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- Filhos de mães diabéticas: risco para a síndrome metabólica do adultoPublication . Rocha, Eduarda Silva; Carrapato, Manuel Rui Garcia; Costa, Ricardo Jorge Barros daIntrodução: A Síndrome Metabólica é uma entidade clínica constituída por obesidade central, insulinorresistência, dislipidemia, hipertensão arterial e alterações analíticas do perfil lipídico e/ou alguns factores da coagulação, que pode evoluir para Diabetes Mellitus tipo 2 e/ou doenças cardiovasculares em adultos relativamente jovens. A identificação de factores de risco é prioritária para evitar a sua progressão para o quadro clínico grave. Os filhos de mães diabéticas poderão constituir uma população de risco acrescido para a Síndrome Metabólica do adulto e pretende-se, com este trabalho, determinar quais as primeiras manifestações e a idade pediátrica do início correlacionando, ainda, a importância relativa de factores genéticos vs ambientais. Metodologia: Apresenta-se como uma investigação transversal, de cariz descritivo e com componente analítica dos dados. Baseou-se na análise dos processos clínicos de 97 neonatos e aplicação de questionários às mães em estudo. Os resultados foram analisados no software estatístico SPSS ® - versão 17 para o Windows ® e consideraram-se significativos para um p<0,05. Recorreu-se ao teste one-way ANOVA como método de comparação de médias, e ao teste de independência do Qui-quadrado para análise das relações entre as variáveis. Resultados: Os filhos de mães diabéticas, em especial os das insulino-dependentes e do género feminino apresentam pesos e comprimentos ao nascimento mais baixos e Índices Ponderais mais elevados; aos 5 anos de idade, estas crianças apresentam Índices de Massa Corporal e Tensões Arteriais Sistólicas e Diastólicas mais elevadas, com p<0,05. Embora não estatisticamente significativo, a alimentação com fórmula láctea e os antecedentes de Diabetes Mellitus tipo 2 na linha materna constituem factores de risco acrescido para um percentil de Índice de Massa Corporal e Tensão Arterial Sistólica superior a 90. Conclusão: Este estudo confirma que a população de filhos de mães diabéticas representa uma população de risco acrescido de desenvolvimento da Síndrome Metabólica, especialmente aqueles pertencentes ao género feminino, provenientes de gestantes insulino-dependentes e com antecedentes de Diabetes Mellitus tipo 2 na linha materna. É imperativo desenvolver esforços para a implementação de esquemas de controlo rigoroso, com vista à detecção atempada e prevenção de futuras complicações.
- Ataxia de Friedreich: perspectivas de tratamentoPublication . Rocha, Martina; Álvarez Pérez, Francisco JoséA ataxia de Friedreich é uma doença autossómica recessiva descrita pela primeira vez por Nikolaus Friedreich em 1863 [1]. Afecta aproximadamente um em cada 50 000 caucasianos. Manifesta-se no início da segunda década de vida, habitualmente com a ataxia da marcha. As mãos são afectadas meses ou anos após o envolvimento das pernas, seguindo-se a afecção do discurso. Outras características relevantes são: fraqueza muscular, cifoescoliose, miocardiopatia e diabetes [2]. Esta doença é causada por uma mutação no cromossoma 9, que resulta numa hiperexpansão do tripleto GAA no primeiro intrão do gene X25. A consequência é o silenciamento do gene e um défice da proteína frataxina, uma proteína mitocondrial envolvida em diferentes mecanismos responsáveis pelo metabolismo do ferro, cujo défice provoca stress oxidativo [3, 4]. Várias medidas farmacológicas e não farmacológicas com o objectivo de travar a evolução, ou até mesmo curar a doença, foram testadas. Como tal, os objectivos deste estudo são: realizar uma revisão do estado da arte acerca da ataxia de Friedreich, nomeadamente da sua etiologia, epidemiologia, fisiopatologia, clínica e diagnóstico; sistematizar as possibilidades de tratamento já investigadas e acompanhar os ensaios clínicos mais recentes, examinando os seus resultados na progressão da doença. A pesquisa bibliográfica foi realizada através das bases de dados: PubMed, e-medicine e o motor de busca Google Académico. Foram ainda consultados vários livros de referência. Esta pesquisa foi feita fundamentalmente em português e inglês. No final do trabalho, será incluída uma descrição de um caso clínico de ataxia de Friedreich. Após uma investigação extensa e detalhada foi possível concluir que existem várias terapêuticas em estudo, quer com o objectivo de travar a evolução da doença, quer com intenção curativa, mas, até ao momento, nenhuma se mostrou suficientemente eficaz. Estas incluem, entre outras, agentes antioxidantes e agentes que aumentam a expressão genética da frataxina. Os melhores resultados obtidos em doentes foram com a idebenona, um antioxidante com efeito principalmente ao nível da cardiomiopatia e com os quelantes do ferro, cujos resultados foram positivos a nível neurológico. É possível aumentar os níveis de frataxina através de agentes estimulantes da eritropoiese, contudo sem melhorias clínicas. Actualmente, o efeito da terapia genética com restauração completa dos níveis de frataxina em culturas de células de doentes com ataxia de Friedreich tem sido estudado. Este tipo de terapêutica está a tornar-se a grande esperança para a cura desta doença.
