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- Rotura do Ligamento Cruzado Anterior e as diferentes opções de enxerto na sua reconstrução cirúrgicaPublication . Santos, João Ricardo Resende dos; Nunes, Jorge Fernando PonO Ligamento Cruzado Anterior (LCA) é o ligamento do joelho que mais frequentemente sofre rotura. Por essa razão, a lesão do LCA tem vindo a ser objeto de análise e discussão, nomeadamente no que concerne aos diferentes tipos de enxerto que do ponto de vista clínico e funcional se têm revelado como a melhor opção de tratamento cirúrgico, mas também os seus outcomes clínicos, que possam ser úteis na escolha do melhor enxerto tendo em conta cada doente. A lesão do LCA pode conduzir a dor, laxidez do joelho, instabilidade funcional, dificuldade na realização da atividade de vida diária, diminuição ou interrupção da performance desportiva, aumentando ainda o risco de lesões meniscais e cartilagíneas. No entanto, apenas a avaliação feita com base na realização de exame físico e complementar permite um diagnóstico adequado da lesão/rotura do LCA. Na maioria dos casos justifica-se a reconstrução cirúrgica recorrendo a enxerto. No entanto, existe na literatura algum desacordo relativamente à escolha do enxerto. Neste trabalho pretende-se apresentar uma revisão sistemática e atualizada sobre os tipos de enxerto mais usados na cirurgia reconstrutiva para, dessa forma, facilitar a tomada de decisão relativamente ao tipo de enxerto adequado às características individuais de cada paciente.
- Patologia autoimune e Diabetes MellitusPublication . Amaral, Leonor Jota Pereira Cabral; Correia, João José Santiago AlvesIntrodução: O termo diabetes mellitus autoimune designa um grupo de doenças crónicas resultantes da interação entre fatores genéticos e ambientais que predispõem para uma resposta imunitária anormal, a qual destrói as células beta, provocando deficiência de insulina e hiperglicemia. A destruição destas células pode ser súbita em jovens, resultando numa necessidade permanente de insulina (diabetes mellitus tipo 1), ou de instalação mais lenta em adultos, resultando em necessidade de insulina, pelo menos, 6 meses após o diagnóstico (diabetes latente autoimune do adulto). O processo autoimune das células pancreáticas envolve a produção de autoanticorpos contra os ilhéus de Langerhans, tais como anticélulas dos ilhéus, anti-insulina, antidescarboxilase do ácido glutâmico, antiproteína tirosina fosfatase-2 e anti-ZnT8, podendo associar-se a outras doenças autoimunes e afetar outros orgãos. Objetivos: Descrever os principais tipos de diabetes autoimune, a sua epidemiologia, fisiopatologia e apresentação clínica; conhecer os fatores imunológicos, genéticos e ambientais envolvidos; caraterizar as patologias autoimunes mais frequentemente associadas; avaliar o impacto da autoimunidade no controlo da diabetes e realçar a importância de esta ser detetada e controlada precocemente. Pretende também apresentar um resumo de dados epidemiológicos e clínicos de 98 pacientes (74 com diabetes tipo 1 e 24 com diabetes autoimune latente do adulto) acompanhados no serviço de Pediatria e Medicina Interna do Hospital Sousa Martins. Métodos: Análise de artigos indexados na base de dados PubMed e ScienceDirect de abril de 2018 a janeiro de 2019, utilizando as palavras-chave: “type 1 diabetes”, “latent autoimmune diabetes in adults”, “autoimmune diabetes mellitus”, “associated autoimmune diseases”, “autoantibodies”, “polyglandular autoimmune syndromes”, “autoimmunity”, “autoimmune thyroid disease”, “celiac disease”, “Addison disease”, “autoimmune gastritis” e “vitiligo”. Pesquisa dos processos clínicos de pacientes diabéticos das consultas de Diabetologia e de Pediatria do Hospital Sousa Martins. Resultados: Os artigos mostram que as doenças mais frequentemente associadas à diabetes mellitus autoimune são as doenças autoimunes da tiroide, a doença celíaca, a anemia perniciosa, a gastrite autoimune, a doença de Addison e o vitiligo. Na amostra foram encontradas outras doenças autoimunes em 24,32% dos pacientes com diabetes tipo 1 e em 41,67% dos pacientes com diabetes autoimune latente do adulto. Conclusões: Este trabalho mostrou que há uma proporção significativa de outras doenças autoimunes em pacientes com diabetes autoimune. Só a combinação de caraterísticas demográficas, imunológicas e genéticas facilitará a capacidade para prever estas doenças associadas à diabetes, o que permitirá tratá-las da melhor forma possível e ainda obter um melhor controlo glicémico.
