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- Gestão e percepção da polifarmacoterapia pelos consulentesPublication . Pereira, José Guilherme Teixeira Gonçalves; Santiago, Luiz Miguel de Mendonça SoaresIntrodução: A polifarmacoterapia, definida na maioria da literatura científica, como o consumo crónico de 5 ou mais fármacos, torna-se cada vez mais frequente num Portugal cada vez mais envelhecido. Acarreta inúmeros riscos, principalmente na faixa etária onde é mais prevalente, os idosos. Torna-se, assim, necessário perceber o que pensam os consulentes dos medicamentos que tomam e dos médicos que os receitam e, de que forma isso influencia a sua adesão terapêutica. Objectivos: Este estudo teve como objectivo avaliar a polifarmacoterapia, a adesão à terapêutica e a percepção sobre os medicamentos de frequentadores do Centro de Saúde da Covilhã. Materias e métodos: Estudo de carácter observacional e transversal, no qual se usaram as ferramentas Escala de Adesão à Medicação de Morisky de 4 itens e o Beliefs about Medicines Questionaire-Geral, a serem distribuídos por 80 pessoas, na sala de espera do Centro de Saúde da Covilhã. Registaram-se também dados sociodemográficos e outras informações sobre morbilidades e medicação. Resultados: Numa amostra populacional onde se destaca o sexo feminino, idade >65 anos e o grau de instrução baixo, verificou-se que mais de metade da população apresenta uma adesão terapêutica de grau médio. Uma grande porção da amostra cumpre também critérios de multimorbilidade e de polifarmacoterapia. Ao mesmo tempo, 47,5% apresentaram um score abaixo da mediana na subescala Harm, enquanto que 36% apresentaram este resultado na escala Overuse no Beliefs about Medicines Questionaire-Geral. Nesta população, observou-se que as subescalas Harm e Overuse do questionário supracitado, apresentam correlação estatística significativa com os graus de adesão calculados recorrendo à Escala de Adesão à Medicação de Morisky de 4 itens (p=0,005 e p=0,01). Por sua vez, a idade e o número de doenças apresentam correlação com o número de medicamentos por dia (p=0,013 e p<0,001). Discussão e conclusão: Nesta amostra é possível afirmar que as concepções e percepções, por parte dos consulentes, quanto à sua farmacoterapia e aos seus médicos assistentes, influenciam fortemente a adesão à terapêutica. Surge, assim, uma oportunidade de promover a saúde dos consulentes e melhorar o prognóstico das doenças crónicas de que padecem, através da educação e da maior partilha de informação farmacoterapêutica, com vista a desmistificar preconceitos e incentivar a adesão. No entanto, o grau de polifarmacoterapia é preocupante e deve ser avaliada a utilidade e benefício dos diferentes fármacos na mesma pessoa.
