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- Avaliação da motivação para deixar de fumar e da dependência nicotínica num programa de cessação tabágicaPublication . Batista, Mariana Sousa; Ravara, Sofia BeloIntrodução: A cessação tabágica é a medida mais eficaz a curto prazo para reduzir a mortalidade associada ao tabagismo. A dinâmica entre a motivação para deixar de fumar e a dependência nicotínica determina a resolução do conflito do fumador. É importante conhecer e caraterizar estas duas variáveis nos fumadores que recorrem a um programa de cessação tabágica para melhor planear os programas de tratamento e as políticas de controlo de tabagismo em Portugal. Objetivos: Avaliar e caraterizar a dependência nicotínica e a motivação para deixar de fumar dos fumadores que recorreram à consulta de cessação tabágica do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) durante os anos de 2010-2012, bem como a relação entre essas duas variáveis e os fatores que lhe estão associados; correlacionar o nível de monóxido de carbono (CO) com o resultado obtido no Teste de Fagerström e no High Smoking Index (Teste de HSI). Metodologia: Estudo observacional descritivo transversal. Análise dos protocolos clínicos da consulta de cessação tabágica do CHCB respeitantes aos anos 2010-2012. Os questionários clínicos correspondem a um protocolo standard desenvolvido pelo Grupo de Trabalho de Tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e são aplicados sistematicamente na primeira consulta. Realizou-se a análise descritiva univariável e bivariável, tendo sido utilizados os testes estatísticos de Chi Quadrado e McNemar para variáveis categóricas; Mann-Whitney e t de student para variáveis contínuas; realizou-se a regressão logística binária para a análise multivariável. Resultados: Participaram 300 fumadores, dos quais 31,3% são do sexo feminino, com uma idade média de 47,7 ±11,97 anos, (14?75). Verificou-se que a maioria dos fumadores apresenta dependência nicotínica moderada e motivação moderada para deixar de fumar. Não se observou correlação entre o índice de dependência nicotínica e a motivação para deixar de fumar. Maiores índices de dependência nicotínica foram observados para o sexo masculino, idade =55 anos, menor nível de escolaridade, status social mais baixo, maior duração de comportamento tabágico e consumo prévio ou atual de outras substâncias aditivas. Maiores índices de motivação para deixar de fumar foram observados para o sexo masculino, idade =50 anos, menor nível de escolaridade, status social mais baixo e maior duração de comportamento tabágico. Apesar de a análise bivariável ter revelado as relações previamente descritas, a investigação dos fatores preditores de dependência nicotínica e motivação para deixar de fumar através da análise de regressão logística multivariável, demonstrou que apenas a idade e o nível educacional foram significativamente associados à dependência nicotínica. Relativamente à motivação para deixar de fumar apenas o fator idade esteve significativamente relacionado com esta variável. O resultado obtido nos testes utilizados para avaliação da dependência nicotínica relacionou-se positiva e significativamente com o valor de CO obtido no ar exalado pelos fumadores. Conclusão: Apesar de a maioria dos fumadores que recorrem a uma consulta de cessação tabágica se demostrar moderada a altamente motivada para deixar de fumar, a dependência nicotínica dos mesmos é significativa. Os fumadores mais jovens são os que apresentam menor dependência mas estão menos motivados para cessar. Os fumadores mais velhos ou com menor nível de instrução são os mais dependentes. Os clínicos devem estar capacitados para fazer um tratamento adequado da dependência nicotínica, a fim de se poder otimizar o potencial das estratégias de cessação tabágica. Os decisores políticos e os sistemas de saúde devem implementar políticas de controlo de tabagismo que promovam a cessação tabágica, bem como garantir o acesso a serviços de cessação tabágica e a terapias farmacológicas eficazes e subsidiadas.
