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- Revisão dos Critérios usados no Diagnóstico da Encefalopatia Hipóxico-Isquémica NeonatalPublication . Carvalho, Carlos Rafael Pereira; Carvalho, Cristiana Mafalda Mendes; Baltazar, GraçaA encefalopatia hipóxico-isquémica neonatal, HIE, conhecida também como asfixia neonatal, é uma doença do recém-nascido que provoca estado de consciência alterado, convulsões, tónus diminuído, dificuldade em iniciar ou manter ventilação autónoma, entre outros sintomas neurológicos e sistémicos, por diminuição do aporte de oxigénio aos neurónios. Esta pode afetar entre 2 a 6 recém-nascidos por cada 1000 nascimentos, em países desenvolvidos, e 25 a 27 por 1000 recém-nascidos, em países em desenvolvimento. É uma doença que, na forma moderada a grave, provoca sequelas neurológicas e sistémicas quando concomitante com disfunção multiorgão, tornando essencial o rápido diagnóstico e tratamento. Surge, então, a necessidade de averiguar os critérios usados para o diagnóstico desta patologia a nível mundial, sendo esse o objetivo deste trabalho. A revisão dos critérios usados para o diagnóstico da HIE teve como base ensaios clínicos registados na base de dados clinicaltrials.gov de 2020 a 2023; que abordassem esta doença e compararam-se os critérios usados para a seleção dos doentes com a norma de orientação clínica (NOC) Health Quensland Maternity and Neonatal Clinical Guideline Hypoxic ischaemic encephalopathy. Apenas 40% dos artigos analisados aplicaram os 3 critérios de diagnósticos definidos como essenciais pela NOC escolhida. Os critérios consistiram em: gasometria com pH inferior ou igual a 7, com 50% dos ensaios a aplicar este valor, ou excesso de base (B.E.) inferior ou igual a -12 mmol/L, com um artigo a usar este valor, sinais clínicos de HIE, em que 35% escolheram o grupo de estudo com base nestes sinais, e um APGAR até os 10 minutos inferior ou igual a 5, com 70% de concordância entre ensaios e a guideline. Assim, a análise efetuada evidencia a necessidade de produzir um documento orientador que permita uma maior uniformização dos critérios usados no diagnóstico da HIE, que permita também o adequado direcionamento terapêutico das crianças afetadas por HIE.
- Impacto das Bebidas Energéticas na Saúde: Uma Revisão NarrativaPublication . Duarte, Jorge António de Castro Martins; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro deA ascensão global das bebidas energéticas como suplementos dietéticos e estimulantes do desempenho tem despertado significativo interesse académico e preocupações de saúde pública nos últimos anos. Estes produtos, frequentemente comercializados para melhorar a energia, a concentração e o desempenho físico, contêm habitualmente uma combinação de cafeína, taurina, vitaminas do complexo B e açúcares, podendo ainda conter outros ingredientes como ginseng, guaraná, carnitina, colina, vitaminas A, C e D, eletrólitos, tirosina, L-teanina e adoçantes artificiais. Embora as bebidas energéticas possam oferecer benefícios temporários em termos de aumento de energia e alerta, a crescente evidência de potenciais efeitos adversos para a saúde suscita questões importantes sobre a sua segurança e regulamentação. Este trabalho visa fornecer uma revisão narrativa compreensiva do impacto das bebidas energéticas na saúde humana, debruçando-se particularmente sobre os seus efeitos cardiovasculares, metabólicos e comportamentais. Esta dissertação revê a literatura existente, analisando estudos epidemiológicos, ensaios clínicos e revisões sistemáticas disponíveis em bases de dados académicas até março de 2024. O método de pesquisa incluiu as palavras-chave "bebidas energéticas", "saúde", "risco cardiovascular", “metabolismo”, "comportamento" e “regulamentação” nas bases de dados PubMed, Scopus e Google Scholar, com limitações de língua para inglês e português e publicações dos últimos dez anos. Os principais achados desta revisão indicam que o consumo excessivo e frequente de bebidas energéticas está associado a um aumento do risco de problemas cardiovasculares, incluindo hipertensão e arritmias, a alterações metabólicas adversas, como resistência à insulina e alterações no metabolismo lipídico e ainda a impactos negativos na saúde mental, destacando-se ansiedade, distúrbios do sono e dependência. Estes efeitos são especialmente preocupantes entre populações vulneráveis, como adolescentes e jovens adultos, que representam os principais consumidores destes produtos. A importância dos resultados obtidos nesta revisão reside na sua contribuição para a compreensão dos riscos associados ao consumo de bebidas energéticas, apoiando a necessidade de uma regulamentação mais rigorosa e de iniciativas de saúde pública destinadas a educar os consumidores sobre os seus potenciais perigos. Além disso, os achados destacam áreas críticas para pesquisas futuras, incluindo a necessidade de estudos longitudinais para explorar os efeitos a longo prazo do consumo de bebidas energéticas e a investigação de intervenções eficazes para reduzir o seu consumo entre os jovens. Em suma, enquanto as bebidas energéticas podem oferecer benefícios específicos em termos de desempenho e alerta, é imperativo que consumidores, profissionais de saúde e reguladores estejam cientes dos riscos associados e adotem medidas apropriadas para mitigar os impactos negativos na saúde pública. A investigação futura deverá focar-se não apenas na elucidação dos mecanismos subjacentes aos efeitos adversos das bebidas energéticas, mas também no desenvolvimento de estratégias para promover escolhas mais saudáveis entre os consumidores.