- A empatia médica sentida pelo consulente: correlação entre JSPPPE e EUROPEPPublication . Rodrigues, Ana Rita Gonçalves; Santiago, Luiz Miguel de Mendonça Soares; Simões, José Augusto RodriguesIntrodução: O conceito de empatia largamente defendido na prática da atividade médica, em especial de Medicina Geral e Familiar, tem a possibilidade de ser medido na ótica daquele que procura o médico. Numa perspetiva de ser percebida a valia do instrumento Jefferson Scale of Patient’s Perceptions of Physician Empathy, é necessário, para o contexto português, fazer a sua validação, nomeadamente pela confrontação dos seus resultados com os do instrumento usualmente utilizado e já validado para o português, o European Task Force on Patient Evaluation of General Practice Care. Objetivos: Validar a escala JSPPPE, verificando a correlação entre o score médio desta e o capítulo específico do EUROPEP e saber se há diferenças populacionais nos valores médios de ambos os instrumentos em função do sexo, da formação académica, do grupo etário e da atividade profissional. Métodos: Este foi um estudo observacional, transversal em que foi aplicado instrumento especificamente construído, constituído por questionário epidemiológico e instrumentos JSPPPE e EUROPEP, a 73 utentes do Centro de Saúde da Covilhã à saída de consultas com o (a) médico(a) de família. O questionário foi auto preenchido, salvo raras exceções, após consentimento informado por escrito. Foi realizada estatística descritiva e inferencial paramétrica e não paramétrica em função da distribuição dos dados para as variáveis sexo; grupo etário (menor que 35 anos, entre 36 e 65 anos; superior a 65 anos); formação académica (baixa, para menor ou igual a 9º ano; média-alta, para formação superior a 9º ano) e atividade laboral (ativo e não ativo). Resultados: Quanto à distribuição das diferentes características epidemiológicas (grupo etário, formação académica e atividade laboral) pelo género, não se observaram diferenças significativas. Também no que diz respeito à comparação das médias obtidas nas duas escalas JSPPPE e EUROPEP, segundo as características epidemiológicas, não se verificaram variações significativas. Verificou-se uma correlação positiva fraca mas significativa entre as duas escalas. Discussão e conclusão: Não se encontraram diferenças significativas nos valores globais das da escala JSPPPE e EUROPEP em função do sexo, da formação académica, do grupo etário e da atividade laboral. Verificou-se uma correlação entre elas positiva fraca e significativa. O objetivo deste estudo foi atingido e concluiu-se que o JSPPPE tem então o mesmo valor tornando possível, assim, medir a empatia sentida pelo consulente numa escala curta de cinco questões.
- Perfil metabolómico da saliva: potencial no diagnóstico da doença de ParkinsonPublication . Sousa, Mauro Rúben Marques; Fonseca, Carla Sofia Pais; Rosado, Maria Luiza Constante; Gama, Jorge Manuel dos ReisA doença de Parkinson (DP) é classicamente identificada como uma doença motora, começando anos antes do início dos sintomas motores, quando a sintomatologia inespecífica se encontra já presente. O diagnóstico é feito exclusivamente através de critérios clínicos, sendo difícil nos estágios iniciais da doença. Portanto, a identificação de biomarcadores da DP melhoraria o diagnóstico e, possivelmente, a sua deteção precoce. A análise do perfil metabolómico tornou-se uma ferramenta poderosa na identificação de novos biomarcadores de várias patologias em diferentes fluidos biológicos. A saliva tem um enorme potencial como fluido para diagnóstico, uma vez que a sua colheita é simples, não invasiva e de baixo custo. Na DP existe um aumento na salivação e alguns estudos mostraram o envolvimento das glândulas salivares na sua fisiopatologia. Além disso, os níveis de a-sinucleína na saliva estão significativamente mais baixos em doentes de Parkinson. Considerando estas observações e para determinar o potencial da saliva no diagnóstico da DP, o presente estudo teve como objetivos (1) analisar o perfil metabolómico de amostras de saliva obtidas de doentes de Parkinson e indivíduos saudáveis e (2) avaliar se esse perfil poderá ser utilizado para discriminar estes dois grupos e auxiliar no diagnóstico da DP. O estudo incluiu 25 doentes de Parkinson da consulta de Neurologia do Centro Hospitalar Cova da Beira e 26 indivíduos saudáveis. Foram colhidas amostras de saliva não estimulada, à temperatura ambiente, e a todos os indivíduos foi solicitado que não comessem, bebessem, lavassem a cavidade oral ou fumassem nas duas horas anteriores (no mínimo). As amostras de saliva foram analisadas por espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear (RMN). Utilizou-se a análise estatística multivariada para analisar os espectros de RMN de 1H e identificar características espectrais que possam diferenciar doentes de Parkinson de indivíduos saudáveis. Os nossos resultados mostram que a saliva de doentes de Parkinson apresenta um perfil metabólico distinto quando comparado com os controlos, com diferentes metabolitos a contribuir para essa discriminação. Apesar da amostra reduzida utilizada no presente estudo, este poderá contribuir para a identificação de possíveis biomarcadores para o diagnóstico da DP.