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- Fatores que influenciam o desempenho académico no curso de medicinaPublication . Silva, Jessica da; Neto, Isabel Maria Fernandes; Nunes, Célia Maria PintoIntrodução e objetivos: Nos dias de hoje, em que o ambiente competitivo, no ensino superior e fora deste, é extremamente elevado, a boa performance académica é um tema muito debatido. Assim, o desempenho académico e os seus determinantes têm vindo a ser estudados, pois ao entender quais são os fatores que os influenciam, torna-se possível implementar novas medidas, de modo a auxiliar os estudantes da melhor forma. O propósito desta investigação é estudar o impacto que a mudança de residência dos estudantes que ingressam no curso de Medicina tem no seu desempenho académico. Pretende-se também perceber quais são as dificuldades que estes estudantes antecipam ter ao ingressar no ensino superior e também se essas mesmas dificuldades se relacionam com a nacionalidade dos alunos. Métodos: Os dados foram obtidos através da aplicação de um questionário sóciodemográfico aos alunos do 1º ano de medicina da UBI, que ingressaram no ano letivo 2015/2016. Estes dados, bem como os resultados do desempenho académico destes estudantes no 1º ano, fazem parte de bases de dados propriedade da FCS e foram cedidos de forma anónima e confidencial. Para o seu tratamento recorreu-se, em primeiro lugar, à estatística descritiva (frequências, médias e desvios-padrão), de modo a descrever a amostra em estudo. Posteriormente, recorreu-se a alguns métodos de inferência estatística (teste-t de student para amostras independentes, teste de Mann-Whitney e Teste exato de Fisher, tendo sido considerados significativos os valores de p <0,05. Resultados: Da população alvo, constituída por 179 estudantes, 132 (73,7%) responderam ao questionário sociodemográfico e deram o seu consentimento livre e informado. Verificou-se que os estudantes do 1º ano de medicina da UBI que mudaram de residência apresentaram uma média das notas do 1º ano ligeiramente superior aos alunos que não o fizeram. Já os alunos oriundos das regiões autónomas apresentaram uma média das notas do 1º ano ligeiramente superior aos alunos que residem no continente. No entanto, estas variáveis não apresentaram uma influência significativa no desempenho académico dos alunos (p-value > 0,05). Relativamente às dificuldades/problemas que os alunos anteciparam ter ao ingressar no ensino superior, as mais antecipados foram “14-Ter saudades da família/amigos de sempre/namorado (a)”, “4-Gerir as minhas atividades e o meu tempo”, “3-Ter bons resultados nos meus exames” e “2-Aprender os conteúdos das disciplinas”, enquanto que a menos valorizada foi “11-Manter o interesse pelos conteúdos das disciplinas”. Quando analisada a relação entre as dificuldades antecipadas e o desempenho académico dos estudantes, observou-se que as dificuldades “1-Suportar as despesas relacionadas com o meu dia-a-dia” e “8-Psicológicos (isolamento, ansiedade, depressão) ” são aquelas que influenciaram significativamente o seu desempenho académico (p-value < 0,05). Constatou-se ainda que a nacionalidade dos estudantes está relacionada com a forma como os alunos antecipam a dificuldade “1-Suportar as despesas relacionadas com o meu dia-a-dia” (p-value < 0,05). Conclusão: Deste estudo pode-se concluir que a identificação dos fatores que podem afetar o desempenho académico dos alunos, ao longo do seu percurso formativo, é fundamental, uma vez que permite compreender o perfil dos alunos e o modo como este afeta o desempenho académico dos mesmos. Isso proporcionará aos professores universitários parâmetros e conhecimentos específicos sobre a relação perfil do aluno-curso, de modo a que estes possam agir e ajudar de forma mais precisa.