- A obesidade como fator de risco para a infertilidade e complicações da gravidezPublication . Ferreira, Maria João Pontes; Martins, Renato Alessandre Silva; Nunes, Célia Maria PintoIntrodução: A obesidade e o excesso de peso estão relacionados com efeitos deletérios ao nível do sistema reprodutivo que podem levar a infertilidade e complicações da gravidez, bem como a diminuição do sucesso das tecnologias de reprodução assistida (TRA). Em 2016, segundo a Organização Mundial da Saúde, existiam 1.9 mil milhões de adultos com excesso de peso e 650 milhões de adultos obesos em todo o mundo, pelo que é previsível que os problemas de fertilidade ganhem cada vez mais proporção. A obesidade causa diversas condições metabólicas como diabetes mellitus e síndrome do ovário poliquístico (SOP). Contribui para irregularidades menstruais, anovulação, aborto espontâneo, menor taxa de conceção e complicações da gravidez, tais como diabetes gestacional, doença hipertensiva da gravidez, alterações do crescimento intrauterino e parto pré-termo. Objetivo: Investigar os efeitos do excesso de peso e da obesidade na infertilidade feminina, nas tecnologias de reprodução assistida e nas complicações da gravidez. Metodologia: Estudo retrospetivo e observacional, com uma amostra constituída por 137 mulheres com IMC =18.5 kg/m2, com idades compreendidas entre os 18 e os 40 anos e com uma média de idades de aproximadamente 33 anos (32.85±3.99), submetidas a tratamentos de fertilidade na Unidade de Medicina Reprodutiva do Centro Hospitalar Cova da Beira, entre 2011 e 2017. O IMC tem uma média de 24 kg/m2 (24.13±3.92). As mulheres com peso normal (18.5=IMC=24.99 kg/m2) correspondem a 65% dos casos, enquanto 35% das mulheres apresentam excesso de peso ou obesidade (IMC =25 kg/m2). Resultados: Verificou-se a existência de uma relação significativa (p<0.05) entre o IMC e os fatores de infertilidade, a SOP e o ciclo menstrual. Entre as mulheres que têm ciclo menstrual irregular, SOP ou fator ovárico/SOP, a maioria tem excesso de peso ou obesidade. Para as restantes variáveis em estudo, incluindo os resultados dos diferentes ciclos de tratamentos de fertilidade, não se verificou a existência de relação significativa com o IMC. No entanto, na IIU há uma ligeira diminuição não significativa da taxa de gravidez clínica nas mulheres com IMC elevado. As complicações da gravidez são superiores em mulheres com IMC =25 kg/m2, com predominância da diabetes gestacional, embora tal não seja estatisticamente significativo. Obteve-se ainda o modelo de regressão logística binária que demonstrou que as mulheres com SOP têm 4.5 vezes maior probabilidade de ter IMC =25 kg/m2. Conclusões: Há uma associação significativa entre o IMC e os fatores de infertilidade, a SOP e o ciclo menstrual. A maioria das mulheres com fator ovárico/SOP apresenta excesso de peso ou obesidade. No entanto, não se verificou influência estatisticamente significativa do IMC nas taxas de sucesso das TRA, nem nas complicações da gravidez após TRA. Este estudo alerta para a necessidade da elaboração de investigações mais abrangentes, com uma amostra substancialmente superior, por forma a averiguar as implicações do excesso de peso e da obesidade nas TRA e nas complicações da gravidez, bem como para avaliar o impacto da perda de peso prévia à realização das TRA. Não obstante, a obesidade comporta efeitos negativos a nível da saúde global, pelo que é pertinente consciencializar a população acerca dos benefícios dos estilos de vida saudáveis.
