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Abstract(s)
Em Portugal, Mário Cesariny (1923-2006) é um dos melhores representantes do
surrealismo, pela forma plena como este artista português, de mãe espanhola, assumiu
esse movimento como arte e lema de vida. Sintomático disso mesmo é a sua última
entrevista, na qual o autor “considera [ser] o seu lema, «Liberdade, amor, poesia»”. E
em “autografia”, Cesariny autoclassifica-se assim: “Sou um homem / um poeta / uma
máquina de passar vidro colorido / um copo uma pedra / uma pedra configurada / um
avião…” O uso da forma verbal “sou” no presente do indicativo, a iniciar o poema,
remete, deste modo, para uma realidade assumida, mas que é matizada de surrealidade
ao utilizar um conjunto de termos definidores como “poeta”, “máquina de passar vidro
colorido”, “um copo”, “uma pedra”, “um avião”, que transformam a sua autodefinição
numa extensa metáfora. Através destes termos insólitos, o enunciador pretende
autodefinir-se como um ser não apenas transformador do mundo, mas também
revitalizador, isto é, capaz de reorganizar criativamente o real graças à poesia. O gosto
por factos fora do comum relaciona-se com a estética que ele abraçou de coração, o
surrealismo.
O surrealismo surge no princípio dos anos 20 do século transacto, em França,
impulsionado por um grupo de poetas liderado por André Breton. É o movimento que
dá primazia à representação do subconsciente e do irracional. Segundo Breton, o
surrealismo é um “automatismo psíquico puro, pelo qual se pretende exprimir,
verbalmente ou por escrito, ou de qualquer outra maneira o funcionamento real do
pensamento”. [...]
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Cesariny, Mário, 1923-2006 - Vida e obra Cesariny, Mário, 1923-2006 - Poesia surrealista Poesia surrealista - Portugal Surrealismo - Portugal