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Authors
Abstract(s)
Introduction: Juvenile idiopathic arthritis (JIA) is the most common chronic rheumatic
disease in children and is characterized by clinical, pathophysiological, and prognostic
heterogeneity. Its etiology remains unclear and, according to the International League of
Associations for Rheumatology (ILAR) criteria, encompasses seven distinct subtypes,
defined by clinical manifestations. The lack of specific biomarkers hinders early diagnosis,
subtype stratification, and monitoring of inflammatory activity, which is often subclinical.
Serum calprotectin (sCal), a protein of the calgranulin family produced by activated
neutrophils and monocytes, has emerged as a direct marker of synovial inflammation,
demonstrating superiority over classic parameters such as C-reactive protein (CRP) and
sedimentation rate (ESR).
Objective: To carry out a systematic review of the literature, aiming to clarify the role of
sCal as a biomarker in the diagnosis and monitoring of JIA, exploring its value in clinical
practice and follow-up of these patients.
Methods: A systematic search of the PubMed and EMBASE databases was conducted until
January 2025, according to the PRISMA 2020 recommendations. Observational studies
and clinical trials that analysed sCal in patients with JIA were included, excluding case
reports/series, experimental studies in animals, and articles with fewer than 20
participants. Selection was performed by independent reviewers, with discrepancies
resolved by consensus. Risk of bias was assessed using tools from the National Heart, Lung,
and Blood Institute (NHLB). Data extracted included population characteristics, laboratory
parameters, and main outcomes related to diagnosis and monitoring.
Results: A total of 639 publications were identified, of which 38 met the inclusion criteria.
Overall, sCal levels were significantly higher in children with JIA compared with healthy
controls, with better performance in differentiating the systemic form. There was a
consistent correlation with clinical activity scores (e.g., JADAS, DAS28), confirming its
usefulness in disease monitoring. Several studies have demonstrated the predictive value of
sCal in response to different therapies and in predicting relapses after treatment
discontinuation. However, the lack of uniform cutoffs and methodological heterogeneity
limited comparability between studies.
Conclusions: This review confirms the role of sCal as a biomarker with the potential to
complement the clinical evaluation of JIA, both in diagnosis and monitoring. The results
suggest advantages over traditional markers, particularly in correlation with inflammatory
activity and in supporting therapeutic decision-making. However, its integration into routine clinical practice requires validation in robust studies that establish standardized
cut-offs and laboratory protocols.
Introdução: As artrites idiopáticas juvenis (AIJs) são a doença reumática crónica mais frequente em idade pediátrica e caracteriza-se por heterogeneidade clínica, fisiopatológica e prognóstica. A etiologia permanece pouco esclarecida e, segundo os critérios da International League of Associations for Rheumatology (ILAR), engloba sete subtipos distintos, de acordo com as manifestações clínicas. A ausência de biomarcadores específicos dificulta o diagnóstico precoce, a estratificação dos subtipos e a monitorização da atividade inflamatória, frequentemente subclínica. A calprotectina sérica (sCal), é uma proteína da família das calgranulinas, produzida por neutrófilos e monócitos ativados, tem emergido como um marcador direto da inflamação sinovial, mostrando superioridade relativamente a parâmetros clássicos como a proteína C reativa (PCR) e a velocidade de sedimentação (VS). Objetivo: Realizar uma revisão sistemática da literatura, visando esclarecer o papel da sCal como biomarcador no diagnóstico e monitorização das AIJs, explorando o seu valor na prática clínica e follow-up destes doentes. Métodos: Foi realizada uma pesquisa sistemática nas bases de dados PubMed e EMBASE até janeiro de 2025, de acordo com as recomendações PRISMA 2020. Incluíram-se estudos observacionais e ensaios clínicos que analisaram a sCal em doentes com AIJ, excluindo relatos/séries de casos, estudos experimentais em animais e artigos com menos de 20 participantes. A seleção foi efetuada por revisores independentes, com resolução de discrepâncias por consenso. O risco de viés foi avaliado com as ferramentas da National Heart, Lung, and Blood Institute (NHLB). Os dados extraídos incluíram características populacionais, parâmetros laboratoriais e resultados principais relativos ao diagnóstico e monitorização. Resultados: Foram identificadas 639 publicações, das quais 38 preencheram os critérios de inclusão. Globalmente, a sCal apresentou níveis significativamente mais elevados em crianças com AIJs em comparação com controlos saudáveis, com melhor desempenho na diferenciação da forma sistémica. Verificou-se uma correlação consistente com scores de atividade clínica (ex.: JADAS, DAS28), confirmando a sua utilidade na monitorização da doença. Vários estudos evidenciaram valor preditivo da sCal na resposta a diferentes terapêuticas e na previsão de recidivas após suspensão do tratamento. Contudo, a ausência de cut-offs uniformes e a heterogeneidade metodológica na sua determinação limitaram a comparabilidade entre estudos. Conclusão: Esta revisão confirma o papel da sCal como um biomarcador com potencial para complementar a avaliação clínica das AIJs, tanto no diagnóstico como na monitorização. Os resultados sugerem vantagens face a marcadores tradicionais, sobretudo na correlação com atividade inflamatória e no suporte à decisão terapêutica. Contudo, a sua integração na prática clínica de rotina exige validação em estudos robustos, que estabeleçam cut-offs e protocolos laboratoriais uniformizados.