- Comunicação e referenciação da comunidade fumadora da CovilhãPublication . Pereira, Eva Pires Mendes de Campos; Ravara, Sofia BeloIntrodução: A cessação tabágica é uma estratégia crucial de controlo de tabagismo e de grande custo-efetividade. Em 2012, foi aprovado um programa prioritário nacional de prevenção e controlo de tabagismo. Promover e apoiar a cessação tabágica é uma estratégia crucial para reduzir a prevalência de fumadores na população portuguesa. Apesar da custo-efetividade dos programas de cessação tabágica estar bem demonstrada, poucos fumadores recorrem a um programa de cessação em Portugal. Como tal, é muito importante conhecer as vias de comunicação com os fumadores, no sentido de os motivar e incentivar a deixar de fumar, idealmente com o apoio de um programa de cessação tabágica. Objetivos: Caraterizar a população dos fumadores que recorrem à consulta de cessação tabágica; avaliar as vias que levam ao conhecimento e utilização do programa de cessação e as vias de referenciação dos fumadores que recorrem à consulta de cessação tabágica do Centro Hospitalar Cova da Beira; analisar e caraterizar as tentativas prévias de cessação; avaliar se existem diferenças entre os fumadores provenientes da comunidade e os fumadores referenciados a partir do hospital. Metodologia: Estudo observacional transversal descritivo. Análise dos protocolos clínicos dos fumadores que recorreram à consulta de cessação tabágica de Centro Hospitalar Cova da Beira entre 2010-2012. A colheita dos dados registados no protocolo da consulta é feita sistematicamente na consulta de avaliação inicial. Foi realizada a análise descritiva univariável e bivariável, utilizando-se os testes estatísticos de Qui-Quadrado e MacNemar para as variáveis categóricas e odds ratio quando adequado; t de student e Mann-Whitney para as variáveis contínuas. Os dados sociodemográficos, o estado de saúde geral e o comportamento tabágico foram comparados com um estudo anterior que caraterizou os fumadores que recorreram ao programa nos 2 primeiros anos da consulta. Resultados: Foram incluídos no estudo 300 utentes, na sua maioria homens (68,7%), com idade média de 47,7±11,97 anos (14?75); a média da duração do comportamento tabágico foi de 30,3±12,38; 65,8% dos fumadores são provenientes do hospital, 34,2% são da comunidade; a maioria dos fumadores consome cigarros manufaturados e 5,7% dos fumadores fumam exclusivamente tabaco de enrolar; a carga tabágica dos fumadores foi, em média, 33,6±19,35 unidades/maço/ano; a maioria apresenta motivação e dependência moderadas; os fumadores do estudo iniciaram o consumo tabágico mais cedo e recorreram mais tarde à consulta do que os fumadores que recorreram à consulta entre 2008-2009. Mais de metade dos fumadores teve conhecimento do programa pelo médico, 1/4 pelo amigo/familiar/conhecido, 3,5% pelos media, 2,0% através do hospital/sinalética; cerca de metade dos fumadores tomaram a iniciativa de solicilitar a consulta e os restantes foram referenciados pelo médico; as especialidades médicas que mais referenciam são a pneumologia, a cardiologia e a medicina interna; a medicina geral e familiar referenciou apenas 2 fumadores; cerca de 3/4 afirmaram ter realizado pelo menos uma tentativa prévia de cessação tabágica; a maioria ficou menos de um ano sem fumar; 38,9% deixaram de fumar sem apoio profissional/farmacológico e 20,0% deixaram de fumar durante o internamento hospitalar sem prescrição de terapêutica de substituição nicotínica. Dos que fizeram tentativa prévia, 29,9% referiram ter sido apoiados/aconselhados a parar de fumar por algum profissional de saúde: 70,1% pelo farmacêutico, 20,9% pelo médico, 6,0% pelo técnico de saúde e 3,0% pelo apoio/aconselhamento conjunto do médico e equipa de enfermagem. Os fumadores da comunidade recorreram mais cedo à consulta e apresentam duração do comportamento tabágico e carga tabágica inferiores aos fumadores do meio hospitalar. Conclusão: Este estudo demonstra a precária divulgação da consulta de cessação tabágica e a escassa referenciação pelas diferentes especialidades médicas. A consulta de cessação deverá ser divulgada através de uma rede dinâmica de referenciação. Como formas de promoção da cessação tabágica deverá investir-se: 1) na formação multidisciplinar em tabagismo para todos os profissionais de saúde no hospital e nos cuidados primários, envolvendo prioritariamente os enfermeiros em ambos os níveis de prestação dos cuidados; 2) na integração sistemática da cessação tabágica no tratamento das doenças crónicas; 3) na utilização da sinalética no hospital; 4) na divulgação na comunidade através dos media e no envolvimento dos farmacêuticos comunitários, incentivando os fumadores a cessarem mais cedo. A comparticipação da terapêutica farmacológica e a inclusão da terapêutica específica de cessação tabágica na prescrição hospitalar é crucial.
