Repository logo
 
No Thumbnail Available
Publication

Prevalence and clinical characterization of HPV-induced oropharyngeal cancers: the experience of the Portuguese Oncological Institute in Porto

Use this identifier to reference this record.
Name:Description:Size:Format: 
9873_21589.pdf2.75 MBAdobe PDF Download

Abstract(s)

Introduction: Head and neck squamous cell carcinoma (HNSCC) represents the eighth most common cancer worldwide. Alongside traditional risk factors such as smoking and excessive alcohol consumption, HPV is now recognized as the etiologic factor driving carcinogenesis for HNSCCs of the oropharynx. Recently, multiple investigational groups have found that in the last two decades there has been a rising incidence of oropharyngeal squamous cell carcinoma (OPSCC) with a decrease in the incidence of other head and neck cancers, likely due to declines in alcohol and tobacco abuse. There is robust evidence in the literature supporting the etiologic role of HPV in a subset of OPSCC that have a distinct epidemiologic profile, and also, a strong evidence to show that HPV positive status is an independent marker of favorable prognosis for OPSCC, with an improved response to treatment and survival. Objectives: To review the current scientific evidence about the new entity of head and neck cancer: human papillomavirus positive (HPV+) oropharyngeal squamous cell carcinoma (OPSCC) and to retrospectively analyze the set of patients diagnosed in the period between 2018 till 2021 with OPSCC in Portuguese Oncological Institute Porto (IPO-Porto), in order to determine the prevalence of HPV+ OPCSS and to make a clinical characterization of patients with oropharyngeal cancers. Methods: A bibliographic search and a review of the scientific literature about the topic were carried out using the PubMed, ClinicalKey, Jama, NCCN and other scientific platforms. Regarding the IPO study, the medical records of each patient were analyzed, and p16 status, age, gender, TNM-stage, treatment and survival were recorded. Statistical analysis was performed. Results: In total, 280 patients were included. Immunohistochemically (IHC), p16 protein overexpression was only present in 57 (20.4%) of the 280 cases. The vast majority of patients (223, 79.6%) were HPV negative. According to the gender the patients were mostly male (254, 90.7%). 80 (28.6%) patients had low-T-stage (T1/T2) OPSCC tumors, and the others 197 (70.4%) had high-T-stage (T3/T4) OPSCC tumors. 74.5% of the stage I/II tumors were HPV +, and only 25.5% were HPV-. Regarding patients with advanced stages III/IV, only 7.1% were HPV+ and 92.9% were HPV-. 3 (1.1%) cases were T0. 226 (80.7%) patients showed clinically positive lymph node metastasis (cN+). According to the 8th UICC/AJCC TNM classification, 55 (19.6 %) patients were at a low clinical stage (I/II). The overall 2-years survival rate was 63.5%. The 2-years survival rate in stage I-II was 89.2% and 57.2 % in stage III-IV. The HPV+ group had a better prognosis than the HPV- group (OS: p = 0.014, DFS: p = 0.45). Discussion: There are few reports about HPV-related cancers prevalence in Portugal. One of the strengths of this study was the evaluation of HPV status using p16 immunohistochemistry (IHC) for HPV detection. p16 protein overexpression is a surrogate marker for HPV-related oropharyngeal carcinoma and has been researched in all patients (n=280). In contrast to most European countries and the USA, only a minority of patients (20.4%) in the sample were p16 positive. It may reflect differences in sexual behaviors (type of sex, age at onset of sex, number of sexual partners) of the Portuguese population for 6-7 decades ago “less liberal” compared to other Western societies. The HPV+ group had a significantly better prognosis than de HPV – group in terms of overall survival (OS) and disease- free survival (DFS), and this is in line with the published studies. This study has some limitations, the retrospective analysis might have hampered the accurate characterization of some patient risk factors, such as tobacco and alcohol use and there is a chance that p16 could have been inactivated by mutation or promoter methylation. This may be one of the possible explanations for the low rate of p16+ in our sample. Conclusion: The prevalence of HPV-related cancers in IPO-Porto is low, when compared to other studies focused on developed countries. Accordingly to literature review, the HPV-related OPSCC had a significantly better prognosis than de non-HPV – related group in terms of overall survival (OS) and diseasefree survival (DFS).
