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Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
The present study seeks to evaluate mental health disparities among older gay and
bisexual men, based upon their HIV status. The study can be classified as a quantitative,
descriptive, comparative and cross-sectional study. Responses were collected from a total
of 201 men, with 16.9% being HIV positive, 80.6% identifying as homosexual and 13.9%
identifying as bisexual. Participants responded to the Rosenberg Self-Esteem Scale, the
BSI-18 and the CDRISC-10. The sample collected revealed moderate levels of self-esteem,
depression and anxiety that were below the average observed among the general
population, as well as higher than expected levels of resilience. Older bisexual men showed
higher levels of self-esteem and resilience in comparison with older homosexual men,
while older gay men showed higher levels of depression when compared to older bisexual
men. Self-esteem was negatively correlated with both depression and anxiety, while being
positively correlated with resilience. In contrast, depression was negatively correlated with
resilience and, conversely, positively correlated with anxiety. Furthermore, anxiety was
negatively correlated with resilience. Multiple linear regression models explain 33% of the
general variation of depressive symptoms and 25% of the variation of symptoms of
anxiety. Regarding comparisons based upon HIV status, no statistically significant
differences were found between HIV-positive and HIV-negative men.
Os problemas de saúde mental são mais prevalentes na comunidade LGBT, quando esta é comparada com a comunidade heterossexual (King et al., 2008), na medida em que a perceção da discriminação e do estigma pode ter efeitos negativos elevados no que diz respeito à saúde mental (Pascoe & Richman, 2009). No caso particular dos indivíduos LGBT mais velhos, estes têm de ultrapassar problemas idênticos a qualquer idoso heterossexual, sendo que ambas as comunidades se preocupam com a manutenção da independência, das finanças, da segurança, do apoio social, da saúde e do combate à solidão e isolamento (MetLife, 2010 citado por Gardner et al., 2014). Contudo, aos indivíduos LGBT mais velhos acrescem as preocupações e obstáculos que advêm das experiências de estigmatização social e discriminação ao longo de toda a sua vida (Gardner et al., 2014), vivendo com o legado e a experiência contemporânea de homofobia, associados à tensão produzida pelo próprio processo de envelhecimento (Richards, 2011 citado por Pereira et al., 2018). Existe, ademais, uma associação positiva entre a discriminação interpessoal e os maus resultados em saúde física e mental entre minorias sexuais, abrangendo o risco e infeção pelo VIH (Lyons, Pitts, & Grierson, 2012; Ayala et al. 2012; Beyrer et al. 2012; Wolitski & Fenton, 2011 citados por Pereira & Costa, 2016). Desta forma, e tendo por base o que foi explanado anteriormente, assim como a restante pesquisa bibliográfica realizada, este estudo pretende avaliar as disparidades que existem nos níveis de saúde mental entre indivíduos do sexo masculino, gays e bissexuais, mais velhos, de acordo com o seu diagnóstico de VIH. Assim, espera-se preencher um vazio que existe em Portugal acerca desta área de prevenção e intervenção, pretendendo contribuir para o desenvolvimento de programas em relação à saúde mental nas comunidades gays e bissexuais durante o processo de envelhecimento destes indivíduos. Os dados da amostra foram recolhidos através de um site construído para o efeito onde foram esclarecidos os objetivos da investigação e todas as questões éticas que lhe estão associadas, garantindo as instruções do mesmo. Os critérios de inclusão da amostra consistiam em ser do sexo masculino, identificar-se como gay ou bissexual e ter uma idade superior a 50 anos. Deste modo, foram reunidas respostas de um total de 201 participantes, sendo que 80.6% dos homens se identificou como homossexual e 13.9% como bissexual, em que 16.9% dos indivíduos têm diagnóstico positivo de VIH. Os participantes responderam à Escala de Autoestima de Rosenberg, de forma a averiguar os níveis de autoestima dos sujeitos; ao BSI-18, avaliando a psicossintomatologia experienciada pelo indivíduo na última semana, através de três subescalas – somatização, depressão e ansiedade; e, por último, à CDRISC-10, através da qual se estimam os valores de resiliência do indivíduo. Todas as medidas apresentaram medidas de validade interna adequadas, .85 pontos, .93 pontos, .91 pontos e .86 pontos, relativamente à Escala de Autoestima de Rosenberg, ao BSI-18 e suas subescalas – depressão e ansiedade, respetivamente. Foram, ainda, realizados Testes t para amostras independentes, sendo que estes demonstraram que os homens bissexuais mais velhos da amostra apresentam níveis mais elevados de autoestima (média = 3.55) em comparação com os homens mais velhos bissexuais (média = .43); que os homens gays mais velhos demonstram níveis superiores de depressão (média = .81) quando comparados com os homens bissexuais mais velhos (média = .70); e que os homens bissexuais mais velhos revelam níveis de resiliência superiores (média = 4.40) em comparação com os homens gays mais velhos (média = 4.06). O teste de correlação de Pearson permitiu observar que a autoestima se encontra negativamente correlacionada tanto com a depressão (r = -.539) como com a ansiedade (r = -.476) e positivamente correlacionada com a resiliência (r = .517); a depressão se encontra negativamente correlacionada com a resiliência (r = -.440) e positivamente correlacionada com a ansiedade (r = .805); e que a ansiedade se encontra negativamente correlacionada com a resiliência (r = -.338). Os modelos de regressão linear múltipla demonstram explicar 33% da variação geral dos sintomas depressivos e 25% da variação dos sintomas ansiosos, sendo que níveis mais baixos de autoestima e resiliência são preditores de sintomas depressivos, assim como níveis inferiores de autoestima são preditores de sintomas ansiosos. O estudo em questão pretendeu, assim, explorar a relação existente entre a saúde mental, a orientação sexual e o diagnóstico de VIH, mostrando-se como um estudo pioneiro em Portugal acerca desta temática. As principais conclusões evidenciam a importância de trabalhar com esta população específica, contribuindo para a melhoria do bem-estar e da qualidade de vida dos homens mais velhos gays e bissexuais com e sem diagnóstico de VIH.
