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Ribau Patrão, Pedro

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  • Estratégia para deteção oportunista de fibrilhação auricular em doentes internados em unidade hospitalar
    Publication . Patrão, Pedro Miguel Ribau Costa; Correia, Emanuel; Patrão, Luis Manuel Ribau da Costa
    Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a 2ª causa de morte na Europa sendo, em Portugal, a principal causa de morte acima dos 65 anos. A Fibrilhação Auricular (FA) é a causa mais frequente de Acidente Vascular Cerebral isquémico. A sua prevalência está associada à idade, quase duplicando por década depois dos 50 anos sendo, com o envelhecimento da população, as perspetivas alarmantes. Dos indivíduos com FA, 85% têm idade igual ou superior a 65 anos. Apesar do seu impacto, esta arritmia permanece subdiagnosticada por ser frequentemente assintomática ou intermitente na sua forma paroxística, podendo não ser detetada no eletrocardiograma de 12 derivações (ECG), sendo mais provável a sua deteção com monitorização prolongada. Tanto os doentes com FA permanente como aqueles com a sua forma paroxística têm o mesmo risco de AVC isquémico e a terapêutica anticoagulante adequada beneficia ambos, reduzindo este risco. É, portanto, essencial detetar esta arritmia numa fase precoce para introduzir profilaxia antitrombótica que permita reduzir o número de AVC. O principal objetivo deste estudo é identificar FA na sua forma paroxística através de um rastreio oportunista com holter de 48 horas em doentes internados acima dos 65 anos sem diagnóstico prévio de FA e avaliar a sua relação custo-efetividade. Metodologia: Entre Janeiro e Abril de 2014 foram selecionados doentes internados no Serviço de Ortopedia do Hospital São Teotónio do Centro Hospitalar Tondela-Viseu para participar num estudo de rastreio oportunista de FA paroxística. A amostra incluiu indivíduos de ambos os sexos acima dos 65 anos. Todos os doentes realizaram ECG à admissão, segundo o protocolo de avaliação pré-operatória. Foram analisados os registos clínicos e o ECG, não tendo sido incluídos no estudo indivíduos com FA conhecida ou história de AVC. Após consentimento informado e aplicação de inquérito foram realizados os holters de 48 horas cujo traçado foi interpretado de forma automatizada e por médico. Avaliou-se a presença da arritmia nos intervalos: até às 12 horas; entre as 12 e as 24 horas; e entre as 24 horas e o fim da monitorização Resultados: Foram realizados holters a 72 indivíduos dos quais 61.1% eram do sexo feminino. A idade média da população foi de 71.0 anos. Não foram detetados casos de Fibrilhação Auricular durante a monitorização eletrocardiográfica que teve duração média de 42.1 horas. Conclusão: Num estudo realizado em Portugal a prevalência de FA para a faixa etária dos 65 aos 75 anos foi estimada em 6%. A FA paroxística representa um terço das FA, pelo que a probabilidade de detetar uma FA paroxística numa população acima de 65 anos sem FA diagnosticada após realizar ECG é de 2%, pelo que seria expectável detetar pelo menos um caso de FA nesta população. Contudo, a exclusão dos doentes com FA e o reduzido tamanho da amostra pode ajudar a explicar a ausência de deteção de FA neste estudo. Também as 48 horas de monitorização podem não ser suficientes para deteção de paroxismos. São precisos mais estudos porque as estratégias diagnósticas atuais falham frequentemente a deteção de fibrilhação auricular paroxística, fator de risco modificável para AVC. É essencial melhorar os métodos de deteção de modo a introduzir terapêutica anticoagulante adequada o mais precocemente possível.