Browsing by Issue Date, starting with "2021-06-15"
Now showing 1 - 7 of 7
Results Per Page
Sort Options
- Doença de Lyme: uma doença esquecidaPublication . Lima, Ana Luísa Martins de; Maio, António Gonçalves Candeias da GuerraA doença de Lyme é uma das doenças transmissíveis de notificação obrigatória mais comuns em Portugal, sendo o principal agente etiológico a Bbsl. Na verdade, é considerada uma doença emergente em Portugal, manifestando-se de forma multissistémica. Ocorre habitualmente em três estágios. No primeiro são visíveis manifestações cutâneas características, nomeadamente o EM. Posteriormente, surge o segundo estágio, após disseminação hematogénea da Bbsl, podendo haver atingimento cardíaco (cardite e bloqueio auriculoventricular), reumatológico (artralgias), neurológico (meningoradiculite ou paralisia do nervo facial) e cutâneo, considerandose o linfocitoma uma manifestação rara que pode persistir durante meses. O terceiro estágio é caracterizado pela ACA, uma afeção cutânea que atinge, principalmente, as extremidades, causando inflamação, diminuição do espessamento da pele e neuropatia. Para além disso, podem ocorrer fenómenos neurológicos (neuroborreliose tardia), articulares (artrite de Lyme), oculares (uveíte) e cardíacos (bloqueios auriculoventriculares de 2º e 3º grau). O diagnóstico deve basear-se em critérios clínicos e epidemiológicos, suportados por exames complementares de diagnóstico. Habitualmente são utilizados testes diretos e indiretos, com maior enfoque nos testes serológicos. Frequentemente, o diagnóstico desta espiroquetose é dificultado pela apresentação atípica da doença e presença de manifestações clínicas inespecíficas. Isso pode atrasálo, impedindo a instituição de terapêutica adequada e promovendo o aparecimento de complicações. O tratamento consiste habitualmente na administração de antibioterapia com beta-lactâmicos, macrólidos ou tetraciclinas. Este costuma ser eficaz e bem tolerado. Pretendo com esta revisão bibliográfica sistematizar os conhecimentos atuais sobre esta doença.
- Abordagens Farmacológicas na Prevenção do Mal Agudo da MontanhaPublication . Meireles, Ana Isabel Carvalho; Barata, José Luís Ribeiro ThemudoIntrodução: O mal agudo da montanha é uma entidade clínica de etiologia não inteiramente compreendida, mais comum em indivíduos que ascendem a altitudes superiores a 2500 m, podendo, no entanto, ocorrer em altitudes mais baixas. Pode manifestar-se com sintomas como cefaleias, tonturas, anorexia, náuseas e insónias e é geralmente autolimitado. Pode, contudo, progredir para formas graves e potencialmente fatais, como edema agudo cerebral e do pulmão. A sua prevenção farmacológica reduz a sua incidência e gravidade, contudo, existe muita incerteza quanto à eficácia e segurança desta. Objetivo: Avaliar a eficácia clínica e segurança de diversas intervenções farmacológicas na prevenção do mal agudo da montanha. Métodos: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica através do motor de busca PubMed. As publicações foram selecionadas de acordo com a relevância do seu conteúdo, tendo sido dada preferência a artigos mais recentes. Foram ainda consultados livros de texto especializados e fontes de informação de sociedades científicas relevantes. Resultados: Foram incluídos os resultados de 33 estudos nesta revisão. A acetazolamida é o fármaco mais eficaz na prevenção do mal agudo da montanha, seguida da dexametasona, contudo, nenhuma destas abordagens é inteiramente segura e livre de efeitos secundários indesejáveis. O ibuprofeno, os corticoesteróides inalados e o Ginkgo biloba apresentaram resultados não concordantes nos diferentes estudos. Diversas intervenções não apresentaram evidência suficiente para poderem ser recomendadas. A evidência é de baixa qualidade em muitos dos estudos revistos. Discussão: A prevenção farmacológica do mal agudo da montanha justifica-se apenas quando o benefício supera o risco, sendo portanto muito importante selecionar fármacos seguros e sem efeitos adversos. Nenhuma abordagem farmacológica deverá substituir a ascensão gradual. É importante produzir evidência de qualidade nesta área.
