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- Dependência de BenzodiazepinasPublication . Fonseca, Luís Carlos Rodrigues; Oliveira, Vítor Manuel Sainhas deAtualmente, as benzodiazepinas são essenciais em Medicina nomeadamente nas áreas da Psiquiatria, Emergência, Anestesia, Neurologia, etc. Quando surgiram, na década de 60, como alternativa aos barbitúricos foram muito bem recebidas e passaram a ser facilmente prescritas. No entanto, rapidamente se evidenciaram os seus inúmeros efeitos secundários bem como sinais de dependência dos utentes. Em Portugal é a classe de psicofármacos mais consumida há mais de 12 anos. Alterações cognitivas, risco acrescido de acidentes de viação e de fraturas da anca, dificuldades a nível da concentração e até mesmo comportamentos de risco para si e para terceiros, são vários os efeitos secundários que estes fármacos podem apresentar. Com dados a referir que menos de um terço das prescrições são adequadas, a prescrição errónea e prolongada por tempos indefinidos é uma característica nefasta que aumenta o risco do desenvolvimento de dependência e consequentemente uma possível síndrome de abstinência caracterizada também por uma sintomatologia variada. Esta dissertação tem como objetivo alertar para o quadro de dependência, o estado da arte acerca do seu tratamento e portanto a interrupção adequada do consumo do fármaco, as falhas na investigação e quais as áreas com prioridade futura. Porém o objetivo central é alertar para uma problemática muitas vezes negligenciada podendo levar a graves consequências na saúde e qualidade de vida das pessoas. Para a elaboração desta dissertação recorreu-se a artigos científicos da base de dados PubMed complementada com informações do Infarmed e textos de referência acerca da temática. A estratégia principal defendida na maioria dos artigos passa por uma redução gradual da dose sendo o esquema mais utilizado o de 4 a 10 semanas com reduções semanais na ordem dos 10 a 25% mas sem existirem normas ou recomendações com informações unânimes e adequadas. A psicoterapia poderá ter valor terapêutico bem como alguns fármacos em estudo nomeadamente o flumazenil e a pregabalina que já revelaram resultados promissores. O tratamento da dependência de benzodiazepinas é possível e com resultados de cessação total a longo prazo na ordem dos 60%. Conclui-se no entanto que são necessárias guidelines oficiais que permitam uma recomendação médica permitindo assim uma uniformização das medidas bem como uma capacitação dos médicos que ainda se mostram receosos em descontinuar este tipo de tratamentos principalmente por falta de informação adequada.
- Cyberbullying e ideação suicidaPublication . Silva, Diana Isabel Ferreira da; Costa, António José Pissarra da; Nunes, Juliana da Silva; Ferreira, Tiago Filipe AlmeidaIntrodução: O cyberbullying é um fenómeno emergente, prevalente e preocupante, capaz de despoletar problemas sérios em termos de saúde mental e bem-estar. Mais comum entre os jovens, dotados de piores mecanismos de coping, este comportamento encontra-se em muitos estudos associado a maiores níveis de afetos negativos, maior risco de suicídio e a consumos mais elevados de substâncias psicoativas, sendo estes últimos considerados mecanismos de escape à imensa dor vivenciada. Objetivos: Analisar os níveis dos comportamentos de vitimização e agressão no âmbito do cyberbullying, ideação suicida, estados de humor e consumo de substâncias psicoativas numa amostra de estudantes universitários da Universidade da Beira Interior (UBI), bem como analisar a relação entre estas variáveis. Métodos: Estudo transversal e analítico que integra metodologia quantitativa. A recolha de dados realizou-se através de um inquérito on-line na população de estudantes da Universidade da Beira Interior (n=475, 329 do sexo feminino, idade média de 22,2±4,13 anos). O questionário foi composto por dados sociodemográficos, de saúde mental e relativos à utilização da internet, e pelas versões portuguesas de escalas de auto-resposta que permitem aferir os estados de humor, o consumo de substâncias psicoativas, os níveis de comportamentos de cyberbullying e os níveis de ideação suicida. Os dados foram analisados recorrendo a testes não-paramétricos por não se verificarem os requisitos de normalidade. Resultados: Relativamente ao cyberbullying, 36,00% dos estudantes universitários participaram como vítimas e 10,32% como agressores. Da nossa amostra, 13,47% reportou ideação suicida. Os níveis de agressão no âmbito do cyberbullying foram significativamente superiores nos estudantes do sexo masculino e nos utilizadores das redes sociais e os estudantes do sexo feminino apresentaram níveis significativamente maiores de ansiedade/ hostilidade. Os níveis de ambos os comportamentos de cyberbullying e ideação suicida foram significativamente mais elevados nos consumidores de drogas e medicamentos tranquilizantes ou sedativos. Verificou-se a existência de uma correlação significativa e positiva entre os comportamentos de vitimização e agressão no âmbito do cyberbullying e entre estes e a ideação suicida e os afetos negativos. Os níveis de ideação suicida apresentaram correlação significativa e positiva com os afetos negativos, e correlação significativa e negativa com os afetos positivos. Discussão: A prevalência de ambos os comportamentos de cyberbullying, assim como de ideação suicida, foi semelhante a estudos anteriores. Ambos os comportamentos de cyberbullying estiveram significativamente associados à ideação suicida e aos afetos negativos. Desta forma, destaca-se a relevância da identificação precoce deste tipo de comportamentos, bem como uma adequada intervenção pelos profissionais de saúde responsáveis.
