Browsing by Issue Date, starting with "2013-05"
Now showing 1 - 10 of 65
Results Per Page
Sort Options
- Avaliação da qualidade de vida em crianças e adolescentes com asmaPublication . Guedes, Marta Lopes; Almeida, Anabela Antunes de; Rodrigues, Carlos Manuel AlvesA Asma, definida no GINA (Global Initiative for Asthma) como doença inflamatória crónica das vias aéreas, tem vindo a registar um aumento da sua prevalência principalmente em crianças e adolescentes. Esta doença tem um enorme impacto na qualidade de vida das crianças/adolescentes afetadas, acarretando várias restrições a nível físico, emocional e social. O tratamento do doente crónico tem como objetivos primordiais prevenir a mortalidade, reduzir a morbilidade e promover o bem-estar do doente. Sendo a asma uma patologia crónica, é pertinente o estudo da qualidade de vida nestes doentes, principalmente como instrumento de avaliação da eficácia das intervenções realizadas em saúde. O objetivo central deste estudo é avaliar o impacto da asma na qualidade de vida relacionada com a saúde (QVRS) das crianças/adolescentes com esta patologia. Apresenta-se como uma investigação observacional, correlacional e transversal. Baseia-se na aplicação de um questionário dividido em três partes: 1) Dados sociodemográficos, clínicos e de caraterização da doença em crianças e adolescentes; 2) Questionário da Qualidade de Vida Pediátrica Versão 4.0 - PedsQL™ 4.0 e 3) Questionário da Qualidade de Vida Pediátrica na Asma – PAQLQ. Os dados obtidos foram tratados no Microsoft Office Excel 2007 e analisados no software Statistical Package for Social Sciences® (SPSS). Foram usados testes não paramétricos para a realização dos testes de hipóteses, considerando-se significativos para um p-value <0,05. No total, 74 crianças/adolescentes do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) e Centro Hospitalar entre Douro e Vouga (CHEDV) com idade compreendida entre os 8 e os 17 anos de idade responderam ao questionário, sendo 59,5% do sexo masculino. A dimensão do PedsQL™ 4.0 que registou resultados menos satisfatórios foi a “Dimensão de Funcionamento Escolar”, enquanto que no PAQLQ foi a dimensão “Sintomas”, o que implicou piores resultados na Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde (QVRS). As pontuações obtidos pelo PedsQL™ 4.0, instrumento de avaliação geral, são influenciadas pelas pontuações do PAQLQ, sendo ainda possível afirmar que o primeiro ignora alguns aspetos importantes da QVRS, tendo o instrumento específico para a asma (PAQLQ) maior especificidade e sensibilidade para a sua avaliação. Observa-se que as variáveis sexo e prática de desporto extracurricular influenciam os níveis de QVRS. O desempenho escolar também é afetado pelos níveis de QVRS das crianças/adolescentes. Reconhece-se que este trabalho oferece uma visão fracionada do enorme leque de intervenientes que poderão afetar a QVRS das crianças/adolescentes asmáticas, no entanto, contribui para alertar sobre alguns componentes que influenciam o controlo da doença e consequentemente a qualidade de vida destes doentes. Recomenda-se deste modo que esta avaliação seja feita periodicamente por uma equipa multidisciplinar, para que o tratamento das crianças/adolescentes possa ser feito de uma forma mais eficaz.
