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- Estudo da hipertensão arterial numa população adolescentePublication . Pita, Rita Coelho Lopes Marchante; Carvalho, Luis Carlos Bronze dos SantosIntrodução: A hipertensão arterial, na população adolescente ainda não está bem caracterizada, devido à dificuldade em determinar a sua prevalência mundial e em identificar os fatores de risco associados. Apesar disto, tem-se constatado uma progressão da hipertensão arterial para a idade adulta, nos jovens com valores elevados de pressão arterial. Assim, é fundamental que se compreenda a complexidade deste problema e se identifiquem os principais fatores de risco. Objetivos: Estudar a pressão arterial em adolescentes de escolas secundárias da Covilhã, determinando a prevalência de pré-hipertensão e hipertensão arterial e identificando e analisando os fatores sociodemográficos e sociocomportamentais relevantes para a hipertensão arterial neste grupo populacional. Métodos: Selecionaram-se aleatoriamente turmas do 8º ao 12º ano, de três escolas secundárias. Os alunos participaram voluntariamente após o consentimento dos encarregados de educação. Este estudo foi aprovado pela Direção-Geral de Educação e consistiu no preenchimento de um questionário com posterior medição do peso, estatura e pressão arterial. A pressão arterial foi classificada em normal, pré-hipertensão arterial, hipertensão arterial estadio I e II e hipertensão sistólica isolada. Posteriormente foi relacionada com as variáveis em estudo, de modo a identificar os padrões existentes. Resultados: A amostra foi constituída por 330 indivíduos, 141 (42,7%) do sexo masculino, com idades entre os 13 e 18 anos e idade mediana de 15,0 anos. Quanto às classes da pressão arterial, 290 (87,9%) dos jovens apresentaram valores normais, 23 (7,0%) pré-hipertensão, 7 (2,1%) hipertensão estadio I e 10 (3,0%) hipertensão sistólica isolada. Não houve nenhum caso de hipertensão arterial estadio II. Relativamente às associações estatisticamente significativas, pela aplicação do teste do Qui-Quadrado verificou-se associação entre a classe de pressão arterial e o género (p=0,01), o consumo de álcool (p=0,01), o padrão de sono (p=0,03) e o índice de massa corporal (assintótico=0,003; exato=0,06). Pela aplicação do teste Exato de Fisher todas as associações se mantiveram com exceção do padrão de sono (p=0,15) e houve associação com as habilitações literárias da mãe (p=0,01). Não existiu associação com as variáveis idade, etnia, habilitações literárias do pai, consumo tabágico, consumo de café, atividade física, história familiar de hipertensão arterial ou de acidente vascular cerebral. Conclusão: Neste estudo, 5,1% dos participantes eram hipertensos e 7,0% pré-hipertensos. O género, as habilitações literárias da mãe, o consumo de álcool, o padrão de sono e o índice de massa corporal parecem ser relevantes para a hipertensão arterial nestas idades.
- Hipertensão Arterial NoturnaPublication . Nunes, Fábio Emanuel Tomás; Rodrigues, Manuel de CarvalhoNum tema muito controverso, com conclusões e resultados díspares em diferentes estudos e alguns estudos ainda em curso, a hipertensão noturna pode ser definida como a média de pressão arterial noturna sistólica superior a 120 mmHg e/ou média de pressão arterial noturna diastólica superior a 70 mmHg. Este diagnóstico só é possível através da realização da Monitorização Ambulatória da Pressão Arterial. A hipertensão noturna, quando acompanhada com hipertensão diurna, é definida como Hipertensão Sustentada ou persistente, por outro lado, se apenas existir hipertensão noturna, verifica-se a presença de Hipertensão Arterial Noturna Isolada. A Hipertensão Arterial Noturna está associada de forma clara e inequívoca a lesão de órgão alvo e ao aumento do risco cardiovascular. Dado que se define por valores absolutos de pressões arteriais e ser reprodutível através de MAPA, ao contrário das definições clássicas e arcaicas do estado dipping, parece ser um preditor fidedigno do prognóstico dos pacientes. Existem diversos mecanismos que estão na origem desta entidade patológica, nomeadamente, disfunção do sistema nervoso autónomo com hiperatividade do sistema nervoso simpático e inibição do sistema nervoso parassimpático, alterações no metabolismo do sódio, disfunção endotelial e inflamação vascular e sistémica. Os mesmos mecanismos fisiopatológicos estão na base de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares, diabetes mellitus, síndrome da apneia obstrutiva do sono e doença renal crónica, patologias que acompanham frequentemente a Hipertensão arterial Noturna. Os benefícios associados ao tratamento da Hipertensão arterial noturna ainda não são claros, porém pensa-se que redução da pressão arterial noturna diminua a lesão de órgão alvo associada e o risco cardiovascular. O controlo da pressão arterial deve ser feito ao longo das 24 horas, logo, a cronoterapia (adaptação do ritmo circadiano e fisiopatológico à farmacocinética e farmacodinâmica dos anti-hipertensores) surge como um conceito fundamental e aplicável. Serão necessários ainda mais estudos e investigações para avaliar a forma de tratamento e os benefícios reais do tratamento desta entidade.
