Browsing by Issue Date, starting with "2018-05-22"
Now showing 1 - 2 of 2
Results Per Page
Sort Options
- Doença CelíacaPublication . Araújo, Ana Daniela Matos de; Antunes, Henedina; Alves, Carlos Manuel CasteleiroObjetivos: Estudos recentes sugerem que o paradigma de apresentação da Doença Celíaca tem sofrido alterações, com uma maior prevalência de sintomas atípicos, razão pela qual as mais recentes Guidelines da ESPGHAN sugerem a passagem de uma classificação em doença clássica ou atípica para uma baseada em sintomas gastrointestinais e/ou extra-intestinais. O presente estudo pretende determinar a incidência de Doença Celíaca e avaliar a existência de diferenças na sua apresentação clínica nas populações pediátrica e de adultos de um Hospital terciário em Portugal. Métodos: com base na identificação dos doentes incluidos numa base de dados pediátrica pré-existente e através dos resultados de anticorpos positivos para doença celiaca realizados neste hospital, foram analisados os processos electrónicos e em papel dos pacientes diagnosticados entre Janeiro de 1986 e Julho de 2017. Foram recolhidos dados respeitantes à idade de diagnóstico e ao tipo de sintomas à apresentação (gastro-intestinais e/ou extra-intestinais) e atribuida uma classificação em clássica, atípica, latente ou silenciosa. As variáveis tipo de sintomas e classificação atribuida foram comparadas consoante a idade de diagnóstico, utilizando o teste do Qui Quadrado. Resultados: Das 145 crianças e 37 adultos diagnosticados, o sexo feminino representou 61,4% e 80,5% das amostras, respetivamente. No que respeita ao tipo de sintomas, 76.4% dos sujeitos pediátricos reportaram uma combinação de sintomas gastro-intestinais e extra-intestinais, com apenas 38.9% dos adultos a referiram ambos os tipos de sintomas. Cumpriram os critérios para Doença Celiaca clássica, 62,1% dos doentes da amostra pediátrica e 62,9% da amostra de adultos. A classificação da Doença Celíaca atribuida parece ser independente da idade em que o diagnóstico ocorreu (p= 0.172) mas o tipo de sintomas apresentados parecem ser dependentes dessa idade (p<0,001). A incidência de Doença Celíaca foi calculada em 1:255 em indíviduos com idade < a 18 anos e 1:3774 em indíviduos com = 18 anos. Conclusões: Comparando a incidência obtida nesta população pediátrica com a prevalência encontrada por Antunes et al. (1:134), podemos concluir que por cada criança diagnosticada existe ainda outra por diagnosticar. A classificação da Doença Celíaca em clássica e atipica não parece ser a mais adequada, uma vez que pode conduzir a uma perda crítica de informação possivelmente importante para o refinamento do diagnóstico diferencial perante manifestações extra-intestinais.
- Estudo da relação entre gravidade da asma e a função cognitiva em doentes idososPublication . Teixeira, Carina Monteiro; Patto, Maria da Assunção Morais e Cunha Vaz; Barata, Luís Manuel Taborda; Gama, Jorge Manuel dos ReisIntrodução: A asma é uma patologia crónica inflamatória que afeta as vias respiratórias. Apesar de ser associada a idades mais jovens a asma abrange igualmente idades mais avançadas nas quais assume maiores repercussões. A duração da doença, as alterações pulmonares subjacentes ao normal envelhecimento, a baixa perceção dos sintomas que dificulta o diagnóstico e as múltiplas comorbilidades existentes nesta faixa etária explicam esta realidade. Dentro das limitações provocadas por esta condição clínica salienta-se um aumento do declínio cognitivo em doentes idosos. De facto, diferentes estudos apontam para uma possível associação entre asma e um maior ou mais acelerado declínio cognitivo. Com o presente estudo pretendeu-se averiguar a possível influência da asma, sua gravidade e controlo no desempenho cognitivo, mensurado pelo mini-exame do estado mental (MMSE), em doentes idosos. Método: Este é um estudo transversal que decorreu entre Março de 2015 e Março de 2016 no Centro Hospitalar Cova da Beira. Foram incluídos 92 participantes asmáticos e 100 não asmáticos, todos eles com idade igual ou superior a 65 anos. Foi aplicado o teste de rastreio MMSE para averiguar o desempenho cognitivo dos voluntários. Simultaneamente, questionários para avaliar o controlo sintomático da patologia asmática, nomeadamente o da Global Initiative for Asthma (GINA) e Asthma Control Test (ACT), foram usados nos voluntários asmáticos. Resultados: A média do score do MMSE não foi significativamente diferente (p=0,227; teste t de Student) entre doentes idosos asmáticos (27,58 ± 2,735) e idosos não asmáticos (28,02 ± 2,340). No que respeita à gravidade da asma, a análise inter-grupos mostrou que voluntários com asma ligeira intermitente ou asma persistente ligeira (28,38 ± 2,654) apresentavam um score no MMSE significativamente superior quando comparados com os voluntários com asma persistente moderada ou severa (27,26 ± 2,719) (p=0,030; teste de Kruskall-Wallis com correção de Dunn-Boferrroni). Idosos asmáticos com asma controlada ou não, avaliados pelo ACT não mostraram possuir scores significativamente diferentes (p=0,072; teste de Mann-Whitney U). Porém, através do questionário GINA observou-se que doentes asmáticos não controlados possuíam scores no MMSE significativamente diferentes quer quando comparados com não asmáticos (p=0,024; teste de Kruskall-Wallis com correção de Dunn-Boferrroni) quer quando comparados com asmáticos controlados ou parcialmente controlados (p=0,028; teste de Kruskall-Wallis com correção de Dunn-Boferrroni). No modelo de regressão linear dentro dos fatores associados à asma, apenas o controlo sintomático, mensurado pelo GINA, se correlacionou com os scores no MMSE (ß: -1,918; IC 95% (-3,082; -0,754); p=0,002). Conclusão: Não foram encontradas diferenças significativas no score do MMSE, entre doentes idosos asmáticos e não asmáticos. Contudo a asma de maior gravidade mostrou uma associação significativa com maior deterioração cognitiva expressa por scores inferiores no MMSE. Do mesmo modo, a falta de controlo sintomático da asma também se associou a um menor desempenho cognitivo. Quando controlada a influência de outros parâmetros, o deficiente controlo sintomático mostrou-se preditivo de menor score no MMSE. Por outro lado a gravidade da asma não se relacionou com a variação do score.