- Cefaleia e perturbações do sono: prevalência nas crianças e adolescentes do concelho da CovilhãPublication . Sousa, Sandra Manuela Castro; Rosado, Maria Luiza ConstanteIntrodução: A cefaleia e as alterações do sono são problemas de saúde frequentes na infância e adolescência. Devido à elevada prevalência da cefaleia e perturbações do sono na infância e adolescência, passando muitas vezes despercebida e devido à precariedade de informação epidemiológica neste âmbito em Portugal, justifica-se a realização desta investigação. Objectivos: Determinar a prevalência de cefaleia e perturbações de sono em crianças e adolescentes. Metodologia: Apresenta-se como uma investigação transversal, de cariz descritivo e com componente analítica dos dados. Para a recolha dos dados, um questionário anónimo foi entregue, nas escolas, aos estudantes para ser respondido pelos pais ou responsáveis. O questionário é constituído por três partes: 1) dados sócio-demográficos, 2) questões sobre cefaleia e 3) PSQ adaptado. Os resultados foram analisados no software estatístico SPSS ® - versão 17 para o Windows ® e consideraram-se significativos para um p < 0,05. Recorreu-se ao teste de independência do Qui-quadrado para analisar as relações entre as variáveis. Resultados: Do total de respostas recebidas (n=807), 77,4% (n=625) relataram queixa de cefaleia durante o último ano, e a sua prevalência aumenta com a idade (25% com 3-5 anos, 87,2% com ≥ 15 anos) (p < 0,05 ). Houve diferenças significativas entre o sexo masculino e feminino (p < 0,05). A prevalência global de cada parassónia foi a seguinte: sonambulismo, 9,8%; terrores nocturnos, 19,2%; somniloquia, 65,8%; enurese, 4,1%; bruxismo, 18,5% e pesadelos, 19,0%. Com excepção do sonambulismo, a prevalência das outras parassónias foi significativamente correlacionada com a idade, diminuido com a idade (p < 0,05). Os pais de 15,6% das crianças e adolescentes relataram insónia, enquanto 5,7% descreveram SDE. O percentual de crianças e adolescentes com irregularidade do horário de deitar ou acordar foi de 15,0%. A insónia foi significativamente correlacionada com a idade, pesadelos e terrores nocturnos (p < 0,05). A cefaleia foi significativamente associada à insónia, SDE e somniloquia (p < 0,05). Conclusões: Com esta investigação pode concluir-se que a cefaleia e as perturbações do sono, em crianças e adolescentes, são realmente comuns. Dessa forma, a avaliação clínica de uma criança com cefaleia deve incluir uma análise cuidadosa dos hábitos e padrões do sono, o que permitirá intervenções que certamente vão favorecer o tratamento, tanto da cefaleia quanto das eventuais perturbações do sono.
