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- Avaliação do Efeito da Exposição a Mercúrio na ObesidadePublication . Sousa, Sara Daniela Rodrigues; Pastorinho, Manuel Ramiro Dias; Sousa, Ana Catarina; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro deIntrodução: a obesidade é uma epidemia à escala global que afeta todas as faixas etárias, sendo um fator de risco para patologias metabólicas e cardiovasculares. Atualmente, existem evidências que os contaminantes ambientais podem contribuir para o aumento de tecido adiposo e para a obesidade. No entanto, a contribuição do mercúrio para a obesidade ainda não é consensual entre a comunidade científica. Objetivo: Avaliar a concentração de mercúrio no cabelo e na urina dos participantes e comparar com os respetivos parâmetros antropométricos, bem como, hábitos alimentares, atividade física e recreativa, estilo de vida e saúde. Métodos: para a realização deste trabalho de investigação recrutaram-se 38 indivíduos com idade igual ou superior a 18 anos. Todos os participantes preencheram 2 questionários e forneceram uma amostra de cabelo e urina. A quantificação de mercúrio nas amostras foi realizada através de espectrometria de absorção atómica com decomposição térmica e amálgama de ouro no equipamento NIC-MA-3000. Resultados: Foram recrutados 38 participantes, 66% do sexo feminino e 34% do sexo masculino com idades compreendidas entre os 21 e os 91 anos, cuja média foi 35 anos e o desvio padrão 19. Cerca de 62% consumia peixe várias vezes por semana, sendo o tipo de peixe mais consumido o de água salgada, 71% consumia fast food e 47% comida pré-confecionada. Relativamente ao IMC, 26% dos participantes apresentavam excesso de peso e 13% obesidade, para além disso, 34% dos participantes, apresentavam um índice cintura-anca aumentado. A média da concentração de mercúrio no cabelo foi 1220ng/g e na urina 0,768ng/g. Para 39% dos indivíduos os níveis de mercúrio no cabelo eram superiores ao recomendado como seguro pela USEPA (1000ng/g). Discussão: Comparativamente com o valor limiar de referência da USEPA para a concentração de Hg no cabelo 39% participantes apresentaram concentrações de mercúrio no cabelo superiores. Relativamente à concentração de mercúrio na urina, o valor de referência segundo a USEPA é 4-5ng/g, sendo que, todos participantes apresentaram valores inferiores ao de referência. Quanto à ingestão de peixe, obteve-se uma correlação significativa entre os níveis de mercúrio na urina e o consumo de marisco, no entanto ao contrário do que reporta a literatura, não se obteve uma relação entre o consumo de peixe e os níveis de mercúrio no cabelo. Por ultimo, em consenso com estudos já realizados obteve-se uma correlação positiva entre nº de produtos de higiene e ou cosméticos utilizados diariamente e os valores de mercúrio no cabelo. Conclusão: Com este estudo não se obteve uma associação entre os níveis de mercúrio e a obesidade.
- Hipotensão OrtostáticaPublication . Azevedo, Ana Amélia Raposo da Silva; Rodrigues, Manuel de CarvalhoIntrodução: A Hipotensão Ortostática (HO) define-se como uma redução da pressão arterial sistólica igual ou superior a 20mmHg ou uma redução da pressão diastólica igual ou superior a 10mmHg, nos 3 minutos que se seguem após a mudança da posição supina para o ortostatismo. A prevalência da HO na população varia com a idade e com o estado clínico de cada paciente. O número de medicamentos prescritos e a presença de múltiplas comorbilidades são preditores de HO, sendo mais frequentemente presente em idosos frágeis com múltiplas patologias e com a polifarmácia. O quadro clínico é dominado por sintomas ortostáticos que pode ser incapacitante e afetar a qualidade de vida. A HO pode ser responsável por um número de internamentos elevados e, com o envelhecimento da população pode aumentar significativamente, podendo constituir um grande desafio para a saúde pública, uma carga significativa para os sistemas de saúde e, uma maior carga social. Objetivos: Nesta monografia pretende-se analisar criticamente um conjunto de artigos científicos/literatura existente relativa aos mecanismos fisiopatológicos que têm vindo a ser apontados como causas de HO, suas complicações e as particularidades terapêuticas associadas a esta intercorrência. Esta análise foi orientada com o propósito de analisar os fatores de risco associados à HO; compreender a importância do grau de conhecimento da população