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- Competências Cirúrgicas para o Curso de MedicinaPublication . Valente, André dos Santos; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro de; Duarte, Liliana Catarina AlmeidaIntrodução| Nos últimos anos, existe a perceção de que o ensino pré-graduado da cirurgia tem perdido preponderância, o que poderá refletir uma tendência global de centralização nos Cuidados de Saúde Primários, uma tendência para a subespecialização e um aumento no numerus clausus e no conhecimento médico. No entanto, os cuidados cirúrgicos agudos continuam a ser uma das formas cruciais de intervenção médica e não devem ser alvo de desinvestimento, sendo que os conhecimentos e competências cirúrgicas básicas devem ser transversais a todos os médicos recém-formados. Objetivos| O objetivo final desta tese é propor uma reforma curricular para o ensino da cirurgia na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS-UBI). Pretendeu-se, ainda, fazer um levantamento do currículo cirúrgico atual da FCS-UBI e auscultar a opinião dos alunos quanto a este tema. Métodos| A pesquisa das recomendações nacionais e internacionais sobre os objetivos a atingir no final do Mestrado Integrado em Medicina em relação às competências cirúrgicas foi limitada a relatórios oficiais, emitidos por ministérios ou Ordens dos Médicos locais. Os textos escolhidos foram “O Licenciado Médico em Portugal” e o documento inglês “Tomorrow’s Doctors”. Foi realizado um Mapeamento Curricular - processo formal de recolha e registo das competências e conteúdos ensinados - dirigido à área cirúrgica para todos os anos do MIM na FCS-UBI, utilizando documentos escritos (Fichas de Unidade Curricular submetidas a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior e informação constante na Intranet da FCS), entrevistas formais e informais a docentes, alunos e ex-alunos, reuniões estruturadas com 2 professores da FCS e a experiência pessoal. A opinião dos alunos e ex-alunos acerca da sua experiência com os conteúdos da cirurgia e ideias para melhorá-los no futuro foi recolhida através de entrevistas (n=34) e de um questionário (n= 213). Para a proposta de reforma curricular foram utilizadas ideias próprias, decorrentes da experiência pessoal, ideias resultantes de reuniões com o Diretor de Curso do MIM (Professor Miguel Castelo-Branco) e 2 cirurgiões participantes no ensino da FCS (Dr. Pedro Vaz, do Hospital Amato-Lusitano e Dra. Liliana Duarte, do Centro Hospitalar Tondela-Viseu) e revisão curricular de vários cursos de medicina internacionalmente reconhecidos. Utilizou-se também o resultado de várias conversas informais tidas no contexto da apresentação dos métodos deste trabalho no II Congresso Nacional de Investigação em Educação Médica. Resultados| Foi feito um Mapeamento Curricular dos conteúdos de cirurgia da FCS-UBI, como ponto de partida para a proposta de reforma. Os alunos consideram que o tempo dedicado aos conteúdos da cirurgia (tanto a nível teórico como prático) é insuficiente, que existe uma discrepância entre os conteúdos lecionados nos vários hospitais associados ao ensino da faculdade e que deveria existir um Bloco de Cirurgia, com a sua própria avaliação. Conclui-se que existe evidência estatística de os candidatos da UBI apresentam, no processo de escolha da especialidade, uma menor apetência pelas especialidades cirúrgicas face aos candidatos das outras Universidades. Propõe-se a criação de um Bloco de Cirurgia, transversal desde o 3º ao 6º ano, com a separação consequente das especialidades constituintes do Bloco de Digestivo atual: a Cirurgia Geral e a Gastroenterologia. Também se recomenda o fim das aulas teóricas nos diferentes hospitais e o início de seminários a decorrer na FCS-UBI, do 3º ao 5º ano. Conclusões| O conhecimento teórico e prático da cirurgia é essencial a qualquer médico e devem ser fornecidas bases sólidas a nível pré-graduado. O novo currículo proposto concentra a cirurgia num bloco, transversal a vários anos, com a sua própria avaliação, de forma a reforçar a aprendizagem nesta área. O currículo proposto responde às necessidades expressas pelos alunos, bem como fornece o currículo cirúrgico pré-graduado mais adequado de acordo com recomendações nacionais e internacionais, à imagem de vários dos cursos de medicina considerados como os melhores no mundo (ranking Times Higher Education).