- Avaliação dos protocolos de estimulação controlada ovárica na obtenção de oócitos maduros (MII)Publication . Martins, Cátia Manuela Ribeiro Barbosa; Ruivo, Patrícia Cordeiro Pires de Figueiredo Gomes Crisóstomo; Oliani, Denise Cristina Mós VazIntrodução: Em Portugal, tem existido um crescimento da atividade na área da Saúde Reprodutiva devido ao aumento do número de casais com indicação para as técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA). Existem várias hormonas disponíveis para estimulação ovárica, o que demonstra que tem havido uma procura contínua pelo protocolo que contenha a combinação hormonal que proporcione a melhor resposta folicular, da forma mais segura e fisiológica possível. Contudo, ainda não foi possível concluir qual o melhor protocolo. Objetivo: Perceber qual dos protocolos de estimulação controlada ovárica (ECO), utilizados em diferentes utentes, se relaciona com uma maior quantidade de oócitos recuperados na punção folicular, além do número de dias necessários para o estímulo e o doseamento total das hormonas administradas, e com qual estímulo final (trigger) se obtém uma maior percentagem de oócitos maduros (estadio MII) para fertilização. Materiais e Métodos: Estudo retrospetivo e observacional, realizado com base na análise de processos clínicos de utentes submetidas a PMA (Fertilização In Vitro ou Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides) na Unidade de Medicina Reprodutiva do Centro Hospitalar e Universitário da Cova da Beira, entre 01 de janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2019. Para o pareamento, procedeu-se à divisão da amostra em três grupos, considerando-se a idade da utente, o doseamento da sua Hormona Anti-Mülleriana e a contagem de folículos antrais para a obtenção do Ovarian Response Predictor Index (ORPI) e consequente agrupamento em: G1-Baixa Reserva (ORPI<0,5), G2-Reserva Normal (ORPI [0,5-0,9[) e G3-Alta Reserva (ORPI 0,9). Dos 317 ciclos analisados, selecionaram-se 246 ciclos em que foram utilizados para ECO: FSH recombinante - folitropina alfa ou beta (Protocolo 1) ou corifolitropina alfa (Protocolo 2), ambos associados à HMG urinária e ao antagonista da GnRH, com o trigger realizado através da hCG recombinante ou do agonista da GnRH. Resultados: Nos 246 ciclos realizados, as mulheres foram distribuídas nos três grupos através dos seus ORPIs: G1 (n=119), G2 (n=46) e G3 (n=81). O protocolo 1 foi utilizado em 203 (82,5%) e o protocolo 2 em 43 (17,5%) ciclos. O trigger com hCG recombinante foi realizado em 216 (88,9%) e o agonista da GnRH em 27 (11,1%) ciclos. O número de oócitos obtidos foi superior no protocolo 1 em todos os grupos estudados, sendo mais significativo no G1 (p<0,001) que nos G2 (p-0,579) e G3 (p-0,068). Comparado com o protocolo padrão de dez dias de estímulo, o número de dias necessários na ECO para o protocolo 2 foi maior do que para o protocolo 1 em todos os grupos: um dia a mais nos grupos G1 (p-0,011) e G3 (p-0,176) e dois dias a mais no G2 (p-0,039). A dose total de FSH recombinante alfa ou beta / HMG urinária utilizada no protocolo 1 foi inversamente proporcional à reserva ovárica. Quanto menor o ORPI, maior a quantidade média de unidades internacionais (UI) administradas: respetivamente, 2120UI/935UI, 1778UI/856UI e 1441UI/652UI para os grupos G1, G2 e G3. No protocolo 2, com o uso padrão de FSH recombinante de depósito (150μg) em todos os grupos, houve a necessidade de complemento com maiores doses de HMG urinária quando comparado com o protocolo 1. Utilizaram-se 1850UI, 2200UI e 1950UI respetivamente nos grupos G1, G2 e G3. O doseamento do antagonista da GnRH ficou dependente do número de dias da ECO até ao uso do trigger. Independentemente do protocolo ou do grupo, foi utilizada uma média de cinco ampolas (entre quatro e sete), perfazendo 1,25mg de antagonista da GnRH (entre 1,00 e 1,75mg) por ciclo. Na obtenção de oócitos maduros (MII), as percentagens baseadas nos oócitos recolhidos foram semelhantes independentemente do trigger utilizado (hCG recombinante / agonista da GnRH) com equivalência em todos os grupos (G1- 78/89%, G2-79/80% e G3- 81/79%). Conclusão: A utilização da folitropina alfa ou beta (Protocolo 1) leva à obtenção de uma maior quantidade de oócitos recuperados do que a corifolitropina alfa (Protocolo 2) em todos os ORPIs, especialmente no G1-baixa reserva (p
