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- Fibromialgia: o desafio do diagnósticoPublication . Braga, Beatriz Pavão; Sequeira, Maria Cristina Fidalgo FernandesIntrodução: A Fibromialgia é definida como uma síndrome dolorosa crónica, que se manifesta no sistema músculo-esquelético através de dor generalizada e com múltiplos pontos anatómicos dolorosos detetáveis ao exame físico. Está muitas vezes associada a sono não reparador, fadiga, perturbações cognitivas e alterações do humor. A sua prevalência situa-se em 3,6% na população portuguesa, podendo muitos casos estar subdiagnosticados, e muitos dos doentes permanecem numa incerteza diagnóstica durante vários meses ou anos. Objetivos: Com o presente estudo pretende-se caracterizar as dificuldades sentidas no diagnóstico da Fibromialgia, quantificar a demora ocorrida na definição do diagnóstico e conhecer o procedimento seguido após o diagnóstico, pelos médicos de Medicina Geral e Familiar. Métodos: Durante os meses de Janeiro de 2010 a Fevereiro de 2012 foi aplicado um questionário a médicos de Medicina Geral e Familiar, num universo de 257 médicos, com questões que abordavam: variáveis destinadas à caracterização da amostra; variáveis destinadas a apreender o conhecimento sobre a patologia, bem como a sua dificuldade diagnóstica; variáveis destinadas à avaliação da demora na definição do diagnóstico da Fibromialgia; variáveis relativas ao procedimento após a definição do diagnóstico (tratamento e/ou referenciação). Foram distribuídos 100 formulários, dos quais 56 foram preenchidos tendo sido todos contabilizados. Resultados: A perceção de que a Fibromialgia representa uma entidade nosológica difícil de definir foi referida por 91% da amostra; 81% dos médicos sentiram dificuldades no diagnóstico, sendo que 28.2% salientaram a dificuldade no diagnóstico diferencial. A demora média do diagnóstico foi de 12,3 meses. Relativamente ao procedimento médico após o diagnóstico verificou-se que 39% dos inquiridos tratam e/ou referenciam os doentes para outras especialidades; 22% tratam os utentes; 39% apenas referenciam para outras especialidades, sendo a Reumatologia a especialidade de maior referência (63%). Conclusão: A demora média do diagnóstico foi de 12,3 meses, com desvio padrão de 4,943. Os inquiridos reconhecem que deveria haver maior celeridade no diagnóstico apontando como sugestões: maior facilidade na referenciação para especialidade; desenvolvimento de programas de formação para os profissionais de saúde, nomeadamente os médicos de Medicina Geral e Familiar.