Browsing by Issue Date, starting with "2024-06-11"
Now showing 1 - 2 of 2
Results Per Page
Sort Options
- Eventos tromboembólicos no uso do Ácido Tranexâmico: uma revisão sistemáticaPublication . Pereira, Iara Paula Lopes Queirós; Lito, Pedro Filipe Roque Martins; Pereira, Ana Rita Lopes QueirósIntrodução: O ácido tranexâmico é um antifibrinolítico amplamente utilizado para controlo de hemorragia. Entre as mortes por trauma, a hemorragia é a causa potencialmente evitável mais comum. Devido à ampla utilização do ácido tranexâmico e dos resultados comprovados no restabelecimento da hemostasia na hemorragia em intervenções cirúrgicas, foi estabelecido um paralelismo, colocando a hipótese de que este poderia ter utilidade no trauma. Assim sendo, o ácido tranexâmico é um dos antifibrinolíticos mais estudados para controlo de hemorragia em contexto de trauma. Apesar de existirem vários estudos que comprovam a sua eficácia e segurança no contexto pré-hospitalar, existem alguns estudos que argumentam que o uso precoce de ácido tranexâmico não traz benefícios e que poderá estar associado a efeitos adversos como eventos tromboembólicos. Este poderá levar a um aumento relativo dos fatores de coagulação e, se os fatores pró-coagulantes predominarem, há um risco acrescido de eventos tromboembólicos. Objetivo: O objetivo desta revisão sistemática é avaliar a segurança do uso préhospitalar do ácido tranexâmico em doentes com trauma, principalmente a ocorrência de eventos tromboembólicos. Esta revisão sistemática propõe-se ainda a avaliar a ocorrência de outros eventos adversos associados ao uso do TXA. Métodos: Esta revisão sistemática foi realizada de acordo com as Guidelines PRISMA 2020. A pesquisa foi conduzida nas bases de dados PubMed, Web of Science e ScienceDirect, utilizando a estratégia de pesquisa PICO. Foram incluídos artigos científicos originais de estudos experimentais e observacionais com grupo controlo, prospetivos ou retrospetivos, revistos por pares, publicados em língua portuguesa ou inglesa e que tivessem como outcome primário ou secundário eventos tromboembólicos, trombose venosa profunda, tromboembolismo pulmonar, síndrome coronário agudo ou acidente vascular cerebral. Foram incluídos artigos com participantes com idades iguais ou superiores a 15 anos de idade que receberam ácido tranexâmico na emergência préhospitalar por lesões traumáticas. Resultados: Dois estudos mostraram uma maior incidência de eventos tromboembólicos no grupo de intervenção, mas nenhum apresentou diferenças estatisticamente significativas. A maioria dos estudos mostrou uma maior incidência de tromboses venosas no grupo de intervenção, mas apenas um estudo evidenciou aumento significativo, em especial o subgrupo que recebeu transfusão maciça. Quatro estudos mostraram uma maior incidência de eventos tromboembólicos arteriais no grupo de intervenção, no entanto nenhuma estatisticamente significativa. Dois estudos mostraram uma maior incidência de convulsões no grupo de intervenção, enquanto outro mostrou uma maior incidência de convulsões no grupo controlo. No entanto, nenhuma diferença foi estatisticamente significativa. A mortalidade global foi menor no grupo de intervenção em sete estudos e quatro deles apresentaram uma redução estatisticamente significativa. A mortalidade nas primeiras 24 horas após trauma foi menor no grupo de intervenção em quatro estudos, mas apenas um apresentou uma diminuição estatisticamente significativa. As mortalidades às 6 e às 12 horas após trauma foram ambas estatisticamente menores no grupo de intervenção em dois estudos. Conclusão: A administração pré-hospitalar do ácido tranexâmico em pacientes com trauma parece ser segura e benéfica, sem evidência significativa de aumento de tromboembólicos ou de convulsões. Além disso, confirmou-se a sua eficácia na redução da mortalidade. No entanto, evidencia-se a necessidade de mais estudos para uma melhor compreensão dos possíveis efeitos adversos do ácido tranexâmico em contexto pré-hospitalar.
- Biomarcadores no Tumor Testicular de Células Germinativas: O Presente e o FuturoPublication . Serra, Marta Silva; Lourenço, Mário José PereiraO cancro testicular é a neoplasia sólida mais prevalente entre os jovens adultos do sexo masculino, com uma crescente incidência. A heterogeneidade dos Tumores Testiculares de Células Germinativas (TTCGs) e as limitações dos biomarcadores séricos tradicionais, como AFP, LDH e ß-hCG impulsionaram a procura por novos marcadores, mais sensíveis e específicos para a melhoria do diagnóstico, estadiamento e follow-up. A pesquisa de biomarcadores emergentes revelou avanços notáveis com a introdução de biomarcadores moleculares e epigenéticos, tais como os micro-RNAs, cfDNA e CTCs, e biomarcadores imunológicos e imunohistoquímicos, que apresentam propriedades capazes de superar as limitações dos métodos convencionais. Entre todos, o miR-371a-3p destacase pela sua elevada sensibilidade e especificidade na identificação precoce de TTCGs, diferenciação histológica e predição de recidivas. A integração destas descobertas na prática clínica tem o potencial de redefinir os padrões de diagnóstico, prognóstico e tratamento, melhorando significativamente os resultados clínicos. No entanto, reflete-se a necessidade crescente de validação destes biomarcadores inovadores com estudos mais abrangentes para a sua incorporação na prática clínica.