Introdução: O carcinoma de células escamosas da cabeça e pescoço representa o oitavo cancro mais comum em todo o mundo. Além de fatores de risco, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, o HPV é atualmente reconhecido como um fator etiológico que conduz à carcinogénese destes carcinomas da orofaringe. Recentemente, vários grupos de investigação epidemiológica mostraram que nas últimas duas décadas houve um aumento na incidência de carcinoma de células escamosas da orofaringe, com uma diminuição na incidência de outros cancros da cabeça e pescoço, provavelmente devido ao declínio do consumo excessivo de álcool e tabaco. Na literatura há fortes evidências que suportam o papel etiológico do HPV num subgrupo de doentes com carcinomas de células escamosas da orofaringe, com um perfil epidemiológico distinto, e também uma forte evidência que mostra que o status HPV positivo é um fator prognóstico independente favorável para estes carcinomas, com melhor resposta ao tratamento e sobrevivência. Objetivos: Revisão da evidência científica atual acerca do carcinoma de células escamosas da orofaringe HPV-positivo e análise retrospetiva do conjunto de doentes diagnosticados com carcinoma de células escamosas da orofaringe, no período de 2018 a 2021, no Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto), com o objetivo de determinar a prevalência do carcinoma de células escamosas da orofaringe HPV-positivo e fazer uma caracterização clínico-patológica dos doentes com cancro da orofaringe. Métodos: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica e revisão da literatura científica sobre o tema, utilizando a PubMed, ClinicalKey, Jama, NCCN e outras plataformas científicas. Em relação ao estudo do IPO, foram analisados os registos clínicos de cada doente, registando-se a respetiva idade, sexo, status p16, estadio TNM, o tipo de tratamento e a sobrevivência. Realizou-se uma análise estatística a partir dos dados recolhidos. Resultados: No total, foram incluídos 280 doentes. O estudo imuno-histoquímico mostrou uma sobrexpressão da proteína p16 em apenas 57 (20,4%) dos 280 casos. A grande maioria dos doentes (223, 79,6%) eram HPV- negativo. Quanto ao sexo, a maioria era do sexo masculino (254, 90,7%). 80 (28,6%) doentes tinham tumores em estadio T precoce (T1/T2), e os outros 197 (70,4%) tinham tumores em estadio T avançado (T3/T4). 3 (1,1%) casos eram T0. 226 (80,7%) doentes apresentaram-se com metástases regionais clinicamente positivas (cN+). De acordo com a 8ª edição da classificação TNM da UICC/AJCC, dos 280 doentes, 55 (19,6%) apresentavam-se em estadio clínico precoce (I/II) e desses 55 doentes, 41 (74,5%) eram HPV+, e apenas 14 (25,5%) eram HPV-. 225 doentes apresentavam doença em estadio avançado III/IV, sendo que destes, apenas 16 (7,1%) eram HPV+ e 209 (92,9%) eram HPV-. A taxa de sobrevivência global aos 2 anos foi de 63,5%. A taxa de sobrevivência aos 2 anos no estadio I-II foi de 89,2% e 57,2% no estadio III-IV. O grupo HPV-positivo teve um prognóstico melhor do que o grupo HPV-negativo. Discussão: Existem poucos estudos sobre a prevalência de cancros associados ao HPV em Portugal. Um aspetos mais importantes deste estudo foi a avaliação do status HPV usando a imuno-histoquímica do p16 para a deteção do HPV. A sobrexpressão da proteína p16 é um marcador indireto do carcinoma orofaríngeo associado ao HPV e foi pesquisado em todos os doentes (n=280). Ao contrário da maioria dos países europeus e dos EUA, apenas uma minoria dos doentes (20,4%) desta amostra eram p16 positivos. Isto pode refletir diferenças nos comportamentos sexuais (tipo de sexo, idade de início das relações sexuais, número de parceiros sexuais) da população portuguesa há 6-7 décadas, “menos liberais”, em comparação com outras sociedades ocidentais, à época “mais liberais”. O grupo HPV+ teve um prognóstico significativamente melhor do que o grupo HPV- em termos de sobrevivência global e sobrevivência livre de doença, o que está de acordo com os estudos publicados. Este estudo apresenta algumas limitações, como seja a análise retrospetiva, que pode ter dificultado a caracterização precisa de alguns fatores de risco de cada doente, como consumo tabágico e de álcool, bem como a possibilidade de ter ocorrido a inativação do p16 por mutação ou por metilação. Essa pode ser uma das possíveis explicações para a baixa taxa de p16+ nesta amostra. Conclusão: A prevalência de cancros relacionados com o HPV no IPO-Porto é baixa, quando comparada com outros estudos centrados em países desenvolvidos. O estudo foi de encontro ao que se verifica na revisão da literatura, na medida em que o carcinoma de células escamosas da orofaringe associado ao HPV teve um prognóstico significativamente melhor do que o grupo não associado ao HPV em termos de sobrevivência global e sobrevivência livre de doença.

Description

Keywords

Head and Neck Cancer Hpv Human Papillomavirus Oropharyngeal Carcinoma Oropharynx P16 Squamous Cell Carcinoma

Citation

Research Projects

Organizational Units

Journal Issue