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- Qualidade de vida nos doentes com esclerose múltipla: Revisão Sistemática da LiteraturaPublication . Cardoso, Marcos Rafael Martins Correia; Almeida, Anabela Antunes de; Pérez, Francisco José AlvarezA Esclerose Múltipla (EM) enquanto doença crónica incapacitante e de curso incerto, tem um impacto negativo profundo na Qualidade de Vida (QoL). Atualmente, a avaliação da QoL na EM é de elevada importância em diversos contextos clínicos e de investigação, contudo a utilização de instrumentos genéricos de avaliação da QoL não permite a compreensão mais completa e direcionada à realidade dos doentes com EM. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura (RSL), com o objetivo de identificar os instrumentos de avaliação específicos da QoL em pacientes com EM, por se considerarem como fundamentais na captura das nuances e desafios únicos enfrentados por estes pacientes. Nesta RSL, a pesquisa foi realizada nas bases de dados Pubmed, Cochrane, EBSCO e B-on. A pesquisa foi restrita a artigos escritos em inglês, espanhol e português, e publicados entre maio de 2018 e maio de 2023. A data da última pesquisa foi a 19 de novembro de 2023. Foram incluídos estudos que abordassem instrumentos de avaliação da qualidade de vida aplicados a doentes com diagnóstico confirmado de EM. Da pesquisa nas bases de dados, e após exclusão de artigos duplicados, foram obtidos 1410 registos. Após leitura do título e resumo, foram excluídos 1038 artigos. Após recuperação integral dos artigos (n=372) e avaliação para elegibilidade (n=341), foram submetidos 56 artigos para avaliação da qualidade através da ferramenta baseada de Hawker et al, sendo incluídos 56 artigos no estudo. Os artigos eram de diferentes países, com múltiplas metodologias e outcomes. A maioria das amostras eram compostas por participantes do sexo feminino, com EM recorrente-remitente. No que concerne aos instrumentos de avaliação da QoL em doentes com EM, o MSIS-29 é o instrumento mencionado com maior frequência (n=22), seguido do MusiQoL (n=18), MSQoL-54 (n=11), SF-36 (n=4), EQ-VAS (n=3), EQ-5D-5L (n=2), FAMS (n=2), LMSQOL (n=2), EQ-5D-3L (n=1), MSQLI (n=1) e HAQUAMS (n=1). Entre os instrumentos identificados, destaca-se uma presença transversal dos domínios: mobilidade (n=9) e humor (n=9), seguidos de fadiga (n=8), função social (n=8), dor (n=8) e autocuidados (n=7), existindo uma certa tendência para os itens estarem relacionados à componente física da doença, o que se traduz numa valorização desta no score final da QoL. A realização desta RSL, evidencia a complexidade de avaliar a QoL na vivência da EM, existindo, pelo menos à luz da pesquisa realizada, onze instrumentos para a sua avaliação. Dos estudos identificados, não existe uma razão bem delimitada pelos autores para o uso de determinado instrumento específico, em primazia de outro, existindo apenas a premissa que instrumentos genéricos não são capazes de serem usados isoladamente para avaliar QoL nos doentes com EM. Para a investigação futura, existe a necessidade premente em reunir um corpo de peritos a nível mundial para construir um instrumento gold standard, com visão holística e personalizada à EM, com aplicabilidade transversal, de modo a ser possível a obtenção de resultados facilmente comparáveis, interpretados, e comunicáveis entre investigadores e profissionais de saúde em todo o mundo.
- O Perfil do Utente Residente em ERPIs no Concelho do Sabugal: Aspetos Clínicos e Estado de Saúde AtualPublication . Fernandes, Marta Alexandra Araújo; Patto, Maria da Assunção Morais e Cunha Vaz; Pinto, Nuno Filipe Cardoso; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás MartinsIntrodução: A transição demográfica e epidemiológica vivida pelas sociedades ocidentais despoletaram, em concomitância com as profundas alterações do tecido social (limitação do papel da família como cuidadora primária), a afirmação da institucionalização dos idosos com limitações da autonomia como fenómeno incontornável do mundo desenvolvido. Assim, atendendo às estatísticas que preveem o agravamento do envelhecimento populacional, é pertinente compreender qual o perfil clínico dos idosos institucionalizados em Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI) numa das zonas mais envelhecidas e com baixa densidade populacional de Portugal, o concelho do Sabugal. Materiais e Métodos: Estudo transversal e descritivo, com inclusão de indivíduos com mais de 65 anos, residentes em ERPI há, pelo menos, 3 meses. Participaram 350 idosos, selecionados aleatoriamente, da totalidade das 21 ERPIs do concelho do Sabugal, distrito da Guarda, constituindo uma amostra representativa da população institucionalizada. Foi aplicado um inquérito para rastreio geriátrico com diversos parâmetros para caracterização do perfil sociodemográfico e clínico (número de patologias) dos participantes. Foi ainda averiguada a autoperceção do estado de saúde de cada utente. Os dados coletados foram anonimizados e avaliados em termos de normalidade através do programa SPSS e, de acordo com a sua distribuição (paramétrica ou não paramétrica), foram avaliados com testes estatísticos específicos. Resultados: Os resultados demonstram que, clinicamente, os utentes apresentavam, em média, 4,6 patologias (DP=2,5) sendo as mais comuns as do sistema cardiovascular (82,0%). A maioria (44,3%) consome entre 5 a 9 fármacos e está sujeita a polifarmácia. De acordo com o Índice de Barthel, 26% eram totalmente dependentes. 