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- Avaliação da cognição e atividades da vida diária de utentes de Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas da Covilhã e BelmontePublication . Gago, Ana Laura do; Baltazar, Graça Maria Fernandes; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás MartinsIntrodução: Estima-se que em 2050, 32% da população portuguesa terá idade superior a 65 anos. Na zona da Cova da Beira o fenómeno de envelhecimento é mais acentuado, onde 25,24% da população residente é idosa. As alterações socioculturais a que as famílias têm sido sujeita aumentam a dificuldade de prestar os devidos cuidados aos idosos levando, frequentemente à sua institucionalização, sendo a incapacidade de gerir as necessidades diárias a principal motivadora deste desfecho. O principal motivo desta incapacidade são as doenças crónicas, sendo que a prevalência e incidência de Declínio Cognitivo Ligeiro (DCL) e Demência estão a aumentar em Portugal, comprometendo a autonomia e independência dos idosos, constituindo importantes fatores de risco para a institucionalização. O objetivo do presente trabalho foi o de avaliar a relação entre o défice cognitivo e a prevalência de incapacidade funcional, em idosos de lares da Covilhã e Belmonte. Este estudo foi baseado na recolha de dados em 3 lares de idosos da Covilhã e de Belmonte, entre Outubro e Dezembro de 2017 e contou com a participação de 68 idosos. Para este estudo foram utilizados o Addenbrooke’s Cognitive Examination-Revised (ACE-R), a Global Deterioration Scale (GDS) e o Inventário de Avaliação Funcional para Adultos e Idosos (IAFAI). Através deles pretendeu-se rastrear défice cognitivo e a existência de incapacidade funcional. Para a análise de dados utilizou-se o Software Package for Social Sciences (SPSS). A amostra estudada foi constituída por 68 pessoas idosas, sendo 52 do sexo feminino e 16 do sexo masculino, com média de idades de 81,29?7,3 anos. Dos 68 idosos, 64 apresentavam défice cognitivo (94,1%) e apenas 4 se apresentavam sem qualquer défice cognitivo (5,9%). Em relação à capacidade funcional, apenas 4 idosos (5,9%) não apresentavam incapacidade funcional, 13 idosos (19,1%) tinham um grau de incapacidade ligeiro, 16 idosos (23,5%) apresentavam um moderado grau de incapacidade, 27 idosos (39,7%) tinham um grau de incapacidade grave e 8 idosos (11,8%) encontravam-se com um grau completo de incapacidade. Os valores de ACE-R Total para o género masculino (M = 58,25?17,4) foram significativamente superiores aos resultados obtidos no sexo feminino (M = 41,06?18,5). Para a variável idade, verificou-se que os valores obtidos para a faixa etária 66-79 anos (M = 52,86?17,6) foram estatisticamente superiores aos os valores da faixa 80-95 anos (M = 41,71?19,7). Constatou-se também que em indivíduos com escolaridade os valores obtidos foram significativamente maiores (M=51,18?17,684) do que em indivíduos sem escolaridade (M=32,11?17,663). Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas nos resultados obtidos para as diferentes variáveis no IAFAI. Foi possível verificar uma forte correlação negativa entre a existência de incapacidade funcional e défice cognitivo (rs = -0,609, p < 0,0005), indicador da forte associação entre deterioramento do estado cognitivo e decaimento da capacidade funcional. Os resultados deste estudo apontam para uma elevada prevalência de défice cognitivo e incapacidade funcional nos idosos institucionalizados, alertando-nos para a necessidade de desenvolver e implantar planos de atividades cognitiva e funcionalmente estimulantes nestas instituições, de modo a prevenir e atrasar o desenvolvimento destes défices. Com a deterioração do estado cognitivo, a capacidade funcional irá diminuir, reforçando a importância da estimulação cognitiva e funcional entre os idosos.