- A automedicação e a prática profissional do(a) farmacêutico(a)Publication . Abrantes, Andreia Sofia Gomes; Augusto, Amélia Maria CavacaO presente documento está dividido em duas partes, sendo que a primeira é referente ao estágio curricular realizado em Farmácia Comunitária, na Farmácia São Cosme, e no qual se dá conta dos conhecimentos técnico-científicos aí adquiridos. A segunda parte é referente à investigação realizada no âmbito da elaboração da tese de mestrado em Ciências Farmacêuticas, da Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior. O estágio curricular em farmácia comunitária tem como principal objetivo a integração da aprendizagem teórica na prática profissional. Como tal, este relatório descreve o trabalho realizado em farmácia comunitária pelo farmacêutico e a importância do mesmo para a comunidade. Para além de se dar conta das atividades relacionadas com a gestão, organização da farmácia e com o medicamento, (aprovisionamento, armazenamento, preparação e dispensa do mesmo), pretende-se, ainda, demonstrar a importância do farmacêutico enquanto prestador de cuidados de saúde, no ato da dispensa do medicamento, promovendo o uso racional dos medicamentos, a adesão à terapêutica e à farmacovigilância. A segunda parte refere-se à investigação realizada, com o objetivo de perceber como é percecionado o fenómeno de automedicação por parte dos farmacêuticos, com o intuito de perceber a forma como os farmacêuticos pensam o fenómeno de automedicação, qual a sua perceção ao nível das práticas de automedicação, e ainda em que medida reconhecem o potencial de estratégia profissional que alguns autores concedem ao fenómeno. De um modo geral os farmacêuticos não encaram a automedicação como um ato onde eles próprios se incluem, nem revelaram ter pensado nesse fenómeno enquanto estratégia de reivindicação profissional.
- Esclerose lateral amiotrófica: revisão bibliográfica da patofisiologiaPublication . Godinho, Vanda Cristina Ng; Alvarez Pérez, Francisco JoséA Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença do neurónio motor fatal e progressiva, cuja patogenia é ainda desconhecida. O processo patológico decorre de uma degenerescência dos neurónios motores periféricos no tronco encefálico e medula espinhal, que leva a desnervação e consequente atrofia nas fibras musculares correspondentes. Nas regiões onde ocorre adelgaçamento das fibras nervosas há deposição de pigmentos lipídicos e outras substâncias conjuntamente com proliferação de astroglia e microglia. No início do processo patológico, alguns grupos musculares vão sendo afetados, levando a uma fraqueza muscular assimétrica pouco específica. Com o avançar da doença, vai sendo maior o número de músculos envolvidos, acabando por comprometer a musculatura respiratória e levando à morte. O fenómeno que leva à destruição neuronal ainda não foi esclarecido, o que faz com que esta patologia de rápida progressão seja ainda um grande problema no seio da Neurologia. Devido à ausência de uma etiologia específica, fatores de risco exógeno estão a ser cada vez mais explorados como agente causal da doença. A descoberta contínua de mutações em genes de pacientes com ELA faz com que os fatores genéticos adquiram uma maior importância na etiopatogénese da doença, principalmente porque parecem estar diretamente relacionados com os diversos processos que levam à destruição dos neurónios motores. Os mecanismos que levam à destruição são diversos, entre eles o mecanismo de stress oxidativo, excitotoxicidade pelo glutamato, agregação proteica, alteração da função dos astrócitos, alterações neurovasculares, processos inflamatórios e disfunção dos neurofilamentos e microtúbulos. Nenhum destes processos funciona de modo isolado e diversos estudos apontam para um mecanismo em constante interação que culmina no dano e morte neuronais. O conhecimento escasso da fisiopatologia desta doença leva à dificuldade na elaboração de estratégias terapêuticas eficazes para abrandar o curso da doença. No momento apenas o Riluzole mostra resultados, embora com um aumento da sobrevida dos pacientes em apenas alguns meses. Com o decorrer dos estudos, mais aspetos da ELA têm vindo a ser desvendados, abrindo assim novas possibilidades e hipóteses para estudos mais aprofundados.