- Influência de um programa educacional com ênfase na reabilitação nos doentes com DPOC em contexto hospitalarPublication . Monteiro, Bruno Miguel Carvalho; Silva, Cláudia Maria Gomes Mendes da; Belo, Ana Paula Pires RodriguesContexto: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é considerada uma das principais causas de mortalidade mundial. O conhecimento dos doentes acerca da sua doença é baixo, comprometendo a sua gestão. A dispneia, ansiedade, depressão, impacto elevado da doença, capacidade funcional e qualidade vida comprometida, são frequentemente observados. Os programas educacionais na DPOC têm demonstrado benefícios nestes doentes. Objetivos do Estudo: Analisar a influência de um programa educacional com ênfase na reabilitação no Questionário de Avaliação de Conhecimentos acerca da DPOC (QDPOC), no COPD Assessment Test (CAT), no Medical Research Council Dyspnoea Questionnaire (MRCDQ), no Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS), no London Chest Activity of Daily Living (LCADL) e no The St. George’s Respiratory Questionnaire (SGRQ) em doentes com DPOC estáveis. O programa foi realizado em grupo e de curta duração em meio hospitalar. Avaliar a influência das variáveis sociodemográficas no QDPOC no momento inicial. Métodos: Estudo de intervenção, longitudinal, prospetivo, comparativo, de características quantitativas. Composto por um grupo inicial (T0) de 47 doentes, intermédio (T1) e final (T2) de 35 doentes, seguidos no Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB) e selecionados por conveniência. Foi elaborado um questionário individual constituído por: dados sociodemográficos e clínicos; QDPOC; MRCDQ; HADS; LCADL e SGRQ. Resultados: 91.5% dos doentes em T0 eram homens e 85.1% idosos. 53.2% residiam no meio rural, 17% viviam sozinhos, 83% eram reformados e 74.4% apresentavam o 1.º ciclo de ensino. Perfil clínico: 29.8% dos doentes com classificação da DPOC de GOLD II-Grupo B e 27.7% de GOLD IV-Grupo D; 25.5% apresentaram hábitos tabágicos; 68.1% reportaram história prévia de exposição a fatores de risco; 46.8% utilizavam oxigenoterapia de longa duração e 17% oxigenoterapia de deambulação. Os níveis de conhecimentos em T0 revelaram-se insuficientes (QDPOC: M=41.85; DP=17.70). Observou-se um impacto médio da doença (CAT: M=19.91; DP=8.67), grau de dispneia elevado (MRCDQ, média: grau 3), sintomatologia ansiosa (68.10%) e depressiva (53.20%), capacidade funcional comprometida (LCADL: M=27.62; DP=12.13) e baixa qualidade de vida (SGRQ: M=56.51; DP=18.43). No final da intervenção verificou-se uma melhoria dos valores médios no nível de conhecimento dos doentes acerca da doença, do impacto da DPOC, no nível de dispneia funcional, nos níveis de ansiedade e de depressão, da capacidade funcional percecionada e da qualidade de vida, com diferenças estatisticamente significativas. No follow-up de 6 meses, constatou-se que os ganhos em saúde obtidos após as sessões educacionais se mantiveram, como o nível de dispneia funcional, a capacidade funcional subjetiva e a sintomatologia ansiosa, e até mesmo melhoraram, como o nível de conhecimento dos doentes, o impacto da DPOC, a sintomatologia depressiva e a qualidade de vida. O programa educacional influenciou assim, o nível de conhecimento dos doentes em todos os momentos de avaliação (ρ˂0.001); a CAT entre T0-T2 (ρ˂0.05), e T1-T2 (ρ˂0.01); a MRCDQ entre T0-T1, T0-T2 (ρ˂0.01); a LCADL entre T0-T1, T0-T2 (ρ˂0.001); a HADS-A entre T0-T1, T0-T2 (ρ˂0.001); a HADS-D entre T0-T1 (ρ˂0.05), T0-T2 (ρ˂0.001), T1-T2 (ρ˂0.01); a SGRQ entre T0-T1, T0-T2 (ρ˂0.001) e T1-T2 (ρ˂0.01). Em relação às diferenças entre o nível de conhecimento dos doentes e as variáveis sociodemográficas em To, verificou-se que o local de residência (ρ˂0.05) e o nível de escolaridade (ρ˂0.01) influenciaram estatisticamente o QDPOC. Conclusão: O programa educacional com ênfase na reabilitação influenciou positivamente o nível de conhecimento dos doentes, o impacto da doença, o grau de dispneia funcional, a capacidade funcional na realização das atividades da vida diária (AVD’s), a ansiedade, a depressão e a qualidade de vida na maioria dos momentos de avaliação comparados, com a manutenção e aumento dos ganhos em saúde obtidos após 6 meses. Concluiu-se também que o local de residência e o nível de escolaridade influenciaram o nível de conhecimento. Esta investigação reforça, assim, a importância da implementação destes programas educacionais com ênfase na reabilitação com os doentes com DPOC, demonstrando benefícios em saúde.