- Papel dos anti-psicóticos típicos vs atípicos na sintomatologia negativa da esquizofreniaPublication . Cardoso, Maria da Graça Pereira; Leitão, Carlos Manuel de Moura MartinsIntrodução: A Esquizofrenia é uma doença mental grave, que, normalmente atinge as pessoas na adolescência ou no início da idade adulta, deixando a maioria delas, incapaz de retomar a sua vida normal. Esta é caracterizada, fundamentalmente, pela presença de sintomas positivos e sintomas negativos. O psicoticismo é caracterizado por sintomas que normalmente não estão presentes como alucinações e delírios. Por outro lado, os sintomas negativos correspondem a ausência de comportamentos normalmente presentes, como embotamento do afecto, apatia, diminuição da capacidade de concentração, pobreza do discurso e do pensamento, incoerência e exclusão social. Os sintomas negativos contribuem significativamente para a morbilidade a longo prazo bem como para o funcionamento deficitário que estes doentes apresentam. O tratamento padrão para esta doença é a administração de anti-psicóticos de 1ª ou 2ª geração, divergindo estes no facto dos últimos apresentarem fraco potencial de induzirem SEP bem como de serem superiores no tratamento dos sintomas negativos. No entanto, a eficácia destes últimos sobre os sintomas negativos bem como a sua superioridade relativamente aos de 1ª geração é ainda muito controversa. Objectivos: Com este trabalho pretende-se determinar e comparar a prevalência de sintomas negativos e quais os mais prevalentes em doentes com Esquizofrenia tratados com anti-psicóticos de 1ª e 2ª geração, em toma regular, há pelo menos 6 meses. Métodos: Tratou-se de um estudo de coorte retrospectivo, com uma amostra de conveniência de 50 doentes com o diagnóstico de Esquizofrenia, seguidos nas consultas do DPSM-CHCB. Aplicou-se a dimensão negativa da escala PANSS, bem como um questionário para a obtenção de dados relativos a variáveis sócio-demográficas e clínicas. Resultados: A amostra é composta maioritariamente por indivíduos do sexo masculino, solteiros, reformados ou desempregados, com baixo nível de escolaridade. A maioria apresenta o subtipo de Esquizofrenia Paranóide e registo de múltiplos internamentos. Todos eles encontravam-se, à data da entrevista, em tratamento com anti-psicóticos, regularmente, há mais de 6 meses. Verificou-se, em média, um score da PANSS mais alto para os indivíduos em tratamento regular apenas com anti-psicóticos convencionais ou mistos, relativamente aos indivíduos em tratamento apenas com anti-psicóticos de 2ª geração. Verificou-se ainda que os anti-psicóticos atípicos obtiveram melhor score em todos os domínios da PANSS. Conclusão: Há diferenças em relação aos dois grupos de anti-psicóticos, tanto no geral como ao nível de todos os itens do domínio negativo da PANSS, apesar de todas as limitações. Conclui-se ainda que a tratamento dos sintomas negativos depende não só do tratamento farmacológico como também de todo o apoio tanto a nível familiar como psicossocial, entre outros.
- Níveis de glicémia capilar e prognóstico do doente com AVCPublication . Silva, Marco António da Costa e; Álvarez Pérez, Francisco JoséIntrodução: Os Acidentes Vasculares Cerebrais são um grave problema de saúde pública em Portugal e em todo o mundo. Níveis elevados de glicose no sangue são comuns na fase inicial do AVC. A prevalência de hiperglicémia, definida como o nível de glicose no sangue >6,0mmol/L (108mg/dl), foi observada em mais de 50% dos pacientes, independentemente do subtipo de acidente vascular cerebral. Este trabalho pretende estudar a relação entre os níveis de glicemia na admissão e o prognóstico à alta dos doentes com o diagnóstico de AVC. Secundariamente, pretende estudar a relação entre o prognóstico destes doentes com outras variáveis. Métodos: Realizou-se um estudo retrospectivo dos pacientes internados na U-AVC do CHCB com o diagnóstico de AVC. Os dados colhidos são referentes aos pacientes internados no período compreendido entre 1 de Junho de 2009 e 30 de Maio de 2010. Para a recolha de dados (níveis de glicémia capilar, HbA1c, PCR, fibrinogénio e D-dímeros medidos na admissão, pontuação da escala de NIHSS admissão, bem como pontuação na ER e IB à alta), procedeu-se à consulta dos processos clínicos. Resultados: Estudaram-se 297 pacientes sendo que 31,3% eram diabéticos e 73,7% apresentavam valores de glicémia superiores aos considerados normais. Em relação aos pacientes com Hiperglicémia na admissão, 19 faleceram e 114 foram classificados como dependentes enquanto que dos pacientes sem Hiperglicémia na admissão, 2 faleceram e 34 foram classificados como dependentes. As relações entre Hiperglicémia na admissão com a mortalidade e com o prognóstico não foram estatisticamente significativas (p=0,71 e p=0,199, respectivamente). Conclusão: Os resultados deste trabalho sugerem que tanto a hiperglicémia na admissão como a própria Diabetes sejam achados frequentes na população vítima de AVC. Os pacientes com Hiperglicémia na admissão apresentaram uma maior mortalidade e um pior prognóstico (maior número de pacientes classificados como dependentes).