- Análise retrospetiva do carcinoma basocelular no Serviço de Dermatologia do Hospital Sousa Martins, Guarda, no período de 2010-2011Publication . Oliveira, Patrícia Isabel Neto; Cabral, Maria de Fátima Domingues AzeredoINTRODUÇÃO: O carcinoma basocelular é o tumor cutâneo maligno mais comum, no entanto, apesar da sua elevada prevalência, fenómenos metastáticos são extremamente raros. São tumores localmente destrutivos, de crescimento lento e com uma notável variedade de aspetos clínicos. A elevada incidência deste tumor deve-se, maioritariamente, a hábitos de exposição solar prolongados, sendo as localizações mais afetadas as relacionadas com as áreas mais expostas à radiação ultra-violeta. OBJETIVOS E MÉTODOS: O principal objetivo deste trabalho consiste em fazer um estudo aprofundado do carcinoma basocelular no Serviço de Dermatologia do Hospital Sousa Martins, Guarda, no período de 2010-2011. A sua realização pretende descrever a população em estudo e dar a conhecer a realidade da área de intervenção do referido hospital. Para tal, são várias as características analisadas, nomeadamente, distribuição por sexo e idade, localização anatómica da lesão, fatores de risco associados, forma de apresentação clínica ao diagnóstico, características clínicas, acuidade diagnóstica e tratamentos efetuados. Todos os casos incluídos foram confirmados por diagnóstico histopatológico. Foi realizada uma análise documental retrospetiva por revisão dos processos clínicos dos doentes com o diagnóstico de carcinoma basocelular. Os dados obtidos foram submetidos a uma análise estatística descritiva através do cálculo de medidas como frequências, percentagens e médias. Em acréscimo, procedeu-se a uma revisão bibliográfica sobre a temática em questão. RESULTADOS: Foi obtida uma listagem de 255 indivíduos com a patologia, tendo sido contabilizadas 312 lesões. Foram incluídos, no estudo, 148 mulheres (58%) e 107 homens (42%), com idade média de 77,4 anos (± 11,3 [37-101]). A região da cabeça e pescoço foi a mais afetada, com 273 casos (87,5%), sendo a localização específica predominante a região nasal com 60 casos (19,2%). A dimensão média das lesões foi de 13,59 milímetros (± 8,90 [4-50]) e o período médio de evolução das mesmas foi de 16,19 meses (± 12,17 [2-60]). O subtipo histológico mais frequentemente encontrado foi o nodular, em 164 casos (52,6%). Foi verificado a existência de recidivas em 13 casos. A abordagem terapêutica mais utilizada foi a exérese cirúrgica em ambulatório.
- PCR como preditor de complicações sépticas pós-operatórias em cirurgia oncológica de resseção do colon esquerdo com anastomose primária em pacientes operados por cirurgia aberta, laparoscópica e laparoscópica com extração da peça por orifícios naturais (NOSE)Publication . Pinto, Sara Teixeira; Pereira, Joaquim Costa; Barata, Luís Manuel TabordaIntrodução: A resseção e anastomose do colon esquerdo pode ser realizada por três vias de abordagem (aberta, laparoscópica e laparoscópica com extração da peça por orifícios naturais). O objetivo do estudo é avaliar a diferença dos valores em pós-operatório da PCR de acordo com a via de abordagem, a sua variação com as complicações sépticas e o seu valor preditivo nestas complicações. Métodos: Efetuou-se a analise de uma base de dados prospetiva de doentes submetidos a cirurgia oncológica de resseção do colon esquerdo, com anastomose primária, entre Janeiro de 2010 a Setembro de 2012, avaliando o valor da PCR nas primeiras 48 e 72 horas de pós-operatório e das complicações séticas. A análise estatística foi efetuada com recurso ao programa IBM SPSS Statistics 19® utilizando os testes qui-quadrado, teste t studant, teste exato de Fisher, ANOVA e curva ROC. Resultados: Foram analisados 91 pacientes, 35 (38,5%) foram intervencionados por via aberta, 35 (38,5%) por via laparoscópica e 21 (23%) por via NOSE. Às 48h de pós-operatório, a média dos valores de PCR foi inferior na cirurgia laparoscópica em relação à cirurgia aberta (p=0,013). Não existe diferença significativa no valor de PCR até às 48 horas, quando se comparam os grupos com complicações e sem complicações. No grupo submetido a laparoscopia, verificou-se uma diferença significativa no valor de PCR nas primeiras 72 horas entre os doentes com complicações e os doentes sem complicações (p=0,028). Nos doentes submetidos a cirurgia aberta e NOSE verificou-se apenas uma tendência (p=0,172 e p=0,115 respetivamente). Para as complicações séticas foi estabelecido um valor cut-off da PCR de 149 mg/L na amostragem da totalidade dos doente. O valor de cut-off variou consoante a via de abordagem, sendo 142 mg/L na via aberta, 122,2 mg/L na via laparoscopia e 245,2 mg/L na via NOSE, com valores preditivos negativos variaram entre 81,8% e 100%. Conclusão: Nas 72 horas de pós-operatório a PCR é um bom preditor de complicações séticas nas três vias cirúrgicas em estudo. Perante uma boa evolução clínica, um valor de PCR inferior ao cut-off estabelecido para a via de abordagem tem um VPN elevado, permitindo uma alta hospitalar com um grau considerável de segurança.