66% dos idosos apresentaram défice cognitivo e 63,8% revelaram sintomas depressivos. Quanto à mobilidade, 40,9% apresentavam mobilidade dependente e 8,4% estavam acamados. Cerca de 37,3% relataram a ocorrência de pelo menos uma queda no último ano e 36,3% demonstram um risco de queda elevado (teste Timed Up and Go). A incontinência fecal foi reportada por 31,1% dos participantes, enquanto 40,9% sofriam de incontinência urinária. A prevalência de sarcopenia foi de 67,2% e 57,1% apresentavam características de desnutrição. Na avaliação do sono, foram obtidos uma média de 7,3 pontos (DP=3,3) no índice de qualidade do sono de Pittsburgh, sugerindo uma qualidade de sono comprometida. Ao nível da saúde cardiovascular e metabólica, o IMC médio foi de 24,6 kg/m² (DP=5,6), e as médias de pressão arterial sistólica e diastólica foram de 142,8 mmHg (DP=819,5) e 68,6 mmHg (DP=13,7), respetivamente. Quanto à classificação CEAP, 31,7% foram classificados como “C4 - Hiperpigmentação ou eczema” e o pulso periférico maleolar estava ausente em 31,7%. A maioria dos idosos observados (93,1%) não apresentava úlceras ativas. O perímetro abdominal médio foi de 97,9 cm (DP=14,9). O perímetro cervical médio foi de 36,8 cm (DP=4,2). 59,1% dos participantes apresentavam ausência de peças dentárias e 32,6% usavam prótese dentária. Uma proporção considerável de idosos avaliou o seu estado de saúde atual como "Mau" (21,1%) ou "Muito mau" (5,7%). Contudo, 42,0% considera que a sua saúde poderia melhorar. A autoperceção do estado de saúde dos utentes institucionalizados foi significativamente pior em idosos com ocorrência de quedas no último ano (p=0.027) e com sarcopenia (p<0.001). Conclusões: Os resultados deste estudo sugerem que a população residente em ERPI apresenta altos níveis de multimorbilidade, polifarmácia e dependência, bem como alta prevalência de défice cognitivo, desnutrição, sarcopenia e incontinência. A ocorrência de quedas e a sarcopenia têm um forte impacto na sua autoperceção do estado de saúde atual. De facto, a maioria dos idosos tem uma autoperceção negativa da sua saúde, contudo, um número significativo crê que poderia estar melhor. A avaliação do perfil clínico de todos os utentes residentes em ERPI bem como da sua autoperceção em relação à sua condição atual, é fundamental para um reajuste da oferta dos cuidados prestados. São necessários cuidados mais especializados por grupo de patologias, terapias e programas dirigidos aos grandes défices apresentados, adequando-os ao perfil de saúde dos seus utentes. Desta forma, será possível promover a maximização da sua qualidade de vida, proporcionando uma melhor adaptação dos idosos ao novo ambiente e prevenindo, subsequentemente, a aceleração do normal processo de deterioração do envelhecimento.
- Emergency Healthcare Response in Settings of Forcibly Displaced People: A ReviewPublication . Santos, Mariana Sofia Costa; Sá, Juliana Marília Pereira de; Norte, Gustavo Rafael Laborinho Crespo PratasThe thesis titled "Emergency Healthcare Response in Settings of Forcibly Displaced People: A Review" focuses on the analysis of the published literature on emergency healthcare response in settings where people have been forcibly displaced. The research explores the challenges and barriers to accessing healthcare services in these contexts and the difficulties faced by healthcare workers and humanitarian organisations operating in such situations. Additionally, the thesis reviews the effectiveness of healthcare interventions and clinical practices for forcibly displaced populations and examines strategies for disease prevention and health promotion in displacement settings. The primary objective is to discern the challenges and opportunities intrinsic to efficient healthcare responses in these environments, thereby providing nuanced insights to enhance emergency healthcare provisions for forcibly displaced populations. The potential implications and contributions of this thesis to the field of emergency healthcare response in settings of forcibly displaced people include the identification of key challenges and opportunities for effective healthcare response, the evaluation of existing healthcare programs, and insights for improving emergency healthcare response for forcibly displaced populations. Furthermore, the thesis identifies promising areas for future research, emphasising the need to develop innovative models that consider the social, political, and environmental determinants of health in emergency healthcare response in forcibly displaced settings. Additionally, it suggests exploring the impact of these determinants on healthcare accessibility and availability. The provided guidance has the potential to be valuable not only for professionals and policymakers involved in the field of emergency healthcare in situations of forced displacement but also for shaping effective interventions and policies aimed at improving equitable access and healthcare quality for forcibly displaced populations.