- Diferenças no cancro colo-retal na Beira Interior: Comparação entre o cancro do cólon direito e cólon esquerdoPublication . Gonçalves, Catarina de Sousa; Duarte, Liliana Catarina Almeida; Alves, João José CasteleiroIntrodução: O cancro colo-rectal (CCR) é um dos cancros mais comuns, havendo evidência de que o carcinoma do cólon direito (CCD) e o do cólon esquerdo (CCE) são biológica e clinicamente diferentes, podendo estas ainda variar de acordo com as regiões geográficas. Pretendeu-se, assim, caracterizar esta patologia na Beira Interior, analisando as diferenças entre CCD e CCE. Material e Métodos: Estudo comparativo transversal retrospetivo em doentes operados com CCD e CCE, entre 2010 e 2015, nos três hospitais da Beira Interior, analisando parâmetros demográficos e clinico-patológicos. A análise estatística efetuou-se com o SPSS? 24. Resultados e Discussão: Após aplicação dos critérios de exclusão - doentes menores de 18 anos, carcinoma do reto e apêndice concomitante, cancro colo-rectal recidivado, impossibilidade de classificação em CCD ou CCE, dados insuficientes -, analisaram-se os processos clínicos de 457 doentes operados por CCD ou CCE. Nesta amostra, 57,3% apresentava CCD, sendo 56,9% do sexo masculino. A média das idades variou entre os 70 anos no CCE e os 72 anos no CCD. Os grupos caraterizam-se por apresentações diferentes, sendo a anemia superior no CCD e a oclusão intestinal superior no CCE (p<0,001). As restantes formas de apresentação diferem, mas a sua diferença entre grupos não se revelou estatisticamente significativa. A distribuição do estadio TNM é semelhante nos 2 grupos, sendo mais frequentemente IIA e IIIB. O tipo histológico mais frequente é o adenocarcinoma em ambos os grupos. O número de cirurgias urgentes foi superior no CCE(p=0.03). Conclusão: Contrariamente à maioria da literatura, a amostra de carcinoma do cólon direito na Beira Interior é maior e os estadios são semelhantes nos dois grupos. No entanto, a média das idades no CCD e CCE (72,6±10,8 vs 70,2±12,7 anos; p<0,01) e a forma de apresentação, assim como a tendência para a cirurgia urgente seguem o padrão do conhecimento atual.
- Demências reversíveis causadas por Défices NutricionaisPublication . Duarte, Nuno Araújo; Álvarez Pérez, Francisco JoséA demência define-se como uma deterioração adquirida das capacidades cognitivas com prejuízo das atividades diárias. Existem diversas etiologias, entre as quais a mais prevalente é a Doença de Alzheimer. As demências mais prevalentes têm em comum o facto de serem incuráveis. Como tal, é para um clínico importante distinguir precocemente se a demência tem uma causa reversível ou não, visto ter implicações muito relevantes desde a abordagem ao prognóstico. Entre as causas reversíveis incluem-se desde distúrbios metabólicos a défices nutricionais, passando por doenças infeciosas, intoxicações, etc. Os défices nutricionais merecem especial destaque pela sua forte incidência e por serem transversais a todas as faixas etárias. Este trabalho tem como objetivo analisar as demências potencialmente reversíveis causadas por défices nutricionais e elaborar um protocolo de abordagem e outro de tratamento.