- LCZ696 (Sacubitril/Valsartan) Como Nova Abordagem Farmacológica da Insuficiência Cardíaca Crónica SintomáticaPublication . Pais, Vítor Hugo de Matos; Rodrigues, Manuel de CarvalhoA Insuficiência Cardíaca apresenta-se como uma das grandes epidemias do século XXI, com especial prevalência em idosos. Trata-se de um síndrome clínico complexo, associado a diversas co-morbilidades, e de diagnóstico difícil, sendo necessário um elevado índice de suspeição, pois muitas vezes a sintomatologia do doente surge já numa fase avançada da patofisiologia da doença. A abordagem da Insuficiência Cardíaca Crónica sintomática com fração de ejeção reduzida pode ser bastante desafiante face à complexidade que constitui o síndrome, sendo que nos últimos anos têm sido realizadas investigações no sentido de melhorar a sua terapêutica farmacológica. Foi neste contexto que surgiu o LCZ696 que poderá, a curto prazo, tornar-se no padrão de tratamento da mesma. Trata-se de um novo fármaco composto por duas substâncias: o Valsartan, um antagonista do recetor de angiotensina; e o Sacubitril, um pró-fármaco inibidor da neprilisina. O tratamento da Insuficiência Cardíaca Crónica tem um elevado impacto económico em Portugal, com especial ênfase para os gastos associados ao internamento destes doentes. Deste modo, o LCZ696 poderá, através da redução do número de internamentos, ser fundamental para contrariar esta tendência. Com esta monografia pretende-se então informar os prestadores de saúde sobre este novo fármaco, que acaba de ser incluído nas novas guidelines de 2016 da European Society of Cardiology no tratamento farmacológico da Insuficiência Cardíaca Crónica sintomática com fração de ejeção reduzida.
- Cardiomiopatia HipertróficaPublication . Dias, Cláudia Patrícia de Carvalho; Ferreira, Ana Catarina MoutinhoIntrodução: A Cardiomiopatia Hipertrófica define-se por um aumento da espessura das paredes do ventrículo esquerdo que não é explicada apenas por condições anormais de sobrecarga. Em até 60% dos indivíduos a doença é transmitida de forma autossómica dominante, sendo causada por mutações em genes de proteínas sarcoméricas cardíacas. Para o diagnóstico, follow up e avaliação do prognóstico nesta patologia dispõe-se de vários exames complementares, entre os quais o registo eletrocardiográfico: o eletrocardiograma de 12 derivações e o registo ambulatório – holter. Objetivo: Caracterizar a população de doentes com o diagnóstico de Cardiomiopatia Hipertrófica do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro no que respeita às características demográficas, clínica e exames complementares de diagnóstico, em particular, as alterações do ritmo. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa de todos os doentes com diagnóstico de Cardiomiopatia Hipertrófica com apoio do serviço de diagnósticos e codificação do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro. Foram identificados 39 doentes com esse diagnóstico registado desde o ano 2000 até Dezembro de 2016, mas excluídos 5 por falta de dados/seguimento que permitisse uma avaliação completa para análise. Para este estudo observacional, transversal e retrospetivo, os dados foram recolhidos, com auxílio de um formulário, diretamente a partir dos processos clínicos dos utentes. Realizou-se posteriormente uma análise estatística descritiva e inferencial utilizando os programas Microsoft Excel® e SPSS® (Statistical Package for Social Sciences) versão 23.0. O estudo foi submetido à Comissão de Ética do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro tendo sido aprovado pela mesma. Resultados: A população de doentes tinha idades compreendidas entre os 32 e 91 anos (65,1±12,3), sendo 67,6% do sexo masculino. O sexo feminino apresentou uma média de idades cerca de 9,3 anos superior (p=0,038). A maioria (85,3%) dos doentes apresentou um ou mais sintomas (dispneia de esforço, dor torácica, palpitações, pré-síncope, síncope, tonturas, astenia). Relativamente ao eletrocardiograma, os critérios de hipertrofia do ventrículo esquerdo (64,7%) e as alterações da repolarização ventricular (50%) constituíram os achados mais frequentes, sendo