- Estratégias para a diminuição da Diabetes Gestacional em mulheres de riscoPublication . Sousa, Ana Raquel Borges; Moutinho, José Alberto FonsecaIntrodução: A Diabetes Gestacional (DG) é uma condição definida como “qualquer nível de intolerância à glicose, com início durante a gravidez, que resulta em hiperglicemia de gravidade variável”. A prevalência em Portugal tem vindo a aumentar, sendo de 7,2% em 2015, segundo dados divulgados pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia. Sabe-se que está associada a complicações a curto e a longo prazo, quer para a grávida, quer para o recém-nascido. Na prática obstétrica, a atuação médica centra-se no rastreio/diagnóstico precoce da DG e no tratamento para controlo da glicemia ao longo da gravidez e prevenção da morbilidade fetal. Têm-se perspetivado atitudes clínicas que visam prevenir ou atrasar o surgimento da DG em mulheres com risco acrescido. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo fazer uma revisão da literatura existente e reunir informação sobre as medidas farmacológicas e não farmacológicas que podem ser usadas para prevenir o aparecimento desta condição em mulheres de risco e diminuir a morbilidade associada. Métodos: para a realização deste trabalho, foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados PubMed e Cochrane. Os critérios de inclusão foram: estudos realizados em mulheres com pelo menos 1 fator de risco para DG, sem diabetes prévia à gravidez, em mulheres já grávidas, com o intuito de prevenir o aparecimento de DG. Assim sendo, foram excluídos artigos referentes a abordagens com início antes da conceção, no pós-parto e para tratamento da DG já diagnosticada. Apenas artigos escritos em português, inglês e alemão foram incluídos. Resultados: foram incluídos nesta revisão da literatura 54 publicações. Destas, 19 são referentes às intervenções de atividade física/exercício físico, 7 à alimentação e 8 combinação de ambos (intervenção estilo de vida). Além disso, das estratégias novas foram encontrados 2 estudos sobre o efeito da Vitamina D, 6 publicações sobre a suplementação com mio-inositol, 5 acerca do potencial dos probióticos, 1 sobre o uso de óleo de peixe e, finalmente, 6 com utilização de metformina para prevenção da DG. Das intervenções, apenas algumas parecem ter potencial para reduzir a incidência de DG em grávidas com fatores de risco, tendo ocorrido em alguns estudos com suplementação com mio-inositol e de probióticos, além dos associados à alimentação e estilo de vida. Conclusão: algumas destas estratégias parecem ter potencial na prevenção da DG. No entanto, ainda não existem estudos suficientes nem de dimensão adequada que validem essas intervenções. Para além de apostar na prevenção e controlo pré-concecional dos FR modificáveis, é importante identificar os subgrupos que terão maior benefício com estas novas intervenções estudadas e aperfeiçoar o diagnóstico e tratamento, quando não for possível preveni-la.
- Infertilidade masculinaPublication . Magalhães, Anita Maia; Martins, Renato Alessandre SilvaIntrodução: Evidência sugere um declínio global na qualidade espermática nas últimas décadas com redução da fertilidade masculina e consequentes implicações na natalidade, emergindo como um problema de saúde pública. Fatores potencialmente identificáveis e modificáveis relacionados com a exposição ocupacional contribuem para este cenário. Determinadas profissões podem ser consideradas de risco em termos de saúde reprodutiva masculina. Objetivos: Determinar a associação entre exposição ocupacional, em diferentes categorias profissionais, e as variáveis relacionadas com a infertilidade e com o espermograma. Averiguar quais as categorias com maior incidência de alterações espermáticas, bem como analisar as diferenças nos parâmetros do espermograma entre as diversas categorias profissionais. Material e Métodos: Trata-se de um estudo observacional, descritivo, analítico e retrospetivo. A população em estudo engloba o elemento masculino de 520 casais que recorreram à Unidade de Medicina Reprodutiva (UMR) do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) nos últimos cinco anos, concretamente de 1 de Março de 2013 a 28 de Fevereiro de 2018. Procedeu-se à caracterização da população em estudo incluindo variáveis relacionadas com infertilidade (tipo, duração e tratamento), elemento masculino do casal (idade, profissão e antecedentes) e espermograma. As 120 profissões observadas foram agrupadas em 27 categorias profissionais. Os resultados dos espermogramas, duração e tipo de infertilidade foram analisados