- Multipatologia no Idoso HipertensoPublication . Silva, Ana Filipa Mendes da; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro deA transição demográfica, caracterizada pela diminuição da taxa de natalidade e aumento da expetativa de vida, tem-se refletido no envelhecimento da população mundial. O envelhecimento tem alterado o padrão epidemiológico das principais causas de morbilidade e mortalidade, aumentando a incidência de doenças crónicas. A hipertensão arterial é a doença crónica mais comum nos países desenvolvidos, constituindo um importante problema de saúde pública. A sua prevalência aumenta com a idade, decorrente de alterações estruturais e funcionais que ocorrem com o envelhecimento. A maioria dos idosos são hipertensos. A hipertensão arterial é o principal fator de risco modificável de morbilidade e mortalidade cardiovascular. Associa-se a complicações em órgãos vitais e ao nível dos vasos sanguíneos, destacando-se o acidente vascular cerebral, os eventos coronários, a insuficiência cardíaca, a doença renal, a doença arterial periférica e o comprometimento cognitivo. Estas lesões de órgão-alvo são altamente prevalentes no idoso e estão associadas ao inadequado controlo da pressão arterial, consequência da frequente coexistência de fatores de risco adicionais e da multipatologia comum nesta faixa etária. Um estilo de vida saudável ajuda a gerir a hipertensão, com benefícios que vão além da redução da pressão arterial, agindo sobre o risco cardiovascular total. Várias classes de anti-hipertensivos são eficazes na prevenção de eventos cardiovasculares. Em idosos nos quais o tratamento farmacológico está indicado as decisões de tratamento devem ser guiadas pela presença de indicações e contra-indicações baseadas na coexistência de outras co-morbilidades, bem como pela tolerabilidade individual à monoterapia ou combinações de fármacos. Em idosos, os limiares de diagnóstico e metas de pressão arterial podem ser menos rigorosos, principalmente após os 80 anos. No idoso hipertenso com multipatologia o tratamento da hipertensão deve ser individualizado e estudos adicionais são necessários para avaliar a estratégia terapêutica ideal. Deste modo, esta dissertação pretende rever as bases teóricas da hipertensão arterial, tendo como principal objetivo conhecer as co-morbilidades mais frequentes no idoso hipertenso e compreender como é que a idade e a multipatologia associada interferem na abordagem terapêutica anti-hipertensora.
- Limitação do esforço terapêutico no doente internadoPublication . Alves, Telma Alexandra Brás; Branco, Vítor Alexandre Pereira GonçalvesIntrodução: Com o avanço tecnológico na área da saúde, há um risco crescente do uso de tratamentos fúteis em doentes terminais. Nestes casos pode-se balizar as intervenções a partir da limitação do esforço terapêutico, garantindo um processo de morte natural e digna. Esta decisão deve envolver o doente, a equipa de profissionais de saúde da Unidade de Cuidados Intensivos e a família, em prol do melhor interesse do doente. A partir das diretivas antecipadas de vontade é possível recolocar a autonomia do doente no centro do processo de decisão. Objetivo: Identificar retrospetivamente numa amostra de doentes internados na Unidade de Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar Cova da Beira, o número de casos onde se podem detetar decisões de limitação do esforço terapêutico e de ordem de não reanimar, caracterizar o respetivo processo de tomada decisão e o grau de explicitação com que este tenha sido documentado. Métodos: Estudo retrospetivo, no qual se avaliaram diários clínicos do ano civil de 2015, na Unidade de Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar Cova da Beira. As variáveis consideradas foram: as características demográficas; o número de limitações do esforço terapêutico realizadas; o número de doentes vivos ou mortos após a aplicação da limitação; onde foi expressa a limitação: diário médico e/ou diário de enfermagem; quem participou no processo de decisão; e o tipo de limitação que foi realizada. Resultados: No período ocorreram 268 internamentos na Unidade de Cuidados Intensivos, dos quais 23 (8,58%) apresentaram algum tipo de limitação do esforço terapêutico. O processo de limitação foi documentado na maioria no diário clínico médico, 11 (47,83%). Sendo os restantes documentados com a mesma prevalência, 6 (26,09%), nos diários de enfermagem ou em ambos os diários. Dos doentes com limitação, as decisões foram tomadas: apenas pelo médico assistente, em 16 (69,57%) doentes; médico assistente e família, em 4 (17,39%) doentes; equipa médica, em 1 (4,35%) doente; equipa médica e família, em 1 (4,35%) doente; família, 1 (4,35%); enfermagem ou com base em diretivas antecipadas de vontade, em nenhum caso. Em relação ao tipo de limitações executadas, 5 (21,74%) foi por suspensão e 18 (78,26%) por abstenção (12 por ordem de não reanimar, 2 de tratamento cirúrgico e 4 de tratamento médico). Conclusão: Parece ser necessário desenvolver o enquadramento ético – jurídico e a formação sobre limitações do esforço terapêutico; o estabelecimento de protocolos de auxílio a decisão e de impressos próprios para a sua documentação de forma obrigatória e sistemática; maior envolvimento dos doentes, enfermeiros, familiares e representantes legais no processo de decisão.