que em 5,9% dos doentes este exame não apresentou alterações. Extrassístoles ventriculares (84%) e supraventriculares (60%) foram as alterações mais comuns no holter. A fibrilhação auricular documentou-se em 32,4% dos doentes e a taquicardia ventricular não sustentada, no holter, em 36%. Ecocardiograficamente, 32,4% dos doentes apresentaram obstrução do trato de saída do ventrículo esquerdo. Os doentes com critérios de hipertrofia no eletrocardiograma foram mais sintomáticos (p=0.024) e tinham uma percentagem superior de cardiomiopatia hipertrófica do tipo obstrutivo (p <0.01). Em 18.2% dos doentes que tiveram episódios de taquicardia ventricular não sustentada o ECG era normal (p= 0.035), tendo esta alteração do ritmo sido documentada em cerca de 90% dos casos através do holter. Em 8,8% dos doentes registaram-se eventos (taquicardia/fibrilhação ventricular) de acordo com as terapêuticas apropriadas na interrogação do cardioversor-desfibrilhador implantável. Conclusões: Com exceção da idade, não se verificaram diferenças estatisticamente significativas relativamente aos antecedentes, clínica, exames complementares de diagnóstico, tratamentos e eventos adversos cardíacos em função do género. A presença de critérios de hipertrofia definidos por voltagem está relacionada com o tipo obstrutivo da doença e com a ocorrência de sintomas. Apesar do tamanho relativamente pequeno da amostra, as prevalências de fibrilhação auricular e de taquicardia ventricular não sustentada foram superiores ao descrito pela literatura. Não se observaram diferenças significativas relativamente à clínica e parâmetros ecocardiográficos quando comparados os grupos com e sem fibrilhação auricular. O holter é um exame de extrema importância para a deteção de arritmias ventriculares na Cardiomiopatia Hipertrófica. Não foi demonstrada, nesta amostra, uma relação entre a máxima espessura do ventrículo esquerdo determinada por ecocardiograma e a ocorrência de taquicardia ventricular não sustentada.
- Miocardiopatia HipertróficaPublication . Araújo, Ana Catarina Ventura; Ferreira, Ana Catarina MoutinhoIntrodução: A Miocardiopatia Hipertrófica é uma doença cardíaca definida pelo aumento da espessura do ventrículo esquerdo que não é explicado apenas pela presença de condições de carga anormais. A ecocardiografia e a ressonância magnética cardíaca (RMC) são dois métodos de imagem que permitem a identificação de marcadores de prognóstico e, desta forma, a seleção de terapêuticas, farmacológicas e não farmacológicas, mais adequadas a cada doente, no âmbito da diminuição da incidência de complicações e na prevenção, primária e secundária, da morte súbita cardíaca. Objetivo: Realizar um estudo retrospetivo de doentes com o diagnóstico de Miocardiopatia Hipertrófica do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) e descrever as principais alterações imagiológicas encontradas e possíveis implicações clínicas associadas. Metodologia: O estudo é observacional, transversal e descritivo com recolha de dados de forma retrospetiva. A amostra é constituída por 34 doentes. Foi feita uma pesquisa dos doentes com diagnóstico de miocardiopatia hipertrófica com apoio do serviço de diagnósticos e codificação do CHTMAD. Uma vez que os registos informáticos existem desde o ano 2000, foram identificados todos os doentes com esse diagnóstico registado desde o ano 2000 até dezembro de 2016. Foram identificados 39 doentes, mas excluídos 5 por falta de dados/seguimento que permitissem uma avaliação completa para este estudo. Resultados: Do total de pacientes, 67,6% eram do sexo masculino. A média de idades dos doentes do sexo masculino foi inferior em 9,3 anos em relação aos doentes do sexo feminino (62,1 versus 71,4 anos). A hipertrofia septal assimétrica esteve presente em 67,6%, a apical em 14,7% e a concêntrica em 5,9%. A obstrução da câmara de saída do ventrículo esquerdo esteve presente em 32,4% dos doentes. Os doentes com obstrução apresentaram uma espessura do septo interventricular significativamente maior (23,2 mm versus 16,4 mm) (p=0,003) e um diâmetro telediastólico do ventrículo esquerdo marginalmente inferior (44,1 versus 47,9) (p=0,077) em comparação com os doentes sem obstrução. A presença de realce tardio (RT) RMC foi de 32,4%. Os doentes com RT apresentaram uma massa ventricular significativamente superior em relação aos doentes sem RT (111,9 versus 75,0) (p=0,024). Conclusão: O sexo masculino foi mais preponderante mas as mulheres apresentaram uma idade média superior, o que está de acordo com o reportado em alguns estudos. A maioria dos doentes apresentou uma hipertrofia do tipo septal assimétrico, assemelhando-se ao descrito na literatura mas a percentagem de doentes com hipertrofia apical foi superior ao descrito em estudos mais antigos, aproximando-se de estudos mais recentes. A obstrução da CSVE foi muito inferior à da literatura. O diâmetro telediastólico do VE foi menor no grupo obstrutivo em relação ao não obstrutivo, o que está de acordo com os estudos publicados. A presença de RT na RMC foi superior à das publicações existentes e a massa do VE foi superior nos doentes com RT, em concordância com as descrições da literatura. Este estudo realça o espectro heterogéneo e os desafios que se põem, por vezes, no diagnóstico da miocardiopatia hipertrófica (MCH). Para aumentar o conhecimento sobre esta doença existe um registo nacional de MCH da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e alguns centros no país com consultas especializadas nesta área. O exemplo destes centros, mais estudos sobre esta doença e uma realização de um maior número de RMC para perceber o verdadeiro papel do RT poderá ser um caminho a seguir para uma melhor compreensão e abordagem desta patologia.
- Prevalência de Hipotensão Ortostática na consulta de Cardiologia do Centro Hospitalar Cova da BeiraPublication . Trovisco, Sofia Dina Zamora; Rodrigues, Manuel de CarvalhoIntrodução: A hipotensão ortostática (OH) - definida como a redução da pressão arterial sistólica> 20 mmHg ou da pressão arterial diastólica> 10 mmHg, após passagem de decúbito dorsal (DD) para posição supina (PS), no período de três minutos. Recomenda-se a medição dos valores de pressão arterial (PA), ao primeiro e terceiros minutos, após adoção da PS. A HO é frequentemente subdiagnosticada, com efeito deletério na morbilidade cardiovascular e mortalidade independente para todas as causas, sendo um marcador de mau prognóstico em pacientes de meia-idade e em idosos. Objetivo: Estudar a prevalência de HO, numa amostra de doentes inscritos na Consulta Externa de Cardiologia do Centro Hospitalar Cova da Beira. Material e Métodos: A recolha de dados realizou-se entre Agosto de 2016 e Março de 2017, através de entrevista presencial, medições dos valores de pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC), na Consulta Externa de Cardiologia do Centro Hospitalar Cova da Beira, e análise dos processos clínicos. Estipulou-se como critério de inclusão, todos os pacientes com idade> a 55 anos e que informadamente assentiram inclusão no estudo. Os critérios de exclusão incluem pacientes com patologia psiquiátrica que interfira com o processo de decisão livre e informada, pacientes com mobilidade reduzida e pacientes com idade < 55 anos. Resultados: Numa amostra de 87 doentes, com idade média de 72,2±11,8 anos, 59.77% (n=52) dos indivíduos são do sexo masculino (M). A prevalência de HO, na amostra total, para a PA sistólica 26% e de 5% no caso da PA diastólica. Em DD, a PA sistólica média é de de 143,3±21,7 mmHg, a PA diastólica média de 79,1± 10,2 e a FC média de 70,1±13,9 bpm. Ao 3º minuto, a PA sistólica média é de 124,3±37,6 mmHg, a PA diastólica média de 84,3±12,9 mmHg e a FC média de 76,4±18,6 bpm. Da comparação entre os valores (teste t), resulta uma significância de p<0,001 para as variáveis PA sistólica, PA diastólica e FC. Existe correlação entre a PA sistólica DD/PS (R2=0,23); PA diastólica DD/PS (R2=0,39) e entre as respetivas FC (R2=0,67). Conclusão: A HO é frequente, na amostra total, no entanto nos grupos etários superiores, a PA sistólica e a PA diastólica são significativamente mais baixas na PS. Admite-se que a FC sobe compensatoriamente do DD para a PS, sendo este mecanismo consistente na amostra em estudo.