tendo em conta as categorias profissionais, de forma a analisar o contributo de cada grupo ocupacional para as alterações observadas, bem como a existência de associação entre as variáveis ou diferença entre grupos. Resultados: A profissão “Motorista” e a categoria profissional “Condutores de veículos e operadores de equipamentos móveis” são as mais frequentes. Infertilidade primária é o tipo mais frequente na maioria das categorias, com duração média de 35,65 ± 29,185 meses. A maioria dos indivíduos apresenta pelo menos um parâmetro do espermograma alterado. O parâmetro com maior percentagem de alterações é a morfologia (49.8% de teratozoospermia), sendo vitalidade o que apresenta menor (3.4% de necrozoospermia). Normozoospermia em 35.4% dos casos. Não se verificou associação estatisticamente significativa entre as variáveis estudadas. Porém, identificou-se tendência para existência de associação com o parâmetro motilidade (valor-p<0.1). Constatou-se diferenças estatisticamente significativas (valor-p<0.05) na distribuição do parâmetro volume entre as categorias profissionais, e uma tendência para existência de diferenças (valor-p<0.1) na distribuição do pH, do índice de múltiplas anomalias (MAI) e da duração da infertilidade entre os grupos. Conclusão: Apesar de não se ter evidenciado associação entre exposição ocupacional e as características do espermograma, a evidência científica atual e as tendências descritas no estudo alertam para a relevância da temática exposição ocupacional e consequentes repercussões na saúde reprodutiva.
- Métodos de Avaliação do risco de Pré-Eclâmpsia no primeiro trimestrePublication . Almeida, Sílvia Raquel Ribeiro de; Moutinho, José Alberto FonsecaIntrodução| A pré-eclâmpsia, caracterizada pelo desenvolvimento de hipertensão de novo em gestantes previamente normotensas, afeta 2 a 8% de todas as gestações, sendo mais frequente após as 20 semanas de gestação. Nestes casos, a hipertensão pode acompanhar-se de proteinúria, de disfunção de órgãos maternos ou de disfunção uteroplacentária. O seu diagnóstico ocorre tradicionalmente em consulta de rotina do 2º ou 3º trimestres. Contudo, em 2011 assistiu-se a uma mudança de paradigma do diagnóstico e tratamento da pré-eclampsia, sendo que as atenções se focaram na sua prevenção e na identificação precoce de grávidas em risco de desenvolverem complicações, com especial foco no 1º trimestre. Objetivos| Para a realização desta dissertação foram estipulados como objetivos a análise descritiva da evidência científica atual sobre os métodos de avaliação do risco de desenvolvimento de pré-eclâmpsia que podem ser aplicados durante o 1º trimestre e as medidas preventivas da pré-eclâmpsia neste mesmo trimestre. Metodologia| Para a elaboração desta revisão bibliográfica foi realizada uma vasta pesquisa desde setembro de 2018 a abril de 2019, cujas fontes foram a PubMED e o UpToDate. Foram utilizadas as guidelines da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, recomendações da American College of Obstetricians and Gynecologists, da National Institute for Health and Care Excellence, da International Society for the Study of Hypertension in Pregnancy e da Organização Mundial de Saúde e ainda normas de orientação clínica da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal. Discussão| À luz da evidência científica atual as alterações fisiopatológicas da pré-eclâmpsia precedem as suas manifestações clínicas. Nos últimos anos têm aumentado os estudos acerca da utilidade de marcadores moleculares para a identificação precoce do risco de pré-eclâmpsia no 1º trimestre. Esta identificação permitiria não só a redução da prevalência da doença através da implementação atempada de medidas preventivas, mas também de outras complicações perinatais. Desta forma, será possível individualizar a vigilância obstétrica, determinar o momento apropriado para o parto, e melhorar o prognóstico materno-fetal. Conclusão| De acordo com a Fetal Medicine Foundation a utilização de marcadores moleculares e biofísicos em combinação com os fatores maternos recolhidos, permite identificar gravidezes em alto risco de desenvolvimento de pré-eclâmpsia no 1º trimestre, principalmente a de início precoce, que é a que mais contribui para as complicações materno-fetais. Esta identificação possibilita uma melhor alocação de recursos de acordo com o risco individual da grávida, uma vigilância obstétrica personalizada e dirigida e uma intervenção farmacológica com aspirina em baixa dose e suplementação de cálcio, a fim de reduzir a prevalência da doença e das suas complicações.
