ou CL média adicional a probabilidade de desenvolvimento de LOA aumentou por 347,4% (p=0,005) ou 89,6% (p<0,001), respetivamente. Verificou-se também que ambos os marcadores inflamatórios têm uma associação com o desenvolvimento de insuficiência cardíaca, hipertrofia ventricular esquerda, acidente vascular cerebral/acidente isquémico transitório e doença renal, com exceção do enfarte agudo do miocárdio que apenas mostrou relação com a PCR. Conclusão: O contexto epidemiológico da amostra demonstrou-se próximo dos valores expostos na literatura apreciada. A CL e a PCR, testes facilmente disponíveis e amplamente utilizados na prática clínica, mostraram-se importantes peças para o estudo e o cálculo do risco cardiovascular. Estes resultados suportam a hipótese de que a inflamação aparenta ser um passo crucial no desenvolvimento e progressão da DCV.
