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- Hipotensão OrtostáticaPublication . Bernardino, Daniel Marques; Rodrigues, Manuel de CarvalhoIntrodução: A Hipotensão Ortostática é uma síndrome caracterizada por sinais e sintomas comuns a várias doenças, definida como uma diminuição da pressão arterial sistólica de pelo menos 20 mmHg ou da pressão arterial diastólica de pelo menos 10 mmHg nos três minutos seguintes à transição da posição supina para a posição ortostática. Objetivos: Averiguar se a presença de Hipotensão Ortostática apresenta repercussões a nível cardiovascular. Como objetivos específicos, pretende-se estabelecer a relação entre o desenvolvimento de Hipotensão Ortostática e o risco cardiovascular, bem como a mortalidade global. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica com pesquisa através da MedLine (via PubMed) com os termos “orthostatic hypotension”, “cardiovascular risk”, “mortality” tendo sido dada preferência aos artigos mais recentes. Resultados: Dos 17 estudos incluídos, verificamos que a maioria atribui uma forte associação entre a presença de Hipotensão Ortostática e o agravamento do risco cardiovascular, nomeadamente através do desenvolvimento de Acidente Vascular Cerebral, Acidente Isquémico Transitório e Insuficiência Cardíaca. Relativamente à mortalidade, a presença de Hipotensão Ortostática é preditiva nos adultos jovens, embora exista alguma controvérsia. Discussão/Conclusão: A prevalência de Hipotensão Ortostática encontra-se entre 4.1% e 54%, sendo que os dados relativamente a Portugal revelam uma prevalência em idosos de 38.6%. São vários os estudos que apontam para a existência de uma forte associação entre a presença de Hipotensão Ortostática e a ocorrência de Acidente Vascular Cerebral ou Acidente Isquémico Transitório, Hipertensão Arterial, Enfarte Agudo do Miocárdio, Doença Arterial Periférica, Hipertrofia Ventricular Esquerda, Doença Coronária e Insuficiência Cardíaca. Relativamente à mortalidade, foi encontrada uma relação entre a presença de Hipotensão Ortostática e a mortalidade de causa cardíaca e mortalidade por todas as causas para adultos jovens. Assim, concluímos que a HO é um fator preditor independente do desenvolvimento de doenças cardiovascular e do aumento da mortalidade. Desta forma, torna-se imperativo a realização de uma avaliação da HO em doentes de risco, permitindo o reconhecimento de todos os casos.
- Efeitos do Tributilestanho na contratilidade da artéria umbilical humana por ativação de recetores de serotonina e histaminaPublication . Lima, Lara Madeline Leite; Lusquinos, José Ignacio Verde; Oliveira, Maria Elisa Cairrão RodriguesAtualmente, o homem está exposto à uma variedade de substâncias químicas com capacidade de interferir com o sistema endócrino. Estas substâncias são denominadas de disruptores endócrinos (EDCs) e possuem a capacidade de prejudicar a homeostasia hormonal. De entre estes químicos com propriedades de EDC está o tributilestanho (TBT) que devido a sua ampla utilização em tintas antivegetativas, biocidas e catalisadores de plástico, está associado a bioacumulação em cadeias alimentares de várias espécies, incluindo o ser humano. Consequentemente, muitos estudos associam-no a problemas reprodutivos e sexuais (por exemplo, imposexo), à obesidade, ao cancro e recentemente foi considerado um fator de risco para doenças cardiovasculares. Os estudos a nível vascular sugerem que o TBT pode afetar os mecanismos intracelulares relacionados ao cálcio (Ca2+), interferindo com a função cardíaca e diminuindo a reatividade vascular. Outro fato recentemente descoberto indica que o TBT pode modificar a capacidade contrátil do músculo liso da artéria umbilical humana (AUH) pela ativação dos recetores de serotonina (5-HT) e histamina. Neste sentido, o objetivo deste estudo consiste em investigar os efeitos do TBT a longo prazo na atividade contrátil do músculo liso arterial das AUH, através da ativação dos recetores de 5-HT como 5-HT1B/1D, 5-HT2A, e 5-HT7, assim como os recetores de histamina como o H1 e H2. O estudo da atividade contrátil do músculo liso da AUH foi realizado utilizando a técnica de banho de órgãos. Os anéis de AUH sem endotélio foram extraídos e incubados por um período de 24h com diferentes concentrações de TBT (0,1nM, 1nM, 0,1µM e 100µM) e para obtenção de um grupo controlo. Posteriormente, as artérias foram submetidas a diferentes agentes contráteis como a 5-HT (1µM), a histamina (10µM), o L69 (1µM, agonista do recetor 5-HT1B/1D), a AMHT (1µM, agonista do recetor 5-HT2A), e o BHI (1mM, agonista do recetor H1). Também foi analisada a relaxação da AUH através de dois agentes vasorelaxantes, o AS19 (1µM, agonista do recetor 5-HT7) e o DMP (100µM, agonista do recetor H2). Para o os recetores de 5-HT, a análise do efeito do TBT a longo prazo demonstrou que as concentrações mais altas (0,1µM e 100µM) provocam uma perda significativa da capacidade contrátil dos anéis da AUH induzida pela 5-HT e AMHT, afetando a atividade contrátil do recetor 5-HT2A. No geral, os resultados das contrações provocadas pelo L69 não apresentaram diferenças significativas entre as incubações com TBT e a condição controlo. Segundo os resultados, aparentemente a concentração de 1nM de TBT parece ter menos efeito na contratilidade das AUHs provocada pela a ativação dos recetores de 5-HT, quando comparadas com o controlo, e as outras incubações. Relativamente a concentração mais baixa de TBT (0,1nM), os resultados indicam que existe redução da capacidade contrátil provocada pela 5-HT, mas esta redução não se observou com os outros agentes contráteis. Neste sentido, a análise do efeito vasorelaxante do DMP nas AUHs demonstrou que apenas para esta concentração, o relaxamento é superior a condição controlo. Estes dados permitem então perceber que a resposta após ativação do recetor 5-HT7 aparenta estar afetada pela incubação de TBT 0,1 nM. Em relação aos recetores de histamina pode-se também observar que há redução da atividade contrátil das AUHs induzida pelo BHI, para as concentrações mais altas de TBT (0,1µM e 100µM). Os dados demonstram que estas duas incubações também diminuem a resposta da função contrátil do músculo liso provocada pela ativação do recetor H1. Para as artérias incubadas com TBT 1nM, foi possível observar que a contração induzida pela histamina foi significativamente maior quando comparada com a condição controlo. Estes resultados demonstram que para esta concentração, a capacidade contrátil provocada pela histamina é semelhante ao BHI, não havendo diferenças significativas entre os dois agentes contráteis. A análise do efeito vasorelaxante do DMP demonstrou que para esta incubação com 1nM de TBT, a percentagem de relaxação atingida pelos anéis da AUH foi significativamente menor quando comparada com a situação controlo e as outras incubações. Sendo assim, os dados indicam que o recetor H2 pode ser influenciado a esta concentração.