Browsing by Issue Date, starting with "2014-6-26"
Now showing 1 - 4 of 4
Results Per Page
Sort Options
- Abordagem Terapêutica de Gliomas Cerebrais de Alto GrauPublication . Alves, Pedro Miguel Gaspar; Rosado, Pedro SimõesOs gliomas são os tumores cerebrais primários mais frequentes, representando mais de 70% de todas as neoplasias do Sistema Nervoso Central. Tanto o diagnóstico como a classificação destes tumores são baseados nas características histopatológicas que, por vezes, são difíceis de definir. Apesar dos avanços na neurocirurgia, quimioterapia e radioterapia, o prognóstico dos doentes com gliomas continua muito reservado. Nos últimos anos, diversos estudos em gliomas identificaram marcadores moleculares de diagnóstico e prognóstico, úteis na definição da classificação histológica. A codeleção 1p/19q, a presença de mutações somáticas em genes que codificam isocitrato desidrogenase e a hipermetilação da região promotora do gene MGMT são os três marcadores com maior relevância na atualidade. Nas últimas duas décadas, o tratamento para os gliomas de alto grau envolveu uma abordagem multidisciplinar, que se baseava em resseção cirúrgica máxima, quando possível, seguida de radioterapia e quimioterapia. Esta constitui a abordagem terapêutica convencional, com um grande número de ensaios clínicos que revelaram na sua maioria pequenas melhorias que não são satisfatórias. Com a evolução da nanotecnologia em plena expansão, surgiram agora os primeiros estudos sobre a aplicação desta tecnologia inovadora na abordagem terapêutica dos gliomas de alto grau. Novas técnicas de diagnóstico e terapêuticas baseadas em nanomateriais oferecem opções promissoras no tratamento de gliomas malignos. No entanto, a entrega de nanopartículas para tumores cerebrais malignos representa um desafio devido à presença da barreira hemato-encefálica e às células tumorais infiltradas no cérebro normal que não são facilmente detetadas. As nanopartículas magnéticas representam o nanomaterial mais promissor para direcionar a terapêutica às células tumorais e simultaneamente obter imagens em tempo real, devido às suas propriedades paramagnéticas, permitindo localizar o tumor. A conjugação de péptidos ou anticorpos na superfície destas nanopartículas permite o direcionamento direto à superfície da célula tumoral e potencial rutura das vias de sinalização ativas presentes nas células tumorais. Esta conjugação de péptidos ou anticorpos será fulcral para permitir atingir todas as células tumorais, inclusive as que não são detetadas nos meios convencionais de diagnóstico. Neste momento, encontram-se em curso numerosos estudos para permitir compreender o impacto destas nanopartículas magnéticas no tratamento de tumores cerebrais malignos, com especial interesse nos gliomas cerebrais de alto grau.
- Diagnóstico e seguimento dos tumores do Sistema Nervoso CentralPublication . Mamade, Yasmin Brum; Rosado, Maria Luiza ConstanteO cancro é uma das principais causas de morte em todo o mundo. Como os tumores do Sistema Nervoso Central são ainda uma patologia de baixa incidência a nível nacional e mundial, são muitas vezes subdiagnosticados e pouco estudados. Apesar da sua alta taxa de mortalidade e morbilidade, os dados referentes ao seu seguimento são escassos. Ao realizar este estudo pretendo salientar a importância de uma avaliação pormenorizada e sequencial destes pacientes, nomeadamente com o recurso à Ressonância Magnética, para seu beneficio clinico e adequação na prestação dos cuidados de saúde por parte do clinico responsável, salientando, o intervalo de tempo decorrente entre o diagnóstico de Neoplasia do Sistema Nervoso Central dos utentes do Centro Hospitalar Cova da Beira e o respectivo acompanhamento oncológico. A investigação consistiu num estudo retrospectivo de 10 anos, mediante a consulta de processos clínicos dos pacientes do Centro Hospitalar da Cova da Beira, previamente requisitados e disponibilizados pelos serviços administrativos deste mesmo hospital de acordo com o diagnóstico de Neoplasia do Sistema Nervoso Central e através dos GDH correspondentes. Aquando da consulta dos processos os dados foram seleccionados com os seguintes critérios de inclusão: sexo, idade, data da primeira consulta relacionada com o processo pretendido, data de consulta de diagnóstico, realização ou não de Ressonância Magnética e respectiva data, diagnóstico atribuído, realização de outros métodos complementares de diagnóstico (Tomografia Crânio Encefálica e Electroencefalograma) e percentagem de óbitos. O sexo feminino representou a maioria dos casos equivalendo a uma percentagem de 59,1%, com dois picos etários correspondentes aos indivíduos com 66 a 75 anos e aos indivíduos com mais de 85 anos, respectivamente. Já para o sexo masculino o pico de casos ocorreu nos indivíduos com 76 a 85 anos. O tumor primário mais frequente foi o Meningioma (39,38%) e as metástases do SNC foram representativas de 29,73% dos casos, estes foram os subtipos mais frequentes no sexo feminino e masculino, respectivamente. Verificou-se que a maioria dos indivíduos (72,58%) foi referenciada a partir do serviço de urgência. Enquanto 26,25% dos pacientes não realizou Ressonância Magnética, apenas 13,9% não realizou uma Tomografia Crânio Encefálica ou um Electroencefalograma. Cerca de 75,32% dos pacientes em estudo com o diagnóstico de metástases do SNC faleceu. A maioria dos utentes estudados faleceu nos primeiros quatro meses após o diagnóstico. 27,83% dos indivíduos foram diagnosticados após 2 meses. Numa percentagem significativa dos pacientes que realizaram Ressonância Magnética (49,4%), este exame foi efectuado nas primeiras duas semanas de observação. Apesar destas percentagens não serem desanimadoras, as informações sobre o estudo e registo destes tumores continuam a ser insuficientes. Mesmo não existindo equipamento no neste centro hospitalar, são precisos mais esforços para que todos os pacientes com suspeita de massa tumoral cerebral realizem uma Ressonância Magnética. O comportamento biológico e resposta ao tratamento estão ainda longe de serem conhecidos. Por isso é preciso reconsiderar a abordagem escolhida para estes pacientes e racionalizar a mobilização dos recursos disponíveis.
