FE - DECA | Dissertações de Mestrado e Teses de Doutoramento
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- Os lugares esquecidos da Covilhã: Usos temporários para (re)ativação de espaços devolutosPublication . Filipe, Joel Taborda; Castro, Ana Rita Martins Ochoa deOs espaços e edifícios devolutos têm nas cidades um impacto considerável, negativo na maioria dos casos. Esta investigação tem como objeto de estudo a cidade da Covilhã e pretende debater os usos temporários e respetivas arquiteturas como resposta para a (re)ativação desses espaços. Devido ao grande impacto que o processo de industrialização teve nesta cidade, muitas são as fábricas e edifícios que se encontram em abandono. A somar a este conjunto, existem outros na mesma situação, outrora com funções de cariz residencial, cultural, de caráter tanto público como privado, ou até que nunca exerceram as suas funções previstas, por não terem sido concluídos, como as obras embargadas. Perante este enquadramento, o presente trabalho é composto por três partes. A primeira contempla o mapeamento e identificação de um conjunto de edifícios e espaços devolutos passíveis de serem intervencionados, sinalizando-os como espaços de intervenção futura e trabalhando o fator de identidade e memória que estes elementos constituem para a cidade. A segunda parte diz respeito às necessidades funcionais e possíveis usos em três áreas geográficas da cidade para que, assumindo um ato interventivo, a terceira fase do trabalho proponha um gesto arquitetónico em alguns desses espaços. Esta ação projetual concretiza-se através da implementação de usos temporários, que, com o seu caráter efémero e a rapidez de resposta, permitem testar diversas atividades nos vários locais e perceber o sucesso ou o fracasso das mesmas, podendo deste modo efetuar testes até se chegar a um uso definitivo e que sirva a comunidade da melhor forma possível (Oswalt et al., 2013; Patti & Polyak, 2015; Tytgadt, 2018). Na contemporaneidade, as questões ecológicas são cada vez mais pertinentes e não podem ser ignoradas. O facto de se recorrer aos usos temporários pode ser, por si só, uma vantagem em relação a outras práticas e abordagens, por serem mais sustentáveis, por se apropriarem de estruturas existentes em detrimento de construção de raiz e evitarem, nalguns casos, demolições, contribuindo duplamente para um menor impacto ambiental.