- Estudo da qualidade do sono dos estudantes de medicina da Universidade da Beira InteriorPublication . Bicho, Ana Sofia de Sousa; Tjeng, RicardoNos dias que correm, o estilo de vida reserva bastante influência sobre a higiene do sono. São diversos os fatores que contribuem tanto para a sua manutenção como para a sua falha. A alternância do dia-noite (claro-escuro), os horários escolares, os horários de trabalho, os horários de lazer, as atividades familiares, são todos fatores exógenos que sincronizam o ciclo sono-vigília. Os estudantes universitários, uma população com especial interesse, normalmente apresentam um padrão de sono irregular, caracterizado por sonos de curta duração nos dias da semana, dificuldade em adormecer, havendo também atraso do início e final de sono dos dias da semana para os fins-de-semana. Há estudos que relatam que os estudantes que dormem menos durante a semana, apresentam sonolência excessiva e maior probabilidade de adormecer do que a população em geral e que, em decorrência desses fatores, há uma associação com baixo desemprenho académico, com sintomas de ansiedade e depressão e maior uso de tabaco, álcool e cafeína. Assim, esta população encontra-se em risco para uma pobre qualidade de sono. Com a entrada para a universidade, adquirem novos hábitos, são expostos a novos ambientes e são responsáveis pela criação de uma nova rotina de sono. Esta nova rotina pode quebrar a higiene adequada do sono e assim afetar o percurso académico dos estudantes. Objetivo: Caracterizar e avaliar a qualidade do sono dos estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior. Métodos: Realizou-se um estudo descritivo correlacional para o qual foi construído um questionário dividido em 7 partes, que foi enviado para a mailing list dos alunos do 1º, 3º e 6º ano do Curso de Medicina da Universidade da Beira Interior. Resultados: A média de horas de sono dos estudantes de medicina foi de 6 horas e 59 minutos. O horário de sono alterou com a entrada para a universidade. A hora de deitar e levantar sofreram um atraso e o número de horas de sono diminuiu cerca de 42 minutos. Mais de metade dos alunos (54,0%) respondeu ter uma “boa” qualidade subjetiva de sono. O resultado do score global do PSQI foi 5,01. O consumo de café, álcool e tabaco não teve relação com a qualidade de sono. A tensão e a ansiedade estavam relacionadas com uma qualidade de sono pobre. A performance académica foi melhor para a aqueles com ótima qualidade de sono e pior para aqueles com qualidade de sono pobre. Conclusão: Os estudantes de medicina têm qualidade de sono “borderline”, com restrição de sono e irregularidade do ciclo sono-vigília. A qualidade de sono piora com a entrada para a universidade, aumentando a sonolência diurna excessiva, relacionando-se com estados de ansiedade e depressão e refletindo-se na performance académica dos estudantes de Medicina.
