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- Revisão Sistemática da Influência do Mercúrio na Pressão ArterialPublication . Gonçalves, Diana Maria da Silva; Pastorinho, Manuel Ramiro Dias; Sousa, Ana CatarinaIntrodução: a hipertensão arterial é o principal fator de risco das doenças cardiovasculares e o mais frequente em Portugal. Existem algumas evidências de o mercúrio poder contribuir para o aumento da hipertensão, no entanto, não existe ainda consenso no seio da comunidade científica. Assim, e por forma a compreender o real impacto da exposição a mercúrio na hipertensão arterial é importante avaliar de uma forma sistemática a informação publicada nos diferentes estudos já realizados. Objetivo: avaliar a influência da exposição ao mercúrio na hipertensão arterial através de uma revisão sistemática da literatura. Métodos: nesta revisão sistemática, foram incluídos estudos que avaliassem a influência do mercúrio na pressão arterial de adultos. A pesquisa foi realizada em 5 bases de dados (Web of Science, Medline/PubMed, Scopus, Scielo e Toxline). Os títulos e abstracts foram avaliados por dois revisores de forma independente. Para cada um dos estudos foi realizada a extração de dados num formulário específico. Os riscos de viés, a qualidade e a robustez da evidência foram avaliados de acordo com o protocolo descrito no “Navigation Guide Systematic Review Methodology”. A hipertensão arterial foi o outcome avaliado. Resultados: foram incluídos 31 estudos que cumpriram os critérios de inclusão definidos. Os estudos, realizados em 10 países diferentes, usaram diferentes tamanhos amostrais (de 101 a 8371 indivíduos), e diferentes matrizes biológicas para quantificação de mercúrio (sangue, urina, cabelo e unhas). Dos 31 estudos incluídos na análise, 4 encontraram associação positiva e 6 não encontraram qualquer associação entre mercúrio e pressão arterial; 16 encontraram associação positiva com a pressão arterial sistólica e/ou diastólica (dos quais 4 não encontraram uma associação estatisticamente significativa); 6 encontraram associação negativa com a pressão arterial (dos quais um não encontrou associação estatisticamente significativa). O corpo da evidência apresenta uma qualidade moderada a baixa, não tendo sido provado o efeito tóxico do mercúrio na pressão arterial. Discussão: foi encontrada uma grande variabilidade de resultados, não tendo sido possível encontrar uma relação entre os estudos com resultados semelhantes, que justificassem a variabilidade dos outcomes. As discrepâncias entre estudos podem ser atribuídas às diferenças na extensão da exposição e nas fontes de mercúrio, tipo de amostra, tamanho amostral e questões metodológicas relacionadas com a quantificação da exposição a mercúrio e medidas de pressão arterial. Conclusões: não existem evidências suficientes que permitam avaliar a influência da exposição ao mercúrio na pressão arterial devido à inconsistência dos resultados obtidos pelos diferentes estudos.
