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- Georreferenciação de acidente vascular cerebral isquémico na Cova da Beira (2015-17)Publication . Fernandes, José Luís Pinto; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro de; Almeida, Pedro Gabriel de Faria Lapa Barbosa deA incidência e mortalidade por acidente vascular cerebral apresentam uma dispersão geográfica díspar, com a existência de hot spots ou stroke belts, isto é regiões com agregados de maior incidência e/ou mortalidade por acidente vascular cerebral, frequentemente associados a condições socioeconómicas desfavoráveis ou a diferenças entre populações urbanas e rurais, por todo o mundo. O presente estudo tem como objectivo estudar a dispersão geográfica de acidente vascular cerebral isquémico na Cova da Beira, de modo a determinar a existência ou ausência de hot spots e disparidades entre meios urbanos e rurais, tanto no relativo à incidência como à mortalidade. Materiais e métodos: o estudo teve como população-alvo os doentes internados no CHUCB entre 1 de Janeiro de 2015 e 31 de Dezembro de 2017 por acidente vascular cerebral isquémico (sub)agudo, classificados com os códigos 163.X no International Classification of Diseases 10. Consideraram-se como factores de exclusão doentes com residência oficial externa, episódios de acidente vascular cerebral de etiologia hemorrágica, casos com ausência de informações suficientes ou com diagnóstico incerto, e ainda episódios ocorridos em doentes na população pediátrica. Calcularam-se as taxas de incidência e mortalidade, tanto brutas como padronizadas, e estudou-se a sua dispersão geográfica a nível de freguesia com o estudo da autocorrelação espacial (I de Moran e c de Geary) e kriging simples de 8 sectores. Considerou-se como estatisticamente significativo um valor-p <0,05. O estudo foi aprovado pela Comissão para a Ética em Saúde do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira. Resultados: a autocorrelação só foi positiva e estatisticamente significativa no mapeamento do número de novos episódios de acidente vascular cerebral, sendo os resultados contraditórios entre os testes usados e inconclusivos para a incidência e mortalidade padronizadas. Mesmo assim, conseguiram-se identificar 3 clusters de incidência padronizada com a ajuda do kriging e ainda uma zona com mortalidade mais elevada na periferia ocidental do concelho da Covilhã. Os doentes rurais são em média 2,53 anos mais velhos do que os urbanos e a incidência bruta é maior em meios rurais, contudo a padronizada é mais elevada em meios urbanos. A nível concelhio, a incidência é significativamente inferior em Belmonte. Conclusões: a Cova da Beira aparenta ter disparidades geográficas marcadas na incidência de acidente vascular cerebral isquémico, apesar de as suas causas serem desconhecidas. A krigagem pode complementar os testes estatísticos de autocorrelação espacial caso sejam inconclusivos e/ou contraditórios e ser um método auxiliar na detecção de agregados.