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- AVC criptogénicoPublication . Dias, Maria de Sousa Dinis; Álvarez Pérez, Francisco JoséIntrodução: O acidente vascular cerebral (AVC) encontra-se entre as três principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo. Em Portugal, é a doença cardiovascular mais mortal. Em 30-40% dos casos, a causa do AVC isquémico não é claramente identificável, sendo estes eventos classificados de “criptogénicos”. O cardioembolismo é apontado como o mecanismo etiológico mais provável deste subtipo de AVC. Dada a importância da identificação causal na abordagem, tratamento e prevenção secundária destes doentes e tendo em conta que as taxas de mortalidade e recorrência não são diferentes daquelas dos AVC isquémicos de etiologia determinada, percebe-se a necessidade de melhor avaliar o papel etiológico de possíveis fontes cardioembólicas minor. Objetivos: Caracterizar a amostra em estudo em termos de prevalência do AVC criptogénico e da relação deste subtipo de AVC isquémico com possíveis fontes cardioembólicas minor. Material e métodos: Estudo observacional transversal de uma amostra de 662 doentes internados na unidade de AVC do Centro Hospitalar Cova da Beira por diagnóstico de acidente isquémico transitório ou AVC isquémico, entre 1 de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2010. Os dados referentes às variáveis de estudo foram recolhidos através da consulta de processos clínicos. Foi realizada análise descritiva e inferencial através dos testes estatísticos de correlação de Pearson, Qui-Quadrado e U de Mann-Whitney, para o nível de significância de 5% (?=0,05). Resultados: Dos 662 doentes da amostra, 350 eram homens (53%) e a idade média observada foi de 75 (±12) anos. A hipertensão arterial, presente em 82% dos pacientes, mostrou-se o fator de risco cardiovascular predominante. O subtipo de AVC criptogénico foi o mais prevalente (35%) e o perfil sociodemográfico e de risco cardiovascular destes doentes mostrou-se semelhante ao da amostra total. Quanto aos achados ecocardiográficos e comparativamente ao AVC cardioembólico, o AVC criptogénico apresentou correlação estatisticamente significativa com: fração de ejeção; disfunção diastólica; dilatação da aurícula esquerda; dilatação do ventrículo esquerdo; fibrose da válvula mitral; regurgitação mitral; fibrose da válvula aórtica; acinesia; calcificação da válvula mitral. Destes achados, apenas a disfunção diastólica mostrou predomínio no subtipo de AVC criptogénico (65%) comparativamente ao cardioembólico (23%). Conclusão: A subpopulação de doentes com AVC criptogénico do nosso estudo é constituída por homens idosos, com um perfil de risco cardiovascular caracterizado por alta prevalência de hipertensão arterial, eventos cardiovasculares prévios e diabetes mellitus e, à ecocardiografia, grande percentagem de disfunção diastólica ventricular esquerda. Este achado pode ser um importante marcador de dilatação auricular esquerda e fibrilação auricular paroxística, podendo ser útil na discriminação dos doentes a prosseguir investigação etiológica, quando classificados inicialmente como AVC sem causa estabelecida.