- Alterações climáticas e a crise migratória no Corredor Seco da América CentralPublication . Alves, Natália Rodrigues; Brito, Brígida João Benedito Farinha da RochaO agravamento das alterações climáticas e a intensificação da ocorrência de fenômenos ambientais têm impulsionado outra questão de grande complexidade: uma crescente onda de fluxos migratórios por todo o mundo, em que muitas pessoas se veem forçadas a deixar os seus locais de residência habitual, em busca de melhores condições para sobreviver. Tal fato, apesar de se mostrar mais evidente quando da ocorrência de eventos climáticos extremos, também tem sido observado em cenários caracterizados pela sucessão de outros fatores ambientais, a exemplo da intensificação dos períodos de seca verificados na região do Corredor Seco, na América Central. Paralelamente a este cenário, surgem questionamentos que refletem a complexa relação que há entre os fatores ambientais e as questões migratórias, nomeadamente no que se refere à dificuldade em identificar as reais motivações para os deslocamentos, bem como os desafios que emergem no âmbito da proteção internacional dos refugiados. Nesse sentido, a presente investigação tem como objetivo principal analisar de que forma e até onde o fenômeno das alterações climáticas tem influenciado no desdobramento dos fluxos migratórios que estão a ocorrer na região do Corredor Seco, na América Central. Através de uma pesquisa qualitativa, com uma abordagem exploratória e por meio dos métodos de recolha de dados e da análise de conteúdo, parte-se de um enquadramento teórico sobre as temáticas ambiental e migratória, para, posteriormente, abordar o estudo de caso, em que se pretende analisar a relação existente entre o fenômeno das alterações climáticas e os deslocamentos populacionais na região. Por fim, a análise do estudo de caso permite concluir que o fenômeno ambiental está a influenciar os movimentos migratórios na localidade, podendo contribuir tanto para intensificar, como também para diminuir a ocorrência desses fluxos, a depender do contexto socioeconômico da região. Tal fato vem a ressaltar a importância da realização de pesquisas que possibilitem uma compreensão da dinâmica ambiental e migratória, para, a partir de então, subsidiar o desenvolvimento de políticas adequadas à realidade e que proporcionem resultados mais benéficos para as comunidades afetadas.
- Constructing a national identity in Timor-Leste: ReflectionsPublication . Schouten, Maria Johanna ChristinaIn May 2002, when its independence was formally established, Timor-Leste became the latest of the former Portuguese colonies that had to come to terms with its colonial heritage. But this was not its only challenge, as this territory had been occupied by its neighbour Indonesia in the period 1975-1999, entailing misery for the population and an ‘Indonesiazation’ of their cultural expressions and institutions. The new state of Timor-Leste needed to conquer respect on the world stage – on the map it is a dwarf between the giants of Indonesia and Australia – and also legitimacy among its citizens, where problems triggered in particular by the Indonesian occupation still lingered. Therefore, the closely-connected processes of state-building, nation-building and identity-building have been going on until now. The state and several linked organizations such as the educational institutions are highly involved in the promotion of the ‘feeling of belonging’ to Timor-Leste among the citizens. Factors which complicate this identity-construction include internal rivalries, the cultural influence of Indonesia, and the great heterogeneity of the population, which counts about twenty ethnolinguistic groups. In the paper several dimensions and symbolic objects and events that are created and activated for the construction of a national identity are examined. These are the flag and anthem, language, religion, monuments, the cult of national heroes, and national celebrations. In most of these dimensions elements of perceived national culture as well as of Portuguese legacy are interwoven. The paper is based on documental research and interviews and observations in Timor-Leste during November 2016. PowerPoint, not the written texto, available.