- Avaliação dos meios de implementação da Via Verde de Sépsis em hospitais portuguesesPublication . Costa, Ana Raquel PalricasIntrodução: A sépsis representa um grave problema de saúde pública, comparável ao acidente vascular cerebral e ao enfarte agudo do miocárdio, e a sua incidência aumenta 1,5% ao ano. A Direção Geral da Saúde (DGS) considerou ser imperativa a implementação de mecanismos organizacionais que permitam a sua rápida identificação e instituição atempada de terapêutica otimizada, traduzida na circular normativa “Criação e Implementação da Via Verde de Sépsis (VVS)”, de 2010. Objetivos: Analisar a metodologia de implementação da VVS em hospitais portugueses e avaliar o grau de execução do protocolo de VVS nos Serviços de Urgência (SU). Métodos: Estudo descritivo, analítico e de corte transversal. Foram aplicados inquéritos a médicos e enfermeiros que trabalham nos SU do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) e do Hospital Sousa Martins (HSM), avaliando o grau de conhecimento e identificação com as práticas preconizadas na VVS. Foram recolhidos e analisados dados de processos clínicos de doentes admitidos no SU do CHCB, por Sépsis Adquirida na Comunidade (SAC), no período compreendido entre janeiro de 2010 e dezembro de 2011, representando um ano antes e um ano após a implementação da VVS, recolhendo: i) suspeita de sépsis na triagem; ii) pesquisa de hipoperfusão; iii) realização de Exames Complementares de Diagnóstico (ECD), incluindo hemoculturas; iv) administração de fluidos; v) administração de antibioterapia; vi) destino do doente admitido no SU com sépsis; vii) resultado hospitalar antes e depois da VVS implementada. Resultados: Dos hospitais estudados, o CHCB e o HSM, a VVS foi implementada apenas no CHCB em dezembro de 2010. Foram aplicados 153 inquéritos, 75 (49%) no CHCB (43 médicos e 32 enfermeiros) e 78 (50,1%) no HSM (50 médicos e 28 enfermeiros). A maioria dos inquiridos, 114 (74,5%), afirmou conhecer a VVS. No CHCB, 19 em 32 enfermeiros (59,4%) responderam ter recebido formação sobre a VVS. De forma homogénea, os profissionais do CHCB consideraram que a suspeita de sépsis pode ser realizada na triagem de Manchester; no HSM, 76,0% (38 em 50) dos médicos consideraram que sim e 50,0% (14 em 28) dos enfermeiros responderam não. No CHCB e no HSM, médicos e enfermeiros consideraram que é realizada confirmação médica após caso-suspeito de sépsis (100%, 71 em 71, e 98%, 49 em 50, respetivamente). Os indicadores mais utilizados pelos médicos do CHCB para diagnosticar sépsis grave são hipotensão arterial e hiperlactacidémia. A maioria das respostas de ambos os hospitais afirmou que realizam habitualmente hemoculturas entre outros ECD, antibioterapia adequada e fluidoterapia. A maioria dos médicos do CHCB e do HSM afirmou que os doentes com sépsis grave eram transferidos para a UCI (46,5%, 20 em 43, e 38,0%, 19 em 50, respetivamente), já os enfermeiros do CHCB e do HSM responderam que eram transferidos para o Serviço de Observação (SO) ou continuavam no SU à espera dos resultados das análises e com plano terapêutico. No CHCB, mais enfermeiros admitiram já ter ativado a VVS (68,8%, 22 em 32), frequência mensal média de 1 caso por mês. A maioria dos inquiridos admitiu existência suficiente de antibióticos no SU de ambos os hospitais. Relativamente aos dados obtidos através dos processos clínicos, foram admitidos, no serviço de urgência do CHCB, 116 doentes com SAC, 18 (15,8%) no período de janeiro a novembro de 2010 (antes da implementação da VVS), e 98 (84,5%) após a VVS ser implementada, sendo destes ativada a VVS em 76 (77,6%). Observou-se, após implementação da VVS: maior número de avaliações da lactacidémia, e em menos de 1hora; mais doentes foram excluídos corretamente da VVS por não apresentarem hipotensão; aumento do nº de hemoculturas colhidas em <1 hora; redução do tempo médio de realização destas (3h17min para 1h53 min); melhores resultados hospitalares, com redução do número de mortes – de 55,6% (10 em 18) para 13,5% (13 em 96). Em todas as outras variáveis em estudo, não se verificou melhoria dos resultados após implementação da VVS. Conclusões: Verificou-se que apesar da não implementação da VVS no HSM, a maioria dos profissionais de saúde de ambos os hospitais demonstraram apresentar conhecimentos similares acerca do algoritmo da VVS. Verificaram-se falhas organizacionais na transmissão de conhecimentos acerca da identificação precoce de sépsis e instituição de tratamento adequado e atempado, em casos de sépsis grave/choque séptico. Após comparação dos dados dos processos clínicos de 2010 e 2011, verificou-se que a maioria dos parâmetros analisados ficaram aquém das expectativas, podendo assim concluir que se deverão instituir outras medidas organizacionais de forma a melhorar a formação dos profissionais de saúde, aperfeiçoar as suas condutas e os tempos de atuação. Instrumentos para melhoria poderão ser: formações 6 em 6 meses sobre o algoritmo da VVS, simulações periódicas e existência de material de registo específico para a VVS.
