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- Programa de Apoio à Prescrição Antibiótica (PAPA) no Centro Hospitalar Cova da Beira: Avaliação do impacto no consumo de carbapenemes e análise do perfil de resistências de estirpes epidemiologicamente significativasPublication . Oliveira, Ana Isabel Andrade de; Calheiros, José Manuel Lage Campelo; Fernandes, Paula Cristina de BritoIntrodução: A emergência de Enterobacteriaceae produtoras de beta-lactamases de espectro estendido, cujas opções de tratamento são limitadas, traduziu-se numa crescente utilização de carbapenemes e, subsequentemente, na identificação de estirpes produtoras de carbapenemases. Neste contexto, existe a necessidade de serem implementadas medidas de controlo ao desenvolvimento e disseminação destas resistências – “programas de incentivo ao uso inteligente de antibióticos” e “estratégias de vigilância epidemiológica dos microrganismos”. Em Portugal, após o inquérito nacional de prevalência (2012) ter revelado um elevado consumo de carbapenemes e excessiva duração da terapêutica, foi criado o Programa de Apoio à Prescrição Antibiótica, o qual, no Centro Hospitalar Cova da Beira teve início em Outubro de 2014. Com o presente trabalho pretende-se analisar conjuntamente o programa de gestão antibiótica e os dados da vigilância epidemiológica. Esta integração visa analisar a adaptação das terapêuticas às características dos microrganismos e proceder à elaboração de recomendações que possam ser integradas num contexto futuro. Materiais e Métodos: No presente estudo utilizaram-se os dados disponibilizados pelo Grupo de coordenação local do programa de prevenção e controlo das infeções e resistências aos antimicrobianos do Centro Hospitalar Cova da Beira. Procedeu-se à análise dos dados referentes ao consumo de carbapenemes e à vigilância epidemiológica dos microrganismos Escherichia coli e Klebsiella spp epidemiologicamente significativas, nos três primeiros trimestres dos anos de 2014 e 2015. Quanto ao consumo de carbapenemes, foram ainda analisados os dados da monitorização realizada pelo programa de apoio à prescrição antibiótica nos três primeiros trimestres de 2015. Resultados: Em 2014, no período em estudo, 378 pacientes encontravam-se sob terapêutica com carbapenemes; em 2015, este valor era de 296. No que concerne à monitorização realizada pelo programa, em 2015, 62% dos pacientes efetuaram tratamento por mais de 96 horas, e 42% destes tiveram as suas prescrições analisadas pelo responsável pelo programa, o que resultou na alteração de 7 prescrições com consentimento do médico responsável pelo paciente. Em 2015 e relativamente a 2014, a vigilância epidemiológica demonstrou que, para a E.coli epidemiologicamente significativa, a incidência de infeção hospitalar cresceu 48% tendo para as “infeções/colonizações” este valor sido de 40%; por sua vez, para a Klebsiella spp epidemiologicamente significativa, a incidência de infeção hospitalar decresceu 55%, enquanto para as “infeções/colonizações” esse valor foi de 29%. As estirpes produtoras de beta-lactamases de espetro estendido corresponderam, em 2015, por esta ordem, a 69,6 e 70,8% dos casos de “infeção/colonização” e de infeção hospitalar por E.coli epidemiologicamente significativa, e a 74,2% e 85,7% dos casos de “infeção/colonização” e de infeção hospitalar por Klebsiella spp epidemiologicamente significativa, respetivamente. Conclusão: Nos períodos analisados verificou-se uma diminuição no consumo de carbapenemes e a presença de uma elevada proporção de estirpes produtoras de beta-lactamases de espectro estendido. Este estudo ilustra como os programas de gestão antibiótica poderão ser efetivos na diminuição da opção por antibióticos de largo espetro, como os carbapenemes, devendo fazer-se acompanhar de práticas de vigilância epidemiológica que apontem e analisem as variações observadas na incidência e no aparecimento de resistências, permitindo o desenvolvimento e a aplicação de medidas de controlo integradas.
- Síndrome gripal: Cobertura vacinal dos colaboradores do Centro Hospitalar/Académico da Cova da Beira e dos estudantes de Medicina da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira InteriorPublication . Carvalheiro, Ana Mafalda Lavrador de Jesus; Calheiros, José Manuel Lage CampeloIntrodução: A gripe constitui um sério problema de saúde pública. A vacina é o meio mais eficaz para a sua prevenção. Apesar da vacinação anual dos profissionais de saúde ser fortemente recomendada, as taxas de vacinação permanecem baixas. Este estudo avalia a cobertura vacinal dos colaboradores do Centro Hospitalar/Académico da Cova da Beira (CHCB). Procedeu-se, também, à avaliação da adesão, conhecimentos, atitudes, motivações e comportamentos face à vacinação dos estudantes de Medicina da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior. Métodos: Para avaliar a cobertura vacinal dos colaboradores do CHCB recorreu-se à análise do mapa resumo fornecido pelo Serviço de Higiene, Saúde e Segurança no Trabalho do CHCB. O estudo relativo aos estudantes de Medicina baseou-se na aplicação de um questionário, anónimo, autopreenchido, disponibilizado por via eletrónica. Resultados: Na época 2014/2015, da totalidade dos colaboradores inquiridos (n=1306), apenas 40,8% manifestaram interesse na vacinação, tendo sido vacinados 36,3%. A taxa de vacinação mais elevada observou-se nos médicos (49,7%). O questionário aplicado aos estudantes foi preenchido por 35,1% da totalidade (n=853). Dos que responderam ao inquérito, 23,1% foram vacinados no passado, e 92,3% não aderiram na presente época. Os fatores que motivaram 23 estudantes (7,7%) a vacinarem-se foram: pertencer a grupo de risco; autoproteção e estar informado (eficácia/segurança da vacina). A maioria dos estudantes vacinados (87%) adquiriu a vacina na farmácia, por iniciativa própria (65%). As razões invocadas para a não adesão foram: nunca me recomendaram; desconhecia a disponibilidade da vacina e não pertenço a grupo de risco. Os fatores que levariam os estudantes a vacinarem-se são: proteção dos doentes; norma do Hospital/Faculdade e recomendação médica. Dos inquiridos, 96,1% afirmam desconhecer a possibilidade de vacinação gratuita. Destes, 72,8% afirmam que teriam aderido se tal se tivesse verificado. 85,6% dos inquiridos considera os estudantes um grupo de risco e 84% reconhece a importância da vacinação. Não obstante, apenas 49% considera a vacina eficaz e 40,1% afirma ter dificuldades de acesso. Na presente época, apenas 36,8% tiveram conhecimento de campanhas de vacinação e 68,2% refere que as mesmas foram veiculadas pela comunicação social. Conclusão: A cobertura vacinal dos colaboradores do CHCB encontra-se muito abaixo do preconizado. Relativamente aos estudantes de Medicina, conclui-se que as campanhas, incluindo a disponibilização da vacina, não são eficazes, que dificuldades de acesso, atitudes negativas e preconceitos são obstáculos relevantes apesar da importância atribuída à vacinação. Este estudo poderá constituir um bom ponto de partida para futuras campanhas.