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- O Impacto da Terapia da Dignidade no Doente Oncológico em Fim de Vida comparativamente aos Cuidados Habituais: Uma Revisão SistemáticaPublication . Silva, António José Ferreira da; Martins, Isabel Maria Duque GonçalvesIntrodução: A Terapia da Dignidade (TD) é uma intervenção breve e individualizada, desenhada pelo psiquiatra canadiano Dr. Harvey Max Chochinov na década de 2000, que visa ajudar o doente em fim de vida a lidar com o stress psicológico e existencial inerente a esta condição. Revisões sistemáticas anteriores indicam que esta terapia tem um efeito positivo no alívio de sintomas espirituais nestes doentes. Objetivo: Perceber o impacto da TD no doente oncológico em fim de vida e avaliar as suas possíveis vantagens em relação aos cuidados habituais recebidos por estes doentes. Metodologia: Este estudo foi desenhado sob a forma de uma revisão sistemática. Para tal, foi pesquisada, na PubMed, toda a bibliografia relevante sobre a TD, na procura de Ensaios Clínicos Randomizados e Estudos Quase-Experimentais que avaliassem o efeito da TD em doentes oncológicos em fim de vida, e o comparassem com um grupo de controlo a receber a terapia paliativa habitual. Resultados: Dez artigos foram incluídos na revisão. Os parâmetros de avaliação mais recorrentes foram a Dignidade, o Bem-estar Espiritual, a Qualidade de Vida e a Depressão. A análise indicou que a TD, comparada com os cuidados habituais, parece ter um impacto significativo na melhoria do Bem-estar Espiritual e dos sintomas depressivos destes doentes, com os outros dois parâmetros a apresentarem resultados mais variados. Conclusão: Esta revisão parece concordar com a ideia pré-existente de que a TD é uma terapia com bastante potencial para o cuidado do doente oncológico em fim de vida.
- Infeções respiratórias em idade pediátrica: O que mudou com a pandemia COVID-19?Publication . Sousa, Laura Isabel Azevedo e; Jorge, Arminda Maria Miguel; Valente, Ana Rita Moreira FradiqueIntrodução: As infeções respiratórias causam significativa morbimortalidade em lactentes e crianças, sendo uma das principais razões de procura de serviços de saúde. No final do ano de 2019, surgiu uma nova estirpe do Coronavírus Humano, altamente contagiosa, o SARS-CoV-2, que desencadeou a pandemia da COVID-19. Para gerir a situação epidemiológica, foram implementadas medidas não farmacológicas de contenção do vírus, que desempenharam um papel fulcral no controlo da pandemia, e também tiveram impacto na redução de infeções respiratórias pediátricas provocadas por outros agentes. Após a suspensão dessas medidas, assistiu-se ao retorno das infeções respiratórias, parecendo estar a sazonalidade habitual alterada. Objetivos: Avaliar o impacto das medidas não farmacológicas implementadas durante a pandemia nas infeções respiratórias em idade pediátrica, designadamente o impacto na procura pelos serviços de urgência por infeções respiratórias, durante e após a pandemia, e na variabilidade da gravidade da doença, incluindo a possibilidade de surtos epidemiológicos não sazonais. Métodos: Estudo observacional transversal de crianças dos 0 aos 10 anos que recorreram ao serviço de urgência pediátrica do CHUCB, por motivos de infeção respiratória aguda, de abril de 2019 a abril de 2023. Definiram-se 3 períodos: o período pré-COVID-19 (12 meses), o período COVID-19 (25 meses) e o período pós-COVID-19 (12 meses); nesses períodos, foram incluídas as crianças que recorreram ao serviço de urgências nos primeiros 5 dias de cada mês. A partir do processo clínico, foram recolhidas informações sociodemográficas e clínicas dos doentes, posteriormente analisadas com recurso ao software SPSS®, versão 28. Realizou-se a análise descritiva dos dados e utilizaram-se métodos de estatística inferencial, com um nível de significância de 5%. Resultados: Durante os dias em que incidiu o estudo, um total de 7448 crianças recorreram ao serviço de urgência, tendo sido 2210 por motivo de infeção respiratória. No período pré-COVID-19, das 2538 admissões, 735 foram por infeções respiratórias. No primeiro ano do período COVID-19, registou-se uma grande diminuição do número de admissões no serviço de urgências, com 736 admissões, das quais 122 por infeções respiratórias, e no segundo ano do período COVID-19, o número total de admissões aumentou para 1862, das quais 559 por infeções respiratórias. No período pós-COVID-19, das 2312 admissões, 794 foram por infeções respiratórias. É de destacar que a nasofaringite foi a única patologia com aumento significativo no período pós-COVID-19 (n=417), em comparação com a situação pré-pandémica (n=291). No que diz respeito aos internamentos, não houve diferenças significativas entre os 3 períodos. Durante a pandemia, verificaramse mudanças na sazonalidade de alguns vírus respiratórios, com picos de infeção intersazonais. Conclusão: As intervenções não farmacológicas desempenharam um papel crucial no controlo da propagação do SARS-CoV-2, como também contribuíram para a prevenção de outras doenças respiratórias infeciosas. Com o alívio das medidas verificou-se um aumento de contágios e, bem como o aumento das infeções respiratórias, sem que ocorresse aumento correspondente na gravidade das doenças/número de internamentos. Para além disso, associadas à flexibilização das medidas de contenção, ocorreram mudanças na dinâmica de circulação dos vírus durante a pandemia, com alterações nos padrões sazonais típicos das infeções respiratórias.
