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- Casuística de hemorragias intracranianas não traumáticas no Centro Hospitalar Cova da BeiraPublication . Cunha, Inês Mateus da; Branco, Vítor Alexandre Pereira GonçalvesIntrodução: Com o intuito de predizer o prognóstico, têm sido desenvolvidas várias escalas de pontuação para as hemorragias intracranianas, aplicadas numa fase inicial de apresentação, após a primeira abordagem clínica e radiológica do doente. Entre as escalas mais validadas para as hemorragias intracerebrais (HIC) estão o Intracerebral Hemorrhage (ICH) Score e o Functional Outcome in Patients with Primary Intracerebral Hemorrhage (FUNC) Score. Para as hemorragias subaracnoideias (HSA) e subdurais (HSD) têm sido validadas a escala de Hunt&Hess e a escala da World Federation of Neurological Surgeons (WFNS). O objetivo deste trabalho é identificar todos os casos de hemorragia intracraniana não traumática aguda ocorridos no Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) entre 2010 e 2014, caracterizá-los quanto à pontuação nas classificações de gravidade específicas para cada um dos tipos principais, e comparar o seu desempenho preditivo com a mortalidade e morbilidade observadas. Métodos: Foi realizado um estudo retrospetivo dos episódios de internamento e de urgência com o diagnóstico de hemorragia intracraniana não traumática aguda identificados no CHCB entre 2010 e 2014, com a aplicação das escalas prognósticas e de resultado. Efetuou-se uma análise casuística e estatística, com comparação entre a mortalidade esperada e a observada. Resultados: Foram contabilizados 247 casos de hemorragias intracranianas não traumáticas agudas (195 HIC, 22 HSA e 30 HSD), com uma taxa de mortalidade intra-hospitalar de 34,0% no total de casos (13,6% para as HSA, 30,0% para as HSD e 36,9% para as HIC). Para as HIC, não houve diferenças significativas entre a mortalidade observada no CHCB e a esperada pela aplicação do ICH Score. Foram observados resultados funcionais inferiores ao esperado pela aplicação FUNC Score, com uma diferença estatisticamente significativa. Para as hemorragias extraparenquimatosas, não houve diferenças significativas entre a mortalidade a 30 dias no CHCB e a esperada pela aplicação da escala de Hunt&Hess. Conclusão: A mortalidade a 30 dias no CHCB esteve dentro do esperado pela aplicação do ICH Score, ao contrário da independência funcional dada pelo FUNC Score, que foi inferior. Para as HSA e HSD, a mortalidade não foi diferente da referida na literatura, pela aplicação da escala de Hunt&Hess. As escalas prognósticas podem constituir um instrumento útil para a tomada de decisão clínica em função do prognóstico estimado, mas não devem ser o fator preponderante na escolha do tipo de abordagem ao doente individual, servindo como um guia para a decisão partilhada entre clínicos e família.
