Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
392.4 KB | Adobe PDF |
Authors
Abstract(s)
The Montreal Cognitive Assessment (MoCA) is an important brief cognitive
screening instrument that is known for its good psychometric properties and sensitivity
to detect mild cognitive impairment (MCI). After ten years, it became relevant to
update the previous Portuguese normative study due to changes in the population and
some limitations present in the study itself. The MoCA was applied to 860 cognitively
healthy adults, stratified according to sociodemographic variables verified in the
Portuguese population. The new normative data were defined considering the strata of
the variables age and educational level, as these showed to have a large effect size on
MoCA scores.
Introdução Aos longos das últimas décadas é notório o crescente e vincado envelhecimento da população portuguesa (PORDATA, 2021). Esta alteração demográfica implica novos desafios para a investigação, nomeadamente, o aumento de casos de demência a e necessidade do rastreio do declínio cognitivo leve, que poderá indiciar o início de um processo demencial (Bellevile et al., 2017; Freitas et al., 2011). Para tal, os testes de rastreio cognitivo são ferramentas essenciais, sendo o Montreal Cognitive Assessment (MoCA) amplamente utilizado por todo o mundo, que colmatou algumas lacunas de testes já existentes, tais como o Mini Mental State Examination (MMSE), demonstrando elevada robustez enquanto prova de rastreio. (Freitas, et al., 2010; Freitas et al., 2014; Freitas, et al., 2015a). Em Portugal, o MoCA foi adaptado e validado à população portuguesa, tendo sido estabelecidas normas de interpretação desta prova por Freitas e colegas (Freitas et al., 2011). Embora estas normas tenham sido estabelecidas, as mudanças geracionais, assim como o envelhecimento da população e aumento da esperança média de vida implicam uma constante atualização das normas. Além disso, a crescente heterogeneidade das pessoas idosas, gerou a necessidade de se segmentarem por intervalos etários as normas no grupo etário de pessoas com 65 anos ou mais. Este estudo pretende estabelecer normas estratificadas atualizadas para a população portuguesa de adultos e idosos, tanto para o as pontuações totais como para as pontuações de cada domínio cognitivo contemplados na avaliação do MoCA, contribuindo assim para uma avaliação cognitiva mais fiável na utilização da versão portuguesa do MoCA. Metodologia A amostra total deste estudo é constituída por 860 participantes saudáveis a nível cognitivo e com idade igual ou superior a 25 anos, residentes no território português. Os critérios de inclusão para este estudo foram: (i) idade igual ou superior a 25 anos; (ii) escolaridade formal realizada em Portugal e ser falante nativo da língua portuguesa; (iii) ausência de deficiência visual, motora ou auditiva significativa que pudesse comprometer o desempenho da avaliação; (iv) sem histórico de abuso de substâncias ou álcool; (v) ausência de distúrbios neurológicos / psiquiátricos ou doenças crônicas que possam comprometer a cognição; (vi) autonomia na realização das atividades de vida diária; (vii) sem queixas depressivas significativas; (viii) nenhum medicamento que possa afetar a cognição. Para confirmar esses critérios, uma psicóloga conduziu uma entrevista com base em um questionário sociodemográfico, um inventário do estado clínico atual e hábitos e um histórico médico. Na fase seguinte, os participantes responderam a uma bateria de testes de avaliação neuropsicológica: (i) Irregular Word Reading Test (TeLPI; Alves et al., 2009); (ii) Mini-Mental State Examination (MMSE; Folstein et al., 1975; Guerreiro et al., 1994); (iii) Clinical Dementia Rating scale (CDR; Garret et al., 2008; Hughes et al., 1982); Geriatric Depression Scale (GDS-30; Barreto et al., 2008; Yesavage et al., 1983); (iv) Subjective Memory Complaints scale (SMC; Ginó et al., 2008; Schmand et al., 1996); (v) Clock-Drawing Teste (CDT; Critchley, 1953); (vi) Montreal Cognitive Assessment (MoCA; Nareddine et al., 2005; Freitas et al., 2010). Resultados Participaram no estudo 860 indivíduos (média idade = 59,60 ± 14,548 [25-99]; média escolaridade = 8,17 ± 4,567 [1 - 27]). Apenas as variáveis que demonstraram um grande Effect Size foram consideradas como critério normativo e, das variáveis contempladas, apenas a variável idade e nível de educação demonstraram este efeito. Ambas as variáveis apresentaram contributos significativos para a predição do resultado total do MoCA. Após esta análise foram estabelecidos os novos dados normativos para o score global e subscores da prova para os intervalos de idade definidos (referir quais) e níveis de escolaridade considerados. Discussão O presente estudo fornece uma atualização dos dados normativos do MoCA para a população portuguesa, aumentando assim o valor e rigor deste instrumento na avaliação de défice cognitivo ligeiro. A existência de mais grupos etários nesta atualização de normas representa um aumento do rigor clínico considerável. Além disso, o facto deste estudo oferecer dados normativos para os domínios cognitivos avaliados pelo MoCA, amplia significativamente as possibilidades de utilização desta ferramenta ao nível da avaliação e intervenção.
