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- Dieta Mediterrânica e Diabetes GestacionalPublication . Gilman, Elisa Stuart Proença Themudo; Oliveira, Maria Elisa Cairrão RodriguesIntrodução: A Diabetes Gestacional é um problema de saúde pública com prevalência crescente e consequências adversas para a mãe e o recém-nascido a curto e longo prazo. A International Diabetes Federation estimou que, em 2017, 14% das grávidas a nível mundial, ou seja, cerca de 18 milhões de mulheres eram afetadas pela Diabetes Gestacional. É essencial atuar na prevenção desta patologia, sendo que uma das formas é a promoção de estilos de vida saudáveis, onde a Dieta Mediterrânica se destaca. Esta dieta é caracterizada pelo consumo abundante de produtos vegetais e utilização preferencial de azeite como fonte de gordura, tendo propriedades antiinflamatórias e antioxidantes potencialmente benéficas na prevenção da Diabetes Gestacional. Neste trabalho pretende-se descrever a fisiopatologia da Diabetes Gestacional, o conceito de Dieta Mediterrânica e o modo como os componentes desta dieta têm influência neste quadro clínico, respondendo à seguinte questão: a adoção da Dieta Mediterrânica pode prevenir o desenvolvimento da Diabetes Gestacional? Metodologia: Foi feita uma pesquisa na Publisher Medline com as palavraschave “mediterranean diet” AND “gestational diabetes”, com especificação de artigos publicados entre janeiro de 2016 e setembro de 2021 e, após a leitura dos resumos, foram escolhidos aqueles que abordavam a influência da adoção da Dieta Mediterrânica no desenvolvimento de Diabetes Gestacional. Foram também lidas e analisadas publicações em revistas científicas, normas e websites. Resultados: A análise dos artigos indica que a Dieta Mediterrânica tem capacidade de reduzir o estado pró-inflamatório, o stress oxidativo e a hiperglicemia associados à Diabetes Gestacional e, portanto, reduzir o risco do seu desenvolvimento. O azeite extra-virgem, os frutos secos e os alimentos com polifenóis na sua constituição são essenciais nestes resultados, no entanto, é o efeito sinérgico de todos os elementos constituintes desta dieta que mostra melhores resultados. Conclusão: A adoção de uma Dieta Mediterrânica, no início da gravidez, diminui o risco de desenvolvimento de Diabetes Gestacional, reduz a necessidade de farmacoterapia nas grávidas que desenvolveram este quadro e tem capacidade de redução de algumas das complicações associadas a esta. Assim, deverá ser feita a sua implementação como estratégia preventiva na abordagem às grávidas no início da gestação e, se possível, mesmo antes da conceção.
- Relação entre níveis séricos de HDL muito elevados e mortalidade: Revisão sistemáticaPublication . Costa, Sara Isabel Soares; Oliveira, Maria Elisa Cairrão RodriguesIntrodução: As partículas de HDL são pequenas lipoproteínas de grande importância no metabolismo dos lípidos. Vários estudos demonstraram uma associação inversa entre a concentração sérica de HDL e a mortalidade. Esta relação é maioritariamente resultado da capacidade de efluxo do colesterol dos macrófagos, durante o processo de transporte reverso pela partícula de HDL. Deste modo, a concentração de HDL tem sido utilizada como variável em muitos sistemas de avaliação de risco cardiovascular. Apesar disto, as tentativas de redução da mortalidade e de eventos cardiovasculares através do aumento dos níveis de HDL não têm sido bem-sucedidas e estudos recentes têm demonstrado que esta associação entre a concentração de HDL e a mortalidade pode não ser linear. Objetivo: Realizar uma revisão sistemática sobre a relação entre concentrações muito elevadas de HDL e a mortalidade da população. É também objetivo realizar uma análise das causas desta mortalidade e tentar estabelecer a concentração máxima (limite máximo) que está associada ao aumento da mortalidade. Métodos: A pesquisa foi conduzida nas plataformas PubMed, Web of Science e Scopus. Nesta revisão foram incluídos artigos em inglês, com estudos retrospetivos e prospetivos publicados entre 2010-2021, inclusive. Estes estudos incidiam sobre a população humana adulta, com ou sem doenças prévias e onde foram avaliadas a mortalidade e os níveis de HDL, incluindo indivíduos com níveis muito elevados. Foram seguidas as Guidelines PRISMA 2020. Resultados: Foram extraídos 23 artigos que cumpriam os critérios de inclusão. As amostras analisadas englobaram as populações de vários países, variaram de 2113 a 15860253 indivíduos e eram constituídas por adultos saudáveis, à exceção de quatro. A maioria mostrou que existiu uma relação positiva entre valores muito elevados de HDL e o aumento de mortalidade e treze mostraram que esta relação tinha a forma de U ou J. As concentrações de HDL elevadas foram associadas ao aumento de diferentes tipos de mortalidade: por todas as causas, cardiovascular, não cardiovascular, como por cancro e doenças infeciosas. Os valores de HDL a partir dos quais existiu um aumento da mortalidade foram muito variáveis, desde 47,5 mg/dL até 100 mg/dl, mas a maioria encontrava-se na faixa dos 70-90 mg/dL. Discussão: Com este trabalho podemos concluir que existe uma mudança de paradigma no que concerne ao fator protetor cardiovascular de concentrações elevadas de HDL. Apesar disso, há uma heterogeneidade entre os valores considerados como elevados nas diferentes investigações. Adicionalmente, ainda é desconhecido o mecanismo subjacente a esta relação. Existem propostas para justificar este paradoxo, como a contribuição de variantes genéticas, composição da partícula e desregulação dos mecanismos protetores da aterosclerose. Conclusão: Existe uma associação entre concentrações elevadas de HDL e a mortalidade, contudo a definição dos valores limite de concentração de HDL que aumentam a mortalidade ainda não foi estabelecida. É assim fundamental considerar esta relação para a predição do risco cardiovascular na população.