- Desenvolvimento de formulação de tenivastatina para administração intranasal no acidente vascular cerebral isquémicoPublication . Tinoco, Johann Lopes; Santos, Adriana Oliveira dos; Silvestre, Samuel; Meirinho, Sara AlexandraEste relatório está organizado em três capítulos, o primeiro referente ao trabalho realizado para a vertente de investigação científica em Ciências Farmacêuticas, desenvolvido no Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, sob a orientação da Prof.ª Doutora Adriana Oliveira dos Santos e que diz respeito ao desenvolvimento e caracterização de uma formulação intranasal de tenivastatina para o acidente vascular cerebral (AVC) isquémico. O trabalho aborda o AVC, uma das principais causas de morte e incapacidade em Portugal e no mundo, focando-se no tipo mais comum, o isquémico. A prevenção é crucial, mas também é fundamental melhorar o tratamento e a recuperação após um AVC. Atualmente a administração de medicamentos trombolíticos é o único tratamento disponível e o mesmo deve ser feito num curto espaço de tempo após o evento. Assim sendo, esta é uma necessidade médica não adequadamente atendida, pelo que é necessário encontrar novas terapias e estratégias de reabilitação para ajudar os pacientes a recuperar a sua função cerebral, minimizando o impacto e custo nas suas vidas. Neste contexto, este estudo explorou o efeito neuroprotetor já descrito das estatinas, mais especificamente da forma ativa da sinvastatina, a tenivastatina. No entanto, este grupo de fármacos possui uma biodisponibilidade oral baixa, devido ao extenso metabolismo hepático de primeira passagem. Assim, como alternativa, optou-se explorar a sua administração intranasal e definiram-se algumas características do Perfil de Produto Alvo de Qualidade que se devem respeitar. No trabalho foi realizada a hidrólise da sinvastatina para obtenção de uma solução de tenivastatina, a qual foi adequadamente alterada para ser uma formulação compatível com a via nasal. Assim, foi feito um ajuste no pH da mesma, cujo resultado obtido apresentou valores que não prejudicam a mucosa nasal e que se encontram dentro do valor de objetivo alargado (6 - 8). A osmolalidade da formulação foi também avaliada e isotonizada com cloreto de sódio. Outro atributo avaliado foi a viscosidade, que foi promovida por adição de hidroxipropilmetilcelulose. A viscosidade aumentada promove a mucoadesão; contudo, foram ligeiramente ultrapassados os valores previamente definidos como os ideais para este tipo de formulação. Também foi aumentada a dosagem de tenivastatina, sendo possível alcançar valores interessantes para a sua utilização. Para além disto, foi avaliada a estabilidade química da formulação, a quatro diferentes temperaturas (-20 °C, 4 °C, 25 °C e 40 °C) de armazenamento, por meio de um ensaio de cromatografia líquida acoplado a deteção ultra-violeta para quantificação de tenivastatina. Os resultados obtidos são encorajadores a curto prazo (2 meses), principalmente às temperaturas mais baixas (-20 ºC e 4 ºC), para a qual a formulação se mostrou estável. Todos os atributos apresentaram resultados promissores e devem, por isso, ser alvo de novas investigações. Porém, ainda há necessidade de continuar este estudo para melhor caracterizar e avaliar a possibilidade desta formulação poder vir a constituir uma nova alternativa terapêutica segura e eficaz para o AVC. O segundo capítulo descreve a minha experiência de estágio curricular em farmácia comunitária na Farmácia Simões, em Benfica, Lisboa, sob a supervisão e orientação da farmacêutica adjunta Dr.ª Alexandra Feliciano, no período de 7 de fevereiro a 29 de abril de 2022. Durante este período, tive oportunidade de vivenciar o complexo quotidiano de um farmacêutico comunitário, enfrentando todos os desafios que esta área apresenta, como a dispensa e aconselhamento ao utente, bem como a toda a gestão e organização da farmácia. Este foi um período crucial para a minha aprendizagem e para o desenvolvimento das minhas competências, proporcionando-me uma visão prática muito enriquecedora do mundo do trabalho e da responsabilidade desta área. O terceiro capítulo relata o meu estágio curricular em farmácia hospitalar no Centro Hospitalar e Universitário Cova da Beira (CHUCB), que decorreu de 4 de maio a 1 de julho de 2022 com a orientação e supervisão da Doutora Olímpia Fonseca. Nesse período, pude contactar e experienciar pela primeira vez a rotina de um farmacêutico hospitalar, acompanhando todos os serviços ali desempenhados de forma multidisciplinar pelos profissionais de saúde nos diversos setores, como no ambulatório, na distribuição de medicamentos e na reconciliação da terapêutica. Este estágio foi também uma mais-valia no meu desenvolvimento e formação académica.