médica no reconhecimento dos sintomas associados à HO e consequente diagnóstico atempado da HO de forma a capacitar o paciente a uma maior responsabilização pelo seu quadro, tornando-se o centro da decisão; relacionar o diagnóstico precoce com a minimização de gastos na saúde e minimização de consequências que terão impacto na qualidade de vida da população mais vulnerável; contribuir para a consciencialização de que a HO não se trata apenas de uma nova moda mas de uma condicionante da qualidade de vida nos grupos vulneráveis, constituindo uma preocupação maior principalmente nos mais idosos. Métodos: Para a realização desta revisão bibliográfica foi realizada uma vasta e extensa pesquisa utilizando as bases de dados PubMed, ScienceDirect, Up To Date. As publicações foram selecionadas de acordo com a relevância do seu conteúdo, preferenciando-se artigos mais recentes, apesar de não existir restrição relativamente à data de publicação. Foram ainda utilizadas as normas de avaliação da hipertensão arterial. Os artigos selecionados foram restringidos a quatro idiomas: português, inglês, francês e espanhol. Conclusão: A educação do paciente é importante para o tratamento precoce e eficaz da HO de forma a capacitar o paciente a ter uma maior consciencialização do seu quadro e torná-lo o centro da decisão médica. A HO não se trata apenas de uma nova moda, mas de consciencialização de que é uma condicionante na qualidade de vida nos grupos vulneráveis, constituindo uma preocupação maior principalmente nos mais idosos.
- Lesão Renal Aguda em contexto de Cuidados Intensivos: do Diagnóstico Etiológico ao TratamentoPublication . Reis, Mónica Rodrigues dos; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro deA lesão renal aguda, como síndrome, tem uma taxa de morbilidade e mortalidade muito elevada. No contexto de unidade de cuidados intensivos, assume enorme importância. Porquê? O aumento da morbimortalidade relacionada com esta síndrome é complexo e está relacionado com diversas etiologias. Esta revisão examina a linha de tempo: do diagnóstico etiológico ao tratamento. A lesão renal aguda é definida como uma perda súbita da função renal, associada a uma diminuição da taxa de filtração glomerular com um aumento consecutivo da creatinina e do azoto ureico. É mais frequentemente causada pela diminuição da perfusão renal, mas também pode ser devido a danos renais diretos ou por obstrução do trato renal. Na lesão renal aguda, a homeostase ácido-base e o equilíbrio hidroeletrolítico são perturbados, e ocorre retenção de metabolitos nitrogenados e não nitrogenados. As principais intervenções clínicas visam prevenir a perda da função renal e evitar a progressão da doença para o grau de cronicidade, com possível impacto na redução dos custos de tratamento e hospitalização. A identificação dos fatores de risco da lesão renal aguda é um passo fundamental nas estratégias de sequenciamento, cujo objetivo deve ser o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. A lesão renal aguda é tratada inicialmente de forma não invasiva, através da correção da hipovolémia e retificação da hiponatrémia, hipercaliémia, da acidose metabólica e hiperfosfatémia. É igualmente importante converter um paciente oligúrico em um não oligúrico, fazendo com que a gestão da lesão renal aguda se torne mais fácil. Medidas como a descontinuação de agentes nefrotóxicos, estabilização hemodinâmica, adequação do volume, monitorização da creatinina sérica e do débito urinário, consideração de alternativas para testes complementares de diagnóstico sem administração de produto de contraste, evitar hiperglicemia e iniciar terapia de substituição da função renal em tempo oportuno são estratégias determinantes. A terapia de substituição da função renal foi necessária em 13,5% dos pacientes com lesão renal aguda em unidades de cuidados intensivos, sendo este procedimento associado a um alto risco de mortalidade. A decisão de iniciar a terapia de substituição da função renal é baseada em características clínicas de sobrecarga de volume, oligúria e desequilíbrio bioquímico, tais como azotemia, hipercaliémia, acidose metabólica grave, intoxicação por substâncias que podem ser dialisadas e rabdomiólise. Na unidade de cuidados intensivos, a corrida contra o tempo é determinante para a prevenção da lesão renal aguda e a identificação exata desta síndrome contribui para a diminuição das taxas de morbilidade e mortalidade.