- Prova de esforço na dor torácica e seus diagnósticosPublication . SIlveira, Ana Carolina da Rosa; Gusmão, José Alberto ReinoA dor torácica representa um dos desafios mais comuns para os médicos. A incapacidade de reconhecer certos distúrbios pode resultar em complicações graves. Por outro lado, o tratamento excessivo de pacientes de baixo risco pode originar internamentos, exames, procedimentos e ansiedade desnecessários. A avaliação de um paciente com dor torácica deve preocupar-se em definir o diagnóstico e avaliar a segurança da instituição de um plano terapêutico. A prova de esforço pode ser ponderada em pacientes de baixo risco, bem como a alguns pacientes de risco intermediário. Neste trabalho pretendeu-se analisar a aplicabilidade prática da realização da Prova de Esforço na Dor Torácica, distribuindo por sexo e grupos etários a presença de Doença Coronária e tratamentos efectuados a pacientes que realizaram Prova de Esforço com queixas de Dor Torácica no decorrer do ano de 2009. Este é um estudo observacional retrospectivo de carácter documental. Foram seleccionados 154 pacientes que realizaram prova de esforço em 2009 por indicação de Dor Torácica. Os dados obtidos foram tratados com os programas SPSS Statistics 18.0 (Statistical Package for the Social Sciences) e Microsoft Office Excel 2007. A distribuição etária da amostra variou desde os 20-30 anos aos 81-85 anos de idade, sendo 50,65% do sexo feminino. De 154 pacientes em análise: 110 (71,43%) obtiveram resultado Negativo, 21 (13,64%) resultado Positivo e os restantes 23 (14,94%) resultado Inconclusivo. Dos 44 pacientes com resultado Positivo ou Inconclusivo, 19 realizaram Ecocardiograma (43,1%), 10 a Cintigrafia de Perfusão Miocárdica (22,7%), 5 a TC-Cardíaca (11,3%) e 11 o Cateterismo Cardíaco (25,0%) como exames complementares de diagnóstico. Dos pacientes em estudo, 13 doentes após resultado Positivo ou Inconclusivo na Prova de Esforço, não realizaram nenhum exame complementar de diagnóstico. Houve confirmação de Doença Coronária em 10 pacientes. A confirmação de ausência de Doença Coronária por exames complementares de diagnóstico foi igual no Sexo Masculino e Feminino, havendo 6 pessoas de cada sexo que se mostraram assim Falsos Positivos na Prova de Esforço. Dos 10 doentes com Doença Coronária confirmada, 4 realizaram Terapêutica Médica e outros 4 Terapêutica Médica e Angioplastia Coronária Transluminal Percutânea. Os restantes 2 doentes não apresentavam nenhum registo de terapêutica. Com o presente estudo, pretendia-se confirmar um padrão preditivo, ou de probabilidade, da Prova de Esforço ser positiva em um paciente aleatório do Centro Hospitalar Cova da Beira, tendo como referência o sexo e o escalão etário. Os resultados não foram conclusivos por insuficiência de dados.