- Análise comparativa de parâmetros vasculares de doença de pequenos vasos no cérebro e no rimPublication . Oliveira, Daniela Costa; Álvarez Pérez, Francisco JoséIntrodução: A doença vascular cerebral é uma das principais causas de morte e incapacidade nos países desenvolvidos. Uma das muitas manifestações é a doença cerebrovascular de pequenos vasos. Considerando a relevância clínica da doença cerebrovascular de pequenos vasos e a possibilidade de controlo de alguns fatores de risco vasculares a ela associados, o diagnóstico precoce é uma prioridade. Apenas manifestações indiretas podem ser monitorizadas e usadas como biomarcadores, como a presença de leucoaraiose e enfartes lacunares na ressonância magnética ou na tomografia computorizada, e aumento do índice de resistência nos estudos de doppler transcraniano. Dadas as semelhanças hemodinâmicas entre o leito vascular do rim e do cérebro, a doença renal de pequenos vasos pode ser indicativa de doença cerebrovascular de pequenos vasos. Objetivo: Comparar os marcadores laboratoriais de função renal (níveis plasmáticos de ureia, creatinina e taxa de filtração glomerular) com parâmetros de resistência do doppler transcraniano (índice de pulsatilidade e índice de resistência) em dois grupos de pacientes, um com doença cerebrovascular de pequenos vasos e um grupo de controlo. Métodos: Estudo observacional transversal retrospetivo do ano 2008 ao ano 2011 que incluiu pacientes admitidos no serviço de urgência do Centro Hospitalar Cova da Beira - Covilhã com o diagnóstico de acidente vascular cerebral lacunar. Aos pacientes foi feita uma história médica e neurológica detalhada, análises laboratoriais e doppler transcraniano. Resultados: De um total de 1133 pacientes com diagnóstico de acidente vascular cerebral. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão restaram 139 pacientes a estudo, comparando com 34 controlos. No grupo dos casos existia um predomínio de leucoaraiose anterior, posterior e total; hipertensão arterial (78,4%), diabetes mellitus (39%) e acidente vascular cerebral prévio (11,9%) eram mais frequentes neste grupo; não existe diferença nas medianas da ureia e creatinina entre os dois grupos. A taxa de filtração glomerular está mais diminuída nos casos; a velocidade sistólica, índice de pulsatilidade e de resistência são mais elevados nos casos. Os índices de pulsatilidade e resistência correlacionam-se positivamente com a ureia e a creatinina e negativamente com a taxa de filtração glomerular. Conclusões: O aumento dos parâmetros do doppler transcraniano e a diminuição da taxa de filtração glomerular são indicativos de doença cerebrovascular de pequenos vasos, preditivos de acidente vascular cerebral lacunar e indicativos de doença renal de pequenos vasos (que poderá evoluir para doença renal crónica), alertando para a importância do diagnóstico precoce desta patologia multissistémica – a doença vascular de pequenos vasos.
- Episiotomia: Reflexão sobre a sua prática no Centro Hospitalar Cova da Beira, E.P.E.Publication . Silva, Ana Patrícia Serra da; Rodrigues, Nélia Lamberta PereiraIntrodução: A episiotomia é uma incisão cirúrgica feita na vagina e região perineal durante o segundo estágio do trabalho de parto com o objetivo de aumentar a abertura vaginal e facilitar o parto. Inicialmente utilizada de forma rotineira, atualmente defende-se o seu uso seletivo. Contudo, a sua aplicação continua a ser alvo de grande discórdia na comunidade médica pois não está isenta de complicações. Objetivos: Revisão da episiotomia enquanto procedimento cirúrgico de assistência ao parto vaginal e avaliação da sua aplicação no Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB). Metodologia: O presente estudo trata-se de uma investigação observacional retrospetiva, realizada através de consulta de processos clínicos de utentes do CHCB. Foram incluídas todas as mulheres com partos eutócicos realizados entre 1 de Janeiro de 2017 e 31 de Dezembro de 2017. Excluíram-se partos instrumentalizados, partos gemelares, partos com feto em apresentação pélvica e cesarianas. Os parâmetros avaliados para cada parturiente foram o aparecimento de lacerações perineais espontâneas e realização de episiotomia. Adicionalmente identificaram-se múltiplas variáveis materno-fetais e complicações no pós-parto. A análise estatística foi realizada através do SPSS Statistics versão 23.0. Resultados: Obteve-se um total de 283 parturientes, com uma taxa de episiotomia de 55,8%. Após análise, as variáveis que demonstraram relação significativamente estatística com a realização de episiotomia são: número de partos vaginais (p-valor 0,000), complicações perineais (p-valor 0,045), anemia pós-parto (p-valor 0,004) e danos nos esfíncteres (p-valor 0,000). Relativamente ao aparecimento de lacerações perineais espontâneas apenas se demonstrou relação com o número de partos vaginais (p-valor 0,000) e administração de analgesia epidural (p-valor 0,023). Conclusões: Existe uma certa tendência para um uso um tanto liberal da episiotomia, com clara predominância da sua utilização em primíparas. Demonstrou-se ainda associação entre a utilização desta técnica e aumento da incidência de complicações maternas como danos nos esfíncteres, hematomas no períneo e anemia no pós-parto.