- Hipotensão Ortostática e PolimedicaçãoPublication . Fernandes, Paulo Sérgio Martins; Rodrigues, Manuel de CarvalhoA Hipotensão Ortostática é definida como uma redução da pressão arterial sistólica igual ou superior a 20mmHg ou da pressão arterial diastólica igual ou superior a 10mmHg, nos 3 minutos após a passagem de decúbito para ortostatismo. Esta síndrome pode ter na sua génese variadas etiologias e tem uma elevada prevalência na população idosa com múltiplas comorbilidades. A presença de disautonomia (como a Diabetes Mellitus ou a Doença de Parkinson), doenças cardiovasculares, a toma de determinados fármacos ou até mesmo as alterações fisiológicas associadas à idade avançada podem predispor o desenvolvimento desta síndrome. A hipotensão ortostática é também um preditor independente do aumento de mortalidade e da incidência de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares. O termo polimedicação pode ter múltiplas definições, sendo comum que seja definido como o uso de “5 ou mais”, “9 ou mais” ou “10 ou mais medicamentos”. Independentemente do conceito usado, a prevalência de idosos polimedicados é cada vez mais alta. Foi feita uma pesquisa em várias fontes bibliográficas com o objetivo de entender se existe uma relação entre a hipotensão ortostática e a polimedicação, e identificar quais os fármacos mais associados a esta síndrome. Apesar de haver alguma inconsistência nos estudos analisados, vários deles associaram a toma de múltiplos fármacos em simultâneo ao desenvolvimento de hipotensão ortostática, principalmente em pacientes idosos com várias patologias de base. Um dos principais fatores de viés nestes resultados pode estar relacionado com o facto de não haver uma definição consensual para o termo “polimedicação”, sendo este definido de diferentes formas nos estudos analisados. Foram identificadas várias classes de fármacos associadas a esta síndrome, como os anti-hipertensores, diuréticos, antidepressivos, antipsicóticos, agonistas dopaminérgicos e bloqueadores a-adrenérgicos. No caso de pacientes hipertensos, tanto o não-controlo da hipertensão como a sua terapêutica farmacológica podem predispor ao desenvolvimento de hipotensão ortostática. Assim, a abordagem terapêutica deve ser individualizada consoante a clínica de cada paciente.
- Hipertensão Arterial NoturnaPublication . Coelho, Joana Isabel de Matos; Rodrigues, Manuel de Carvalho; Mendes, Telma SousaIntrodução: A hipertensão arterial noturna, um valor representativo da pressão arterial basal do organismo, mostra ser melhor preditor de eventos cardiovasculares e morte, sendo fulcral o controlo do perfil tensional nas 24 horas. Objetivos: Avaliar a prevalência de hipertensão arterial noturna na amostra, analisar o perfil tensional de cada utente, bem como caracterizar as condições clínicas associadas e inferir potenciais correlações. Metodologia: Estudo descritivo, observacional e retrospetivo numa amostra de utentes, com idade igual ou superior a 18 anos, submetidos a monitorização ambulatória da pressão arterial no ano de 2017. Com recurso ao programa SClínico foram recolhidos dados como sexo, idade, índice de massa corporal, história de consumo tabágico, presença de dislipidemia, diabetes mellitus e/ou patologia cardiovascular, uso de terapêutica anti-hipertensiva e os dados da mencionada monitorização. Registo e processamento efetuado através do programa SPSS. Resultados: Obtiveram-se 422 exames válidos, sendo que 57,1% eram de utentes do sexo feminino. Antecedentes de excesso de peso, consumo tabágico, dislipidemia e diabetes estavam presentes em 55,3%, 43,8%, 64,7% e 29,3%, respetivamente. Verificou-se uma prevalência de hipertensão noturna de 62,3%. Apurou-se que 93,1% dos doentes estavam sob terapêutica anti-hipertensiva e, destes, 33,1% exibiam perfil tensional controlado. Verificou-se uma relação estatisticamente significativa entre a hipertensão noturna e as seguintes variáveis: sexo, índice de massa corporal, dislipidemia e diabetes. Demonstrou-se uma relação entre a hipertensão noturna e o enfarte agudo do miocárdio e do padrão não dipper com este. História de acidente vascular cerebral e/ou enfarte agudo do miocárdio foram mais frequentes nos indivíduos com hipertensão noturna e/ou padrão não dipper. Conclusão: A grande percentagem de doentes com fatores de risco cardiovascular, sobretudo em termos de hipertensão, excesso de peso, dislipidemia e diabetes chama à atenção para o facto de ser crucial uma abordagem multifatorial. A elevada prevalência de hipertensão noturna, na amostra, denota a importância do diagnóstico e alerta para o valor da monitorização ambulatória da pressão arterial como aliada insubstituível no diagnóstico, monitorização, controlo e seguimento desta patologia que acarreta um aumento do risco cardiovascular. Salienta-se a relevância da caracterização do padrão noturno da pressão arterial, uma vez que com esse conhecimento será possível adaptar a abordagem terapêutica de acordo não só com a pressão arterial diurna, mas também de acordo com a pressão arterial noturna, tendo por base uma ferramenta que pode ser a chave: a cronoterapia. Este estudo reforça ainda a essência da adaptação terapêutica de forma individualizada.
