Browsing by Author "Sousa, Gabriela Costa e"
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- Neurossífilis: uma infeção reemergentePublication . Sousa, Gabriela Costa e; Maio, António Gonçalves Candeias da Guerra; Carvalhal, Rui Afonso Alves da Silva; Carvalhal, Francisca Isabel Alves da SilvaIntrodução: A sífilis é uma doença infetocontagiosa causada pelo Treponema pallidum (T. Pallidum), com cerca de seis milhões de novos casos por ano, permanecendo assim um desafio global de saúde pública, principalmente nos países em vias de desenvolvimento (PVD). Uma das suas complicações é a neurossífilis (NS), decorrente da invasão do sistema nervoso central (SNC) pelo T. Pallidum, que pode ocorrer em qualquer fase da infeção. A ausência de controlo imunológico do microrganismo pode dar origem a diversos quadros clínicos, divididos em estádios precoces - NS assintomática, meningite aguda e sífilis meningovascular - e tardios - paralisia geral e tabes dorsalis. A abordagem diagnóstica da infeção assenta na conjugação da história clínica, exame objetivo e estudos laboratoriais, particularmente a avaliação das reações serológicas da sífilis no sangue e no líquido cefalorraquidiano (LCR). Os regimes terapêuticos baseiam-se na penicilina. Nas últimas décadas, observou-se um aumento do número de casos de NS, com uma incidência anual de 0,16 a 2,1 casos por 100 000 habitantes, a nível europeu, particularmente na população de homens que praticam sexo com homens (HSH) e coinfeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH). Objetivo: Investigar e analisar criticamente dados da literatura sobre NS e destacar os avanços mais recentes na abordagem diagnóstica e terapêutica. Métodos: A presente monografia foi realizada com base numa extensa e crítica pesquisa bibliográfica utilizando as bases de dados Pubmed, UpToDate e SciELO, as páginas web da World Health Organization (WHO), guidelines do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e do Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology, as normas e circulares normativas da Direção-Geral de Saúde, bem como dissertações académicas. A pesquisa foi restringida a ensaios clínicos randomizados, revisões simples e sistemáticas, nos idiomas inglês, português e espanhol, publicados entre 2000 e 2020. Conclusão: É importante conhecer a multiplicidade de quadros neurológicos e as alterações analíticas possíveis na NS, para poder evocar e confirmar o diagnóstico e, desta forma, iniciar o tratamento precocemente, evitando sequelas definitivas. É essencial apostar na reeducação populacional, com elucidação para a prática de atividades sexuais seguras, alertar a classe médica para a importância da notificação da doença e financiar estudos que permitam melhorar a abordagem da NS, com desenvolvimento de um teste gold-standard, rápido e eficaz e de tratamentos inovadores, incentivando o desenvolvimento de uma vacina para que tenhamos em vista o fim desta infeção reemergente.
