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- Educação Escolar Indígena e Saberes TradicionaisPublication . Coimbra, Ana Carolina Gomes; Branco, Maria Luísa Frazão RodriguesA partir da Constituição Federal Brasileira de 1988, foram promulgadas leis que possibilitam e garantem os direitos aos povos indígenas brasileiros, incluindo o direito à educação escolar indígena, mediante políticas específicas para uma educação própria, diferenciada, bilingue e intercultural. Após muitos anos de lutas, mortes e exclusões, desde o período colonizatório até aos atuais, foi conquistada a liberdade e o direito à democracia – equidade social, cultural e econômica - graças ao protagonismo do Movimento Indígena, dos órgãos indigenistas e da sociedade envolvente. O Censo de 2010, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), identificou 817.963 mil indígenas, 305 etnias e 274 línguas nativas do Brasil. Ou seja, são muitas etnias e, por isso, são diversos os seus conhecimentos tradicionais. Estes são transmitidos através da tradição oral e das memórias das suas histórias de vida e do seu povo e também nas escolas. Neste contexto, o objeto de pesquisa desta Tese de Doutoramento consiste em explanar como os saberes tradicionais dos Pipipã de Kambixuru, a medicina tradicional, o Toré e a Jurema Sagrada são incluídos no currículo específico da Escola Estadual Indígena Joaquim Roseno, a partir das percepções dos professores e das lideranças indígenas e suas histórias de vida, levando em consideração o processo legislativo e cultural que permeia a Educação Escolar Indígena, e o contexto pertinente às temáticas da identidade e da interculturalidade. É também focando-nos neste espaço, que iremos compreender como estes saberes são repassados à comunidade mantendo, assim, as suas identidades, fortalecendo as etnias e conscientizando-as da necessidade da preservação de suas culturas e dos seus legados históricos. Com este objetivo, foi utilizada a Etnografia, por meio de entrevistas filmadas, como metodologia para poder perceber a comunidade Indígena Pipipã de Kambixuru, localizada no município de Floresta, Sertão de Pernambuco, Brasil. Com esta investigação concluímos a importância, para a afirmação da alteridade e autonomia dos Pipipã, da adoção de uma educação escolar diferenciada, com metodologias e um currículo escolar próprios, que inclua na sua construção os saberes tradicionais, assim como a relevância de uma formação específica do professor indígena. Valorizar e preservar, através dos processos educativos, familiar, comunitário e escolar, a identidade étnica dos Pipipã é uma forma de reconhecer o processo de etnogênese deste povo.