- Esclerose Múltipla e DepressãoPublication . Santos, Bárbara Cristina Oliveira dos; Álvarez Pérez, Francisco José; Nunes, Maria Luiza Constante Rosado; Célia Maria PintoIntrodução: A esclerose múltipla é uma doença crónica complexa que acomete o sistema nervoso central em múltiplos focos e que consiste em inflamação, desmielinização, gliose e perda neuronal. Afeta cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo, contudo, a sua prevalência difere nas várias regiões. A inexistência de um tratamento curativo e o carácter incerto desta patologia gera estados de angústia e stress, que têm repercussões biopsicossociais na vida dos indivíduos. Posto isto, investigações recentes demonstraram que a depressão é o transtorno psiquiátrico mais comum e mais avaliado na esclerose múltipla e que o risco de um paciente com esclerose múltipla vir a desenvolver depressão ao longo da vida é cerca de 50%, contrastando o risco de 10% da população em geral. Objetivos: Investigar a prevalência da depressão em pacientes com esclerose múltipla, num intervalo de cerca de 10 anos. Descrever as características sociodemográficas e clínicas, tanto gerais quanto referentes à esclerose múltipla e à depressão, em pacientes com esclerose múltipla. Identificar a existência de relação entre as características sociodemográficas e clínicas, gerais e referentes à esclerose múltipla, e a depressão, em pacientes com esclerose múltipla. Materiais e Métodos: Estudo de investigação observacional, transversal, retrospetivo e analítico. A recolha de dados de pacientes portadores de esclerose múltipla, referentes ao intervalo de janeiro de 2006 a julho de 2016, que frequentam a Consulta de Doenças Desmielinizantes no Centro Hospitalar Cova da Beira, foi efetuada de forma sistemática com recurso ao iMed®, Versão 6.1, e ao SClínico® Hospitalar. Após aplicados os critérios de inclusão e de exclusão foram considerados 86 pacientes que integraram o estudo. A análise estatística foi realizada através do software SPSS®, Versão 23.0, para Windows®. Aplicaram-se os testes do qui-quadrado de Pearson, exato de Fisher, t-Student e de Mann Whitney, para avaliar a associação entre as variáveis sociodemográficas e clínicas e a depressão. O modelo de regressão logístico foi usado com o intuito de estudar a influência dessas variáveis na depressão. Resultados: Dos 86 participantes, 74,4% eram do sexo feminino, a média de idades era de aproximadamente 48 anos (48,41±11,336) e 53 (61,6%) foram diagnosticados com depressão, sendo o escitalopram (60,4%) o fármaco mais prescrito para o tratamento da mesma. A depressão está associada ao sexo, à atividade profissional, ao nível de escolaridade e às patologias neurológicas e é mais frequente no sexo feminino (83,0%), nos reformados (47,9%) e em pacientes com o ensino secundário (58,3%). A idade, o número de anos desde o início da esclerose múltipla até ao diagnóstico confirmado, a idade do diagnóstico confirmado de esclerose múltipla e o número de terapias modificadoras da doença usadas ao longo do tempo são significativamente superiores nos pacientes com depressão. O modelo de regressão logístico aplicado permitiu concluir que um paciente que tenha tido mais um surto de esclerose múltipla, tem uma chance 1,201 vezes superior de ter depressão e um paciente que tenha mais um ano de idade aquando do diagnóstico confirmado de esclerose múltipla, tem uma possibilidade 1,095 vezes superior de apresentar esta patologia. Conclusão: Os achados do estudo corroboram a prevalência moderada a elevada da depressão na esclerose múltipla, sendo esta, neste estudo, ligeiramente superior aos resultados presentes até então na literatura existente. Constatou-se que a existência de depressão estava relacionada com várias características dos pacientes, porém, ao compará-las com as informações dos estudos existentes até então, apurou-se que estas associações variam discretamente. Posto isto, são necessárias abordagens inovadoras por equipas multidisciplinares para que se faça um diagnóstico e tratamento precoces da depressão no contexto da esclerose múltipla. Além disto, mais estudos neste âmbito também são requeridos para que a associação entre estas duas patologias seja melhor explorada.
