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- Microbioma intestinal pós colectomia: que consequências?Publication . Abrantes, Daniela Sofia dos Santos Crespo; Pereira, Eduardo João AbrantesIntrodução: Os microrganismos habitam o planeta Terra há 3.5 biliões de anos, há muito menos tempo os próprios humanos, tornando-se a coevolução entre ambos essencial para a existência de vida. O intestino humano é o habitat de um ecossistema microbiano diverso e dinâmico, onde o microbioma intestinal tem um papel fundamental na função imunitária, no metabolismo, na digestão e na comunicação intestino-cérebro. A compreensão das modificações do microbioma após ressecção do cólon, reconhecendo as alterações e complicações que possam surgir, é uma oportunidade para novas abordagens preventivas e terapêuticas. Objetivos: Pretende-se entender o papel do microbioma após colectomia, identificar alterações na sua composição e possíveis complicações decorrentes da disbiose causada pela cirurgia, assim como perceber a capacidade de alguns agentes modificadores da microbiota restaurarem esse desequilíbrio iatrogénico. Metodologia: Para a elaboração desta revisão de literatura, foi realizada uma pesquisa bibliográfica na base de dados eletrónica Pubmed. No sentido de complementar esta revisão, recorreu-se também a diretrizes da World Gastroenterology Organisation. A pesquisa foi efetuada entre agosto de 2020 e dezembro de 2021 e foram selecionados artigos escritos em língua inglesa e portuguesa. Resultados: Apesar da extensa investigação sobre o papel do microbioma na saúde dos indivíduos, pouco se sabe acerca do que acontece à tão importante microbiota após ressecção cirúrgica do cólon. As bactérias pertencentes aos filos Firmicutes e Bacteroidetes são predominantes num individuo “saudável”. Após a colectomia, identifica-se uma menor interação ecológica, existindo uma diminuição de Lactobacillus e Bifidobacterium e, por outro lado, um aumento de bactérias patogénicas, contribuindo estas alterações para a desregulação da homeostasia intestinal. Estas modificações não parecem ser irrelevantes, dada a possibilidade de existir uma relação entre a disrupção do microbioma intestinal e o desenvolvimento de complicações, tanto a curto como longo prazo, com um maior risco de complicações pós-cirúrgicas, de síndrome metabólico e de recidiva de cancro colorretal. Conclusão: A disbiose do microbioma intestinal está relacionada com várias doenças humanas, que se manifestam de forma sistémica e não apenas no intestino. Embora com incertezas relativamente às consequências da colectomia no ecossistema intestinal, tudo indica que este procedimento não lhe é indiferente. Uma melhor compreensão desta relação poderá ter um papel muito relevante na abordagem destes doentes, dada a possibilidade de utilizar terapêuticas com capacidade de modular o microbioma.
- Caring and Working during the COVID-19 Pandemic: Perspective of Portuguese Residential Care Facility WorkersPublication . Barbosa, Maria Miguel; Teixeira, Laetitia; Paúl, Constança; Yanguas, Javier; Afonso, Rosa MarinaResidential care facilities (RCF) for older people are facing high demands due to the COVID-19 pandemic. The aim of this study was to explore the workers’ perspectives on the changes in work and care dynamics amidst the first wave of the pandemic at Portuguese RCF. This is a descriptive, quantitative, and cross-sectional study. An online questionnaire about pandemic-induced changes in work and care dynamics was sent to 2325 RCF. These entities were then asked to share it with their workers. The participants (n = 784) were mostly women (92.7%) and mostly composed of technical directors (41.6%) and direct-care workers (17.1%). The respondents reported that during the first wave of the pandemic, when compared to the pre-pandemic period, there were greater difficulties in providing care related to the basic necessities of older people (52.7%); direct-care workers were required to work more consecutive hours in each shift (69.95%); direct-care workers had to live at RCF (14.8%), and there were changes concerning the possibility of promoting person-centered care (PCC) practices. It also revealed that focusing on disease prevention and sanitary measures alone facilitates practices that reinforce the traditional model of procedure-centered care and have negative consequences on the rights and well-being of those living and working at RCF, exposing and accentuating preexisting vulnerabilities. This study considers the pandemic’s serious implications and alarming questions about basic care, dignity, living, and working conditions at Portuguese RCF. These notions reinforce the need for change through redefining care policies and practices in Portuguese RCF beyond the pandemic. The current situation provides an opportunity to adopt a formal PCC model.