- ExhaustedPublication . Abreu, Antonio Alejandro Villasana de; Patto, Maria da Assunção Morais e Cunha Vaz; Pinto, Nuno Filipe Cardoso; Gama, Jorge Manuel ReisIntroduction: Fatigue is a symptom described as the lack of energy and exhaustion and can be physical or cognitive. Currently, its measurement depends exclusively on subjective perception scales. Transcranial magnetic stimulation and the theta burst stimulation protocol (cTBS) appears as a non-invasive method used to explore and modulate brain functioning, may influence cognitive processing. Therefore, this investigation has as objective the study and quantification of different biological parameters that may be associated with fatigue and evaluate the different effects of cTBS in fatigue individuals. Methods and materials: A “crossover” study was carried out with 7 healthy adult volunteers (6 females and 1 male). In test A was proceeded to the realization of moderate aerobic exercise and reduction of sleep by 20% of the usual amount, and in test B was not proceeded to lifestyle changes. The fatigue was measured using Chalder scale and were performed verbal fluency test, visual reaction test, measurement of cerebral oximetry and evaluation of evoked cognitive potentials (P300), before and after the application of cTBS. It was proceeded to a follow-up of 4 weeks of the fatigue perception. For statistical analysis, the Friedman test was used and, when significant at 5%, pairwise comparisons were obtained with the Dunn test with Bonferroni correction. Correlations were measured using Spearman's correlation coefficient. Results: As expected, on test A, volunteers were considered fatigued according to chalder scale, but in test B they were not; however, the difference was statistically non-significant. In the verbal fluency test, both A and B groups shown better performance after cTBS, with no significant difference between them. cTBS slowed P300 latency, potentially more pronounced on the test A group. Conclusion: Despite a possible difference between groups A and B in P300 results after cTBS in the fatigued group, this was not significant. Therefore, in the present study it was not possible to conclude that fatigue can be measured objectively. Several limiting factors, namely the number of subjects, may have contributed to this.
- Intolerância à Incerteza e Traços de Personalidade em estudantes de MedicinaPublication . Dias, Sofia Nunes; Neto, Isabel Maria FernandesIntrodução: No contexto médico, a tolerância à incerteza é uma competência crucial, dada a natureza complexa e imprevisível inerente à prática clínica. A personalidade é todo um conjunto de caraterísticas emocionais, cognitivas e comportamentais que influenciam a maneira como percebemos e respondemos ao mundo ao nosso redor. Embora a relação entre a tolerância à incerteza e os traços de personalidade não esteja completamente compreendida, reconhecer a importância desta relação pode ajudar os estudantes de medicina e os profissionais de saúde a desenvolver estratégias para lidar com a incerteza de forma mais eficaz no ambiente clínico. Objetivo do estudo: Este estudo teve como objetivo explorar a intolerância à incerteza dos estudantes que ingressam no curso de medicina e a sua relação com os traços de personalidade. Métodos: Foi desenhado um estudo transversal. Os questionários IUS-12 e NEO-FFI foram aplicados aos alunos que entraram no 1º ano do curso de medicina da FCS-UBI no ano de 2023/2024. Foi usada a estatística descritiva para analisar os dados da escala IUS-12 e das suas duas subescalas, IU Inibitória e IU Prospetiva e da escala NEO-FFI e das suas dimensões, Abertura à Experiência, Conscienciosidade, Extroversão, Amabilidade e Neuroticismo. Recorreu-se à correlação de Spearman para analisar a relação entre a intolerância à incerteza e os traços de personalidade. Resultados: 142 e 151 de 179 alunos (taxa de resposta de 79.3% e 84.4%) completaram os questionários IUS-12 e NEO-FFI, respetivamente. Constatou-se que os alunos do 1º ano têm uma maior intolerância à IU Prospetiva do que à IU Inibitória. No que respeita à personalidade, a dimensão Conscienciosidade é a que apresenta os valores médios mais altos e o Neuroticismo a dimensão com os valores médios mais baixos. Quanto à relação entre a intolerância à incerteza e os diferentes traços de personalidade verificou-se, na dimensão Abertura à Experiência e na dimensão Extroversão correlações negativas significativas para a subescala IU Prospetiva e para a subescala IU Inibitória, respetivamente. Foram observadas correlações negativas significativas entre ambas as subescalas da IUS-12 e a dimensão Conscienciosidade e correlações positivas significativas entre ambas as subescalas da IUS-12 e a dimensão Neuroticismo. Não foram encontradas correlações significativas entre as subescalas da IUS-12 e a dimensão Amabilidade. Conclusão: Os resultados desta investigação indicam que existe relação entre a intolerância à incerteza e os traços de personalidade nos estudantes que ingressam no curso de medicina, o que coloca o desafio de desenvolver abordagens personalizadas na formação médica, com o intuito de fomentar a resiliência e a capacidade de adaptação dos futuros médicos face à incerteza intrínseca à prática clínica diária.