Introdução Aos longos das últimas décadas é notório o crescente e vincado envelhecimento da população portuguesa (PORDATA, 2021). Esta alteração demográfica implica novos desafios para a investigação, nomeadamente, o aumento de casos de demência a e necessidade do rastreio do declínio cognitivo leve, que poderá indiciar o início de um processo demencial (Bellevile et al., 2017; Freitas et al., 2011). Para tal, os testes de rastreio cognitivo são ferramentas essenciais, sendo o Montreal Cognitive Assessment (MoCA) amplamente utilizado por todo o mundo, que colmatou algumas lacunas de testes já existentes, tais como o Mini Mental State Examination (MMSE), demonstrando elevada robustez enquanto prova de rastreio. (Freitas, et al., 2010; Freitas et al., 2014; Freitas, et al., 2015a). Em Portugal, o MoCA foi adaptado e validado à população portuguesa, tendo sido estabelecidas normas de interpretação desta prova por Freitas e colegas (Freitas et al., 2011). Embora estas normas tenham sido estabelecidas, as mudanças geracionais, assim como o envelhecimento da população e aumento da esperança média de vida implicam uma constante atualização das normas. Além disso, a crescente heterogeneidade das pessoas idosas, gerou a necessidade de se segmentarem por intervalos etários as normas no grupo etário de pessoas com 65 anos ou mais. Este estudo pretende estabelecer normas estratificadas atualizadas para a população portuguesa de adultos e idosos, tanto para o as pontuações totais como para as pontuações de cada domínio cognitivo contemplados na avaliação do MoCA, contribuindo assim para uma avaliação cognitiva mais fiável na utilização da versão portuguesa do MoCA. Metodologia A amostra total deste estudo é constituída por 860 participantes saudáveis a nível cognitivo e com idade igual ou superior a 25 anos, residentes no território português. Os critérios de inclusão para este estudo foram: (i) idade igual ou superior a 25 anos; (ii) escolaridade formal realizada em Portugal e ser falante nativo da língua portuguesa; (iii) ausência de deficiência visual, motora ou auditiva significativa que pudesse comprometer o desempenho da avaliação; (iv) sem histórico de abuso de substâncias ou álcool; (v) ausência de distúrbios neurológicos / psiquiátricos ou doenças crônicas que possam comprometer a cognição; (vi) autonomia na realização das atividades de vida diária; (vii) sem queixas depressivas significativas; (viii) nenhum medicamento que possa afetar a cognição. Para confirmar esses critérios, uma psicóloga conduziu uma entrevista com base em um questionário sociodemográfico, um inventário do estado clínico atual e hábitos e um histórico médico. Na fase seguinte, os participantes responderam a uma bateria de testes de avaliação neuropsicológica: (i) Irregular Word Reading Test (TeLPI; Alves et al., 2009); (ii) Mini-Mental State Examination (MMSE; Folstein et al., 1975; Guerreiro et al., 1994); (iii) Clinical Dementia Rating scale (CDR; Garret et al., 2008; Hughes et al., 1982); Geriatric Depression Scale (GDS-30; Barreto et al., 2008; Yesavage et al., 1983); (iv) Subjective Memory Complaints scale (SMC; Ginó et al., 2008; Schmand et al., 1996); (v) Clock-Drawing Teste (CDT; Critchley, 1953); (vi) Montreal Cognitive Assessment (MoCA; Nareddine et al., 2005; Freitas et al., 2010). Resultados Participaram no estudo 860 indivíduos (média idade = 59,60 ± 14,548 [25-99]; média escolaridade = 8,17 ± 4,567 [1 - 27]). Apenas as variáveis que demonstraram um grande Effect Size foram consideradas como critério normativo e, das variáveis contempladas, apenas a variável idade e nível de educação demonstraram este efeito. Ambas as variáveis apresentaram contributos significativos para a predição do resultado total do MoCA. Após esta análise foram estabelecidos os novos dados normativos para o score global e subscores da prova para os intervalos de idade definidos (referir quais) e níveis de escolaridade considerados. Discussão O presente estudo fornece uma atualização dos dados normativos do MoCA para a população portuguesa, aumentando assim o valor e rigor deste instrumento na avaliação de défice cognitivo ligeiro. A existência de mais grupos etários nesta atualização de normas representa um aumento do rigor clínico considerável. Além disso, o facto deste estudo oferecer dados normativos para os domínios cognitivos avaliados pelo MoCA, amplia significativamente as possibilidades de utilização desta ferramenta ao nível da avaliação e intervenção.
Description
Keywords
Avaliação Psicológica Declínio Cognitivo Ligeiro Montreal Cognitive Assessment Normas Rastreio Cognitivo