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Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
O texto A Poesia, o Corpo: Eugénio de Andrade (e uma janela para a sala de aula) surge, essencialmente, a partir do interesse de melhor conhecer um poeta e a sua poesia; de um encontro à distância de um anfiteatro da escola secundária do Fundão em 1992 e de uns quinze / dezasseis anos imaturos guardávamos urna sensação nebulosa; ficara a memória de alguns sentimentos contraditórios, se considerarmos a frieza e a luz daquele momento, sem a certeza do tempo meteorológico de então, permaneceu a sensação de um dia de Primavera ou de Verão; a guardiã frieza granítica da Casa dos Maias, na qual se podia admirar a exposição de fotografia "Mulheres de Preto", provocara a estranheza perante um poeta de feições duras e fechadas, mas cujas palavras pareciam dizer, se não o contrário, algo mais.
Sendo o corpo um elemento espacial que se apresenta, na maior parte das vezes, de uma forma ambígua e contraditória, ao mesmo tempo que se constitui mediador entre a mente e o mundo ao permitir o desencadeamento de processos conducentes ao diálogo do ser consigo mesmo e com o mundo envolvente, julgamos que na poesia de Eugénio de Andrade figura como fonte e receptáculo de sensações e imagens, facultando, de alguma maneira, uma ligação mais estreita entre o leitor, o poema e a construção do corpo como um lugar fluido.
Assim, desenhando um esquema de abordagem essencialmente semântica, partimos ao encontro da poesia de Eugénio de Andrade, analisando, em especial a forma como o corpo se vai delineando, consubstanciando, e, simultaneamente, ganhando forma e dando forma a uma poesia antropomórfica e luminosa. Para melhor compreender, ou questionar, a presença do corpo na poesia eugeniana, contextualizamos a poesia e o corpo para depois explorarmos a perspectiva particular de Eugénio de Andrade, cuja obra assume um pendor metapoético; enquadramos, depois, o poeta na época contemporânea e procuramos entender a visão de estudiosos que o consideram, ou não, um caso particular no panorama poético do século XX.
E porque cronos é infatigável e insaciável, fazendo-nos sentir cada segundo da nossa vida e obrigando-nos a crescer acompanhando, de alguma maneira, os ciclos da vida, hoje já não somos a adolescente de outrora, apesar dos deslumbramentos e das confusões; fizemo-nos participantes numa vida adulta vivida em tomo de uma profissão, o ensino; questionamo-nos, também, acerca das formas de abordagem do texto poético no contexto da sala de aula, em especial, dos textos de Eugénio de Andrade. Desta forma, o texto que apresentamos assume uma forma tripartida organizada em tomo da poesia, do corpo e da didáctica do texto poético, todos eles perpassados pela personalidade poética de Eugénio de Andrade. [...]
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Andrade, Eugénio de, 1923-2005 - Vida e obra Poesia portuguesa - Séc. 20