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- A Importância dos rastreios médicos para os utentesPublication . Teixeira, Ana Carolina Dias; Santiago, Luiz Miguel de Mendonça SoaresIntrodução: A prevenção secundária tem como finalidade detetar precocemente um problema de saúde num indivíduo assintomático, por forma a condicionar favoravelmente a sua evolução. Nesse sentido, os rastreios em saúde são, atualmente, propostos em diversas situações, sendo, por isso, essencial perceber a importância que a população lhes atribui. Metodologia: Estudo observacional e transversal, através da aplicação de um questionário a uma amostra de 365 utentes do Centro de Saúde da Covilhã. As respostas obtidas foram analisadas em função das variáveis grupo etário, género, atividade profissional, toma regular de medicação, grau de formação académica e qualidade de saúde. Resultados: O questionário foi aplicado a uma amostra de 365 utentes, com idades compreendidas entre os 18 e os 90 anos (média de 53,6 anos + 16,9), dos quais 68,2% são do sexo feminino, 63% tomam medicação regularmente, 55,3% são profissionalmente não ativos, 52,6% possuem baixo grau de formação académica e 57,5% avaliam a sua saúde como sendo fraca/razoável. Dos inquiridos, 92,1% aceitam realizar um rastreio médico sempre que lhes é proposto e 86,8% julgam que fazer um rastreio permite saber que têm uma doença. Das razões que motivam os utentes a realizar rastreios, 70,41% dos inquiridos querem saber que estão saudáveis, 50,14% confiam nos rastreios, 40,27% querem saber que têm doença e 26,85% aceitam as consequências de os fazer. Discussão e conclusão: É incontestável a grande aceitação da população na realização de rastreios em saúde e a maioria dos inquiridos considera que fazer um rastreio permite identificar a presença de uma doença. Importa realçar a importância de transmitir conceitos de promoção em saúde, bem como reforçar a pertinência da prevenção quaternária, através da análise das decisões clínicas na utilização eficiente dos métodos diagnósticos e terapêuticos.
- Asma brônquica e Depressão MajorPublication . Machado, Diana Sofia Organista; Silva, José Manuel Paulo daIntrodução: A Asma Brônquica (AB) é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas que afeta cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo e mais de um milhão de portugueses. Por outro lado, as perturbações depressivas ocupam o 3º lugar das causas de carga global de doença, e 1º nos países desenvolvidos, sendo que Portugal está entre os países europeus com maior prevalência de doenças mentais, nomeadamente Depressão Major (DM). Atualmente, sabe-se que os indivíduos com patologias crónicas estão em maior risco de desenvolver perturbações psiquiátricas e são vários os estudos internacionais que comprovam a maior prevalência da Depressão Major em doentes asmáticos, comparativamente à população geral. Tendo por base a informação disponível na literatura internacional e a inexistência de estudos nacionais sobre esta temática, este trabalho teve como objetivo principal determinar a prevalência da Depressão Major numa população de doentes asmáticos, em Portugal. Metodologia: A população alvo deste estudo de investigação, transversal e retrospetivo, é constituída por 210 utentes, com idades compreendidas entre os 15 e os 93 anos de idade, seguidos na consulta de Pneumologia “Asma” na Unidade Local de Saúde da Guarda de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2013. A recolha e análise retrospetiva de informação clínica dos processos dos utentes com diagnóstico de Asma Brônquica foram realizadas entre novembro de 2014 e janeiro de 2015. Resultados: Os resultados desta investigação demonstraram que a prevalência de Depressão Major nos doentes asmáticos é superior à da população geral. Especificamente, essa prevalência é superior no género feminino e na faixa etária dos 50-64 anos de idade. Também se verificou que todos os doentes com outras comorbilidades tinham diagnóstico de Depressão Major e que a maioria dos asmáticos fumadores não tem Depressão Major. Não foi encontrada qualquer associação estatisticamente significativa entre as variáveis estudadas. Relativamente à evolução da Asma Brônquica, conclui-se que, nesta população, os doentes com Depressão Major têm, em média, uma duração de Asma Brônquica apenas ligeiramente inferior aos doentes sem Depressão Major. Finalmente, não foi encontrada associação estatisticamente significativa entre o nº de agudizações de Asma Brônquica e o nº de agudizações de Depressão Major. Conclusão: A prevalência de Depressão Major nos doentes asmáticos é superior à da população geral. Assim sendo, recomendam-se mais estudos nesta área adaptados à realidade nacional, para que se compreenda claramente de que modo estas patologias se relacionam entre si, na população portuguesa, e qual o seu impacto na morbilidade dos doentes asmáticos.