- Hipertensão SecundáriaPublication . Silva, Salomé Vieira Costa e; Rodrigues, Manuel de CarvalhoIntrodução: A Hipertensão Arterial apresenta uma elevada prevalência em todo o mundo, sendo um fator de risco major para as doenças cardiovasculares e cerebrovasculares. Segundo a Sociedade Portuguesa de Hipertensão cerca de 42,2% da população portuguesa é hipertensa e na sua maioria devido aos estilos de vida adotados. Cerca de 90% dos pacientes hipertensos apresentam hipertensão primária ou essencial. Nos restantes 5 a 10% é possível identificar uma causa que pode ser tratável, denominando-se assim de hipertensão secundária. Nem sempre é custo eficaz avaliar todos os doentes hipertensos e investigar por uma forma secundária, sendo importante fazer uma adequada abordagem inicial a cada doente. Para tal é importante saber quais as causas secundárias mais prevalentes e qual a faixa etária acometem e, assim, perceber de que o forma o mecanismo destas faz aumentar a pressão arterial. Objetivo: O objetivo desta monografia é a realização de uma revisão bibliográfica sobre a hipertensão arterial secundária e como suspeitar, abordando as principais causas, o diagnóstico e a melhor forma de atuar de modo a prevenir as complicações a longo prazo. Métodos: A presente monografia foi realizada com base numa ampla pesquisa bibliográfica utilizando bases de dados como a Pubmed, Up To Date e ScienceDirect. Os artigos apresentados foram restringidos aos idiomas inglês, português e espanhol. Estes foram selecionados de acordo com a sua relevância em termos de conteúdo, não havendo restrição relativamente à data de publicação, sendo dada preferência a artigos mais recentes. Foram ainda utilizadas guidelines da Sociedade Portuguesa de Hipertensão e da European Society of Cardiology e as normas da Direção Geral de Saúde. Conclusão: Apesar da baixa prevalência de indivíduos com hipertensão secundária é importante saber como avaliar cada caso, uma vez que o tratamento da causa pode diminuir diretamente a pressão arterial. Uma correta abordagem passa por fazer uma história clínica e exame físico completos e uma correta medição da pressão arterial em consulta, sendo também importante complementar o estudo com uma monitorização em ambulatório durante 24 horas. A hipertensão secundária deve ser suspeitada em doentes jovens, doentes que não apresentam controlo da pressão arterial apesar da terapêutica com três classes de anti hipertensores e com características clínicas sugestivas. As causas mais frequentes são as doenças renais por estenose da artéria renal e doença do parênquima renal que podem acometer tanto jovens como idosos; a síndrome da apneia obstrutiva do sono e o hiperaldosteronismo primário em indivíduos de meia idade. Como causas menos comuns destacam-se a síndrome de cushing, doenças da tiroide, feocromocitoma e coartação da aorta. O diagnóstico destas envolve vários métodos apresentando elevados custos, devendo ser feito quando há um grau elevado de suspeita. O tratamento é individualizado, podendo ser médico e/ou cirúrgico. Neste sentido, uma rápida intervenção permitirá uma redução das mudanças fisiológicas irreversíveis da hipertensão, levando a uma diminuição da taxa de mortalidade e morbilidade associada à hipertensão.
- Recensão a Atrás da Porta e Outras Histórias, de Teolinda GersãoPublication . Mancelos, João deRecensão ao livro de contos Atrás da Porta e Outras Histórias, de Teolinda Gersão, centrada numa análise do estilo, estratégias narrativas e conteúdo, e focando as principais narrativas da obra: "O dador", "As gaivotas", "Atrás da porta" e "Dona Branca e os prestidigitadores".