- Helicobacter pylori : eficácia da terapêuticaPublication . Coelho, Filipa Maria Meireles da CunhaIntrodução: O Helicobacter pylori adquiriu grande importância durante as últimas décadas, ao ser reconhecido como um importante patogénio que infeta uma grande parte da população humana. Esta bactéria, localizada na mucosa gástrica, apresenta uma relação causal com algumas patologias, tais como: carcinoma gástrico, úlcera péptica, entre outras. A sua erradicação representa um grande desafio para os clínicos. O aumento gradual da falha do tratamento obriga a utilizar novos esquemas terapêuticos e a procurar novas soluções. As taxas de eficácia de erradicação do Helicobacter pylori têm vindo a diminuir, pois a resistência aos antibióticos, nomeadamente à claritromicina, está a aumentar, tornando-se assim no principal fator para a falência do tratamento. A presente dissertação pretende efetuar uma revisão sistemática com base em publicações científicas relacionadas com a eficácia da terapêutica de erradicação do Helicobacter pylori. Métodos: Foram pesquisadas publicações indexadas nas bases de dados Pubmed, Elsevier, Wiley e B-On, na biblioteca eletrónica da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior. Utilizaram-se os seguintes termos no título: efficacy, therapeutic ou therapy, helicobacter pylori, durante o período compreendido entre 01/01/2012 e 26/03/2013. Foram selecionados dez publicações para análise. Resultados: Dos dez estudos selecionados foram encontrados esquemas de primeira, segunda e terceira linha, onde os regimes utlizados foram terapia tripla, quádrupla sequencial, sequencial modificada e concomitante, variando a duração de tratamento entre os 5, 7, 10 e 14 dias. Na primeira linha de tratamento o esquema que apresentou mais eficácia com 96,5% utilizou uma terapia quádrupla concomitante, na segunda linda 93,6% com uma terapia tripla e por fim, na terceira linha 89,5% também com uma terapia tripla. Devido à heterogeneidade dos esquemas apresentados nas publicações não foi possível nenhuma análise estatística. Alguns estudos documentaram a resistência aos antibióticos, que variou entre os 23,4% a 78,7% ao metronidazole e entre 0% a 91,7% à claritromicina. Os efeitos adversos major variaram de 0,5% a 4,6% enquanto os minor variaram de 21,8% até 80%. Conclusão: Na primeira linha de tratamento, a terapia tripla de sete dias deve ser repensada e as terapias sequencial e concomitante são eficazes. Em relação à terapêutica de segunda linha, deve-se utilizar uma quinolona e terapia concomitante, se esta não foi utilizada na primeira linha, ou então uma terapia tripla de 14 dias. A terapia de terceira linha não necessita obrigatoriamente de ser orientada pelo teste de sensibilidade antibiótica para erradicar a bactéria. Diversos fatores influenciam a eficácia do tratamento, nomeadamente a resistência aos agentes antimicrobianos e a adesão do paciente à terapêutica.