- Paralisia Periódica Hipocaliémica FamiliarPublication . Gouveia, Joana Marina Teixeira; Sousa, Paulo Miguel Rego; Guerra, Pedro Miguel PatricioA Paralisia Periódica Hipocaliémica Familiar é uma doença rara, com uma prevalência de 1:100000, de caracter genético autossómico dominante, com início na idade pediátrica. Esta patologia manifesta-se por episódios de paralisia muscular dos membros, mais frequentemente tetraplegia, com duração de minutos a dias, associados a hipocaliémia, podendo haver também envolvimento dos músculos respiratórios e arritmias cardíacas. As estratégias de tratamento consistem no tratamento dos episódios agudos com suplementos orais ou intravenosos de potássio, e no tratamento preventivo com inibidores da anidrase carbónica e suplementos de potássio. Neste trabalho, é relatado o caso de uma adolescente de 12 anos, que recorreu ao serviço de urgência por episódio súbito de tetraplegia, associada a hipocaliémia, com 6 horas de evolução. A paciente apresentava ainda alterações cardiovasculares, nomeadamente, aumento do intervalo PQ, ligeiro infradesnivelamento do segmento ST e ondas U proeminentes. Vários membros da família materna encontravam-se diagnosticados com Paralisia Periódica Hipocaliémica Familiar. A paciente, perante o quadro clínico, análises laboratoriais e exclusão de outras causas de hipocaliémia, foi diagnosticada com Paralisia Periódica Hipocaliémica Familiar. A paciente foi internada e medicada com cloreto de potássio 7,5% para tratamento do episódio agudo, tendo apresentado posteriormente, remissão completa dos sintomas. Aquando da alta, foi prescrito tratamento de prevenção com acetazolamida 250 mg e cloreto de potássio a 7,5% 10 mEq em SOS, e a paciente foi encaminhada para a consulta de neuropediatria, na qual é, atualmente, seguida. A paciente não apresentou, desde então, novos episódios de paralisia. O presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão sobre as manifestações clínicas e tratamentos eficazes na paralisia periódica hipocaliémica familiar, através da análise de artigos publicados em bases de dados e revistas científicas. É pretendido também comparar as metodologias descritas na bibliografia com as aplicadas no caso em estudo. Perante o presente trabalho, é possível então concluir que a Paralisia Periódica Hipocaliémica Familiar deve ser considerada como diagnóstico diferencial em pacientes jovens com episódios súbitos de fraqueza muscular ou paralisia. Apesar de nos últimos anos, o conhecimento sobre este tipo de patologia ter aumentado exponencialmente, é ainda necessária uma melhor compreensão de vários fatores, assim como o desenvolvimento de estudos prospetivos para desenvolvimento de terapias mais eficazes. É também possível concluir que as medidas e decisões tomadas neste caso foram realizadas em concordância com as orientações e bibliografia existente.
- Apagar incêndiosPublication . Toniolo, Bianca Persici; Gonçalves, Gisela Marques PereiraEsta dissertação tem como tema a comunicação oficial de crise da Presidência da República Portuguesa (PRP) por ocasião dos incêndios florestais que aconteceram nos meses de junho e de outubro de 2017, conhecidos, respectivamente, como Tragédia de Pedrógão Grande e Incêndios de Outubro. Os incêndios de 2017 foram os mais nefastos da história de Portugal e receberam uma grande cobertura da mídia internacional. Naquele ano, Portugal foi o país que mais sofreu com os fogos (União Europeia, 2018), tendo sido responsável por, aproximadamente, 90% das mortes em decorrência de incêndios florestais de toda a área abrangida pelo relatório. O principal fundamento teórico do estudo é a Teoria da Comunicação de Crise Situacional (SCCT) de Coombs (2007). Na SCCT, Coombs (2007) identificou as variáveis envolvidas numa crise e apresentou as estratégias de resposta mais adequadas a serem aplicadas a cada tipo de crise (Coombs, 2007). Por meio do método da análise do discurso, descrevemos e comparamos a comunicação da Presidência da República Portuguesa na gestão das duas crises de origens semelhantes (incêndios florestais) separadas por apenas quatro meses (junho e outubro de 2017). A nossa intenção é contribuir para a compreensão das estratégias de resposta propostas por Coombs (2007) quando aplicadas a uma comunicação exclusivamente baseada no modelo de informação pública (Grunig & Hunt, 1984). A investigação concluiu que a PRP optou pela estratégia de gestão do significado (Coombs, 2015) com informações de ajuste e predominância das respostas reparativas primárias da categoria reconstrução e subcategoria compensação, produzindo a resposta adequada segundo a SCCT (Coombs, 2007). No entanto, observamos que a comunicação de crise da PRP durante os incêndios de 2017 são um caso em que as variáveis – responsabilidade pela crise, histórico da crise e reputação relacional anterior – foram mais relevantes para a comunicação de crise do que as mensagens propriamente ditas.