- Modulação da memória em adultos saudáveisPublication . Vilas, Pedro Filipe Bento; Alvarez Pérez, Francisco JoséContexto: O estudo de moduladores cognitivos está em franca expansão, motivada quer por pressões sociais, quer pelo avanço da técnica e ciência. Os profissionais de saúde devem ser os primeiros preparados para correctamente acompanhar e aconselhar os indivíduos no sentido de procurar esquemas terapêuticos equilibrados entre um desempenho cognitivo óptimo e redução de efeitos adversos. Assim torna-se necessário uma contínua actualização e avaliação das evidências disponíveis. Métodos: Com base numa pesquisa exaustiva remetendo a livros e artigos, preferencialmente de revisão, serão apresentados sumariamente os processos neurológicos intervenientes, seguindo-se uma revisão da literatura dos factores comportamentais, nutrientes, fitoterapêuticos, fármacos, e agentes de estimulação eléctrica relevantes, e por fim procurar-se-á estabelecer uma integração dos moduladores cognitivos. Resultados: A literatura actual revela agentes com acção benéficas comprovadas na memória e reduzidos efeitos adversos. Apesar da existência de resultados inconsistentes, é possível propor um plano terapêutico integrado. Conclusões: Actualmente não existe uma resposta simples para a optimização da memória ou funções cognitivas no geral. Fica patente a necessidade de realizar estudos clínicos sensíveis e continuação do estudo da neurofisiologia da memória. Existem actualmente métodos seguros e capazes de desencadear benefícios cognitivos em adultos saudáveis. A sua utilização deveria ser acompanhada por profissionais de saúde a par de discussões éticas e sociais sobre a legitimidade da sua utilização.
- Doença de Creutzfeldt-JakobPublication . Salvador, Mário Rui Arrifano; Rosado, Maria Luiza ConstanteA doença de Creutzfeldt-Jakob é a mais comum das doenças priónicas, resultando da conversão da proteína priónica PrPc na forma patológica PrPsc, com posterior acumulação nos tecidos, sobretudo no SNC, onde provoca alterações espongiformes com perda neuronal e possível formação de placas amilóides. Existem quatro variantes de CJD: a esporádica, a familiar, a iatrogénica e a variante sendo que a esporádica corresponde a aproximadamente 85% dos casos. A incidência da CJD em Portugal foi, segundo dados de 2004, de 0,1 casos por 100.000 habitantes. Apesar da baixa incidência, a CJD é uma patologia que apresenta taxa de mortalidade de 100% em todas as variantes. Do início dos sintomas à morte decorrem, em média, 8 meses. O quadro clínico caracteriza-se pela evolução rapidamente progressiva de alterações de personalidade e comportamento, comprometimento de funções corticais e de integração sensoriomotora, com estágio final de mutismo acinético. As mioclonias são típicas dos estágios mais avançados da doença e raras à apresentação clínica. Uma grande variedade de patologias podem apresentar-se com um quadro de demência rapidamente progressiva e, como tal, mimetizar a CJD, pelo que é fundamental um correto diagnóstico diferencial. O diagnóstico definitivo da patologia apenas é possível pela observação das alterações espongiformes e agregados de PrPsc em amostras de tecido cerebral, obtido por biópsia ou autópsia. No entanto, na atualidade, muitas técnicas permitirem um diagnóstico in vivo provável, como é o caso da EEG, da RMN e dos biomarcadores do LCR. A única forma de impedir mortes por CJD é prevenindo a patologia. A prevenção apenas é possível nas variantes adquiridas, vCJD e iCJD. Atualmente, não existe tratamento para a patologia. Vários fármacos têm sido estudados para impedir a conversão de PrPc em PrPsc, impedir a acumulação de PrPsc ou para promover a depleção dos agregados de PrPsc e, assim, prevenir ou tratar a CJD. Também a abordagem vacinal com anticorpos anti-PrP foi testada. Alguns fármacos parecem atrasar a progressão da doença e aumentar a sobrevida, como o pentosano polissulfato sódico. No entanto, até hoje, nenhum se mostrou eficaz no tratamento da doença.