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- O conflito da forma: Contraste e dicotomia em ArquiteturaPublication . Eira, Francisco Mira Canas da; Garcia, Andreia Sofia OliveiraCada indivíduo tem a sua própria perceção do mundo. Já na Grécia Antiga podiam ser observados estudos sobre a interpretação da realidade, em que se teorizava sobre a dualidade do corpo e da mente. Nestes estudos, os filósofos perguntavamse sobre o que caracterizava verdadeiramente a realidade: estaria o valor «real» nos objetos, ou na interpretação dos mesmos por parte do sujeito? Nesta dicotomia encontrase a primeira pista do «conflito» existente no processo de criação de «formas» e de como este molda a maneira como organizamos e interpretamos o mundo. O «conflito da forma» é um processo que merece ser aprofundado para melhor entendermos as formas espaciais do mundo arquitetónico. A interpretação do mundo é composta por forças percetivas, que fazem uma ponte entre o «sujeito» e «objeto», na qual a tendência para a «ordem» origina um equilíbrio entre forças opostas que respondem com uma «configuração» ou «forma». Conceitos como «cheio» e «vazio», «vertical» e «horizontal», «grande» e «pequeno», «escuro» e «claro», ou até texturas ou diferentes experiências sonoras, são exemplos desta abordagem dicotómica feita pelo subconsciente, que está constantemente a fazer medições e julgamentos no «espaço» através da comparação de opostos, de modo a «organizar o espaço». A presença do sujeito distingue a Arquitetura das outras Artes que, senso que o seu olhar dinâmico percorre o espaço e descobre o objeto pelas relações criadas com todos os elementos. Mas o «contraste» na Arquitetura vai para além do plano visual e pode ser encontrado no plano da ação. Apesar de ser necessário um escrutínio mais exigente ao observador e depois desta cumprir eficazmente a sua função cívica, é conferida à Arquitetura a sua «extradimensionalidade», que a solidifica como a verdadeira «arte do espaço». Perceber como a «forma» surge e como as «dicotomias» e o «contraste» são a base da análise do objeto arquitetónico, permite, por fim, consciencializar o Arquiteto dos processos que influenciam as suas escolhas. Este trabalho revela um lado teórico subconsciente presente em várias áreas de estudo e ramos do conhecimento que, quando tornados conscientes, permitem desenvolver novos métodos de análise ou crítica, assim como aprimorar formações previamente adquiridas.
