Browsing by Author "Teixeira, Paula Filipa Santos"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Alterações das Plaquetas nas Grávidas do CHUCBPublication . Teixeira, Paula Filipa Santos; Moutinho, José Alberto Fonseca; Nunes, Sara Monteiro Morgado DiasIntrodução: durante a gravidez ocorrem alterações hematológicas necessárias para cumprir as novas necessidades da mãe e do feto, de entre as quais a diminuição da contagem plaquetar. Apesar de a sua causa permanecer, ainda, desconhecida, parece refletir a hemodiluição, a diminuição da produção de plaquetas e o aumento do seu turnover. Deve, porém, ser referido que, apesar de fisiológica, em alguns casos, esta queda pode culminar em valores trombocitopénicos ou patológicos. A trombocitopenia materna (contagem de plaquetas inferior a 150x109/L), ocorre em cerca de 10% das gestações, sendo a segunda complicação mais frequente do foro hematológico na grávida. Além do mais, tendo por base estado de stress inflamatório controlado, que é a gravidez, alguns parâmetros inflamatórios têm sido correlacionados com o desenvolvimento de diversas patologias obstétricas. Objetivos: investigar possíveis fatores de risco para o desenvolvimento de trombocitopenia durante a gravidez, bem como consequências do mesmo, e o papel dos índices inflamatórios como marcadores prognósticos. Métodos: estudo observacional transversal retrospetivo, concretizado com recurso aos processos clínicos de mães e recém-nascidos, e respetivas análises clínicas, cujo parto ocorreu no CHUCB, Covilhã, entre Janeiro e Dezembro de 2018. A análise estatística foi realizada através dos programas informáticos Microsoft Excel 365® e IBM SPSS 25.0®. Resultados: no presente estudo verificamos que a prevalência global de trombocitopenia materna no 3º trimestre no CHUCB entre Janeiro e Dezembro de 2018 foi de 14,4%. De entre esses 91,3% trataram-se de casos leves, 7,2% de grau moderado e 1,4% de grau severo. A média de idade das grávidas foi 31,6 ± 5,3 anos de idade. Na análise da evolução das plaquetas verificou-se valores significativamente mais baixos, desde o 1º trimestre, para o grupo com trombocitopenia. Foram avaliados os ratios inflamatórios neutrófilos/linfócitos (NLR), plaquetas/linfócitos (PLR) e índice inflamatório sistémico (SII). Foi possível evidenciar relação entre os valores diminuídos do PLR e do SII e o desenvolver de trombocitopenia de 3º trimestre. Verificou-se, ainda, correlação com significância entre a trombocitopenia de 3º trimestre e a maior probabilidade de necessidade de reanimação do recém-nascido (RN) no momento do parto. Conclusão: Apesar de não ser um tema muito estudado na realidade portuguesa, a elevada prevalência da trombocitopenia materna e determinadas causas e desfechos a ela associados fazem desta alteração gestacional um tema pertinente a estudar. Durante a gravidez dá-se uma regulação fisiológica do sistema imunitário inato para prevenir a rejeição do feto, que se reflete num estado de stress inflamatório controlado. Os valores diminuídos dos marcadores inflamatórios nas grávidas com trombocitopenia, obtidos neste estudo, fazem ponderar sob um possível papel da imunidade no desenvolvimento de trombocitopenia. A possível aplicabilidade como marcadores prognósticos no futuro, comprovada com este estudo, relativamente aos marcadores inflamatórios, ressalta a necessidade de mais investigação nesta área, ainda tão pouco explorada.