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- Cardiotocografia vs STANPublication . Rosa, Rita Lourenço Lucas da; Martins, Renato Alessandre Silva; Moutinho, José Alberto FonsecaIntrodução: A monitorização fetal intraparto é um método essencial e integrante da prática clínica obstétrica atual. Tem como objetivo evitar a ocorrência de complicações e lesões relacionadas com a hipoxia e acidose metabólica fetais durante o parto, a fim de evitar a realização de intervenções desnecessárias que podem acarretar morbilidade fetal e/ou materna. A cardiotocografia (CTG) regista simultaneamente a frequência cardíaca fetal e a contractilidade uterina e é, atualmente, o método mais utilizado. Apesar disso, pode ser influenciada por diversos fatores e levar a interpretações erróneas dos registos que podem resultar em intervenções desnecessárias e aumento dos partos por cesariana, muitas vezes sem quaisquer benefícios para a mãe e/ou feto. No sentido de colmatar as suas desvantagens e a falta de evidência de benefícios no seu uso, foi introduzida uma nova tecnologia denominada de STAN (ST-Segment Analysis) que combina a CTG com a análise do eletrocardiograma fetal, permitindo uma monitorização contínua do estado fetal. No Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), o STAN foi introduzido em agosto de 2013. Material e Métodos: Estudo retrospetivo e comparativo de partos de feto único no CHCB durante 2015 e 2016, com base nos dados dos processos clínicos de utentes. Foram retirados dados de 75 partos monitorizados com STAN e 134 casos de controlo como amostra representativa do universo dos partos ocorridos no CHCB sem STAN. A análise estatística foi efetuada com o Statistical Package for the Social Sciences® 24. Resultados e Discussão: Verificou-se que o uso do STAN permitiu reduzir as taxas de cesariana (3,8% vs 26,8%), aumentar o número de partos eutócicos (PE) tanto em primíparas quanto em multíparas (24,0% de PE e 6,7% de cesarianas nas primíparas e 32,0% de PE e 4,0% de cesarianas nas multíparas vs 20,1% de PE e 23,1% de cesarianas nas primíparas e 26,1% de PE e 18,7% de cesarianas nas multíparas com CTG), reduzir a percentagem de cesarianas após uma cesariana anterior (8,6% vs 25,8%), a taxa de cesarianas nos partos induzidos (6,7% vs 14,2%) e as morbilidades neonatais (23,4% vs 36,8%) comparativamente à CTG convencional. No entanto, houve a registar uma maior taxa de partos vaginais instrumentalizados nas mulheres monitorizadas com STAN do que com CTG (11.9% vs 7.7%). Não se registaram diferenças significativas no índice de Apgar entre os dois tipos de monitorização fetal nem no resultado dos partos com analgesia epidural. Conclusão: Neste estudo, verificou-se que o uso do STAN permitiu reduzir o número de cesarianas, aumentar o número de partos eutócicos tanto em primíparas quanto em multíparas e também reduzir a percentagem de cesarianas em parturientes com uma cesariana anterior e em partos induzidos. No entanto, houve a registar uma maior taxa de partos vaginais instrumentalizados nos partos monitorizados com STAN.