- Caracterização socioeconómica dos estudantes de medicina da UBI e relação com o desempenho académicoPublication . Lopes, Aléxia Martins; Neto, Isabel Maria Fernandes; Nunes, Célia Maria PintoIntrodução e objetivos: A educação é uma necessidade primária nesta era de globalização. Parte do sucesso do processo educacional médico tem sido avaliado pelo desempenho académico dos estudantes, que costuma ser medido através das médias dos alunos. O desempenho académico dos estudantes tem vindo a ser estudado por vários investigadores, sendo que inúmeras variáveis relacionadas com o estatuto socioeconómico dos alunos têm demonstrado influenciar o seu desempenho académico.(1–5) Assim, torna-se interessante estudar fatores socioeconómicos que possam influenciar o desempenho académico dos estudantes de medicina da Universidade da Beira Interior (UBI), de maneira a se desenvolver politicas que reduzam desigualdades na educação médica e na qualidade do ensino facultado pela Faculdade Ciências da Saúde (FCS). Esta investigação tem como objetivo principal relacionar características do ambiente familiar dos alunos de Medicina com o seu desempenho académico. Métodos: Foi aplicado um questionário sociodemográfico aos alunos do 1º ano de medicina da UBI que ingressaram no ano letivo 2015/2016 e analisadas as seguintes variáveis: habilitações literárias, situação, categoria e atividade profissional do pai e da mãe. A amostra em estudo, constituída por 132 alunos, foi descrita utilizando a estatística descritiva (frequências, médias e desvios-padrão). Posteriormente, recorreu-se a alguns métodos de inferência estatística, nomeadamente ao teste da ANOVA, teste de Kruskal-Wallis, teste t-student para amostras independentes e teste de Mann-Whitney. Foi considerada uma significância de 5 %. Resultados: Verificou-se que os estudantes de medicina com média de 1º ano mais baixa têm pais e mães com nível de escolaridade mais baixo (ensino básico) e que os estudantes com média de 1º ano mais elevada têm pais e mães graduados e pós-graduados. No entanto, estas diferenças não mostraram ser significativas. Verificou-se também, embora as relações não tenham sido significativas, que os alunos com média de 1º ano de medicina mais baixa têm pais desempregados e que os estudantes com mães desempregadas são os que apresentam melhores resultados académicos. Em contrapartida, verificou-se que os alunos com média mais elevada têm pais a trabalhar como pessoal administrativo e similares e os que têm média mais baixa têm pais a trabalhar como pessoal dos serviços e vendedores. Para além disso, a média mais elevada dos alunos está associada à seguinte categoria profissional das mães: trabalhar como operárias, artífices e trabalhadoras similares. Estas relações também não apresentaram significância estatística. Quanto ao facto de os pais e mães serem trabalhadores por conta de outrem ou por conta própria, verificou-se que os estudantes com médias mais elevadas são aqueles cujos pais e mães trabalham por conta de outrem, porém este resultado apenas apresentou significância estatística (p-value < 0,05) no caso dos pais. Conclusão: Pelos resultados obtidos, pode-se concluir que o facto de os pais exercerem uma atividade profissional por conta de outrem influencia de forma significativa o desempenho académico dos estudantes do 1º ano de medicina. Em relação às restantes variáveis analisadas, estas não parecem influenciar significativamente o desempenho académico dos estudantes.
- Personalidade e rendimento académico em estudantes de MedicinaPublication . Carretas, Pedro Miguel Bilro; Neto, Isabel Maria FernandesIntrodução: A personalidade é todo um conjunto de características que nos define como pessoas e, consequentemente, define os nossos comportamentos e atitudes. O inventário NEO-FFI, sustentado na Teoria dos Cinco Fatores, permite medir as características individuais de personalidade relativamente às dimensões de Neuroticismo, Extroversão, Abertura à Experiência, Amabilidade e Conscienciosidade. Segundo vários estudos realizados a populações compostas por estudantes de Medicina, estas apresentam continuamente resultados médios prevalentes na dimensão Conscienciosidade. Este traço está também relacionado com o sucesso no percurso académico dos estudantes de Medicina tanto na fase pré-clínica da sua formação como posteriormente na fase clínica. Objetivo do estudo: Este estudo teve como objetivo analisar as características de personalidade dos estudantes que ingressam no curso de medicina e relacioná-las com o seu desempenho académico. Métodos: O questionário NEO-FFI foi aplicado aos alunos que entraram no 1º ano do Curso de Medicina na FCS-UBI nos diversos anos letivos compreendidos entre 2011 e 2016. Foram também recolhidas as classificações do 1ºano relativamente aos alunos que ingressaram em 2016. Foi analisada a evolução das cinco características de personalidade dos estudantes que ingressaram no curso de Medicina ao longo dos 6 anos considerados e, relativamente aos que ingressaram no ano de 2016, essas características foram correlacionadas com as notas obtidas no primeiro ano. A comparação de médias foi feita através da análise da variância (ANOVA) e foi usada a correlação de Pearson para analisar a relação entre as características de personalidade e o desempenho académico no 1º ano. Resultados: A amostra foi composta por 803 alunos, dos quais 71,6% eram do sexo feminino. Verificou-se que a dimensão Conscienciosidade predomina em todos os grupos que ingressaram em medicina nos diferentes anos letivos. A dimensão que apresenta valores médios mais baixos é o Neuroticismo. Para ambos os traços de personalidade o sexo feminino apresenta níveis mais elevados. Existe uma correlação negativa significativa entre estes dois traços. Analisando a evolução da personalidade ao longo do tempo para as diferentes coortes de alunos que ingressam em medicina, verifica-se que, em 6 anos, a Conscienciosidade aumenta de forma significativa enquanto os outros traços se mantêm constantes. Quanto à relação entre o rendimento académico e os diferentes traços de personalidade verificou-se, em ambos os sexos, uma correlação positiva entre as classificações académicas e os níveis de Conscienciosidade. Discussão e Conclusões: Os nossos resultados indicam que os alunos que hoje entram em medicina são diferentes, no que diz respeito à personalidade, dos que ingressaram há alguns anos. Apresentam níveis de Conscienciosidade superiores, o que indica que são mais responsáveis, com elevados níveis de autoconfiança e focados na concretização de objetivos, traduzindo-se estas características no seu desempenho académico. Os resultados indicam também que existe alguma diferença relativamente ao género, revelando-se as raparigas com características de personalidade que indicam maior propensão para a depressão e para serem mais ansiosas. Perspetivas futuras: Será interessante saber se estes mesmos traços de personalidade dos estudantes de Medicina se mantêm estáveis ao longo da sua carreira académica.