- O consumo de substâncias psicoactivas, a saúde e a saúde mental numa amostra de reclusosPublication . Marinho, Ana Mónica; Vitória, Paulo dos Santos DuarteEste trabalho teve como principal objectivo o estudo da inter-relação entre o consumo de substâncias psicoactivas e a saúde / saúde mental numa amostra de reclusos de dois Estabelecimentos Prisionais do sistema prisional português. Realizou-se um estudo descritivo transversal com aplicação de um questionário constituído por 4 secções: a) dados sócio-demográficos; b) avaliação da saúde através do EQ e da saúde mental através do CORE-OM; c) avaliação do consumo / dependência de substâncias psicoactivas (tabaco, álcool, drogas ilegais) e d) grau de informação / consciência relativamente às consequências do consumo destas substâncias. A amostra incluiu 60 reclusos do sexo masculino e maiores de 18 anos (média de idade = 38,45, desvio padrão = 10,99). Os resultados indicaram que a maioria dos participantes consumia substâncias psicoactivas. O tabaco foi a substância mais consumida (78,33%), seguido pelo álcool (68,97%) e pelas drogas ilegais (65,00%). A auto-avaliação da saúde através do EQ-VAS foi razoável (valor absoluto = 78,37 numa escala de 0 a 100) e a grande maioria dos participantes auto-avaliou-se sem problemas nas cinco dimensões do EQ-5d. Na saúde mental, avaliada pelo CORE-OM, a maioria (68,30%) dos participantes manifesta um grau de afectação de ligeiro (inclusive) a moderado. Os resultados de nível bom apenas se verificaram em 13,33% dos participantes. A auto-avaliação de saúde, pelo EQ-VAS, foi superior nos consumidores de álcool (81) com risco de alcoolismo (90) e/ou com provável dependência e problemas associadas ao consumo de álcool (86) bem como, naqueles com dependência média da nicotina (81). A auto-avaliação da saúde mental pelo CORE-OM foi considerada boa, principalmente, nos indivíduos com alta dependência da nicotina (28,60%) e naqueles sem risco de alcoolismo (22,70%). O pior grau de afectação de saúde mental registou-se maioritariamente nos reclusos com maior dependência de álcool (44,40%) e nos consumidores de drogas ilegais (20,50%). Os resultados do CORE-OM na população geral foram melhores do que os observados na amostra deste estudo, mas esta diferença não foi estatisticamente significativa. Este estudo aponta para a necessidade de melhor compreensão das causas e das consequências das altas prevalências do consumo de substâncias psicoactivas nos reclusos, assim como da eventualmente falsa percepção de uma melhor saúde nos consumidores de substâncias psicoactivas. Espera-se que os resultados apresentados encorajem intervenções de saúde pública, na medida em que a pena de prisão pode ser uma oportunidade privilegiada para um tratamento adequado de diversos problemas de saúde, incluindo o abuso e dependência de substâncias.
- Renovação da prescrição de antihipertensores sem consulta médica: influência no controlo da hipertensão arterialPublication . Couto, Ana Filipa Faria; Macedo, Ana Filipa Pereira Amaral deIntrodução: As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morte prematura a nível Nacional e Europeu, destacando-se a hipertensão arterial (HTA) como um dos mais importantes factores de risco modificáveis. Apesar da evolução substancial no conhecimento, tratamento e controlo da HTA, constata-se uma elevada prevalência de HTA não controlada. A renovação da prescrição médica constitui um dos principais motivos de consulta em cuidados de saúde primários. No entanto, uma parte substancial é feita sem contacto médico-doente e as repercussões desta prática no controlo da HTA permanecem por estudar. Objectivo: Avaliar o efeito da renovação da prescrição sem consulta médica (RPSCM) de antihipertensores (aHT) no controlo da HTA e validar a hipótese de que a RPSCM está associada a um menor controlo da HTA. Métodos: Realizou-se um estudo observacional transversal, no Centro de Saúde e numa Farmácia da Covilhã. Numa amostra de 213 doentes com diagnóstico de HTA e terapêutica antihipertensora há mais de um ano, foi comparado o controlo da HTA no grupo que renovou a prescrição de aHT com consulta médica e no grupo que renovou a prescrição de aHT sem consulta médica (tendo a última consulta ocorrido há mais de 6 meses). Resultados: No grupo RPSCM mais de 75% dos doentes apresentaram HTA não controlada. A RPSCM de aHT aumenta significativamente o risco de HTA não controlada (OR=3.89, IC 95% 1.73-8.74), após ajustamento para as variáveis idade e número de medicamentos. Conclusão: A RPSCM de aHT está associada a um menor controlo da HTA. É necessário desenvolver um procedimento regulamentado de RPSCM em Portugal, que permita maior controlo clínico do número e intervalos de prescrições repetidas. A cooperação médico-farmacêutico pode revelar-se útil na monitorização dos resultados terapêuticos da RPSCM.