Os problemas de saúde mental são mais prevalentes na comunidade LGBT, quando esta é comparada com a comunidade heterossexual (King et al., 2008), na medida em que a perceção da discriminação e do estigma pode ter efeitos negativos elevados no que diz respeito à saúde mental (Pascoe & Richman, 2009). No caso particular dos indivíduos LGBT mais velhos, estes têm de ultrapassar problemas idênticos a qualquer idoso heterossexual, sendo que ambas as comunidades se preocupam com a manutenção da independência, das finanças, da segurança, do apoio social, da saúde e do combate à solidão e isolamento (MetLife, 2010 citado por Gardner et al., 2014). Contudo, aos indivíduos LGBT mais velhos acrescem as preocupações e obstáculos que advêm das experiências de estigmatização social e discriminação ao longo de toda a sua vida (Gardner et al., 2014), vivendo com o legado e a experiência contemporânea de homofobia, associados à tensão produzida pelo próprio processo de envelhecimento (Richards, 2011 citado por Pereira et al., 2018). Existe, ademais, uma associação positiva entre a discriminação interpessoal e os maus resultados em saúde física e mental entre minorias sexuais, abrangendo o risco e infeção pelo VIH (Lyons, Pitts, & Grierson, 2012; Ayala et al. 2012; Beyrer et al. 2012; Wolitski & Fenton, 2011 citados por Pereira & Costa, 2016). Desta forma, e tendo por base o que foi explanado anteriormente, assim como a restante pesquisa bibliográfica realizada, este estudo pretende avaliar as disparidades que existem nos níveis de saúde mental entre indivíduos do sexo masculino, gays e bissexuais, mais velhos, de acordo com o seu diagnóstico de VIH. Assim, espera-se preencher um vazio que existe em Portugal acerca desta área de prevenção e intervenção, pretendendo contribuir para o desenvolvimento de programas em relação à saúde mental nas comunidades gays e bissexuais durante o processo de envelhecimento destes indivíduos. Os dados da amostra foram recolhidos através de um site construído para o efeito onde foram esclarecidos os objetivos da investigação e todas as questões éticas que lhe estão associadas, garantindo as instruções do mesmo. Os critérios de inclusão da amostra consistiam em ser do sexo masculino, identificar-se como gay ou bissexual e ter uma idade superior a 50 anos. Deste modo, foram reunidas respostas de um total de 201 participantes, sendo que 80.6% dos homens se identificou como homossexual e 13.9% como bissexual, em que 16.9% dos indivíduos têm diagnóstico positivo de VIH. Os participantes responderam à Escala de Autoestima de Rosenberg, de forma a averiguar os níveis de autoestima dos sujeitos; ao BSI-18, avaliando a psicossintomatologia experienciada pelo indivíduo na última semana, através de três subescalas – somatização, depressão e ansiedade; e, por último, à CDRISC-10, através da qual se estimam os valores de resiliência do indivíduo. Todas as medidas apresentaram medidas de validade interna adequadas, .85 pontos, .93 pontos, .91 pontos e .86 pontos, relativamente à Escala de Autoestima de Rosenberg, ao BSI-18 e suas subescalas – depressão e ansiedade, respetivamente. Foram, ainda, realizados Testes t para amostras independentes, sendo que estes demonstraram que os homens bissexuais mais velhos da amostra apresentam níveis mais elevados de autoestima (média = 3.55) em comparação com os homens mais velhos bissexuais (média = .43); que os homens gays mais velhos demonstram níveis superiores de depressão (média = .81) quando comparados com os homens bissexuais mais velhos (média = .70); e que os homens bissexuais mais velhos revelam níveis de resiliência superiores (média = 4.40) em comparação com os homens gays mais velhos (média = 4.06). O teste de correlação de Pearson permitiu observar que a autoestima se encontra negativamente correlacionada tanto com a depressão (r = -.539) como com a ansiedade (r = -.476) e positivamente correlacionada com a resiliência (r = .517); a depressão se encontra negativamente correlacionada com a resiliência (r = -.440) e positivamente correlacionada com a ansiedade (r = .805); e que a ansiedade se encontra negativamente correlacionada com a resiliência (r = -.338). Os modelos de regressão linear múltipla demonstram explicar 33% da variação geral dos sintomas depressivos e 25% da variação dos sintomas ansiosos, sendo que níveis mais baixos de autoestima e resiliência são preditores de sintomas depressivos, assim como níveis inferiores de autoestima são preditores de sintomas ansiosos. O estudo em questão pretendeu, assim, explorar a relação existente entre a saúde mental, a orientação sexual e o diagnóstico de VIH, mostrando-se como um estudo pioneiro em Portugal acerca desta temática. As principais conclusões evidenciam a importância de trabalhar com esta população específica, contribuindo para a melhoria do bem-estar e da qualidade de vida dos homens mais velhos gays e bissexuais com e sem diagnóstico de VIH.
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Keywords
Ansiedade Autoestima Bissexual Depressão Gay Resiliência Saúde Mental Vih