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- Funcionamento cognitivo e motor em pessoas idosas institucionalizadas da Beira InteriorPublication . Brandão, Maria João Lisboa; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás Martins; Patto, Maria da Assunção Morais e Cunha VazIntrodução: O aumento da esperança média de vida nas últimas décadas e as alterações demográficas estão a conduzir ao envelhecimento da população, bem como a uma mudança dos tipos de patologias com maior incidência. Neste contexto, as doenças crónicas e degenerativas ganham uma maior importância, nomeadamente o défice cognitivo e as demências. Existem algumas evidências científicas da existência de uma relação entre a diminuição da performance cognitiva e o aumento do défice físico generalizado. Este trabalho integra-se no projeto ICON, Interdisciplinary Challenges On Neurodegeneratione (CICS-UBI) e tem como objetivo avaliar e estudar a relação entre o funcionamento cognitivo, a força da mão e a velocidade da marcha numa amostra de idosos portugueses institucionalizados da Beira Interior. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e desenvolvido com uma amostra de pessoas idosas residentes em Lares da Terceira Idade da Beira Interior. Participaram no estudo 92 pessoas, 68 do sexo feminino e 24 do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 66 e 101 anos (M=83.61; DP=6.81). Para a avaliação do estado cognitivo utilizou-se o Addenbrooke’s Cognitive Examination-Revised (ACE-R). A força da mão foi avaliada através de um dinamómetro (Hand Dynamometer Model Lafayette 78010) e para a avaliação da velocidade da marcha foi cronometrado o tempo que a pessoa demorava a percorrer 3 metros. Resultados: Os resultados indicam que cerca de 75 idosos da amostra apresentavam défice cognitivo (81,5%) e apenas 17 não apresentavam alterações (18,5%). Quanto à avaliação da cognição, o ACE-R total apresentou uma média de 46.24 (DP=19.92), tendo o subdomínio da linguagem apresentado a pontuação mais elevada (M=13.89; DP=5.51). A média do tempo de marcha foi de 10.88 (DP=6.29), observando-se uma correlação negativa estatisticamente significativa entre o tempo de marcha e a cognição (r=-.321;p=.002). A média da velocidade da marcha (M=0.36; DP=0.17) também apresenta uma correlação positiva estatisticamente significativa com o resultado do ACE-R total (r=.397; p<.0001). Observou-se, ainda, uma correlação estatisticamente significativa entre o resultado do ACE-R e a média da força da mão dominante (r=.383; p<.0001) e a média da força da mão não dominante (r=.365; p<.0001). Conclusão: Os resultados deste estudo indicam a existência de uma relação entre um melhor funcionamento cognitivo e o facto de se ter mais força da mão e uma maior velocidade da marcha. Nesta linha, os resultados sugerem que a promoção do funcionamento cognitivo e da força motora podem ser consideradas conjuntamente no delineamento de estratégias inovadoras de promoção de saúde nos idosos.
- Experiências de pessoas idosas institucionalizadas sobre as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e perceção do estado de saúdePublication . Cunha, Joana Daniela Gomes da; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás Martins; Oliveira, José António Martinez Souto de; Duarte, PauloIntrodução: Os desenvolvimentos científico-técnicos e melhorias ao nível de saúde pública têm contribuído para o aumento da longevidade. Contudo, nem sempre o envelhecimento é acompanhado de qualidade de vida, sendo comum a baixa perceção da saúde. A institucionalização do idoso é uma resposta frequente à dependência, na ausência de soluções adequadas na comunidade e/ou família. A par desta realidade, as TIC têm vindo a instalar-se no dia-a-dia de todos, promovendo a comunicação e a construção de redes sociais, que não só minimizam as limitações impostas pela distância, como também podem desempenhar um papel essencial na integração/inclusão social das pessoas idosas. Este estudo pretende avaliar a perceção do estado de saúde e utilização das TIC por idosos institucionalizados, a possível relação entre estas dimensões, identificar quais as suas principais dificuldades e enumerar as características que esta população considera fundamentais num “equipamento ideal”. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo observacional, descritivo e transversal, desenvolvido com uma amostra de conveniência, com 114 idosos, com idades compreendidas entre os 66 e 95 anos (M= 84.42; DP=6.585). Para esta investigação, foi elaborado um questionário original que, depois de validado, foi distribuído e aplicado em 5 Instituições/Lares de Terceira Idade ou Estruturas Residenciais para Idosos da Beira Interior e de Viseu. Resultados: Os resultados indicam que a maioria dos idosos avalia a sua saúde como “aceitável” (44 idosos, 38.6%) e “boa” (38 idosos, 33.3%). As TIC mais utilizadas são o telemóvel (78 idosos, 68.40%) e o computador (20 idosos, 17.40%), sendo que o uso do smartphone e do tablet é muito residual. Observa-se, com significância estatística, que aqueles que utilizam mais frequentemente o telemóvel apresentam pior perceção do estado de saúde (x2= 19.412; p=0.025). Constata-se que as principais atividades realizadas com as TIC são conversar com a família e amigos, verificando-se, com significância estatística, que os que referem ter medo na sua utilização, têm mais de 80 anos (x2= 20.222; p=0.027). Depreende-se, ainda, que 70 idosos (61.4%) referem sentir dificuldades na utilização dos equipamentos, sobretudo pela letra pequena, apontando o controlo de voz como a caraterística preferencial para o seu “equipamento ideal”. Verifica-se, também, que 103 idosos consideram as TIC importantes e 62 têm interesse na sua utilização. Conclusões: Este estudo alerta para a necessidade de desenvolver estratégias que permitam melhorar a perceção do estado de saúde dos idosos, bem como, fomentar a utilização das TIC no seu quotidiano, explorando os seus benefícios e asseverando a verdadeira inclusão social. Reconhece-se, também, a necessidade de realizar estudos, com amostras mais representativas.
