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- Estudo do Efeito Vascular da Testosterona na Artéria Umbilical Humana na Hipertensão GestacionalPublication . Fernandes, Lara Carina de Morais; Oliveira, Maria Elisa Cairrão Rodrigues; Lorigo, Margarida FerreiraAs doenças hipertensivas da gravidez (DHG) englobam um conjunto de condições que afetam cerca de 10% de todas as gestantes no mundo inteiro. Este grupo complexo de patologias para além da hipertensão gestacional também abrange a hipertensão crónica/pré-existente e a pré-eclâmpsia (PE)/eclâmpsia. Ainda não é bem conhecida a exata etiologia destas patologias, no entanto, ao longo dos anos, diversos estudos destacaram o possível papel da testosterona (T) na fisiopatologia da PE. A T é uma hormona sexual cujo efeito vasorelaxante foi anteriormente comprovado na artéria umbilical humana (AUH) de mulheres não portadoras de DHG. No entanto, estudos prévios evidenciaram elevados níveis de T no plasma materno de mulheres portadoras de PE, e, por conseguinte, uma correlação positiva entre os níveis elevados desta hormona sexual e a presença e gravidade da doença. Apesar da maior parte dos estudos se focar nos efeitos da T na PE, é igualmente importante examinar esses efeitos na hipertensão gestacional, uma vez que é um precursor para a PE. Compreender de que forma a T pode estar conectada a esta patologia pode ajudar no diagnóstico precoce e na gestão de possíveis riscos. Neste sentido, o presente trabalho teve dois principais objetivos: 1) avaliar como a exposição à T afeta a contratilidade celular em cordões umbilicais de mulheres com hipertensão gestacional; e 2) avaliar o papel de duas vias de sinalização endoteliais no efeito a longo prazo da T. Para atingir o primeiro objetivo recorreu-se ao isolamento de AUH de mulheres portadoras desta patologia para a obtenção de culturas de células do músculo liso. Através da técnica de Planar Cell Surface Area (PCSA) foi possível analisar a resposta das células ao agente contrátil serotonina (5-HT) e à T diretamente. Para avaliar o efeito a longo prazo dos androgénios na contratilidade celular, as células foram incubadas com dihidrotestosterona (DHT). As amostras de gestantes com hipertensão gestacional, após a adição da T, passaram a expressar uma resposta vasoconstritora, comportamento contrário ao observado no controlo (sem patologia). De seguida, de modo a atingir o segundo objetivo, foram realizados estudos de reatividade vascular e simulações computacionais de Docking Molecular. Os resultados indicam que 1) a inibição das vias endoteliais diminui a capacidade vasorelaxante da T; 2) a incubação com DHT interfere com a vasorelaxação induzida pela T; 3) a incubação com DHT potencializa a capacidade vasorelaxante do nitroprussiato de sódio (SNP), dependendo do agente contrátil utilizado. E por último, os resultados computacionais indicam que a T compete com o ligando natural por uma ligação ao centro ativo da sGC, mas não se liga ao NPR-C porque o recetor selecionado possui uma cauda citoplasmática curta sem o domínio catalítico GC. Em suma, a T em amostras celulares de gestantes com hipertensão gestacional tem um efeito contrátil ao contrário do que é observado no controlo. O efeito da T é parcialmente dependente das vias endoteliais COX e eNOS, tendo sido a última também comprovada em estudos computacionais e o efeito a longo prazo da DHT interfere com a vasorelaxação induzida pela T. Tendo em conta os resultados obtidos no PCSA, o uso de amostras de hipertensão gestacional da AUH para estudos de reatividade vascular oferecem uma oportunidade para perceber de que forma a T afeta a contratilidade vascular e possíveis efeitos negativos que pode causar no desenvolvimento do feto.