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- A Teoria Histórico-Cultural como fundamento para a formação do Alfabetizador MatemáticoPublication . Brito, Claudenice Cardoso; Oliveira, Ema Patrícia de Lima; Beites, Patrícia DamasEste estudo teórico, de caráter crítico-dialético, foi motivado pela falta de um fundamento teórico-concetual específico para embasar a formação do Alfabetizador Matemático, devido à ausência de uma formação inicial prevista nos currículos dos cursos de Pedagogia no Brasil. A investigação surgiu da nossa atividade como professora no curso de Pedagogia da Universidade Federal do Tocantins. Identificámos que a falta de um aporte teórico dificultava a formação inicial do Alfabetizador Matemático, por isso buscamos identificar as potencialidades da Teoria Histórico-Cultural (THC) de Vygotski e colaboradores. Devido à abrangência da THC e ao caráter singular do trabalho docente do Alfabetizador Matemático no contexto da alfabetização, primeiro foi necessário um estudo direcionado a analisar, identificar e explicitar, a partir de estudos sobre as dificuldades do pedagogo na sua formação inicial em Matemática, a essência dos obstáculos relacionados ao Alfabetizador Matemático, o conceito deste e a especificidade da sua atividade de ensino. Posteriormente, foi necessário analisar e explicitar, no conjunto da THC, os princípios relacionados à singularidade do seu trabalho docente no contexto da alfabetização. O método adotado foi o histórico-dialético e a pesquisa bibliográfica foi a técnica de investigação. As fontes são constituídas por estudos que tratam das dificuldades matemáticas do pedagogo na graduação e as obras dos autores da THC. Defendemos que os princípios da THC e teorias relacionadas têm potencialidades para subsidiar a formação inicial do Alfabetizador Matemático. Com efeito, a THC é formada por um conjunto de princípios e definições, que se relacionam com as especificidades da formação e do trabalho docente realizado pelo Alfabetizador Matemático. Como resultados: apresentamos o conceito de Alfabetizador Matemático; explicitamos a sua atividade singular no contexto da alfabetização; indicamos que a sua formação requer não só o conhecimento da dimensão de conteúdos específicos, mas também de outras dimensões, que constituem o trabalho docente e, principalmente, o conhecimento de como alfabetizar. Como superação, indicamos um quadro teórico-concetual, no qual estão inscritas as dimensões do trabalho docente.
- Preparação Individualizada da Medicação e Dispensa em Dose Unitária: Que futuro?Publication . Vicente, André Rodrigues; Lourenço, Olga Maria MarquesIntrodução: A falta de adesão à terapêutica é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a extensão com que o comportamento adotado no que concerne à toma de medicamentos, seguimento de uma dieta e/ou implementação de mudanças do estilo de vida corresponde às recomendações do profissional de saúde. Esta pode ser dividida em intencional ou não intencional, se resulta de uma ação deliberada ou não, respetivamente. A falta de adesão à terapêutica acarreta problemas médicos e psicossociais devido às complicações das patologias subjacentes e um enorme desperdício de recursos em saúde. Como possíveis soluções de intervenções práticas, surgem a Preparação Individualizada da Medicação (PIM) e a Dispensa em Dose Unitária (DDU). A PIM consiste num serviço em que se utilizam dispositivos auxiliares para a dispensa da medicação de acordo com a posologia prescrita. Importa salientar que as revisões sistemáticas mais recentes admitem a possibilidade de que este tipo de serviço possa ter efeitos positivos na adesão, segurança, nos outcomes clínicos e na redução do desperdício. Em Portugal, a literatura é escassa mas os 4 estudos que foram realizados nesse âmbito mostraram resultados muito positivos. A DDU consiste num sistema de prescrição e distribuição em unidose especificamente associado à PIM. Objetivo principal: caracterizar e avaliar o impacto da implementação da PIM e da DDU em Portugal. Objetivos específicos: caracterizar a implementação da PIM em Portugal; avaliar o impacto da PIM como instrumento de adesão à terapêutica, de redução do desperdício e de aumento da segurança do utente, considerando a possibilidade de associar a revisão terapêutica; avaliar o impacto, refletindo criticamente, da associação de DDU com a introdução de um sistema de PIM pré-venda e da prescrição médica individualizada; refletir criticamente sobre os diferentes modelos que podem ser seguidos em relação ao futuro da PIM; identificar as limitações da introdução de um sistema de PIM pré-venda e possíveis soluções para as ultrapassar; conhecer as posições dos principais decisores e entidades diretamente envolvidas. Metodologia: Foi realizado um estudo observacional descritivo, baseado na recolha de dados objetivos e subjetivos junto de associações do sector farmacêutico e através de entrevistas semiestruturadas aos intervenientes (utentes, farmacêuticos e proprietários de farmácia) e decisores (representantes de ordens profissionais, associações do setor e partidos políticos). Os dados subjetivos foram reportados utilizando a checklist de critérios consolidados para relatar investigação qualitativa (COREQ). Resultados: De acordo com os dados objetivos disponibilizados pela Associação Nacional de Farmácias, existem 366 farmácias com registo do serviço de PIM, verificando-se um acréscimo de 47% desde 2016. Tendo em conta o número de farmácias estabelecidas no território nacional, estima-se uma implementação a rondar os 10%. O preço médio do serviço dos últimos 4 anos é de 4,57€/semana. Na amostra de 18 farmácias comunitárias entrevistadas, o custo semanal médio para o utente foi de 3,23€ e o custo médio para a farmácia foi de 8,74€/mês, sendo que o serviço foi disponibilizado em média há 4,8 anos. Através da análise qualitativa dos dados subjetivos, foram identificadas categorias que apontaram como metodologia preferencial o blister automatizado semanal. Contudo, o custo de investimento é demasiado elevado para a sua implementação na prática considerando o número de potenciais utentes. Para além disso, foi unânime que a PIM tem um impacto muito positivo em termos de segurança e adesão à terapêutica, sendo que a esmagadora maioria considera ainda que esse impacto também é verificado na redução de desperdício. Existem vários modelos que podem ser seguidos e que merecem uma análise mais aprofundada em articulação com as principais entidades envolvidas. Conclusão: Com este trabalho, foi possível recolher os dados disponíveis acerca da implementação da PIM em Portugal e caracterizar este serviço numa amostra de farmácias comunitárias. O impacto aparentemente é muito positivo nas componentes de segurança, adesão à terapêutica e desperdício. Relativamente à associação com DDU, existem várias limitações que devem ser analisadas novamente e de uma forma aprofundada, sendo que isso não invalida o estudo acerca de outros modelos de modo a aumentar a adesão ao serviço para quem dele necessita, que foram alvo de reflexão crítica nesta dissertação.