- Terapêuticas Não Convencionais: Atitudes, conhecimentos e perspetivas dos médicos portuguesesPublication . Nogueira, Carlos Emanuel Brito; Sá, Armando José de Oliveira Brito de; Fernandes, Ana Paula André MartinsIntrodução: A utilização significativa das terapêuticas não convencionais e o facto de não serem inócuas torna imperativo que os profissionais de saúde em geral e os médicos em particular, como agentes primordiais na comunicação com o doente, tenham conhecimento básico das terapêuticas não convencionais de forma a aconselharem e orientarem apropriadamente os seus doentes. Objetivo: Identificar e caracterizar as atitudes, conhecimentos e perspetivas dos médicos portugueses relativamente às terapêuticas não convencionais. Materiais e métodos: O estudo tomou a forma de um questionário dirigido aos médicos inscritos na Ordem dos Médicos portuguesa. Estabeleceu-se uma colaboração com esta Ordem para a distribuição do questionário através da sua mailing list, que ocorreu entre 12 de agosto e 4 de setembro de 2020. Posteriormente, procedeu-se à análise estatística dos dados recolhidos com recurso ao SPSS v.27.0 e ao R4.02. Resultados: Obtiveram-se 5599 respostas ao questionário, sendo que foram consideradas apenas as respostas completas resultando uma amostra de 4334 médicos. Os “testemunhos de doentes” (46,3%) são o fator que mais influencia as convicções dos médicos em relação às terapêuticas não convencionais. Cerca de 45,5% não se sentem confortáveis para conversar, argumentar e esclarecer os seus doentes a respeito das terapêuticas não convencionais. Observou-se que 57,0% dos médicos consideram que os currículos de formação médica deveriam incluir mais conteúdos sobre terapêuticas não convencionais. A maioria, 68,6%, considera que a competência em acupuntura médica da Ordem dos Médicos deveria permanecer disponível. No entanto, 72,4% dos médicos consideram que as terapêuticas não convencionais não deveriam ser incluídas no Serviço Nacional de Saúde. Conclusão: Esta investigação permitiu identificar que os conhecimentos dos médicos portugueses relativamente às terapêuticas não convencionais são diminutos, sendo que parte significativa dos mesmos não se considera preparada para aconselhar os seus doentes apropriadamente. Destaca-se a necessidade do investimento numa formação médica que possibilite incutir nos médicos portugueses uma cultura científica que lhes permita reconhecer o valor do método científico e a sua importância na validação de terapêuticas não convencionais.