- Effect of vegetation on the performance of horizontal subsurface flow constructed wetlands with lightweight expanded clay aggregatesPublication . Mesquita, Maria da Conceição; Albuquerque, Antonio; Amaral, Leonor; Nogueira, ReginaThis research evaluates the effect of both organic and ammonia loading rates and the presence of plants on the removal of chemical oxygen demand and ammonia nitrogen in horizontal subsurface flow constructed wetlands, 2 years after the start-up. Two sets of experiments were carried out in two mesocosms at different organic and ammonia loading rates (the loads were doubled); one without plants (control bed), the other colonized with Phragmites australis. Regardless of the organic loading rate, the organic mass removal rate was improved in the presence of plants (93.4 % higher for the lower loading rate, and 56 % higher for the higher loading rate). Similar results were observed for the ammonia mass removal rate (117 % higher for the lower loading rate, and 61.3 % higher for the higher loading rate). A significant linear relationship was observed between the organic loading rate and the respective removal rates in both beds for loads between 10 and 13 g m(-2) day(-1). The presence of plants markedly increase removal of organic matter and ammonia, as a result of the role of roots and rhizomes in providing oxygen for aerobic removal pathways, a higher surface area for the adhesion and development of biofilm and nitrogen uptake by roots.
- Prevenção da osteoporosePublication . Tavares, Bruna Filipa Gonçalves; Inês, Luís Pedro Bolotinha de Sousa; Pessoa, Cláudia Cristiana de Carvalho VazIntrodução: A prevenção das fraturas osteoporóticas passa pela identificação dos indivíduos com fatores de risco clínicos para fratura, realização criteriosa da absorciometria de raio X de dupla energia (DEXA), tratamento anti-osteoporótico e follow-up dos doentes. Criada em 2008, validada para Portugal em 2012, a ferramenta FRAX® (WHO Fracture Risk Assessment Tool) calcula o risco de fratura da anca e de fratura major a 10 anos, ao integrar múltiplos fatores de risco. A National Osteoporosis Foundation (NOF) determinou dois limiares de alto risco, ≥3% e ≥20% respetivamente, que indicam a conduta para o tratamento farmacológico da osteopororse (OP), nos EUA. A adequação desses limiares tem sido objetivo de estudo por outros autores, mas não existem estudos na população portuguesa. O objetivo principal deste estudo foi determinar qual o limiar de risco, calculado através do FRAX®, que permite identificar com elevada sensibilidade os indivíduos com alto risco de fratura da anca, em Portugal. Métodos: De agosto a novembro de 2012, foi realizado um questionário e colheita de dados do processo clínico, de pacientes com pelo menos 50 anos, com fratura não traumática da extremidade proximal do fémur, internados no Serviço de Ortopedia do Hospital Pêro da Covilhã, do Hospital Sousa Martins e do Hospital Amato Lusitano. O risco de fratura da anca e o de fratura major foi calculado para cada paciente, através do FRAX® clínico (sem densidade mineral óssea - DMO) aferido para a população Portuguesa. Analisámos os limiares de risco FRAX® correspondentes a uma sensibilidade de 95% e 80% para a fratura incidente da anca. Resultados: Foram incluídos 138 doentes com fratura não traumática da anca. A média de idade foi 83,5±7,4 anos (81,2% mulheres). Os fatores de risco mais prevalentes foram: sexo feminino, idade superior a 65 anos, antecedentes pessoais e familiares de fratura de fragilidade e as causas de OP secundária. 91,2% dos doentes nunca tinham realizado uma DEXA e 89,8% não tinham realizado previamente medicação para a prevenção de fraturas. Os limiares de risco de FRAX® clínico de fratura da anca com sensibilidade de 80% e 95% para a fratura incidente da anca foram ≥5,5% e ≥3%, respetivamente. Conclusões: Identificámos os limiares adequados de alto risco para fratura osteoporótica da anca do instrumento FRAX® clínico numa população Portuguesa. Estes têm uma importante aplicação na prática clínica, pois permitem a melhor identificação dos indivíduos em risco, para seleção criteriosa dos que devem realizar ou não DEXA e tratamento farmacológico.