Browsing by Author "Vasconcelos, Rita Alexandra Gomes"
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- Perceção dos médicos da ULS Guarda sobre dor crónica nas criançasPublication . Vasconcelos, Rita Alexandra Gomes; Macedo, Susana AbreuIntrodução: A dor é considerada um fenómeno altamente subjetivo, como é percetível na definição da International Association for the Study of Pain, “experiência desagradável sensorial e emocional, associada a lesão tecidual real ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão”. Estudos realizados em crianças e adolescentes sobre a prevalência de dor crónica, encontraram que 15 - 25% delas sofrem de dor crónica ou recorrente. Sendo um problema comum e com forte impacto na vida de crianças e adolescentes, a dor crónica deve ser detetada, valorizada e tratada adequadamente, evitando futuras consequências negativas. 0bjetivo: Estudar a perceção que os médicos têm em relação à dor crónica nas crianças, em relação a: frequência e prevalência apercebidas, localizações, manifestações funcionais, recursos disponíveis e formação, intervenções realizadas, referenciação e resultados. Método: Foi realizado um estudo observacional e transversal, através da aplicação e análise dos resultados dum questionário de autopreenchimento, aplicado nos meses de fevereiro, março, abril, setembro e outubro de 2016. Foram questionados os médicos em funções na ULS da Guarda das seguintes especialidades: Medicina Geral e Familiar, Anestesiologia, Pediatria e Ortopedia. Resultados: De um total de 115 médicos, responderam 66. Destes, 37.9% acharam que a prevalência da dor em crianças era de 1 a 5%. Cerca de metade dos médicos referiram nunca ter tratado dor crónica em crianças, sendo que 18 acharam que nunca encontraram crianças com dor crónica. Entre os inquiridos, 87,9% disseram não ter formação em dor crónica nas crianças e dos médicos que tratam mais de uma criança por mês, cerca de 89% não têm formação. Os diagnósticos que consideraram mais comuns são dor de cabeça/enxaqueca e dor abdominal recorrente. As manifestações funcionais mais encontradas são a ausência escolar e as perturbações de sono. Cerca de 68,2% considerou que a maioria das crianças tem um prognóstico bom ou moderado. Conclusão: Os médicos destas especialidades, que previsivelmente contactam mais com crianças, não detetam dor crónica, têm ideias erradas sobre a prevalência e consequências da dor crónica nas crianças e têm formação insuficiente acerca deste assunto. Para confirmar os dados sobre a prevalência apercebida dos profissionais de saúde, serão necessários mais estudos na região e no país. É imperativo uma maior sensibilização, não só dos médicos, mas também da sociedade para necessidade de prevenir, diagnosticar e tratar a dor crónica nas crianças, como forma de prevenção de consequências futuras.