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- Potencial atenuação da virulência de Aliarcobacter butzleri por probióticosPublication . Vieira, Alexandre Almeida; Ferreira, Susana Margarida Paraíso; Domingues, Fernanda da Conceição; Sousa, Mónica Alexandra deAliarcobacter butzleri é uma bactéria de Gram-negativo, pertencente ao género Aliarcobacter e à família Arcobacteraceae, que foi descrita pela Comissão Internacional de Especificações Microbiológicas de Alimentos como sendo de risco moderado para a saúde humana. A. butzleri é considerado um enteropatógeno e como tal deve atravessar o trato gastrointestinal para atingir o local de colonização. Ao atravessar o trato gastrointestinal esta poderá encontrar uma variedade de barreiras de diferentes origens como o pH, os sais biliares ou probióticos. Os probióticos são bactérias consideradas benéficas para a saúde humana, podendo afetar a virulência das bactérias patogénicas. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos dos probióticos na sobrevivência e virulência de A. butzleri. Para tal começou por se avaliar os efeitos das condições de crescimento das espécies de probióticos, neste caso “lactobacilos”, em estudo (Lactiplantibacillus plantarum, Limosilactobacillus reuteri e Lactobacillus acidophilus), no crescimento, e efeito inibitório do sobrenadante sobre quatro estirpes de A. butzleri. No geral, não se verificou uma diferença significativa na inibição de crescimento de A. butzleri. De seguida, a tolerância das quatro estirpes de A. butzleri e das três espécies de “lactobacilos” a pH acídico e a sais biliares foi analisada, com os resultados demonstrando uma maior resistência das espécies de “lactobacilos” a pH ácido quando comparado com A. butzleri, mas uma maior suscetibilidade aos ácidos biliares. No entanto, dependendo das condições ambos os microrganismos poderão ser capazes de ultrapassar as condições adversas do percurso do trato gastrointestinal. O efeito dos sobrenadantes livres de células (SLC) dos probióticos no crescimento de A. butzleri foi explorado, tendo-se observado um efeito de inibição sobre o crescimento, provavelmente devido as alterações de pH no meio causadas pelas espécies probióticas em estudo. Também, quando em cocultura ocorre uma inibição do crescimento de A. butzleri com todas as espécies de “lactobacilos” em estudo. Por sua vez, quando é estudado o efeito dos SLC dos “lactobacilos” na formação de biofilme de A. butzleri, os resultados são variáveis, dependendo da espécie em estudo, existindo potenciação, inibição ou não havendo alteração da formação de biofilme de A. butzleri. No entanto, salienta-se o potencial de potenciação da formação de biofilme do SLC de L. plantarum. Por último foi avaliado o efeito dos “lactobacilos” na virulência de A. butzleri, na competição, deslocamento e exclusão por adesão e invasão a células Caco-2. Quando em competição, verificou-se uma incapacidade de as espécies probióticas afetarem a adesão da estirpe de A. butzleri, tendo-se observado, no entanto, um efeito inibitório de A. butzleri na adesão de L. acidophilus e de L. plantarum. No ensaio de deslocamento e exclusão foi demonstrado uma diminuição da adesão de A. butzleri, ocorrendo deslocação pelas três estirpes de lactobacilos, mas com L. acidophilus sendo incapaz de levar a exclusão da adesão de A. butzleri. Quanto ao processo de invasão não se observou efeito, quer no ensaio de competição, quer no de deslocamento ou exclusão. Em suma, neste trabalho foi demonstrado que os probióticos poderão ter um importante papel na limitação do crescimento de A. butzleri, e mesmo na resistência à colonização, mas não nas características de virulência avaliadas, como a formação de biofilme, pelo que ainda serão necessários estudos adicionais para complementar e clarificar estes resultados.