- Multirresistência bacteriana – uma “nova” terapêutica: BacteriófagosPublication . Rosa, José Eduardo Cardoso da; Vicente, Leopoldina Luis AntónioOs fenómenos de resistência bacteriana tem adquirido uma importância crescente como problema de saúde, tanto a nível económico como a nível de morbilidade e mortalidade. O uso desmedido levou a uma pressão seletiva positiva sobre os mecanismos de resistência, possibilitando o aumento da prevalência destes fenómenos. A terapêutica com bacteriófagos, uma tecnologia centenária, começou de uma forma primitiva com os primeiros resultados de d’Herelle, tendo sido esquecida nas últimas décadas. O aparecimento da resistência aos vários tipos de antimicrobianos voltou a despertar o interesse neste tipo de terapia. Atualmente muitos estudos estão a ser a centrados nas caraterísticas dos fagos, como a segurança e farmacocinética. Além disto, estão a ser conduzidos ensaios com o objetivo de estudar as capacidades terapêuticas destes em comparação com os antimicrobianos. Depois de devidamente enquadradas as caraterísticas dos fagos, estes poderão não só ser utilizados como alternativa aos antibióticos, mas também em combinação com estes. Atualmente já existem alguns produtos baseados em bacteriófagos em utilização, como as lisinas, e que apresentam resultados promissores. Assim sendo, a terapêutica com bacteriófagos tem o potencial de se tornar mais uma ferramenta ao serviço da Medicina.
- Cancro do pulmão na mulherPublication . Esteves, Carlos Filipe Correia de Silva de Sá; Ferreira, Luís Manuel de Matos SilvaIntrodução: O cancro do pulmão é responsável por mais de um milhão de novos casos por ano, a nível mundial. É uma neoplasia com incidência crescente entre as mulheres, sendo a segunda mais frequente. Calcula-se que a média de idade ao diagnóstico em Portugal no sexo feminino seja entre os 62 e 66 anos e o adenocarcinoma é o tipo histológico mais frequente. Pensa-se que o tabaco seja um dos fatores de risco mais importantes, contudo investigadores apontam também como causas fatores do meio ambiente, genéticos e hormonais. O objetivo deste estudo foi conhecer o panorama oncológico das mulheres seguidas no serviço de Pneumologia do Hospital Sousa Martins através da análise das características epidemiológicas, clínicas, terapêuticas e de sobrevida dos casos de cancro do pulmão. Materiais e Métodos: Analisaram-se os processos clínicos das doentes do sexo feminino com diagnóstico de Cancro do Pulmão, seguidas na Unidade de Pneumologia Oncológica do Hospital Sousa Martins no período de 1 de Janeiro de 2007 a 31 de Dezembro de 2014; Usou-se o teste Qui-quadrado para avaliar “Características dos doentes com neoplasia de pulmão segundo o tipo histológico”, teste de Kruskall-Wallis e subsequentemente testes de Mann-Whitney com correção de Bonferroni para análise das diferenças entre os vários tipos histológicos e o tempo de sobrevida e teste de Kruskall Wallis para analisar as diferenças entre o grupo de jovens, população normal e idosos, em relação aos hábitos tabágicos, contexto profissional e o tempo de sobrevida. Resultados: Nesta amostra de 67 pacientes, 64,2% enquadram-se na população adulta (entre os 35-75 anos) e 35,8 % são idosos (> 75 anos); No que concerne aos hábitos tabágicos, 83,6% não são fumadoras, 7,5% são fumadoras passivas, 6% fumadoras e 3 % ex-fumadoras. O tipo histológico mais frequente com 52,2% das doentes é o adenocarcinoma, seguindo-se com 16,4% o CPPC, com 11,9% o tumor carcinóide, com 9% o carcinoma epidermoide, e outros tipos histológicos ocupando 10,4%. O estádio da doença à data do diagnóstico com maior incidência é o IV com 74,6% das pacientes. Quanto à terapêutica 31,3% dos casos optou-se por quimioterapia isolada, tal como por terapia de suporte, em 16,4% por quimioterapia associada a radioterapia, em 13,4% por resseção cirúrgica, em 4,5% por radioterapia isolada e em 3% por resseção cirúrgica associada a quimioterapia. O tempo médio de sobrevida é 20,49 meses. Ao diagnóstico, 74,6% apresentavam metástases, sendo as ósseas e as hepáticas as mais frequentes. Conclusões: A idade média de diagnóstico encontrada foi consideravelmente superior à descrita em vários estudos. Não foi encontrada associação estatisticamente significativa entre hábitos tabágicos e histologia ou tempo de sobrevida, conjuntura que contraria totalmente a literatura. A maioria dos tumores foi diagnosticado em estádio avançado, sendo que o adenocarcinoma e o CPPC foram os tipos histológicos mais frequentes a serem diagnosticados no estádio IV. Foi possível, apesar disso, tratar cirurgicamente 16,4% das doentes. A quimioterapia foi o tratamento com maior incidência nos adenocarcinomas, enquanto a ressecção cirúrgica no tipo carcinoide. Pacientes com tumor carcinoide tiveram, em média, mais meses de sobrevida do que doentes com adenocarcinoma ou carcinoma pulmonar de pequenas células.