- Neurossífilis: uma infeção reemergentePublication . Sousa, Gabriela Costa e; Maio, António Gonçalves Candeias da Guerra; Carvalhal, Rui Afonso Alves da Silva; Carvalhal, Francisca Isabel Alves da SilvaIntrodução: A sífilis é uma doença infetocontagiosa causada pelo Treponema pallidum (T. Pallidum), com cerca de seis milhões de novos casos por ano, permanecendo assim um desafio global de saúde pública, principalmente nos países em vias de desenvolvimento (PVD). Uma das suas complicações é a neurossífilis (NS), decorrente da invasão do sistema nervoso central (SNC) pelo T. Pallidum, que pode ocorrer em qualquer fase da infeção. A ausência de controlo imunológico do microrganismo pode dar origem a diversos quadros clínicos, divididos em estádios precoces - NS assintomática, meningite aguda e sífilis meningovascular - e tardios - paralisia geral e tabes dorsalis. A abordagem diagnóstica da infeção assenta na conjugação da história clínica, exame objetivo e estudos laboratoriais, particularmente a avaliação das reações serológicas da sífilis no sangue e no líquido cefalorraquidiano (LCR). Os regimes terapêuticos baseiam-se na penicilina. Nas últimas décadas, observou-se um aumento do número de casos de NS, com uma incidência anual de 0,16 a 2,1 casos por 100 000 habitantes, a nível europeu, particularmente na população de homens que praticam sexo com homens (HSH) e coinfeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH). Objetivo: Investigar e analisar criticamente dados da literatura sobre NS e destacar os avanços mais recentes na abordagem diagnóstica e terapêutica. Métodos: A presente monografia foi realizada com base numa extensa e crítica pesquisa bibliográfica utilizando as bases de dados Pubmed, UpToDate e SciELO, as páginas web da World Health Organization (WHO), guidelines do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e do Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology, as normas e circulares normativas da Direção-Geral de Saúde, bem como dissertações académicas. A pesquisa foi restringida a ensaios clínicos randomizados, revisões simples e sistemáticas, nos idiomas inglês, português e espanhol, publicados entre 2000 e 2020. Conclusão: É importante conhecer a multiplicidade de quadros neurológicos e as alterações analíticas possíveis na NS, para poder evocar e confirmar o diagnóstico e, desta forma, iniciar o tratamento precocemente, evitando sequelas definitivas. É essencial apostar na reeducação populacional, com elucidação para a prática de atividades sexuais seguras, alertar a classe médica para a importância da notificação da doença e financiar estudos que permitam melhorar a abordagem da NS, com desenvolvimento de um teste gold-standard, rápido e eficaz e de tratamentos inovadores, incentivando o desenvolvimento de uma vacina para que tenhamos em vista o fim desta infeção reemergente.
- Eletromioestimulação de Corpo InteiroPublication . Passos, Beatriz Linhares de; Barata, José Luís Ribeiro ThemudoIntrodução: A prática de exercício físico regular é recomendada a toda a população, devido às fortes evidências dos seus benefícios para a saúde. As recomendações universalmente aceites incluem o trabalho da massa muscular, mediante diferentes tipos de contração voluntária dos músculos. Nos últimos anos, tem-se assistido ao aparecimento de outras formas de estimulação, nomeadamente através da aplicação de estímulos elétricos, electromioestimulação (EMS), aplicada localmente para fins terapêuticos. A eletromioestimulação de corpo inteiro, surgiu recentemente como alternativa à atividade física convencional. Esta utiliza correntes elétricas de diferentes intensidades para causar a contração involuntária dos músculos esqueléticos, que pode ser combinada com movimentos ativos e dinâmicos, aumentando o número de fibras recrutadas. Objetivo: Esta monografia tem como objetivo rever o que se encontra publicado sobre a influência do treino de eletromioestimulação de corpo inteiro, analisando as suas vantagens, indicações, contraindicações e potenciais complicações. Pretende-se ainda comparar esta modalidade inovadora com outras metodologias de treino convencional da força, sem recurso a este tipo de equipamento. Metodologia: A metodologia consistiu na revisão de artigos indexados na base de dados PubMed, até dezembro de 2020, nas diretrizes da Organização Mundial de Saúde e no livro da Academy College of Sports Medicine. Para a revisão efetuada na PubMed, utilizaram-se os termos ‘whole-body electromyostimulation’ ou ‘wb-ems’ ou ‘whole-body electro-myo-stimulation’. Foram selecionados apenas artigos realizados em humanos. Na pesquisa inicial, foram encontrados 72 artigos. Foram excluídos 9 artigos da pesquisa inicial, pois eram apenas referentes à ‘whole-body vibration’ com ‘electromyostimulation’, perfazendo um total de 65 artigos analisados. Resultados: Os resultados dos estudos analisados, revelam que a eletromioestimulação de corpo inteiro, permite a melhoria de alguns parâmetros, tais como, aumento da força, da massa muscular e diminuição da massa gorda. Melhorando, deste modo, a aptidão física da maioria dos participantes. Não obstante, foram relatados vários casos de rabdomiólise clínica e de elevação de marcadores laboratoriais compatíveis com lesão muscular, como creatina cinase, sem complicações graves para saúde dos participantes. Conclusões: A revisão da literatura científica, permitiu concluir que o treino de eletromioestimulação de corpo inteiro, apesar de requerer cuidados específicos, é considerado um método seguro, eficiente, de baixo impacto articular- Este pode ser considerado uma alternativa para pessoas desmotivadas e com menor capacidade para a prática de exercício físico. Pode ser associado ao treino convencional, para obtenção de melhores resultados.