- Perceção dos médicos da ULS Guarda sobre dor crónica nas criançasPublication . Vasconcelos, Rita Alexandra Gomes; Macedo, Susana AbreuIntrodução: A dor é considerada um fenómeno altamente subjetivo, como é percetível na definição da International Association for the Study of Pain, “experiência desagradável sensorial e emocional, associada a lesão tecidual real ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão”. Estudos realizados em crianças e adolescentes sobre a prevalência de dor crónica, encontraram que 15 - 25% delas sofrem de dor crónica ou recorrente. Sendo um problema comum e com forte impacto na vida de crianças e adolescentes, a dor crónica deve ser detetada, valorizada e tratada adequadamente, evitando futuras consequências negativas. 0bjetivo: Estudar a perceção que os médicos têm em relação à dor crónica nas crianças, em relação a: frequência e prevalência apercebidas, localizações, manifestações funcionais, recursos disponíveis e formação, intervenções realizadas, referenciação e resultados. Método: Foi realizado um estudo observacional e transversal, através da aplicação e análise dos resultados dum questionário de autopreenchimento, aplicado nos meses de fevereiro, março, abril, setembro e outubro de 2016. Foram questionados os médicos em funções na ULS da Guarda das seguintes especialidades: Medicina Geral e Familiar, Anestesiologia, Pediatria e Ortopedia. Resultados: De um total de 115 médicos, responderam 66. Destes, 37.9% acharam que a prevalência da dor em crianças era de 1 a 5%. Cerca de metade dos médicos referiram nunca ter tratado dor crónica em crianças, sendo que 18 acharam que nunca encontraram crianças com dor crónica. Entre os inquiridos, 87,9% disseram não ter formação em dor crónica nas crianças e dos médicos que tratam mais de uma criança por mês, cerca de 89% não têm formação. Os diagnósticos que consideraram mais comuns são dor de cabeça/enxaqueca e dor abdominal recorrente. As manifestações funcionais mais encontradas são a ausência escolar e as perturbações de sono. Cerca de 68,2% considerou que a maioria das crianças tem um prognóstico bom ou moderado. Conclusão: Os médicos destas especialidades, que previsivelmente contactam mais com crianças, não detetam dor crónica, têm ideias erradas sobre a prevalência e consequências da dor crónica nas crianças e têm formação insuficiente acerca deste assunto. Para confirmar os dados sobre a prevalência apercebida dos profissionais de saúde, serão necessários mais estudos na região e no país. É imperativo uma maior sensibilização, não só dos médicos, mas também da sociedade para necessidade de prevenir, diagnosticar e tratar a dor crónica nas crianças, como forma de prevenção de consequências futuras.