- Ensaios Clínicos na Perturbação do Espectro do AutismoPublication . Ferreira, Cláudia Sofia Almada; Freitas, Carina Patrícia de Barros; Correia, Paula Cristina Moreira AntunesA Perturbação do Espectro do Autismo é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por défices socio-comunicativos e comportamentos repetitivos que acarretam uma profunda influência no desenvolvimento global da criança. Dada a importância do diagnóstico e da intervenção precoce para o prognóstico, é então fundamental admitir a importância das intervenções terapêuticas de forma a maximizar os resultados do desenvolvimento dessas crianças. Subsiste, atualmente, um predomínio pela procura de intervenções eficazes no âmbito dos sintomas associados à Perturbação do Espectro do Autismo, dado existirem dificuldades no tratamento dos sintomas nucleares. Além do mais, as abordagens terapêuticas oscilam, desde as farmacológicas à psicoterapêutica. Assim, e tendo em conta a importância de realizar uma prática clínica com base na evidência científica, esta revisão resume as principais descobertas e conclusões de ensaios clínicos, relativos a Terapias Sensoriais e Terapias Assistidas por Cavalos para o tratamento de crianças e jovens com Perturbação do Espectro do Autismo. Para além do presente trabalho sumarizar os ensaios clínicos elegíveis, realizados nos últimos 10 anos, sobre as referidas terapias, foi indispensável especificar quais os principais desafios à sua concretização, num esforço de compreender quais as perspetivas futuras no campo. Os resultados observados permitiram concluir que muitas das terapias utilizadas para a Perturbação do Espectro do Autismo não são avaliadas através de ensaios clínicos controlados randomizados bem desenhados e com amostras grandes, limitando a sua recomendação. Além disso, apesar de diversos estudos fornecerem, de forma geral, um suporte positivo à utilização das terapias em questão, este é, muitas vezes, limitado. Considerando-se o conteúdo exposto neste trabalho é recomendável que sejam realizados mais estudos controlados randomizados e de elevada qualidade na Perturbação do Espectro do Autismo. Só conhecendo e atendendo às limitações de qualidade metodológica dos estudos anteriores é que será possível planear e assegurar terapias seguras e eficazes. Desta forma, poderemos garantir uma prestação de cuidados baseada na evidência para a população com Perturbação do Espetro do Autismo.
- Abordagem terapêutica na surdez súbita neurossensorial idiopáticaPublication . Mendes, Emanuela Sampaio Maldonado Costa; Silvestre, Natércia MartinsA surdez súbita neurossensorial idiopática é caracterizada por uma sensação de diminuição auditiva abrupta (instaurada em menos de 72 horas) que, quando mensurada através de audiograma, corresponde a uma perda de 30 ou mais decibéis em pelo menos 3 frequências consecutivas. Até ao momento, a patofisiologia da surdez súbita neurossensorial idiopática não é conhecida apesar de várias teorias etiológicas terem vindo a ser apontadas, nomeadamente alterações vasculares, roturas membranares, agentes infeciosos e autoimunidade. Atendendo às diferentes etiologias apresentadas, o tratamento desta patologia também se apresenta sob controvérsia, sendo vários os agentes terapêuticos propostos com o objetivo final de recuperar a audição do paciente. A corticoterapia sistémica é habitualmente considerada como terapêutica inicial no tratamento da surdez súbita neurossensorial idiopática, apesar de estudos mais recentes não comprovarem a sua total eficácia. A corticoterapia intratimpânica tem vindo a ser igualmente utilizada, tanto como terapêutica inicial isolada como combinada com corticoterapia sistémica, no entanto, é enquanto terapêutica de resgate que os resultados obtidos se têm mostrado mais consistentes, demonstrando um efeito claramente benéfico na recuperação auditiva dos pacientes. Mais recentemente, a oxigenoterapia hiperbárica tem apresentado resultados promissores quer como terapêutica inicial quer como terapêutica de resgate no tratamento da surdez súbita neurossensorial idiopática. Apesar dos resultados apresentados até ao momento, são necessários estudos com amostras populacionais maiores e metodologicamente melhor standardizados garantindo assim uma maior validade científica e aplicação clínica. Com o seguinte trabalho, e após revisão bibliográfica cuidada, pretende-se realizar uma apresentação holística sobre o tema da surdez súbita neurossensorial idiopática dando, no entanto, maior ênfase às diferentes abordagens terapêuticas defendidas atualmente no tratamento desta patologia.