Introdução: As artrites idiopáticas juvenis (AIJs) são a doença reumática crónica mais frequente em idade pediátrica e caracteriza-se por heterogeneidade clínica, fisiopatológica e prognóstica. A etiologia permanece pouco esclarecida e, segundo os critérios da International League of Associations for Rheumatology (ILAR), engloba sete subtipos distintos, de acordo com as manifestações clínicas. A ausência de biomarcadores específicos dificulta o diagnóstico precoce, a estratificação dos subtipos e a monitorização da atividade inflamatória, frequentemente subclínica. A calprotectina sérica (sCal), é uma proteína da família das calgranulinas, produzida por neutrófilos e monócitos ativados, tem emergido como um marcador direto da inflamação sinovial, mostrando superioridade relativamente a parâmetros clássicos como a proteína C reativa (PCR) e a velocidade de sedimentação (VS). Objetivo: Realizar uma revisão sistemática da literatura, visando esclarecer o papel da sCal como biomarcador no diagnóstico e monitorização das AIJs, explorando o seu valor na prática clínica e follow-up destes doentes. Métodos: Foi realizada uma pesquisa sistemática nas bases de dados PubMed e EMBASE até janeiro de 2025, de acordo com as recomendações PRISMA 2020. Incluíram-se estudos observacionais e ensaios clínicos que analisaram a sCal em doentes com AIJ, excluindo relatos/séries de casos, estudos experimentais em animais e artigos com menos de 20 participantes. A seleção foi efetuada por revisores independentes, com resolução de discrepâncias por consenso. O risco de viés foi avaliado com as ferramentas da National Heart, Lung, and Blood Institute (NHLB). Os dados extraídos incluíram características populacionais, parâmetros laboratoriais e resultados principais relativos ao diagnóstico e monitorização. Resultados: Foram identificadas 639 publicações, das quais 38 preencheram os critérios de inclusão. Globalmente, a sCal apresentou níveis significativamente mais elevados em crianças com AIJs em comparação com controlos saudáveis, com melhor desempenho na diferenciação da forma sistémica. Verificou-se uma correlação consistente com scores de atividade clínica (ex.: JADAS, DAS28), confirmando a sua utilidade na monitorização da doença. Vários estudos evidenciaram valor preditivo da sCal na resposta a diferentes terapêuticas e na previsão de recidivas após suspensão do tratamento. Contudo, a ausência de cut-offs uniformes e a heterogeneidade metodológica na sua determinação limitaram a comparabilidade entre estudos. Conclusão: Esta revisão confirma o papel da sCal como um biomarcador com potencial para complementar a avaliação clínica das AIJs, tanto no diagnóstico como na monitorização. Os resultados sugerem vantagens face a marcadores tradicionais, sobretudo na correlação com atividade inflamatória e no suporte à decisão terapêutica. Contudo, a sua integração na prática clínica de rotina exige validação em estudos robustos, que estabeleçam cut-offs e protocolos laboratoriais uniformizados.
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Keywords
Artrite Idiopática Juvenil Biomarcador Calprotectina Sérica Diagnóstico Monitorização