- Acidente vascular cerebral isquémico: complicações infecciosas segundo o volume e a localização de enfartePublication . Soares, Marta Isabel da Fonseca Gravito; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro de; Alvarez Pérez, Francisco JoséIntrodução. Em Portugal, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a primeira causa de mortalidade e a segunda de morbilidade. As complicações infecciosas são comuns e afectam negativamente o prognóstico dos doentes. Já foram identificados vários factores de risco associados àquelas, mas a relação com o volume e a localização de enfarte ainda são alvo de controvérsia. Assim, este estudo pretende avaliar estes últimos como predictores independentes do risco de desenvolver infecção. Material e Métodos. Estudo analítico caso-controlo retrospectivo de 358 doentes internados numa unidade especializada, por AVC isquémico. Determinaram-se os factores de risco associados ao desenvolvimento de infecção pós-AVC, particularmente Pneumonia, Infecção do Tracto Urinário (ITU) e Sépsis. O volume de enfarte foi determinado a partir das áreas de cada corte da Tomografia axial computorizada das 24-48h após a admissão e, a localização segundo o OxfordShire Community Stroke Project. A análise estatística baseou-se na determinação dos Odds Ratio (OR) pelas análises univariável e multivariável e, da Curva ROC; para um valor de p de 0,05. Resultados. Noventa e seis doentes desenvolveram infecções (26,8%), das quais aproximadamente metade foram do tracto urinário. Os volumes de enfarte grande e pequeno foram positiva e negativamente associados a quaisquer infecções, respectivamente. Os enfartes da circulação anterior parcial e/ou posterior foram associados à infecção e ITU, os da circulação anterior total à infecção e pneumonia e, os enfartes não lacunares a qualquer tipo de infecção. Após a análise multivariável, apenas os enfartes não pequenos foram associados à infecção (OR 4,5; valor de p <0,001) e os não lacunares à ITU (OR 12,5; valor de p <0,001). Não foi possível demonstrar uma associação entre a Sépsis e os factores volume ou localização de enfarte. Conclusão. Ambos os factores, volume e localização de enfarte, foram estatisticamente associados ao desenvolvimento de infecção, sendo o primeiro, o principal predictor de infecção e o segundo, o principal predictor de ITU.
- Correlação entre os níveis elevados de hemoglobina glicada e a presença de leucoencefalopatia na tomografia computorizadaPublication . Rodrigues, Raquel Moreira; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro de; Alvarez Pérez, Francisco JoséIntrodução: O termo leucoencefalopatia refere-se à desmielinização da substância branca cerebral, manifestando-se por lesões hipodensas na tomografia computorizada, conhecidas como leucoariose. É um achado frequente na neuroimagem de indivíduos idosos e parece estar fortemente associada a vários factores de risco vasculares. Na diabetes mellitus, em doentes com mau controlo, que apresentam um risco superior de doença vascular encontram-se muitas vezes níveis elevados de hemoglobina glicada. Este trabalho tem como objectivos averiguar a existência de correlação entre a leucoencefalopatia na tomogtafia computorizada com o nível de hemoglobina glicada e outros factores de risco vasculares, em doentes com acidente vascular cerebral isquémico ou acidente isquémico transitório, internados na Unidade de Acidentes Vasculares Cerebrais do Centro Hospitalar Cova da Beira EPE. Métodos: Foi realizado um estudo de carácter retrospectivo no qual se incluíram os doentes internados na Unidade de Acidentes Vasculares Cerebrais durante 6 meses consecutivos. Os dados foram recolhidos através do suporte informático e dos processos clínicos. Para a classificação do grau de severidade da leucoariose na tomografia computorizada utilizou-se uma escala semi-quantitativa de 0 a 4. Procurou-se uma correlação entre a presença/grau de leucoariose e a hemoglobina glicada e outros factores de risco vasculares, tendo sido calculados os valores de odds ratio das variáveis significativas. Resultados: Foram incluídos 135 indivíduos no estudo, tendo a prevalência de leucoariose sido de 56,30%. Não foi encontrada nenhuma correlação entre a leucoencefalopatia na tomografia computorizada e a hemoglobina glicada. No entanto, verificaram-se associações da leucoariose com a idade (p<0,001), hábitos tabágicos (p=0,020), glicose em jejum (p=0,032) e índices de pulsatibilidade (p<0,001) e resistência (p<0,001) das artérias cerebrais médias. Com análise multivariada, apenas a idade revelou uma relação independente e significativa com a presença e o grau de leucoariose (OR=1,148 IC 95% [1,019-1,293]) e OR=1,103 IC 95% [1,008-1,207], respectivamente). Conclusão: A idade avançada é o predictor mais forte da leucoencefalopatia na tomografia computorizada. Não se conseguiu explicar com clareza a variabilidade da severidade das lesões hipodensas através da análise multivariada, o que sugere a existência de outros factores de risco ainda não identificados. O reconhecimento destes factores de risco seria importante, uma vez que o seu controlo poderia reduzir a taxa de progressão da leucoariose.
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