- Dor do Membro FantasmaPublication . Almeida, Isabel Maria Veríssimo Moreira de Carvalho e; Macedo, Susana AbreuApós uma amputação podem surgir diversos sintomas específicos, que incluem a dor somática, originada nas lesões do coto de amputação, a sensação fantasma e a dor fantasma. A dor fantasma (DF) foi descrita pela primeira vez no século XVI por Ambroise Park. Em 1871, durante a Guerra Civil Americana, surgiu o termo "dor do membro fantasma", criado pelo neurologista Weir Mitchel. A abordagem diagnóstica e terapêutica deste sintoma tem sido um desafio para os clínicos e um campo privilegiado de investigação. Apesar do seu reconhecimento desde essa época, a sua fisiopatologia continua a não ser bem compreendida. Constatou-se que a sensação fantasma não se restringia aos membros, estendendo-se também à perda de dentes, mama, olho, pénis e língua. Por essa razão, o termo “dor do membro fantasma” foi substituído por “dor fantasma”. O ponto de partida para se entender o fenómeno do membro fantasma - dolorosa ou não – corresponde ao fato de a amputação de parte do corpo poder causar uma desregulação da rede normal de aferentes nervosos e da transmissão nociceptiva. A aferência normal é substituída por outra ainda desconhecida, mas certamente diferente, que fornece à medula espinhal e ao encéfalo, nomeadamente ao córtex somatossensorial, a informação necessária para criar o “fantasma”. Existem inúmeras teorias para tentar explicar a fisiopatologia da DF, que podem ser divididas em três categorias principais: periféricas, espinhais e centrais. As primeiras assumem que a causa reside nas terminações nervosas junto à lesão, enquanto as segundas atribuem a causa a alterações na medula espinhal. Para as categorias centrais a DF tem causa encefálica. Como a DF é um problema com formas de apresentação tão díspares, com elevadas incidência e prevalência, a par da dificuldade de tratamento nalguns casos, tornam-na um problema emergente. Visto que o tratamento da dor pode ser feito sob terapêuticas farmacológicas e não farmacológicas, é essencial ter em conta o seu mecanismo. Deste modo, é imprescindível a permanente atualização sobre a sua fisiopatologia. Esta tese tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre a DF, dando a conhecer, de forma mais aprofundada, as teorias desenvolvidas até ao momento.
- A oxigenoterapia hiperbárica enquanto terapêutica complementar do pé diabético: útil ou inútil?Publication . Vicente, Rodrigo dos Santos; Costa, Diogo D'Agorreta D'Alpuim Santos; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro deIntrodução: O pé diabético constitui uma complicação grave da diabetes mellitus com repercussões económicas e biopsicossociais relevantes, exigindo dos prestadores de cuidados de saúde uma otimização da abordagem terapêutica. Foi definido como objetivo principal a revisão da literatura acerca do tratamento do pé diabético, com especial enfoque na utilidade clínica e perspetivas futuras sobre o uso da oxigenoterapia hiperbárica neste contexto. Material e Métodos: Pesquisa de revisões sistemáticas no motor de busca Pubmed, em língua inglesa, que incluem uma análise de pelo menos dois dos seguintes termos: amputação major, amputação minor, taxa e/ou tempo de cicatrização, redução da área da úlcera, saturação de oxigénio transcutânea, efeitos adversos, impacto na qualidade de vida e custo-efetividade. Na pesquisa inicial foram obtidas 27 publicações desde 2005 (inclusive). Após revisão manual dos resumos e aplicação dos critérios definidos anteriormente, foram incluídos 6 artigos. Resultados: A análise da literatura perscrutada revela um perfil favorável de segurança pela baixa incidência de efeitos adversos, a utilidade clínica da oxigenoterapia hiperbárica na cicatrização para um período de seguimento de 6 meses e, possivelmente, até para além dos 12 meses. A saturação de oxigénio transcutânea do pé foi maior nos grupos de doentes tratados com esta terapêutica complementar. Verificou-se a diminuição da necessidade de amputação major dos membros inferiores. Conclusões: A evidência atual sugere o benefício clínico da oxigenoterapia hiperbárica no pé diabético, particularmente no que concerne à cicatrização e à menor taxa de amputação. No entanto, são necessários mais estudos de caráter prospetivo, aleatorizado e controlado que consubstanciem o referido.